História do Cruzeiro Esporte Clube
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Cruzeiro
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Nome |
Cruzeiro Esporte Clube |
Alcunhas |
Celeste
La Bestia Negra
Raposa
Palestra Mineiro |
Torcedor/Adepto |
Cruzeirense |
Mascote |
Raposa |
Fundação |
2 de janeiro de 1921 (92 anos) |
Estádio |
Mineirão (concessão) |
Localização |
Belo Horizonte, MG, Brasil |
Mando de jogo em |
Mineirão |
Capacidade (mando) |
64.000 Pessoas |
Presidente |
Gilvan Tavares |
Treinador |
Marcelo Oliveira |
Patrocinador |
Alpi Medic
Banco BMG
Brahma
Guaramix
TIM |
Material esportivo |
Olympikus |
Competição |
Campeonato Mineiro
Campeonato Brasileiro
Copa do Brasil |
2012
2012
2012 |
3º colocado
9º colocado
Oitavas-de-final |
2011
2011
2011 |
Campeão
16º colocado
Não disputou |
2010
2010
2010 |
3º colocado
2º colocado
Não disputou |
Ranking nacional |
10º lugar, 13.096 pontos |
Website |
www.cruzeiro.com.br |
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A
História do Cruzeiro Esporte Clube tem início no dia 2 de janeiro de 1921, quando o clube foi fundado por
Desportistas da Colônia Italiana Facista de Belo Horizonte, com o nome de Societá Sportiva Palestra Itália.
Nasce o Palestra Itália
![](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_sAXUjf_UTHiDjIuDo_S8jQkI8dZdnWsNEXVWn6G2fWZ7oW3f_ZDV2n6z24bWGWahrneJrv3Sspk1ze1Qh7mrhd2Wkva0lMMS_SakxvZF-gw5uB8qNSfhLuyl6RMcLEKWwcXrOWh7__lK_L2ddUjF-B-iLXiOWoR-h31w=s0-d) |
Sede da Colonia Italiana em BH |
No início do século XX, a colônia italiana de Belo Horizonte tentava, sem sucesso, formar um time de futebol que pudesse disputar os torneios locais. Pouco depois, foi a vez do
Palestra Brazil (1918), que nem chegou a ser implantado, ficando apenas no projeto.
Em 1920, aproveitando a presença do
cônsul italiano na
capital mineira, alguns desportistas da colônia levaram-lhe a ideia da criação do clube, nos mesmos moldes do
Palestra Itália, de São Paulo, o atual Palmeiras.
A resolução foi acertada depois que algumas das principais 'famílias
italianas', principalmente as abastadas, se prontificaram a participar
do projeto de
fundação do clube, que deveria representar a colônia em Belo Horizonte.
Na fábrica de materiais esportivos e calçados de Agostinho Ranieri,
situada à rua dos Caetés, ficou decidida a fundação do clube que deveria
fazer frente aos três grandes da capital: Atlético Mineiro, América e Yale. Nascia, naquele momento, a
Società Sportiva Palestra Itália, criada no dia
2 de janeiro de 1921. A reunião contou com a presença de 95 fundadores pelos presentes o escudo e uniforme que faziam referência às
cores italianas, e cuja inscrição
SSPI
seria gravada no centro do escudo. Outra definição acertada era que
apenas membros da colônia italiana poderiam vestir a camisa do time.E
Aurélio Noce foi eleito o primeiro Presidente o vice Giuseppe Perona. Bruno Piancastelli, secretário; Aristóteles Lodi, tesoureiro; Domingos Spagnulo, João Ranieri e Antonio Pace,
comissão de esportes.
O
Palestra Itália surgia como o representante da colônia italiana. O Palestra
era formado pelos donos das padarias, marmorarias, os arquitetos, era
uma equipe, principalmente de comerciantes e profissionais liberais,
tanto é que contruíram a Casa de Itália na Rua Tamóios, no centro da
Capital, uma imponente prédio, que depois foi a Assembléia Legislativa,
e, posteriormente, a Câmara Municipal. O novo clube tinha, na sua
maioria, membros ligados à Casa de Itália. A implantação do Palestra Itália foi rápida. Primeiro,em 12 de março de 1921 o clube se inscreveu na
Liga Mineira de Desportos Terrestres (LMDT), para participar do
campeonato local, ainda no ano de 1921. A formação do quadro de jogadores foi mais fácil do que se esperava, pois recebeu a inscrição de 16 atletas do Yale –
time com certa predominância de italianos – se transferiram para o novo clube, logo que souberam da sua criação. A debandada provocou um mal estar entre os clubes. Três meses depois de fundado, o
Palestra realizou a sua primeira partida,em em 3 de abril de 1921 no estádio do
Prado Mineiro,teve lotação máxima com 1.500 torcedores,enfrentando um combinado entre Villa Nova e Palmeiras, times de Nova Lima. O atacante João Lazarotti, conhecido por Nani, marcou os gols que deram a vitória ao Palestra.
A primeira conquista do Palestra veio duas semanas após a partida de estreia, quando enfrentou o Atlético,no dia 17 de abril de 1921 em partida promovida pela
Associação Mineira de Cronistas Desportivos (AMCD).
Em um campeonato oficial, a primeira participação do clube aconteceu no
Mineiro de 1921. Depois de passar por uma seletiva, o Palestra
conseguiu chegar à fase final, jogando contra os considerados “grandes”.
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Estádio do Cruzeiro(Barro Preto) |
Primeiro Estádio
Em 1922, o clube já tinha
comprado um quarteirão inteiro da Prefeitura por cerca de 50 mil réis. O adversário na estreia do estádio foi o Flamengo. A partida foi marcada para o dia
23 de setembro, próximo à comemoração do dia nacional da Itália
(20/9). O time mineiro, que tinha em sua linha de frente, formada por
Piorra, Nani, Heitor, Ninão e Armandinho, a sua grande arma, foi
reforçado por três atletas do Palestra Itália de São Paulo: o zagueiro
Gasparini, o meio-campista Severino e o atacante Heitor. Os gols da
equipe mineira foram de Ninão (2) e Heitor, enquanto Benevenuto, Agenor e
Mário anotaram para os cariocas.
Em maio de 1923, a
Federação Mineira decide oficializar os estádios do Cruzeiro e do América
como sedes dos jogos da Serie A do Campeonato da Cidade, enquanto o
Estádio do Prado passou a abrigar apenas as partidas da Série B.No dia 1 de julho de 1923, o Cruzeiro disputou sua primeira partida oficial, em seu próprio estádio, na goleada de 6 a 2 sobre o Palmeiras.
Pela primeira vez, em 16 de julho de 1925, dois jogadores do Cruzeiro integram a
Seleção Mineira na disputa do
Campeonato Brasileiro de Seleções. O ponta direita Piorra e o meia direita
Ninão fizeram parte da equipe titular que goleou a Seleção do antigo estado do Rio, que era composto por jogadores dos clubes de Niterói, por 6 a 0, no estádio das Laranjeiras, no Rio de Janeiro.
Nos dias 2 e 3 de maio de 1926, o Cruzeiro disputou seus primeiros jogos fora de Minas Gerais. Ambos foram na cidade de
Caçapava-SP. No primeiro contra a
Caçapavense, foi derrotado por 2 a 1 e o segundo contra a
Seleção de Caçapava
empatou em 1 a 1. No retorno a capital, o clube foi suspenso por seis
meses por ter disputado os amistosos sem o consentimento da Federação
Mineira.
Em abril de 1927 o Cruzeiro inaugurou sua primeira sede no segundo andar do edifício do
Banco Pelotense na
Praça 7, no centro da capital. Anteriormente, o clube usava o salão da
Casa d'Italia, na rua Tamoios, para reuniões e assembleias.
Há uma confusão no que diz respeito a um clube existente na capital chamado Yale. Muitos imaginam que este deu origem ao
Palestra e posteriormente ao
Cruzeiro. O Yale também era um clube fundado por descendentes de italianos,
que surgiu anos antes do Palestra. Mas, após uma crise, e com o
crescimento do outro clube de imigrantes em Belo Horizonte, grande parte
dos associados e jogadores do Yale migraram para o Palestra. Foram
registrados até hoje apenas quatro jogos entre os clubes, são eles:17 de
Julho de 1921 Palestra 0 x 1 Yale, 6 de Novembro de 1922 Palestra 0 x 0 Yale, 7 de Maio de 1922 Palestra 0 x 0 Yale e 5 de Agosto de 1923 Palestra 3 x 2 Yale.Todos os jogos válidos pelo Campeonato da Cidade.
Familia Fantoni
![](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_taoEZjKssaGtlAXRavWKeFOst9qfSW8LgOe1FXAZu2ohrAPwe0wCzB3wmeHX2BiRO3g_JId01E_oyMea0Xa-fO98V8olSMc6IqoBLdxrarxtN9dARqjmUfMezEQOeq_ShCXxx1U4ZiS17Z0VnYHJdUAw3ox90j=s0-d) |
Tricampeonato 1928 - 1929(invicto) - 1930(invicto) |
ATITUDES PIONEIRAS 1926 - NÃO JOGOU A PRIMEIRA DIVISÃO DO CAMPEONATO MINEIRO.
Dois fatos importantes na história o Palestra/Cruzeiro, que são
estandartes a aumentar nosso orgulho e admiração pela nação celeste:
- Em (1925), por iniciativa interna, jogadores e dirigentes, decidiram suprimir dos estatutos a cláusula que tornava a agremiação exclusiva de italianos e descendentes. Isso ensejou o registro do jogador sírio-libanês Nereu, na esquadra do Barro Preto. Abria-se definitivamente para o mundo as portas do clube.
A
trajetória do Palestra já era surpreendente até então, e o primeiro título
mineiro não demorou a chegar, embora tenha ocorrido de um modo confuso. A falta ao jogo em Minas Gerais valeu ao
Palestra
uma suspensão de seis meses da Liga mineira, que inviabilizou a disputa
do campeonato de 1926. Sem se intimidar, os dirigentes do clube
solucionaram o problema com a criação de uma outra Liga, que organizou o
próprio campeonato. No final do ano, o estadual teve dois vencedores, o
Atlético por um lado e o Palestra pela outra Liga.
A Liga criada pelo Palestra ganhou o reconhecimento da
CBD. Ao ver que os dirigentes do clube não voltariam atrás, a
LMDT
recuou em 1927, depois de ameaçar tirar banir o Palestra, e repatriou a
equipe do Barro Preto, que exigiu a inclusão dos clubes integrantes da
AMET no campeonato.
Em 17 de junho de 1928, o Cruzeiro aplica a maior goleada de sua história: 14 a 0 sobre o Alves Nogueira de Sabará, no Barro Preto. O atacante
Ninão
fez 10 gols na partida e se tornou o maior artilheiro em uma só partida
da história dos campeonatos organizados pela Federação Mineira
Com a goleada por 6 a 1 sobre o Villa Nova, no Barro Preto, no dia 6 de janeiro de 1929, o Cruzeiro conquistou o Campeonato da Cidade de 1928. O empate surpreendente, do Atlético
com o Alves Nogueira, em 3 a 3, na preliminar, beneficiou o time
cruzeirense, pois o Galo, que ainda tinha um jogo a cumprir contra o Villa Nova, ficou a três pontos na tabela de classificação e sem chances de alcançar o Cruzeiro na liderança.
Um ano após a conquista do
tri-campeonato mineiro, o Palestra perdeu os jogadores
Ninão e Nininho,
que se transferiram para o futebol europeu, além de outros cinco astros
da máquina que empolgara a torcida na recente façanha: Nereu e Rizzo
haviam pendurado as chuteiras, Pires retornou para Nova Lima, Carazzo
foi para o futebol paulista, e o zagueiro Bento morreu. Surgia então um
novo Fantoni, o atacante Niginho, irmão de Ninão e primo de Nininho, que havia participado do time anterior, mas só agora ganharia a condição de titular.
'
Ítalo Frattesi, o Bengala, que era titular do time de futebol e Aristóteles Lodi organizam as primeiras equipes de basquete e vôlei em 1930
Em março de 1931, os primos
Ninão (atacante) e
Nininho(lateral esquerdo), são contratados pela Lazio da Itália. Foram os primeiros jogadores do futebol brasileiro contratados pelo futebol europeu.
Como era o
tricampeão de 1928-1929-1930, o Cruzeiro reivindicou a
Taça Liga Mineira, junto a
Federação, em janeiro de 1931. Segundo o regulamento, o
troféu instituído em 1922,
ficaria de posse definitiva da equipe que conquistasse três vezes
consecutivas ou quatro alternadas o Campeonato da Cidade. Em vista do
descaso do presidente da entidade,
Tomaz Neves, que também era presidente do Atlético, a diretoria cruzeirense colocou uma bola na vitrine da sede em cujo coro vinha a seguinte inscrição:
Palestra 5, Atletico 2, em alusão a goleada que definiu o Campeonato de 1929.No dia 25 de fevereiro de 1931, a
Federação Mineira finalmente fez a entrega da
Taça Liga Mineira ao Cruzeiro e descobriu que o clube já teria direito ao prêmio, quando conquistou o título de 1929, pois em 1927,
uma reforma nos estatutos da Federação diminuiu de três para dois anos
consecutivos a posse definitiva do troféu. Quanto a conquista do título
de 1930, a posse da taça seria temporária.
A segunda partida da decisão do Campeonato da Cidade, que deveria ser disputada no dia 6 de dezembro de 1931, no estádio de Lourdes, contra o Atlético,
não acontece porque a diretoria do Galo não conseguiu acertar a
contratação de um árbitro carioca para apitar a partida, conforme acordo
entre os clubes. Na preliminar entre os times B, os jogadores
cruzeirenses foram agredidos por torcedores do Atlético. Por causa dos
incidentes a diretoria do Cruzeiro rompeu relações com o Atlético.Jogadores de Atlético e Cruzeiro
à revelia de ambas as diretorias dos clubes que estavam em litígio
organizam amistosos em nome da paz entre os clubes. O primeiro em 27 de dezembro de 1931, no estádio de Lourdes, terminou empatado em 1 a 1.
Em 1932, Cruzeiro, América, Atlético, Florestina e Associação Mineira de Moços-AMA, fundam a Federação Mineira de Basquete.
O Cruzeiro sagrou-se o primeiro campeão de Belo Horizonte com a
seguinte formação: Bengala, China, Manoel, Bolão, Bruno e Quinquim.
Bengala que já havia sido tricampeão da cidade de futebol, também se
tornou campeão de basquete como jogador e técnico
O atacante Niginho é contratado pela Lazio, da Italia, em julho de 1932.
No dia 23 de maio de 1933, Cruzeiro, Atlético, Villa Nova e Siderúrgica adotam o regime profissional. Ambos se desfiliaram da
Confederação Brasileira do Desporto-CBD,
que não admitia o futebol profissional e passaram a fazer parte da
Federação Brasileira de Futebol-FBF, que foi criada pelos clubes
profissionais do país naquele ano. A FIFA não reconheceu a FBF.O Cruzeiro venceu o clássico contra o Atletico por 2 a 1, em 28 de maio de 1933, no Barro Preto. Foi o primeiro jogo da era do regime profissional
Após a goleada de 4 a 1 sofrida para o Tupybambas, em Juiz de Fora, pelo Campeonato Mineiro, em 1 de outubro de 1933, o
diretor Nello Nicolai, do Cruzeiro,
denunciou o árbitro Cid Roso de ter sido subornado para manipular o
resultado o jogo. Semanas após a partida, o árbitro foi flagrado por
dirigentes do Atlético e do Siderúrgica, no
bar Tip Top, em Belo Horizonte, pedindo dinheiro para manipular o resultado de um jogo. O árbitro foi banido do futebol mineiro.
Em 1933,
o profissionalismo chega ao futebol. O Palestra, bem enfraquecido, não
conseguia repetir o sucesso do final da década de 20, quando tinha um
timaço. As suas estrelas se limitavam ao goleiro Geraldo Cantini e aos
atacantes Piorra, Bengala e Armandinho. A intenção do grupo era mudar o
nome do clube que já havia deixado de ser uma associação exclusiva da
colonia italiana e por isso não havia mais sentido em se usar o nome
Itália. A ideia sofreu resistências mas acabou ganhando aliados.
Em 2 de dezembro de 1934, Cruzeiro e Atlético marcaram um amistoso no Barro Preto.
Antes do início da partida, uma chuva forte deixou o campo alagado e
impraticável para o futebol. Por causa do grande público que compareceu
ao estádio, os clubes decidiram fazer um jogo de 55 minutos de duração.
Estranhamente, o árbitro
José Pedro Rizzo (ex-jogador do Cruzeiro) anulou um gol marcado por
Carlos Alberto (Cruzeiro) e Lola (Atlético),
alegando que as poças d’água haviam atrapalhado os goleiros. No dia
seguinte, os dirigentes de ambos os clubes admitiram, publicamente, que
orientaram o árbitro a anular gols de qualquer natureza.
Em março de 1935,
o atacante Niginho que havia sido convocado pelo exército italiano para
a guerra na abissínia, foge para o Brasil. Vários dirigentes de clubes
cariocas estiveram presentes no desembarque do jogador no Rio de Janeiro, mas Niginho recusou todas as propostas e optou em voltar ao Cruzeiro justificando que ele era uma extensão do clube.
Em 31 de março de 1935 o Cruzeiro
estreou no Campeonato da Cidade contra o Retiro, de Nova Lima, no Barro
Preto. O jogo teve a presença de dois árbitros em campo: Dunorte André e
Edgar Pernambuco. Cada um era responsável por uma metade do campo. A
experiência da Federação Mineira foi extinta no returno do Campeonato.
Jogadores e dirigentes do Cruzeiro foram vítimas de um massacre no estádio da
Praia do Ó, em Sabará,
em 2 de junho de 1935, numa partida pelo Campeonato da Cidade. Na
metade do segundo tempo, quando o time sabarense vencia por 7 a 3,
torcedores invadiram o campo dando início a uma série de agressões aos
atletas cruzeirenses. Após vários minutos de interrupção, o jogo
recomeçou e o Cruzeiro ainda diminuiu o placar marcando mais dois gols.
Durante a semana, as relações com o Siderúrgica foram rompidas. O saldo
foi de mais de 20 feridos, entre jogadores, comissão técnica e
torcedores.
Em maio de 1936, o Cruzeiro inaugura a sua quadra de basquete.Em 28 de outubro de 1936, o Cruzeiro decide desfiliar-se da
Federação Mineira
sob a alegação de que estava sendo perseguido pelos poderes da
entidade. Consequentemente, abandona o Campeonato da Cidade que ainda
estava em andamento.
Nos dias 9 de novembro, Cruzeiro e América (que também havia abandonado o Campeonato e se desfiliado da Federação Mineira) decidem retornar a
Confederação Brasileira do Desporto-CBD e abandonam a
Federação Brasileira de Futebol-FBF.
Com o retorno do Cruzeiro a CBD, que era reconhecida pela FIFA, o atacante
Niginho foi convocado para a Seleção Brasileira para a disputa do
Campeonato Sulamericano, na Argentina, em dezembro de 1936.O Brasil estreou no Campeonato Sulamericano com uma vitória por 3 a 2 sobre o Peru, no estádio La Bombonera, em Buenos Aires, em 17 de dezembro de 1936.
O atacante Niginho, do Cruzeiro, tornou-se o primeiro jogador de um
clube mineiro a jogar e a marcar um gol pela Seleção Brasileira.
O departamento de basquete é reorganizado em 1938.Um grupo de sócios, dirigentes e atletas formam a ala renovadora em 30 de setembro de 1939. A proposta principal do grupo era nacionalizar o clube e alterar o nome
Palestra Itália e as cores da bandeira italiana no uniforme por símbolos brasileiros.
Palestra Itália torna-se Cruzeiro
A má fase
Palestrina só teve fim no ano de 1940, quando o time voltou a conquistar o
título mineiro.
Após muita confusão durante a competição, o time decidiu o campeonato
com o Atlético, já em 41, numa melhor de três. O Palestra venceu a
primeira partida por 3 x 1, e o Atlético deu o troco, fazendo 2 x 1 no
segundo jogo. No terceiro e último duelo,
Nibinho e Alcides fizeram os gols que garantiram a vitória por 2 x 0 e o título do Campeonato. Esta seria a última partida do time com o nome de
Sociedade Esportiva Palestra Itália.
Em janeiro de 1941, toma posse o presidente Ennes Ciro Poni, que era
um dos integrantes da Ala Renovadora. Ele inicia o processo de
reorganização e nacionalização do clube.Com a
Segunda Guerra Mundial, em 1941, o
Governo Brasileiro declarou guerra aos
países do Eixo (Alemanha, Japão e Itália). O Estádio do clube sofreu
ameaça de ser incendiado, salvando-se graças à intervenção da Polícia Militar.
Em 30 de janeiro de 1942,neste dia então o Palestra Itália passou a se
chamar Palestra Mineiro, a situação ficou insustentável, e o Palestra
teve o mesmo destino do seu homônimo paulista: foi obrigado a mudar de
nome, pois o governo federal decretou uma lei proibindo o uso de termos
que fizessem referência a algum dos
países do Eixo. A ideia de se transformar o clube numa entidade totalmente brasileira só foi concretizada em 29 de setembro de 1942,
quando numa no dia 2 de outubro de 1942,o presidente Ennes Ciro Poni
convocou uma assembleia geral reunindo a diretoria,foi aprovada uma nova
mudança no nome do clube que passou a se chamar Ypiranga.
Entre os dias 3 e 7 de outubro de 1942 os jornais da cidade passaram a se referir ao clube como
Ypiranga, porque pensavam que o nome sugerido pelo presidente
Ennes Ciro Poni é o que seria aprovado na assembleia.Na assembleia geral, em 7 de outubro de 1942,
os conselheiros e sócios mantiveram o regime profissional e aprovaram a
sugestão de se alterar o nome e as cores do clube. Foram sugeridos
nomes como
Yale e Ypiranga, mas Cruzeiro Esporte Clube acabou sendo escolhido em homenagem ao símbolo maior da pátria brasileira, a constelação do
Cruzeiro do Sul. O uniforme passou a ser azul, em homenagem a cor oficial da residência da realeza italiana, a
Casa de Savoia.
Assim, o clube passou a ostentar os símbolos das duas pátrias e que,
inclusive, eram presentes nos uniformes das seleções esportivas de ambos
os países. No entanto, o clube continuou jogando com o nome e o
uniforme do
Palestra Mineiro até 1943.
Em 17 de dezembro de 1942, Mário Grosso foi eleito pelo Conselho para presidente do
Cruzeiro (era o primeiro desde o surgimento do novo nome). O primeiro jogo da equipe com o nome
Cruzeiro aconteceu no final de 1942, diante do
América. O nome deu sorte, e o Cruzeiro venceu por 1 x 0, gol de Ismael.
O Cruzeiro sagrou-se o primeiro campeão da categoria júnior de Minas Gerais. Após golear o Sete de Setembro por 5 a 1, na última rodada, em 5 de dezembro de 1943,
o time estrelado levantou o primeiro caneco da categoria. O time
revelou o zagueiro Duque e o atacante Alvinho.Com a goleada por 5 a 1
sobre o Siderúrgica, no estádio da Praia do Ó, em Sabará, em 19 de dezembro de 1943,
o Cruzeiro confirmou o título de campeão da cidade. A torcida
cruzeirense alugou um trem especial para a cidade vizinha sendo chamado
de
"Trem da vitória".Em 10 de setembro de 1944, o Cruzeiro sagrou-se bicampeão da categoria júnior ao derrotar o Siderúrgica na última rodada.
O Cruzeiro
venceu o Siderúrgica por 2 a 1, no estádio da Alameda, em 21 de janeiro
de 1945, e conquistou o bicampeonato da cidade de 1943-1944 com uma
rodada de antecipação.
O time juvenil de basquete sagrou-se campeão metropolitano de 1944
Em 1945, o cartunista
Mangabeira (Fernando Pieruccetti), do jornal
Folha de Minas, criou as mascotes dos clubes que disputavam o campeonato da cidade. Ele escolheu uma
Raposa para representar o Cruzeiro, devido a astúcia do clube em descobrir jovens talentos do nosso futebol antes dos rivais.
Reinauguração do Estádio
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Geraldo II goleiro,fez 34 defesas na final do mineiro 1944,ajudando time o ser campeão |
Apesar da estreia do nome Cruzeiro ter sido no final de 1942,
foi só em 1943 que o time passou a usar o novo uniforme: camisas azuis,
com golas brancas, calções brancos e meias em azul e branco. O símbolo
agora era a
Constelação do Cruzeiro do Sul. A estreia deu-se num amistoso diante do São Cristóvão, do Rio de Janeiro. Além dos novos atletas, continuavam no elenco grandes jogadores, como
Alcides e Geraldo II.
O novo time era melhor que o anterior e conquistou o título do
Campeonato Mineiro de 43, o primeiro da Era Cruzeiro. Ninguém retratava
melhor estas dificuldades e a determinação dos cruzeirenses
(ex-palestrinos) do que um brasileiro chamado Geraldo Domingos e, para
nós cruzeirenses, imortalizado como Geraldo II.
Ele, como pedreiro, trabalhara, muitas vezes de graça, construindo
com suas próprias mãos e suor, no Barro Preto, o Estádio JK. No
campeonato de 1944 Geraldo II nos brindaria com sua maior apresentação, o
Cruzeiro vinha em segundo no campeonato e revolucionara o futebol
regional com um esquema onde todos ajudavam na marcação.
O simpático Siderúrgica de Sabará era uma das potências do Estado à
época e naquela partida decisiva do campeonato viera com tudo buscando
superar o Cruzeiro e seguir rumo ao título. Jogo começara e logo a
Siderúrgica veio para cima e logo no primeiro ataque contra o gol de
Geraldo II, o "Esquadrão de Ferro" balançou as redes do Cruzeiro, foi um
bombardeio à meta do Geraldo II, 34 defesas durante a partida, número
que impressiona. O time bairro preto conseguiu, heroicamente, virar
aquele jogo. Depois, aos 39 minutos do segundo tempo, Niginho recebeu
passe de Ismael e com um toque de craque colocou a bola no canto
esquerdo do gol de Princesinha revertendo o placar.
Em 1º de julho de 1945,
o Cruzeiro estreia seu novo estádio. O gramado também sofreu
alterações, com a implantação do novo sistema de drenagem. O jogo de
inauguração do estádio Juscelino Kubitschek, nome dado em homenagem ao
então prefeito de Belo Horizonte, foi contra o Botafogo: empate em 1 x
1, com gols de Niginho para o Cruzeiro e Heleno de Freitas para o
alvinegro.
No dia 21 de novembro do mesmo ano, foram inaugurados os refletores
do estádio. O Cruzeiro recebeu o América-RJ e não foi exatamente um bom
anfitrião, goleando os cariocas por 4 x 0, com 3 gols de Braguinha e um
de Niginho.Seu portão de entrada,ainda continua igual na entrada da sede
Urbana do Cruzeiro Esporte Clube.
Em 3 de janeiro de 1946, o Cruzeiro empatou em 2 a 2, com o Libertad,
do Paraguai, no Barro Preto. Foi o primeiro jogo do clube contra uma
equipe do exterior. Os paraguaios vinham invictos de uma excursão a São
Paulo.
Por iniciativa do diretor José Fialho Pacheco, o clube passou a
alugar um trem para os torcedores acompanhar os jogos do time pelo
interior no Campeonato da Cidade. O "Trem da Vitória", como passou a ser
chamado, duraria até o início dos anos 1960 e a sua estreia foi na
partida contra o Siderúrgica, em 24 de março de 1946, no estádio da
Praia do Ó, em Sabará.
Atletas do Cruzeiro viajavam de trem
30 de maio de 2012 · Memórias de Varginha ·
Piazza, Dirceu Lopes e Tostão
Piazza estacao BH
Natal e Raul Plassmann_Evaldo e Neco
Dirceu Lopes, Piazza e Tostão
Carlos Cornwall, especial para o blog
Madeira,não sei se no jogo contra o Sport Recife em Varginha, o Cruzeiro vai vir de avião ou ônibus, só sei que em outros tempos, viria normalmente de trem de passageiros. Olha essas relíquias de amigos que fazem parte de Entidades de Preservação Ferroviária, esse timaço viajava de trem para jogar um maravilhoso futebol, esse time inclusive chegou a golear o Santos de Pelé, mas também com craques como Tostão, Piazza, Natal, Dirceu Lopes.
Atletas do Cruzeiro viajavam de trem
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![Dirceu Lopes, Piazza e Tostão](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_vXBTym9cMu4tknFJv8RBa-KC-Bb-dLn4cSvDGwZHJsKg5KIfeokM2eHEehmXOquXYMiToNmchj_t5C3sFXaNOt-457uqVDY2WWopktTtYasNxSUpix3gN19dA63lqUw1HhGeME29-NOERMzhJpN3W0V78750cym7pU_QozndD92mlOUgLiuZfCH6Y=s0-d) |
Tostão, 1º da direita para a esq. |
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Olha essas relíquias de amigos
que fazem parte de Entidades de Preservação Ferroviária, esse timaço
viajava de trem para jogar um maravilhoso futebol, esse time inclusive
chegou a golear o Santos de Pelé, mas também com craques como
Tostão,
Piazza, Natal, Dirceu Lopes.
Crise financeira
A partir de meados da década de 40, após os títulos de 1943, 1944 e 1945, o
Cruzeiro
entrou numa grave crise financeira, mergulhado num mar de lama. O
difícil para esses jovens era como atuar muito perto da direção do
clube. A solução encontrada, que parecia poder ajudar o Cruzeiro a sair
do fundo do poço, era a prática de esportes especializados.
Em 1955 o Conselho levou a pauta da assembléia geral a retirada do
clube do futebol e a extinção do esporte no clube, estando registrado no
edital de convocação.
Mas, apesar do fortalecimento de outros esportes, é claro que o futebol do '
Cruzeiro
continuou na ativa, participando dos campeonatos estaduais, porém sem
grandes conquistas. O destaque do time dessa vez não estava no ataque,
mas no gol: era o experiente goleiro Geraldo II.
Sede Social
![](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_vsFAmfu4RzqHLm4OOuC4DAl3wxHwjJLurVUkYwFSlo-n9TQcuBjdlegvWVq9dhGB0u3j7hJO5Bwr0PWvhOrCbmXT0wgQx_mjMJjhi_VsFvK7MC81bQfXO62raKYFzgY2g21Ew0c45ENEokapwKsKbkmWIDWk2XZtM-4rvSDDEBtY68rPs9=s0-d) |
Clube sede do Cruzeiro, em Belo Horizonte |
Depois do sucesso do chamado esporte especializado do
Cruzeiro,
o pessoal do futebol passou a dar importância à Ala Jovem, permitindo
que seus membros entrassem para o Conselho Deliberativo do clube. Em
meio à crise financeira, a presidência cruzeirense ficou vaga, com a
saída de
José Greco. A
Ala Jovem, atuando dentro do clube, dava início ao projeto de construção de uma
Sede Social para o Cruzeiro, com a ajuda novamente da Loteria do Estado, que havia liberado verba para a construção do prédio. No final de 1954, a construção da
Sede Social do Barro Preto foi finalizada, já no mandato de Eduardo Bambirra (terceiro presidente do clube em 54). Confirmando os planos da
Ala Jovem, a
Sede Social veio como uma salvação para o clube. No final das contas, o
Cruzeiro acabou reconquistando o título de campeão mineiro, que não obtinha desde 1945. Mas tudo acabou, no final, em pizza. Apesar de ter sido declarado campeão de 1956 pela Justiça, em 1958 o Cruzeiro aceitou dividir o título com o ainda inconformado Atlético.
Duas facções passaram a disputar o poder no
Cruzeiro, no final dos anos 50.
Uma corrente era a do Barro Preto, formada por pessoas ligadas ao
esporte especializado. A outra era dos chamados oriundi, onde
sobressaíam Antonino Pontes, Hélio Volpini, Carmine Furletti e Felício
Brandi, homens ligados ao futebol do clube. O time foi reformulado,
recebendo jogadores vindos do interior e da várzea, casos dos zagueiros
Procópio e Massinha, do meia-direita Nelsinho e do atacante Gradim,
entre outros. O Cruzeiro conquistou o título de 1959. Em 1960, estreando um novo uniforme, com pequenas modificações, o Cruzeiro conquistou o bicampeonato.
Sede Administrativa
![](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_vpdmGCbqp_28NW2-vGdsIdNwM6uQDVvSi_u-fqqEtBII4hKzOuv1jdHoFEOf4WD_jGrwaYuT0zEy5kLslU68whe-IwRBA5zpt_41rewGnUz9Wd4SbMzGy9wXYFHQ=s0-d)
A Sede Administrativa do Cruzeiro está localizada em um grande, moderno
e funcional prédio, há poucos metros do Parque Esportivo do Barro
Preto, e comporta importantes áreas para o funcionamento do Clube, como o
departamento jurídico, marketing, comercial, tecnologia da informação,
secretaria, administração, patrimônio e acervo, além da presidência,
entre outros.
Inaugurada em 2003, a Sede Administrativa Presidente Zezé Perrella tem
linhas arrojadas e modernas, com revestimento em vidro azul laminado,
espelhado, ajustado a uma torre de circulação vertical revestida em
porcelanato branco A área total é de 4,3 mil metros quadrados e a
estrutura é dividida em oito andares.
Parque Esportivo do Barro Preto
![](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_vGm_aX2sWmt73t0DOHclsK47QQSZrpIOQ0Ka3DQfCDCaoRwQ6MWGGuOVo7uhkn5vh8jhmBaOXTfjqkstqhyeaTFhT3l-dkz4Sqj5xVvEz28uee1Bigm5zicNyu=s0-d)
O Parque Esportivo do Barro Preto foi fundamental para o crescimento do
Cruzeiro desde o momento de sua criação, na década de 1950, e até hoje
oferece aos sócios uma excelente oportunidade de diversão na área
central de Belo Horizonte.
Com uma área superior a 11 mil metros quadrados, o Parque Esportivo
conta com piscinas adultas e infantis, toboáguas, vestiários, quadras,
campo de grama sintética, ginásio poliesportivo, salão de jogos e
eventos, bares e restaurantes. Além dos sócios, a estrutura do Barro
Preto também é a sede da escola de esportes, para crianças, do Cruzeiro,
e também abriga o centro de treinamentos da equipe profissional Sada
Cruzeiro Vôlei.
Sede Campestre
![](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_vUQDwWuXtW5A2WHfj2TCAOPYMcqxb0gEQHERqrN26_Tfju8XmW0FAd2FYF_2sOXJKu8j2qW9d-jiLRqT2WEnu7qx92hUHEK5dUUGagU-is-gU_JzrhQwtYGrZrkw=s0-d)
A Sede Campestre do Cruzeiro é um completo complexo de diversão para
atender o associado cruzeirense. Em uma área com mais de 55 mil metros
quadrados, o clube oferece sete piscinas, sendo uma em padrão olímpico,
toboágua, departamento médico e salva-vidas, parquinho com brinquedos
para crianças, seis quadras de futebol e basquete, três quadras de
vôlei, 14 quadras abertas de peteca e três cobertas, ginásio esportivo,
salão de jogos, três campos de futebol soçaite, campo de futebol com
grama sintética, pista de cooper, saunas, bares, restaurantes, quiosques
com churrasqueiras e equipes de apoio, salão de eventos e
estacionamento para 250 carros.
Além de ser uma garantia de bom entretenimento para os associados, a
Sede Campestre do Cruzeiro abriga importantes festas produzidas pelo
Clube, como a tradicional “Una Notte in Itallia” e o “Churrascão do
Cruzeiro”, um dos principais eventos de música e gastronomia de Minas
Gerais.
Toca da Raposa I
![](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_u2V2oipElWqub06e0no_wxc79g3-HoQwJx92AshV3J0br_Q23BmOhVA6WgOJCMUXG0AZI4lbLxu_RvTef8KDPa9fCcIAuQ1zDB_t8hh6XRqm6nFNVDIvcP2wY7HQ=s0-d)
O Cruzeiro Esporte Clube conta com um amplo e moderno centro de
treinamentos para cuidar dos craques do futuro: a Toca da Raposa I.
Construída em um terreno de 60 mil metros quadrados, a Toca I se tornou o
primeiro centro de treinamento projetado para concentração de uma
equipe de futebol no Brasil, em 1973. A Toca da Raposa I é há anos
referência de qualidade, tanto é que a estrutura foi utilizada para a
preparação da Seleção Brasileira para as Copas do Mundo de 1982 e 1986.
O local de treinamentos para os jovens cruzeirenses conta com quatro
campos de treinamento, sendo um de grama sintética, piscina, academia,
departamentos médico, odontológico e de nutrição, escritórios
administrativos, biblioteca, refeitório, auditório e sala de vídeo,
alojamentos e vestiários, um moderno hotel para o programa de
intercâmbios e uma escola com ensino fundamental e médio para viabilizar
a formação educacional dos atletas.
Neste projeto, delegações de vários países são recebidas na Toca I e
participam do programa que oferece, além de acomodação e alimentação, o
acompanhamento de uma equipe de profissionais que compartilham
experiências através de práticas dinâmicas.Os atletas do exterior
conhecem novas técnicas, participam de campeonatos e aprimoram o
futebol.
Toca da Raposa II
A Toca da Raposa II é o centro de treinamentos da equipe profissional
do Cruzeiro. Considerada como uma das mais modernas estruturas de
futebol de todo o mundo, a Toca II foi inaugurada em março de 2002 e
conta com visitas diárias de cruzeirenses de todas as partes do país e
demais apaixonados por futebol no mundo.
A área total da Toca II é de 83 mil metros quadrados, com 4,2 mil
metros quadrados de espaço edificado. Neste espaço encontram-se quatro
campos de treinamento, piscina térmica, quadra poliesportiva, solarium,
restaurante, hotel com 26 apartamentos, salão de jogos, sala de cinema,
escritórios administrativos, além de modernos departamentos de nutrição e
médico, composto por consultórios de clínica geral, ortopedia,
odontologia, fisioterapia, fisiologia e sala de raio X.
Era Felicio Brandi
Em 1961,
Felício Brandi
assume a presidência do clube, em substituição a Antonino Pontes. O
time, até então conhecido nacionalmente, passaria a se notabilizar no
cenário internacional. Já no primeiro ano no comando do clube, o
presidente viu seus atletas conquistarem mais um tricampeonato para a
história cruzeirense. A construção da
sede Campestre foi feita com a venda de cotas que garantiram o início das obras. A inauguração ocorreu em 1961. O clube havia ganho um terreno da Prefeitura no final dos anos 40 e ainda não construíra nada no local. Em 1961, a primeira parte da Sede Campestre ficou pronta, já com 4 000 associados.
Em 1964, começou a ser formado o
maior time do Cruzeiro de todos os tempos, que mais tarde viria a conquistar diversos títulos importantes. O sonho do presidente
Felício Brandi era o de transformar o Cruzeiro em uma equipe tão forte e competitiva quanto o Santos de Pelé. Naquele ano de 64, chegaram ao Cruzeiro o zagueiro William e o meia Hilton Chaves, que pertenciam ao América, e o jovem Wilson Piazza,
do Renascença. O técnico Marão foi responsável pela descoberta de
muitos craques, mas foi substituído por Aírton Moreira, depois que o seu
time fracassou no Estadual daquele ano. Aírton foi testando os
jogadores e montando a fabulosa equipe que pouco tempo depois escreveria
as mais belas páginas do Cruzeiro no mundo do futebol brasileiro e
internacional.
Era Mineirão
![](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_vPZEiuKy4Nfy-39-ljcUgw7t4eHNSNoY6G9OodjS1rsWO6a-GJP1JASURy3gUDKV0G1aJOGZR1kaI3W7-T4uN25YNnFSiHp5HKDjWmp-Hq3iIBzbh9PnkyOChZTlKTnt77pzV6d0S5KUQPX1G2QVgRr13erxQIuucFYVQa9ffzOi2ZuBEBHykVvEMDU6Zirf5jQsdsnuYB=s0-d) |
Entrada do Estádio Do Mineirão |
A partir de meados da década de 60, mais precisamente 1965,
o Cruzeiro começa a surgir no cenário nacional e internacional como uma
grande potência. A história do clube pode ser dividida entre antes e
depois daquele ano. O curioso é que essa data permite também a divisão
da história do futebol mineiro, pois também em 1965 é inaugurado o
estádio José de Magalhães Pinto, o Mineirão. O Campeonato Mineiro de 1965
teve início no mês de julho, dois meses antes da inauguração do
Mineirão. Até então, o Cruzeiro não havia engrenado e fazia uma campanha
irregular no certame. Depois da inauguração, tudo mudou. Como que
inspirado no novo estádio, o time se transformou, passando a desfilar um
futebol empolgante. A diretoria cruzeirense, trabalhando em sintonia
com o time campeão de 1965, investiu ainda mais para a temporada de 66,
fortalecendo a equipe. Trouxe o zagueiro Cláudio, que atuava no Grêmio, o
atacante Evaldo, jogador do Fluminense, e o goleiro Raul, até então um
mero reserva do São Paulo. Raul foi para o Cruzeiro graças à negociação
do colega Fábio, que saira transferido para Tricolor paulista. O
presidente
Felício Brandi recebeu informações sobre o goleiro
reserva do Morumbi e, por meio de uma ligação para Vicente Feola,
responsável pelo futebol do São Paulo, acertou a contratação do jovem
goleiro. Primeiro veio a conquista do bicampeonato mineiro. O Cruzeiro
sobrou no estadual, conquistando o título com duas rodadas de
antecedência. O clube fez uma ótima campanha na Taça Brasil até chegar
às finais, quando enfrentaria o temível Santos. Na primeira partida, o Cruzeiro arrasou os paulistas, fazendo um surpreendente
6 x 2
no Mineirão. O primeiro passo já havia sido dado, mas havia ainda o
jogo em São Paulo. Os garotos cruzeirenses precisavam arrancar ao menos
um empate na Terra da Garoa para ficar com a Taça.Todos acreditavam que a
derrota humilhante do último jogo seria devolvida. A confiança era
tanta que no intervalo da partida, dirigentes paulistas procuraram o
presidente do Cruzeiro para marcar a terceira partida para o Maracanã.
O técnico Aírton Moreira utilizou a atitude prepotente dos paulistas
como estímulo aos seus jogadores. Após perder o primeiro tempo por 2 x
0, o Cruzeiro se recuperou na segunda etapa. Os gols dos mineiros foram
marcados por
Tostão,
Dirceu Lopes
e Natal, enquanto Pelé e Toninho fizeram para o time da casa. A
conquista foi de tamanha repercussão que, no ano seguinte, o Torneio
Rio-São Paulo teve que abrigar clubes de Minas Gerais e Rio Grande do
Sul, criando o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o "Robertão", embrião do atual Campeonato Brasileiro. Ainda em 1967, devido à Taça Libertadores da América,
o Cruzeiro disputa sua primeira partida oficial no exterior, contra o
Deportivo Galicia, da Venezuela, em Caracas, vencendo por 1 a 0.
Nesse período, surgem os primeiros grandes ídolos do clube:
Tostão,
Dirceu Lopes,
Wilson Piazza e
Raul Plassmann. Em 1966, Tostão foi o primeiro jogador de um clube mineiro a disputar uma Copa do Mundo. Em 1970, quatro jogadores conquistam o Tri pela Seleção: Tostão, Piazza, Fontana e Brito (ex-Vasco da Gama). O Campeonato Mineiro de 1967
foi um dos mais disputados da década, com o Atlético chegando a abrir
cinco pontos na frente da Raposa, que se recuperou no final e conseguiu
terminar a primeira fase empatada com o seu grande rival. A decisão do
Estadual aconteceu no início de 1968
e colocou frente a frente os dois mais tradicionais times do Estado.
Pela primeira vez, Atlético e Cruzeiro faziam uma final no Mineirão. O
time de Tostão, Dirceu Lopes e companhia voltava a fazer o Cruzeiro
tricampeão Mineiro.
Taça Brasil de 1966
Antes da Decisão -
A Academia Celeste !
Após 22 partidas pelo Campeonato Mineiro de 1965 e 6 pela Taça Brasil
1966, em 30 de novembro de 1966, o Cruzeiro começava a escrever contra o
Santos
uma das páginas mais importantes de sua história, seu primeiro título
nacional. É bem verdade que ao se tornar o primeiro campeão brasileiro
em março de 1960, no Maracanã, o Bahia já havia iniciado a demolição da
velha ordem. Mas foi com a vitória do Cruzeiro sobre o Santos
que o Eixo teve de se curvar, colocar ponto final em seu torneio
Rio-São Paulo e, humildemente, passar a disputar títulos nacionais
contra o resto do país.
Que Santos era aquele?
Vencedor de 11 dos 15 campeonatos paulistas disputados entre 56 e 69,
5 vezes campeão brasileiro nos Anos 60 (61, 62, 63, 64 e 65), bicampeão
sul-americano e mundial em 62 e 63, o Santos
foi o maior time do mundo entre o final dos Anos 50 e o final dos 60.
Quase todos os santistas que atuaram naquelas duas partidas finais da Taça Brasil, eram de Seleção Brasileira: Gilmar, Mauro Ramos, Zito e Pepe foram bicampeões em 1958 e 1962. Pelé, tricampeão, em 1958, 1962 e 1970. Carlos Alberto Torres, campeão em 1970. Havia ainda Toninho Guerreiro, artilheiro da competição (ele e Bita, do Náutico, com 10 gols), pentacampeão paulista, entre 67 e 71.
1° Jogo - Em Minas Gerais 1° Tempo A história do 1º
tempo só pode ser contada por meio dos fantásticos cinco gols da
Academia Celeste. No 1 minuto, Evaldo recebeu passe de Tostão no meio de
campo e percebeu Dirceu correndo em direção ao gol. O lançamento saiu
preciso. Quando o meia se preparava para concluir, o lateral-esquerdo Zé
Carlos, tentando desarmá-lo, marcou contra: 1 x 0. Aos 5, Dirceu
recebeu de Evaldo e serviu a Natal. O ponteiro driblou Zé Carlos e
chutou forte: 2 x 0. Aos 20, Oberdan saiu jogando, perdeu a bola para
Dirceu, levou dois dribles e saiu de cena. Com a visão desimpedida, o
Dez de Ouros chutou violentamente de fora da área: 3 x 0. O terceiro
coube a Dirceu Lopes. Aos 41, Dirceu driblou Mauro dentro da área e foi
derrubado por Oberdan. Pênalti. Tostão fez inacreditáveis 5 x 0.
Intervalo - A Fúria do Rei
No final do 1º tempo, a caminho do vestiário, Pelé
ouve o couro provocador da torcida mineira: “Cadê Pelé? Cadê Pelé?”. O
Rei acenou para a torcida com a mão espalmada. Cinco gols? Não, cinco
vezes campeão brasileiro, ele explicou. A verdade, contudo, é que,
naquela noite, marcado individualmente por Piazza, Pelé não viu a cor da bola.
2° Tempo
O Cruzeiro voltou relaxado pensando em barganhar o jogo: tocaria a
bola e o adversário se contentaria em evitar mais gols. Mas, ao invés de
aceitar o fato consumado da derrota, o Santos
foi à luta pensando em remontar o placar. Aos 6 e aos 10, Toninho
Guerreiro marcou: 5 x 2. A torcida assustou-se. Pelé tinha fama de,
quando provocado, superar-se e virar resultados tidos como definitivos.
Mas Tostão, Dirceu e Piazza retomaram o controle do jogo. E a pá de cal
sobre o pentacampeão brasileiro foi atirada aos 27 minutos. Evaldo
recebeu passe de Tostão, driblou Oberdan e chutou forte, Gilmar deu
rebote. Dirceu apareceu do nada para tocar para as redes: 6 x 2. Daí em
diante, os times limitaram-se a exibir sua técnica refinada sob aplausos
ininterruptos da torcida.
2° Jogo - Em São Paulo
Chuva forte, campo enlameado, poças d’água por todos os lados. Com amplo domínio do jogo, o Santos
abriu o placar aos 23. Pelé driblou William e chutou no canto: 1 x 0.
Aos 25, após receber passe de Pelé, Toninho invadiu a área e deslocou
Raul: 2 x 0. Piazza recuou e voltou a colar em Pelé. O Cruzeiro
respirou, começou a tocar a bola. O Santos
arrefeceu um pouco seu poder ofensivo. Após descansar um pouco, voltou a
atacar furiosamente nos últimos 5 minutos. Aos 40, Pelé passou por
Piazza e lançou Toninho entre Procópio e William. Raul saiu do gol e
defendeu nos pés do centroavante. Um minuto depois, Toninho acertou a
trave. Aos 44, Pelé ficou cara-a-cara com Raul. O goleiro fez milagre.
Ficou no 2 x 0.
Intervalo
Aírton Moreira, que na chegada a São Paulo, recebera apoio dos irmãos
mais famosos, Aymoré e Zezé, estava perplexo. “Tá tão ruim que nem eu
sei como consertar. Façam o que vocês acharem melhor”, recomendou aos
jogadores. Para piorar, num gesto de provocação, Mendonça Falcão,
presidente da Federação Paulista de Futebol e Athiê Jorge Cury,
presidente do Santos, procuraram Felício Brandi para acertar data e local do terceiro jogo. Foram enxotados, aos berros, do vestiário.
2° Tempo - A demolição do pentacampeão brasileiro
Já no início Piazza procurou parar Pelé. E sem a companhia do melhor
do mundo, Toninho virou presa fácil para os compadres William e
Procópio. Dirceu e Tostão começaram a cair pelos lados do campo. Sem o
fôlego dos garotos celestes, Zito e Mengálvio se perderam na marcação.
Sob pressão, a defesa santista começou a falhar. Aos 12, Hilton serviu
Evaldo que foi derrubado na área por Oberdan. Pênalti. Tostão bateu mal.
Cláudio defendeu. A torcida santista se assanhou à toa. Apesar do gol
perdido, o Cruzeiro continuava controlando o jogo. Aos 18, Lima derrubou
Natal na lateral da área. Falta para cruzamento. Mas Tostão bateu
direto. De curva: 1 x 2. A partir daí, o Cruzeiro esqueceu-se de
qualquer cuidado defensivo e dedicou-se a atacar. Dirceu exibiu seu
repertório de gingas e dribles. Aos 28, tirou Joel de sua frente com um
drible de corpo e fuzilou Cláudio: 2 x 2. Aos 44 pelo lado esquerdo
Tostão passou por Lima e Zé Carlos e cruzou para trás. Chegando na
corrida, Natal apenas cumprimentou Cláudio: 3 x 2.
Enlameado, Piazza levantou a Taça Brasil, o troféu mais importante da história do futebol mineiro até então.
Torcida “China Azul”
![](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_v75yr920JU7a6CDzENetciE3CpL3GhomM6DBhVZEloD4hScUhtsKi8G2rxvYTGfzIunxhmiCQiuddULp43CtbuEEVY8qxB_5eyOEUReWPVw1Wn5e9L9TL6CeRPQ4AdMHCsz4kCvBaHB1DkdQ-rVk7GejzkBSWejrJW4oxTjiS6Uzu4Vf8IJHYQ9N8=s0-d) |
Torcida da Máfia Azul em jogo do Cruzeiro no Mineirão. |
Com a conquista da Taça Brasil de 1966 e do pentacampeonato mineiro de 1965 a 1969,
o clube passou a ter a maior torcida do estado. Era tão visível o
aumento progressivo da torcida cruzeirense que o então escritor Roberto Drummond,
que era atleticano, comparou o aumento ao índice demográfico anual da
China, que é o país mais populoso do mundo, fazendo com que a crônica
esportiva mineira passasse a se referir à massa cruzeirense como a
“China Azul”.
E, após o título da
Taça Libertadores de 1976, a paixão pelo Cruzeiro ultrapassou as fronteiras de Minas Gerais e o time comandado por nomes como
Raul, Nelinho, Palhinha, Joãozinho e Zé Carlos passou a ser um dos clubes mais respeitados do futebol mundial.
O time dos sonhos
A
década de 70 começou com o
Cruzeiro perdendo a hegemonia no Estado. Depois da conquista do pentacampeonato de
1965 a 1969, o time foi superado nos campeonatos de 1970 e 1971. Mesmo assim, a equipe não perdeu a sua força, pois contava agora com com a habilidade de Palhinha, Nelinho, Joãozinho, Roberto Batata e um reforço argentino, considerado um dos melhores zagueiros do mundo: Roberto Perfumo. O Cruzeiro recuperou seu prestígio em Minas Gerais, vencendo a maior competição do Estado novamente em
1972, 1973 e 1974, mais um tricampeonato.
Enquanto a equipe cruzeirense conquistava os títulos estaduais, a
diretoria tratava de engrandecer ainda mais o clube. A intenção do
presidente
Felício Brandi de fazer do time um dos melhores do país já era realidade, mas nem por isso se dava por satisfeito. No dia 3 de fevereiro de 1973, foi inaugurada a
Toca da Raposa,
o mais completo e moderno centro de treinamentos do Brasil. Com a
inauguração da Toca, o Cruzeiro foi o primeiro clube mineiro a organizar
um
departamento médico especializado para dar assistência aos
jogadores de futebol. O tetracampeonato Mineiro em 1975, quando a equipe
jogou parte da competição com o Expressinho da Vitória, um time misto,
viria novamente dar alegria aos torcedores azuis.
O vicecampeonato no Brasileiro de 1975 rendeu ao Cruzeiro mais uma participação na Copa Libertadores da América,
no ano seguinte. Pela terceira vez, a equipe mineira chegava ao mais
tradicional torneio das Américas. Com uma campanha impecável, o Cruzeiro atropelou seus adversários e chegou à decisão contra o
River Plate, da Argentina.
O Cruzeiro sagrou-se campeão, proporcionando à torcida a maior alegria
desde a fundação do clube, nos longínquos anos 20. O título da
Libertadores, dedicado ao atacante
Roberto Batata, veio coroar o trabalho do presidente
Felicio Brandi, que fez do Cruzeiro um celeiro de craques desde a década de 60.
Passada a alegria do título da Libertadores, era hora de pensar na disputa do título mundial. O Cruzeiro enfrentou o alemão Bayern Munique. A primeira partida foi na Alemanha, em pleno inverno, e os mineiros acabaram não resistindo ao jogo dos europeus. O
Bayern, de Beckenbauer, Müller,Rummenigge e Mayer, foi superior e fez 2 x 0. No jogo de volta, realizado no
Mineirão
para quase 115 mil pessoas, o Cruzeiro pressionou sem conseguir vencer o
goleiro Seep Mayer, o maior do mundo na época. O placar de 0 x 0 deu o
título aos alemães, e a tristeza tomou conta da frustrada torcida.
Em 1977,
o Cruzeiro teve que se contentar com o título mineiro. O Atlético era
dono de um elenco forte, e as dificuldades aumentaram com o desânimo
pela eliminação na Libertadores. A força atleticana foi comprovada na
primeira partida, com o placar de 1 x 0, mas o Cruzeiro não se entregou e
buscou a recuperação no segundo jogo. Venceu por 3 x 2, de virada, com
três gols do atacante Revetria. No terceiro e decisivo duelo, a Raposa provou que não estava morta e fez 3 x 1, na prorrogação.
A grande máquina do Cruzeiro chegou ao fim no crepúsculo dos anos 70 e início da década de 80.
Os jogadores foram se debandando. Palhinha, Jairzinho e o treinador
Zezé Moreira já haviam saído depois da conquista do Mineiro de 1977. Raul foi vendido ao Flamengo, mesmo ano que o Guarani levou Zé Carlos. No início de 1980 só restavam no time Joãozinho e Palhinha,
que retornara do futebol paulista. Neste momento, o Cruzeiro era
reconhecido como uma potência mundial. O ano de 1984 foi também aquele
em que a
família Masci assumiu o comando do clube, com a posse de
Benito Masci,
em substituição a Carmine Furletti. As estrelas das décadas de 60 e 70
davam lugar a um time mediano, com poucos destaques. Em 1987,
com uma equipe formada basicamente nas divisões de base, com
contratações de pouco impacto, o Cruzeiro venceu o Atlético nas finais.
Após empate de 0 x 0 no primeiro jogo, uma vitória celeste por 2 x 0 na
segunda partida selou a decisão. O destaque do time foi o ataque,
formado por Róbson, Careca e Édson. No meio de campo, Douglas e Ademir
ditavam o ritmo. Na final, o time bateu o Atlético por 1 x 0, gol de
Careca.
O Bicampeonato da Supercopa
A Supercopa libertadores foi a melhor das competições organizadas pela
Confederação Sulamericana, além da Copa Libertadores da América e que deixou muitas saudades entre os torcedores argentinos, uruguaios e brasileiros. O torneio reuniu entre 1988 e 1997 os campeões da Libertadores.A edição de 1991 foi a quarta da Supercopa e contou com um novo participante, o Colo Colo, do Chile, que havia conquistado a
Libertadores no mesmo ano e que acabou sendo o primeiro adversário do Cruzeiro.A Supercopa libertadores começou no mês de outubro e o Cruzeiro buscava se reabilitar na temporada.O time campeão estadual no ano anterior foi reforçado para a temporada de 1991, com as chegadas de Charles e Nonato.
Apesar de perder a disputa regional para o arquirival. A confiança e o
bom futebol foram resgatados com as contratações do treinador
Enio Andrade e do ponteiro direito, Mário Tilico, que havia sido o herói do São Paulo, na conquista do título brasileiro, ao marcar o gol tricolor na decisão contra o Bragantino.
A diretoria cruzeirense promoveu o jogo da estréia, no Mineirão,
em 2 de outubro, espalhando outdoors na capital convocando a torcida
para o desafio contra o campeão da Libertadores e até os ingressos foram
personalizados com os escudos dos dois times, o que não era comum
naquela época. Mais de 60 mil cruzeirenses responderam ao desafio e
encheram o Mineirão. O Cruzeiro
dominou toda a partida, mas não conseguiu traduzir a superioridade em
gols e o placar não saiu do zero.Após o jogo, o presidente
César Masci reclamou do árbitro Juan Carlos Crespi por ter anulado um gol do zagueiro Adilson, enquanto o técnico do Colo Colo, Mirko Jozic, protestou contra os coros de baixo calão da torcida do Cruzeiro.
No jogo da volta em Santiago,
em 9 de outubro, as equipes fizeram um jogo aberto e com lances de gols
para cada lado, mas novamente terminou empatada sem gols. Os torcedores
do Colo Colo sequer imaginavam que aquela seria a primeira de uma série de eliminações que o Cruzeiro iria impor ao time chileno nas competições sul-americanas.O Nacional, de Montevidéu, que havia eliminado o Boca Juniors, na fase de oitavas de final, foi o adversário do Cruzeiro nas quartas de final.Com a eliminação do Grêmio pelo River Plate nas oitavas de final, restaram apenas o Cruzeiro, o Santos e o Flamengo como representantes brasileiros na disputa.
O primeiro contra os uruguaios jogo foi no dia 16 de outubro, no Mineirão,
e a dupla de ataque Charles e Mário Tilico, brindou os 60 mil
cruzeirenses presentes com uma exibição antológica.O Cruzeiro imprimiu
um ritmo forte no início do jogo e abriu uma vantagem de 2 a 0, no
primeiro tempo. Charles marcou duas vezes. Aos 7 minutos, o goleiro Seré
rebateu uma cobrança de falta e o camisa 9 não perdoou. Aos 20
aproveitou um passe de Tilico, após uma avançada rápida pela ponta
direita.O time uruguaio passou a cadenciar o jogo e a valorizar a posse
de bola, pois acreditavam que poderiam reverter a vantagem em
Montevidéu, mas aos 35 minutos do segundo tempo, o meia Boiadeiro
driblou um marcador e da intermediária mandou um bola indefensável no
ângulo esquerdo. Nos minutos finais, em outra arrancada de Tilico pela
ponta direita, Charles aproveitou o cruzamento para a área e fechou a
goleada de 4 a 0. A dupla saiu consagrada do Mineirão.“Foi
fácil entrosar com o Tilico. Ele era velocista, do jeito que a torcida
gostava, e tanto naquela partida, com em toda a campanha, nossa sintonia
foi muito boa”, recordou o centro-avante Charles, que atualmente é o secretario de esportes da prefeitura de Itapetinga-BA.O
Nacional abriu o placar, aos 26 minutos, com um gol do experiente
atacante Cabrera, mas só chegou ao segundo gol, graças a marcação de um
pênalti duvidoso, aos 29 do segundo tempo, que foi convertido por
Venancio Ramos.A conivência do trio de arbitragem paraguaio com o
anti-futebol e a violência dos jogadores do Nacional transformou a
partida, aparentemente fácil, num verdadeiro drama para o time
cruzeirense. Os bandeirinhas fingiam não ver nada e o árbitro mandava
seguir a pelota”, recorda o ex-meia Luiz Fernando, que hoje trabalha
como auxiliar-técnico do Goiás.Aos 45 minutos o Nacional marcou o
terceiro gol com Nuñez e, inexplicavelmente, a arbitragem deu quatro
minutos de descontos, mas o Cruzeiro segurou o resultado e conquistou a
classificação.“Levamos socos e cotoveladas fora da disputa pela bola.
Além da qualidade dos times, que tinham jogadores das Seleções de seus
países, a arbitragem era sempre contra nós”, recorda o ex-atacante Mario
Tilico, que atualmente trabalha como técnico.
Após passar pela batalha de Montevidéu, o adversário do Cruzeiro na semifinal foi o Olimpia, que havia eliminado o Independiente, da Argentina, nas quartas de final. Com as eliminações do Flamengo pelo River Plate e do Santos para o Peñarol nas quartas de final, o Cruzeiro passou a ser o único representante do
futebol brasileiro na disputa.
A primeira partida contra o Olimpia foi disputada no Mineirão,
no dia 31 de outubro e, mais uma vez, a torcida cruzeirense encheu o
Mineirão, para empurrar o time para a final. O ponta esquerda Marquinhos
abriu o placar, logo aos 10 minutos, numa tentativa de cruzar a bola
para a área, que acabou entrando no ângulo do gol defendido pelo goleiro
Battaglia. No segundo tempo, o treinador
Aníbal Ruiz' colocou em campo o astro Romerito, aquele que foi campeão brasileiro de 1984, pelo Fluminense
e que até hoje é considerado como um dos maiores ídolos da torcida
tricolor. Ele voltava ao futebol paraguaio, após duas temporadas no Barcelona, da Espanha.
Os paraguaios equilibraram o jogo e, aos 25 minutos do segundo tempo,
Guirland empatou a partida.O jogo terminou com o placar de 1 a 1, muito
comemorado pelos jogadores do Olimpia.
Já os cruzeirenses saíram de campo lamentando as várias chances de gol
desperdiçadas. Todos os jogadores eram muito técnicos e jogávamos com a
bola no chão, como é a tradição no Cruzeiro. Era incrível como
conseguíamos criar tantas chances de gol contra equipes de alto nível
técnico, como naquela partida contra o Olimpia e nas outra pela
Supercopa”, recorda o ex-atacante Charles.
O jogo da volta foi disputado no estádio Defensores del Chaco, em Assunção, no dia 6 de novembro.
Ênio Andrade
surpreendeu ao escalar o volante Andrade no lugar do atacante
Marquinhos, mas mesmo assim o time manteve a ofensividade. Com a
expulsão do zagueiro Paulão, no segundo tempo, Ênio surpreendeu de novo e
trocou o meia Luiz Fernando pelo veloz atacante Paulinho, para puxar os
contra-ataques.A partida teve lances de gol de lado a lado, mas o
placar não saiu do zero e o Cruzeiro, novamente, decidiu a vaga na disputa de tiros livres. Guirlan desperdiçou a primeira cobrança do Olimpia, enquanto o Cruzeiro aproveitou todas e venceu por 5 a 3.
Assim como aconteceria com o Colo Colo,
esta também foi a primeira de uma série de eliminações que o Cruzeiro
iria impor ao Olimpia nas competições sul-americanas e foi na imprensa
paraguaia que o time estrelado ganhou a referência de
“La Bestia Negra”.
A decisão da Supercopa foi contra o River Plate,
que vinha sendo o algoz dos times brasileiros, ao eliminar o Grêmio nas
oitavas e o Flamengo nas quartas. Os argentinos chegaram a final após
passarem pelo Peñarol, na semifinal.O primeiro jogo da final foi em
Buenos Aires, no dia 13 de novembro, e o River conquistou um placar de 2
a 0, com um gol de pênalti do zagueiro Rivarola, aos 31 minutos e outro
de cabeça do lateral esquerdo Higuaín, aos 45 minutos. Um resultado
confortável que poderia ser facilmente mantido para o segundo jogo. “Vai
ser difícil, embora temos demonstrado que nos damos muito bem neste
tipo de decisão”, previa o atacante Ramon Medina Bello, na saída de
campo, após a vitória por 2 a 0.No jogo da volta, em Belo Horizonte, o time de
Ênio Andrade
precisava devolver a vitória por dois gols de diferença para levar a
decisão para os pênaltis.O otimismo da torcida e do plantel
“milionário” (como são chamados torcedores e jogadores do River Plate)
se justificava pelas campanhas na Supercopa e no Torneio Apertura do
Campeonato Argentino, que havia conquistado com quatro rodadas de
antecedência. “O Ênio Andrade foi fundamental na preparação da equipe
para o segundo jogo. Ele nos convenceu de que era possível reverter o
resultado e passou muita confiança para a gente”, recorda o ex-atacante
Charles.O que ninguém poderia imaginar é que o Cruzeiro aplicaria um dos
maiores bailes sobre o River Plate. O time imprimiu um ritmo alucinante
do primeiro ao último minuto de jogo e com um toque de bola envolvente,
transformou o onze milionário num mero espectador.O volante Ademir
abriu o placar aos 34 minutos, ao desviar de cabeça uma cobrança de
escanteio. Segundo uma estatística levantada pela revista
El Grafico, da Argentina, o lance do gol de Ademir foi a 13ª das 18 chances de gol criadas pelo Cruzeiro,
somente, no primeiro tempo.O show de bola continuou na segunda etapa e,
aos seis minutos, Mario Tilico ampliou ao desviar para gol, um
lançamento do meia Macalé, que havia entrado na vaga de Luiz Fernando,
que saiu machucado no primeiro tempo. O gol do título foi aos 29
minutos, numa arrancada de Charles que partiu com a bola, desde o meio
de campo, e terminou com o toque final de Tilico para as redes. “Acho
que foi a única vez que fiz uma jogada como aquela”, recorda o
ex-atacante Charles.Ninguém acreditava que o Cruzeiro pudesse reverter
aquele resultado e a torcida do River não se conforma até hoje”, recorda
o ex-lateral esquerdo Sorin, que na ocasião jogava nas categorias de
base do River.
Aquele jogo é tratado na Argentina como
“la pesadilla del Mineirao (o pesadelo do Mineirão)”.O Cruzeiro, com uma ótima campanha, chegou ao título da
Supercopa dos Campeões da Libertadores.A atuação de Charles impressionou o astro Maradona,
que acompanhou as finais. No ano seguinte, o meia do Napoli, da Itália,
pagou 1,2 milhão dólares do próprio bolso pelo jogador e o cedeu ao Boca Juniors.
“Se não posso jogar no Boca, que jogue este fenômeno”, justificou o
ídolo argentino.“Aquele título representou uma nova era no Cruzeiro, que
já tinha um título Brasileiro e uma Libertadores, mas há muitos anos
não conquistava um título de expressão. Cresceu estruturalmente, formou
times fortes e ganhou títulos em sequência”, analisa o ex-camisa 10,
Luiz Fernando.
Em 1992, contando com estrelas do futebol brasileiro, entre elas Renato Gaúcho, Luizinho e Roberto Gaúcho, além do treinador Jair Pereira,Agora o Cruzeiro vinha com tudo,para que o bicampeonato viesse para Minas Gerais. A torcida estava muito empolgada com o novo time e o recorde mundial de média de público como mandante foi estabelecido pela
China Azul na Supercopa de 1992.
A primeira vítima celeste foi o time colombiano Nacional de Medellín.
A partida, disputada em Medellín terminou com um empate de 1 a 1 e o
Cruzeiro só precisaria de uma vitória simples no Mineirão para seguir em
frente na competição. Mas ao invés de um vitória simples, o maior de
Minas, com o apoio de 70 mil torcedores que compareceram ao estádio em
um jogo de primeira rodada e no meio da semana venceu o time colombiano
por 8 a 0. Só Renato Gaúcho marcou 5 dos 8 gols cruzeirenses.
Na segunda partida, mais uma vez o River Plate cruzou o caminho do Cruzeiro. A primeira partida entre os dois times foi disputada em Belo Horizonte e terminou com um placar de 2 a 0 para o Cruzeiro. Os argentinos contaram com a ajuda do árbitro nos noventa minutos disputados na Argentina
e a etapa normal de jogo terminou com um placar de 2 a 0 a favor dos
argentinos, sendo que os 2 gols foram marcados de pênalti nos últimos
cinco minutos. Além disso, três jogadores do Cruzeiro tinham sido expulsos. A vaga para seguir em frente na competição seria disputada nos pênaltis. Enquanto o River Plate
desperdiçou uma das suas cinco cobranças o Cruzeiro marcou os cinco
gols. O Cruzeiro venceu o River mais uma vez e seguiu para a semi-final.
A semi-final foi disputada conta o Olímpia
do Paraguai. A segunda partida disputada no Mineirão terminou com um
empate de 2 a 2 e o Cruzeiro se classificou mais uma vez para a final da
Supercopa.
Argentinos e revanche novamente! Só que desta vez o sentimento de
revanche era por parte dos cruzeirenses, uma vez que a final do torneio
foi disputada contra o Racing, que ganhou a Supercopa da Libertadores de 1988 em cima do Cruzeiro. Como em todo o torneio a
China Azul compareceu em peso no primeiro jogo da final, mais de 90 mil pessoas compareceram ao Gigante da Pampulha (Mineirão). Estes 90 mil apaixonados presenciaram um show azul do início ao fim. Aos 31 minutos Roberto Gaúcho
chutou forte, contou com o desvio do zagueiro argentino Reinoso e
marcou o primeiro gol azulado para a alegria dos cruzeirenses. Festa
total! Era o primeiro gol rumo ao bi! O segundo gol saiu aos 12 minutos
do segundo tempo quando Renato Gaúcho cruzou a bola para Roberto Gaúcho
mandá-la de cabeça para dentro das redes! A alegria agora era maior, o
Cruzeiro tinha um pouco mais de 30 minutos para aumentar sua vantagem e
logo aos 25 minutos da etapa complementar o terceiro gol azul foi
marcado por Luis Fernando depois de uma bela jogado de Roberto Gaúcho.
Se os argentinos quisessem ser campeões teriam que ganhar por cinco
gols na Argentina, uma tarefa quase impossível. A segunda partida
disputada em Buenos Aires terminou com um placar de 1 a 0 a favor do
Racing e o Cruzeiro mais uma vez ganhou um torneio internacional! Com
muita raça, amor e emoção o ‘’’Guerreiro dos Gramados’’’ trouxe mais um
título para Minas Gerais,
a equipe estrelada conquistou o Campeonato Mineiro e o bi da Supercopa.
Na competição Sul-Americana, o Cruzeiro passou por Nacional de
Medellín, River Plate e Olímpia, antes de enfrentar o Racing na final.
Ronaldo: da Toca para o mundo
No primeiro semestre de 1993, o Cruzeiro confirmou a sua condição de time copeiro, conquistando a Copa do Brasil em cima do Grêmio. O empate no Olímpico, em 0 x 0, e a vitória miniera em Belo Horizonte por 2 x 1 garantiram à Raposa o título do torneio.
No segundo semestre de 1993,
um novo talento surgia na Toca, despontando para o futebol mundial e a
caminho de tornar-se o maior jogador do planeta. O garoto Ronaldo, de apenas 16 anos, começou a despertar o interesse de clubes e empresários de todo o mundo com suas atuações no Campeonato Brasileiro e na Supercopa de 1993. Em 14 jogos disputados pelo Brasileiro de 1993,
Ronaldo marcou 12 gols. O atacante continuou balançando as redes no
primeiro semestre de 94, quando a Raposa faturou o Campeonato Mineiro
diante do Atlético, que havia montado um supertime, batizado de
“Selegalo”. Na final do Estadual, o experiente time atleticano se curvou
diante do jeito moleque de jogar da nova sensação do futebol
brasileiro. Com 3 gols de Ronaldo, o Cruzeiro fez 3 x 1 no Galo e ficou
com mais um título. O rápido sucesso do atacante e a sua convocação para
a Seleção, acabaram tirando-o da Toca. O Cruzeiro vendeu seu passe para
o PSV Eindhoven, da Holanda, por US$ 6 milhões, quantia irrisória perto do que passou a valer o supercraque brasileiro.Com a venda de Ronaldo para o futebol europeu.
Desbancando o Palmeiras
No ano de 1995, o empresário José de Oliveira Costa, o
Zezé Perrella,
assumiu a presidência do clube, pondo fim ao reinado da família
Masci.As primeiras conquistas do Cruzeiro nessa gestão vieram no
primeiro semestre de 1996.
O clube conquistou o Campeonato Mineiro de forma surpreendente. Outra
conquista marcante do clube foi a vitória sobre o Palmeiras, em pleno Parque Antártica, quando a Copa do Brasil
ficou novamente em posse do Cruzeiro. Depois de atropelar adversários
de alto nível, como Corinthians e Vasco, o time azul disputou a final da
competição contra o todo-poderoso alviverde paulistano. Na primeira
partida, houve empate no Mineirão em 1 x 1, mas o Cruzeiro superou o
Palmeiras por 2 x 1, de virada, na capital paulista. Roberto Gaúcho e Marcelo Ramos
garantiram a vitória e o título para o Cruzeiro, um dos mais marcantes
da história do clube, não apenas pela dificuldade do adversário, o
melhor time do país na época, mas pela nova chance de disputar a Copa Libertadores da América.
O Campeonato Mineiro de 1997
terminou com o Cruzeiro na final diante do inesperado Villa Nova, que
havia eliminado o Atlético. Com uma campanha irregular, poucos
acreditavam no sucesso do time de Paulo Autuori. O adversário foi o time peruano do Sporting Cristal. Com um empate e uma vitória, o Cruzeiro garantiu o
bicampeonato da Libertadores.
A campanha na Libertadores e a final do Mundial Interclubes, em Tóquio, foram prioritários para o Cruzeiro em 1997,
que investiu todas as suas fichas nessas competições. Mesmo porque o
time não estava mostrando um bom desempenho naquele momento. Tanto que
ele só fugiu do rebaixamento no Brasileirão na última rodada. Mesmo
tendo beliscado o bi Sul-Americano, a diretoria resolvou mexer na equipe
e contratou alguns jogadores só para a disputa do Mundial, em Tóquio, diante do Borussia Dortmund, da Alemanha. A conquista do Campeonato Mineiro de 1998,
diante do Atlético, serviu para apagar a tristeza pela derrota no
Mundial. Com três gols de Fábio Júnior na primeira partida da final, o
Cruzeiro venceu o Galo por 3 x 2, revertendo a vantagem do rival. No
jogo decisivo, o placar apontou um empate em 0 x 0, que garantiu aos
cruzeirenses o tricampeonato. A diretoria contratou grandes jogadores
para a disputa do Brasileirão de 1998, fazendo do Cruzeiro um dos
maiores times do país. Entre os veteranos, o destaque foi o atacante
Müller, que apresentou um excelente futebol, digno dos seus melhores
tempos de São Paulo. A equipe chegou à final diante do Corinthians e
acabou sendo vice-campeã. Dois empates nos primeiros jogos e uma derrota
na partida final adiaram o sonho do torcedor celeste de conquistar o
Campeonato Brasileiro, único título que o clube ainda não possui. A
temporada se encerraria com mais dois vice-campeonatos: na Copa Mercosul
e na Copa do Brasil, em ambas finais derrotado pelo Palmeiras.
O final de 1998 marcou a despedida do goleiro Dida do Cruzeiro. O grande ídolo da torcida não quis se reapresentar no início de 1999, alegando ter recebido proposta oficial do Milan. O caso envolvendo o atleta e o clube acabou na Justiça. Antes amado pela torcida, Dida passou a ser hostilizado quando jogava em Minas, por causa do episódio. Outro desfalque para a temporada de 1999 foi o atacante Fábio Júnior, vendido para a Roma, da Itália, por US$ 15 milhões, transformando-se na maior negociação do clube em toda sua história.
No primeiro semestre de 1999,
o Cruzeiro venceu a Copa dos Campeões de Minas Gerais, vencendo o
Atlético na final por 5 x 1, a maior goleada do clube sobre o seu rival.
A conquista da
Copa dos Campeões levou o time à disputa da
Copa Centro-Oeste,
que também foi conquistada pela equipe. No Campeonato Mineiro, o time
parou na semifinal, eliminado pelo Galo. Com a base do time de 1998
mantida, restava a missão de conquistar o Brasileirão. A campanha na
primeira fase da competição foi excelente. O time se classificou em
segundo lugar. O técnico Levir Culpi
foi demitido após ficar dois anos no comando do time. A boa notícia
para a torcida no segundo semestre foi a assinatura do contrato com a
HMTF (Hicks, Muse, Tate & Furst), que injetou R$ 40 milhões no
clube..
Vivendo uma nova realidade, o torcedor cruzeirense entrou no ano 2000 na expectativa de novas conquistas. A diretoria montou um bom time, já utilizando recursos da parceria com a HMTF. O início de 2000,
porém, não foi bom para o clube, que perdeu a decisão da Copa Sul-Minas
para o América e teve seu técnico Paulo Autuori dispensado após a
derrota diante do Atlético por 4 x 2, pelo Campeonato Mineiro.
Conquista histórica
Após a conquista da Copa do Brasil em 2000,
o Cruzeiro passou a viver uma época dos grandes técnicos. Marco
Aurélio, que depois voltaria a ocupar o cargo, não teve tempo nem para
comemorar o título, pois foi substituído no dia seguinte por Luiz Felipe Scolari, o Felipão, que em 2002 comandaria a Seleção Brasileira na conquista do Pentacampeonato Mundial no Japão e Coreia do Sul.
Mas foi sob a direção de outro treinador renomado, Vanderlei Luxemburgo, que o Cruzeiro se destacaria no início do século XXI. Em 2003,
o time celeste colheu os frutos do trabalho iniciado pelo treinador no
ano anterior. Quando Luxa assumiu o cargo, a Raposa estava ameaçada de
rebaixamento no Brasileiro de 2002. Não caiu, teve uma boa reação na competição e foi formada a base do time que ganharia tudo no ano seguinte. O Cruzeiro, em 2003, foi campeão mineiro, da Copa do Brasil – superou o Flamengo na final –, do primeiro Campeonato Brasileiro por pontos corridos da história da competição. Fez barba, cabelo e bigode na conquista da
Tríplice Coroa,
como ficou conhecido o feito. O então auxiliar-técnico Paulo César
Gusmão assumiu o cargo, iniciando sua carreira como treinador e levou o
time celeste ao título mineiro. Não conseguiu levar o time mais longe na
Libertadores daquele ano e acabou dispensado.
A aposta da diretoria cruzeirense foi em outro técnico medalhão. No
ano passado, não conseguiu um único título, quebrando uma sequência de
15 anos de conquistas.Em 2006, com a manutenção de Paulo César Gusmão, que foi contratado durante o Brasileiro de 2005, o clube celeste voltou a ser campeão, ao superar o parceiro Ipatinga, que o havia batido na final do Mineiro de 2005. Dessa forma, o clube celeste volta a conquistar a hegemonia mineira.
Na mesma temporada de 2009 o Cruzeiro
chegou na final da Libertadores contra o Estudiantes, o mesmo
adversário que tinha enfrentado na fase de grupos. Na primeira partida
final, um empate em 0x0 que deixou o Cruzeiro muito próximo do
tricampeonato, mas no jogo de volta no Mineirão com 64.800 pessoas, o
Cruzeiro perderia para o Estudiantes depois de ter feito 1x0, ao final
do jogo, 2x1 de virada para o Estudiantes e fim do sonho do
tricampeonato e do sonho de ser campeão mundial, título que o clube
havia disputado por duas vezes (ainda nos tempos da Copa Intercontinental ao conquistar a Libertadores, em 76 e 97) mas perdeu em ambas as ocasiões, em que enfrentou clubes alemães: em 1976 o Bayern de Munique e em 1997 para o Borussia Dortmund.
Fim da Era Perrela
Na temporada de 2010
o Cruzeiro foi regular terminou o Mineiro na 3° colocação, foi até às
quartas-de-final da libertadores e foi vice-campeão brasileiro. Com esse
estilo de jogar, o Cruzeiro fez sua estréia na Copa Libertadores da América contra o Estudiantes, time que desbancou o Cruzeiro na final da Libertadores de 2009,
na Arena do Jacaré, e aplicou uma goleada de 5x0 no time argentino, com
uma atuação praticamente impecável de todo o elenco, se vingando com
estilo da perda do título de 2009
e colocando o Cruzeiro já como favorito à conquista do torneio. Na
sequência da competição, o time derrotou o Guarani-PAR em casa por 4x0,
empatou fora com o Deportes Tolima-COL por 0x0 (com o goleiro Fábio,
ídolo da torcida celeste, defendendo um pênalti e evitando a derrota),
construiu mais um resultado de expressão contra o Tolima em casa, por
6x1, derrotou o Guarani fora por 2x0 e surpreendeu no último jogo da
fase de grupos, jogando contra o Estudiantes
fora de casa, jogo que era temido que o Cruzeiro não conseguisse a
vitória, mas o time surpreendeu a todos com um placar de 3x0, mais uma
vez com uma ótima atuação da equipe, consolidando a supremacia da equipe
celeste na 1ª fase e selando a classificação às oitavas-de-final como
melhor 1º colocado da fase de grupos, com uma campanha arrasadora e que
colocava o time como favorito absoluto à conquista do torneio.
Mesmo priorizando a Libertadores, o Cruzeiro conseguiu, ao mesmo tempo, manter o bom aproveitamento também no Campeonato Mineiro, terminando a 1ª fase da competição em 1º, com um ótimo aproveitamento e saldo de gols.
Na sequência da Libertadores,
o Cruzeiro enfrenta o Once Caldas-COL, pior 2º colocado da fase de
grupos, com a 1ª partida sendo disputada na Colômbia. Mesmo com as
adversidades e desfalques, o Cruzeiro conseguiu a vitória de 2x1,
sofrendo um gol no final do jogo. A derrota para o Once Caldas por 2x0
dentro de casa, depois de uma exibição pífia da equipe dentro de campo,
encerrou, de forma inesperada, a participação do Cruzeiro na competição.
Ainda sem se recuperar do baque da eliminação da Libertadores, o time entra em campo, 4 dias depois, para a disputa do jogo de ída da final do Campeonato Mineiro 2011, e ainda por cima contra o arquirrival Atlético.
Visivelmente abatido pela eliminação, o time sofreu derrota por 2x1
para o rival, o que deixou alguns torcedores já entregando o ouro,
apesar do time precisar apenas de uma vitória simples no jogo de volta,
mas pelo que o time havia apresentado, que estaria longe de conseguir a
vitória.
Passada uma semana, era o dia do jogo de volta, a decisão do título. E
a equipe mostrou superação dentro de campo, vencendo o rival por 2x0
assim, conquistando, Campeonato Mineiro 2011, apagando um pouco a tristeza da eliminação e ganhando confiança para a disputa do Campeonato Brasileiro.
Ao contrário do ano anterior, o Cruzeiro foi mal no Campeonato Brasileiro,
correndo um risco enorme de ser rebaixado para a disputa da série B do
ano seguinte, fato que nunca aconteceu com a equipe, já que o time é um
dos poucos que disputaram todas as edições do campeonato nacional na
série A. Na última rodada do torneio, a equipe celeste só dependia de si
mesma para permanecer na 1ª divisão, mas enfrentaria seu arquirrival
Atlético-MG, que poderia rebaixar o Cruzeiro, caso um outro time do
campeonato, o Ceará, conseguisse vencer seu jogo também.Mas o Cruzeiro
mostrou sua grandeza ganhou de 6x1,maior goleada entre Cruzeiro x
Atlético-MG.
Em 2011
ficou também marcada,pelo o fim da ‘’Era Perrela’’,que ficaram mais de
15 anos no cargo mais alto do clube,sua saída foi muito conturbada,pois
todos o colocavam a responsabilidade em cima dele pela campanha muito
ruim em 2011.
Josiane Neves - É a representante do Cruzeiro ao Musa do Brasileirão 2013
Nome completo:
Josiane Neves Santos
Data de Nascimento:23/09/1988
Cidade:Belo Horizonte
CAMPEÃO BRASILEIRO DE 2013
PARABÉNS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Grande Cruzeiro, Clube das Alterosas, Clube Popular, não populista como esses clubes da mídia que andam por aí massificando nosso bom povo...
Clube vencedor com o próprio suor de seus fiéis, pacíficos e cultos adeptos, pois além de mineiro e brasileiro, nunca desprezou as suas raízes ítalo-brasileiras!!!
Parabéns Campeão!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Clique aqui para conhecer a cidade onde seu time nasceu!