'Huawei participará do leilão do 5G porque nada desabona credibilidade da empresa', diz especialista

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Brasil

A Anatel aprovou modelo de edital da licitação internacional para implantação da rede 5G, não restringindo a participação da chinesa Huawei, que vinha tendo o descrédito por parte do presidente Jair Bolsonaro.

De acordo com artigo publicado pela agência Reuters, "as empresas de telecomunicações do Brasil insistiram em um mercado livre, reclamando que excluir a Huawei custaria bilhões de dólares para substituir o equipamento da empresa chinesa, que fornece 50% das atuais redes 3G e 4G".

As regras para o leilão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) previsto para junho exigem que as empresas de telecomunicações migrem no próximo ano para uma tecnologia mais avançada com redes independentes não baseadas em sua tecnologia atual.

​Para explorar o tema, a Sputnik Brasil conversou com Evandro Menezes de Carvalho, professor de Direito Internacional Público da Fundação Getulio Vargas (FGV) Direito Rio, coordenador do Núcleo de Estudos Brasil-China da FGV, e também professor de Direito Internacional Público da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Segundo ele, o que provocou o arrefecimento das restrições do presidente Jair Bolsonaro foi o fato de que a China é o maior parceiro comercial do Brasil. O agronegócio brasileiro tem na China um grande comprador, a balança comercial do país é superavitária com a China no valor de mais de US$ 30 bilhões.

"Então a China é um país com o qual o Brasil deve ter um relacionamento bom, pautado na confiança. No que diz respeito à Huawei, qualquer tipo de alegação que havia relação a uma eventual espionagem isso não tinha fundamento e nenhum tipo de dados concretos, muito pelo contrário, as empresas de telecomunicações do Brasil elas mesmas insistiram em dizer que já trabalhavam com a Huawei desde o 2G, 3G, 4G, e que não havia nenhum tipo de fato que desabonasse a credibilidade dos produtos da empresa chinesa", avaliou o especialista.
O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações, Leonardo Euler de Morais, durante entrevista coletiva, sobre redução de preços de ofertas de atacado em infraestrutura de telecomunicações
© Foto / Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações, Leonardo Euler de Morais, durante entrevista coletiva, sobre redução de preços de ofertas de atacado em infraestrutura de telecomunicações

Carvalho disse que uma restrição da empresa chinesa seria eminentemente fundada por motivos ideológicos, sem nenhum tipo de fato concreto. Diante disso, ele acredita que a realidade econômica se impôs, pois o Brasil precisa ter boas parcerias com todos os países do mundo e, no caso, com a China é fundamental, porque o país asiático é um parceiro comercial que dá ao Brasil superávits muito altos em sua balança comercial.

Pressão de Trump sobre o leilão do 5G

Carvalho lembrou que a política externa brasileira se alinhou à do ex-presidente norte-americano Donald Trump. O Brasil acabava adotando posições que eram posições de interesse da política americana, do governo de Trump. A questão do 5G teria acabado repercutindo aqui no Brasil, pois os EUA, segundo o analista, estão perdendo da China na corrida pela tecnologia e estão adotando medidas de restrição comercial em relação à China, com o argumento de que é por segurança nacional.

"Mas tem a ver também com a questão da liderança no mundo na produção de equipamentos e tecnologia. Os EUA não têm produção de equipamentos para o 5G. A posição correta de nosso país era se manter equidistante nessa disputa pela liderança tecnológica e tentar tirar o máximo proveito possível dessa disputa tanto na relação do Brasil com os EUA quanto na relação do Brasil com a China", avaliou o especialista.

Carvalho diz esperar agora que, com a nova presidência de Joe Biden, o governo brasileiro tenha uma oportunidade de reavaliar sua política externa no relacionamento com os EUA, tendo como referência o interesse nacional brasileiro e não o interesse norte-americano, e assim estabelecer com a China também um relacionamento soberano, tendo como referência o interesse nacional brasileiro e não o interesse chinês.

Donald Trump, ex-presidente dos EUA, no final de um discurso durante comício em Washington, EUA, em 6 de janeiro de 2021
© REUTERS / Jim Bourg
Donald Trump, ex-presidente dos EUA, no final de um discurso durante comício em Washington, EUA, em 6 de janeiro de 2021

Por que Trump temia a Huawei?

Carvalho acredita que Trump temia não só a Huawei, mas tinha uma preocupação com a evolução rápida da China no domínio de novas tecnologias: "Por esta razão que os EUA iniciaram não só uma guerra comercial mas também tecnológica contra a China. Obviamente que nessa disputa pelo domínio da tecnologia entra uma série de questões não só comerciais, mas também de segurança nacional".

Perguntado se o fato de o leilão do 5G não ter ocorrido no ano passado teria relação com o desejo de o governo brasileiro ganhar tempo até que Donald Trump deixasse a casa Branca, o especialista disse que pelo contrário, pois o "governo brasileiro apostava na reeleição de Trump".

"Acredito que o leilão não ocorreu por pressão dos setores da sociedade brasileira que queriam que ele permitisse o máximo possível de competidores, inclusive a Huawei. Então havia um certo desacerto entre os atores interessados no 5G, e até se chegar a um consenso levou tempo, fato favorecido também pelo resultado da eleição dos EUA, com a vitória de Biden, que parece que terá uma postura muito mais pragmática nessas questões internacionais", finalizou Carvalho.

 

ESTOU À DISPOSIÇÃO PARA AJUDAR O VASCO

Sem querer encontrar culpados para mais uma descida do Clube de Regatas Vasco da Gama à segunda divisão do campeonato brasileiro, pois a culpa principal está ligada à falta de uma administração moderna oriunda de um estatuto ditatorial e ultrapassado com forte ranço ditatorial, que gera disputas internas motivadas por vaidades pessoais e não á disponibilidade de recursos do Clube, que como sabemos são imensos, todos os vascaínos neste momento devem apoiar esforços para recolocar o símbolo do gigante da colina no seu pedestal. Acho que o momento deve ser de união e a proposta de Luxemburgo neste momento me parece válida.  Então? Vamos pensar nisso?!

UE rejeita sanções ao Brasil e diz que Governo Bolsonaro teve"mudança positiva de atitude"

Os embaixadores da União Europeia (UE) e de Portugal no Brasil rejeitaram hoje sanções ao país sul-americano no caso de incumprimento de metas ambientais no acordo Mercosul, frisando uma "mudança positiva de atitude" do Governo de Jair Bolsonaro.

Num encontro com órgãos de comunicação da imprensa estrangeira, no qual a Lusa esteve presente, em Brasília, os embaixadores reforçaram que apostam na presidência de portuguesa do conselho da UE para avançar na ratificação do acordo económico entre Bruxelas e o Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai).

"Em todo o lado, em todas os acordos e negociações de cariz ambiental, não temos trabalhado com sanções, mas sim com objetivos, que os países se comprometem a cumprir. Não há sanções no Acordo de Paris, por exemplo. Os acordos comerciais da UE têm essa mesma configuração. Não trabalhamos com a ideia de chegar a sanções, mas promover que as coisas aconteçam em determinado sentido", afirmou o embaixador da União Europeia no Brasil, Ignácio Ibañez.

"Queremos recordar que o comércio é muito importante, mas que não justifica que se comprometam outros ideais da UE, como os direitos humanos, e do meio ambiente, por exemplo. (...) queremos fazer tudo pela sustentabilidade das gerações futuras da UE e dos países do Mercosul", completou Ibañez.

A UE e o Mercosul assinaram o acordo comercial em 2019, após 20 anos de negociações, mas ainda não entrou em vigor e a sua ratificação está paralisada porque países como França, Bélgica, Holanda e Áustria, além do Parlamento Europeu, pedem o reforço das políticas ambientais, principalmente por parte do Brasil, que viu a desflorestação e os incêndios na Amazónia baterem recordes nos últimos dois anos.

Apesar de o Governo brasileiro, presidido desde 2019 por Jair Bolsonaro, referir que o Brasil é exemplo de preservação mundial e acusar nações estrangeiras, como França, de querer colocar em causa a soberania do país sobre a Amazónia, o embaixador de Portugal em Brasília, Luís Faro Ramos, garantiu haver uma mudança de atitude por parte do executivo e "boa vontade" em cooperar.

Contudo, o diplomata português sublinhou que essa mudança deve ser feita amplamente difundida por parte do Brasil e sugeriu que o país sul-americano comunique à Europa todas as iniciativas a que se compromete.

"Nós, efetivamente notamos uma mudança. O ministro dos Negócios estrangeiros português, quando falou com o ministro das Relações Exteriores brasileiro, detetou essa mudança e essa boa vontade. Agora, se não forem bem comunicadas, não servem para nada. E aí entramos na questão da perceção. É importante que o Governo brasileiro comunique, explique concretamente, o que está a fazer e como pretende comprometer-se com estas metas", disse Faro Ramos.

"Esta é uma parte muito importante da equação. É importante comunicar, para corrigir uma certa percepção de que nada mudou. Uma das nossas sugestões é que a parte brasileira comunique publicamente todas essas iniciativas, para que a percepção que há na Europa possa, de alguma maneira, ser corrigida", acrescentou o embaixador português.

A UE tenta agora que o Brasil firme uma declaração sobre sustentabilidade, para conseguir alcançar a confiança dos estados membros e, assim, que o acordo seja ratificado.

"O Governo brasileiro compreendeu que há uma necessidade de ação, e aí entra a UE, a querer ajudar o Brasil a cumprir esses objetivos, e estamos a preparar essa carta com os compromissos do Brasil, mas também da UE para ajudar o Brasil. (...) Se conseguirmos isso, achamos que vai ser muitos mais fácil chegar aos Governos dos estados membros e explicar que as suas preocupações ambientais são também as nossas preocupações ", explicou Ibañez.

Para isso, a UE conta ainda com a ajuda dos Estados Unidos que, sob a presidência de Joe Biden, admite ter um posicionamento de cooperação e diálogo com o Brasil nas questões ambientais.

"Contamos com a ajuda dos EUA nesse sentido, claramente que sim. Serão uma ajuda muito importante para esta abordagem europeia. (...) A cooperação é muito importante, e é esse o posicionamento que os EUA estão a tomar em relação ao Brasil. O novo Governo norte-americano foi questionado se aplicará sanções ao Brasil, mas respondeu que não. Que o diálogo e cooperação é o sentido a tomar e que leva a melhores resultado", reforçou, por sua vez, o embaixador de Portugal.

Com nome e futebol de fenômeno, CR7 chega aos 36 anos com a bola toda

 

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Ronaldo gesticula durante confronto entre Juventus e Atlético de Madrid no Wanda Metropolitano, em Madri, válido pelo grupo D da Liga dos Campeões da UEFA, em 18 de setembro de 2019
© AP Photo / Bernat Armangue
Ronaldo gesticula durante confronto entre Juventus e Atlético de Madrid no Wanda Metropolitano, em Madri, válido pelo grupo D da Liga dos Campeões da UEFA, em 18 de setembro de 2019.
 
Nesta sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021, o craque português Cristiano Ronaldo chega aos 36 anos, em plena forma e com muito futebol para seguir impressionando o mundo do esporte por mais algum tempo.

Um dos maiores jogadores da história, Ronaldo nasceu em 5 de fevereiro de 1985 no Funchal, na ilha da Madeira. Por lá, iniciou sua brilhante carreira, atuando, nas divisões de base, pelos clubes locais Andorinha e Nacional da Madeira. 

Em 1997, se transferiu para o Sporting, tradicional time da capital, Lisboa, pelo qual fez a sua estreia no futebol profissional, em 2001. Dois anos depois, no Manchester United, começou a trajetória que o levaria ao topo do mundo em poucos anos, atuando pelo clube inglês, pelo Real Madrid, pela seleção portuguesa e, mais recentemente, pela Juventus de Turim. 

Com nome e futebol de fenômeno, CR7 chega aos 36 anos com cara de quem ainda parece longe de pendurar as chuteiras. Que assim seja. 

Também nesta sexta-feira (5), o grande craque brasileiro da atualidade, Neymar, comemora 29 anos.

Brasil é o novo centro do 'trumpismo' no mundo, diz Maduro

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Américas

O presidente venezuelano criticou a postura de Jair Bolsonaro, afirmando que o chefe de Estado brasileiro está mais agressivo, e disse que, contra a COVID-19, é preciso colocar as diferenças ideológicas de lado.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que, com a saída de Donald Trump da Casa Branca, o Brasil é o novo centro do "trumpismo" no mundo. Para o líder venezuelano, o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, está mais "agressivo" e "ameaçador" com a imprensa e a população.

"Trump agora se foi. Agora o centro do trumpismo no mundo é o Brasil, é Jair Bolsonaro. Eu o vejo [Bolsonaro] e o escuto todos os dias. Ele está pior, mais agressivo, contra a imprensa, contra o povo, mais ameaçador, mas irascível, negacionista", afirmou Maduro em entrevista ao portal Opera Mundi, exibida nesta segunda-feira (1º).

O mandatário também falou sobre o envio de oxigênio da Venezuela ao estado brasileiro do Amazonas, que sofreu com a falta de respiradores para tratar pacientes diagnosticados com a COVID-19. Para Maduro, era uma obrigação ajudar.

Parentes de pacientes hospitalizados compram cilindros de oxigênio em Manaus, 18 de janeiro de 2021
© REUTERS / Bruno Kelly
Parentes de pacientes hospitalizados compram cilindros de oxigênio em Manaus, 18 de janeiro de 2021

"É preciso pôr essas coisas ideológicas de lado, essa luta ideológica entre o Trump do Brasil, Jair Bolsonaro, e nós, a esquerda. No momento, temos que colocar o ser humano no centro, salvar a vida do ser humano", disse.