O SIGNIFICADO DO NATAL





O Significado Do Natal

O Natal surge como o aniversário do nascimento de Jesus Cristo, Filho de Deus, sendo actualmente uma das festas católicas mais importantes.
Inicialmente, a Igreja Católica não comemorava o Natal. Foi em meados do século IV d.C. que se começou a festejar o nascimento do Menino Jesus, tendo o Papa Júlio I fixado a data no dia 25 de Dezembro, já que se desconhece a verdadeira data do Seu nascimento.
Uma das explicações para a escolha do dia 25 de Dezembro como sendo o dia de Natal, prende-se como facto de esta data coincidir com a Saturnália dos romanos e com as festas germânicas e célticas do Solstício de Inverno. Sendo todas estas festividades pagãs, a Igreja viu aqui uma oportunidade de Cristianizar a data, colocando em segundo plano a sua conotação pagã. Algumas zonas optaram por festejar o acontecimento em 6 de Janeiro, contudo, gradualmente, esta data foi sendo associada à chegada dos Reis Magos e não ao nascimento de Jesus Cristo.
O Natal é, assim, dedicado pelos cristãos a Cristo, que é o verdadeiro Sol de Justiça (Mateus 17,2; Apocalipse 1,16), e transformou-se numa das festividades centrais da Igreja, equiparada desde cedo à Páscoa.
Apesar de ser uma festa cristã, o Natal, com o passar do tempo, converteu-se numa festa familiar com tradições pagãs, em parte germânicas e em parte romanas.
Sob influência franciscana, espalhou-se, a partir de 1233, o costume de, em toda a cristandade, se construírem presépios, já que estes reconstituíam a cena do nascimento de Jesus. A árvore de Natal surge no século XVI, sendo enfeitada com luzes símbolo de Cristo, Luz do Mundo. Uma outra tradição de Natal é a troca de presentes, que são dados pelo Pai Natal ou pelo Menino Jesus, dependendo da tradição de cada país.
Apesar de todas estas tradições serem importantes (o Natal já nem pareceria Natal se não as cumpríssemos), a verdade é que não nos podemos esquecer que o verdadeiro significado de Natal prende-se com o nascimento de Cristo, que veio ao Mundo com um único propósito: o de justificar os nossos pecados através da sua própria morte. Nesses tempos, sempre que alguém pecava e desejava obter o perdão divino, oferecia um cordeiro em forma de sacrifício. Então, Deus enviou Jesus Cristo que, como um cordeiro sem pecados, veio ao mundo para limpar os pecados de toda a Humanidade através da Sua morte, para que um dia possamos alcançar a vida eterna, por intermédio Dele, Cristo, Filho de Deus.
Assim, não se esqueçam que o Natal não se resume a bonitas decorações e a presentes, pois a sua essência é o festejo do nascimento Daquele que deu a Sua vida por nós, Jesus Cristo.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Símbolos e tradições de Natal

Tipo: Cristão
Seguido por: Cristãos
Muitos não-cristãos
Data: 25 de Dezembro - 7 de Janeiro (Rússia) - 22 de novembro (Japão)
Observações: Quadra que prima pela união familiar e entrega de presentes à mesma e ao próximo.

O Natal ou Dia de Natal é um feriado comemorado anualmente em 25 de Dezembro (nos países eslavos e ortodoxos cujos calendários eram baseados no calendário juliano, o Natal é comemorado no dia 7 de janeiro), que comemora o nascimento de Jesus de Nazaré. A data de comemoração do Natal não é conhecida como o aniversário real de Jesus e pode ter sido inicialmente escolhida para corresponder com qualquer festival histórico Romano ou com o solstício de inverno. O Natal é o centro dos feriados de fim de ano e da temporada de férias, sendo, no Cristianismo, o marco inicial do Ciclo do Natal que dura doze dias.
Embora tradicionalmente seja um feriado cristão, o Natal é amplamente comemorado por muitos não-cristãos, sendo que alguns de seus costumes populares e temas comemorativos têm origens pré-cristãs ou seculares. Costumes populares modernos típicos do feriado incluem a troca de presentes e cartões, a Ceia de Natal, músicas natalinas, festas de igreja, uma refeição especial e a exibição de decorações diferentes, incluindo as árvores de Natal, pisca-piscas e guirlandas, visco, presépios e ilex. Além disso, o Papai Noel (conhecido como Pai Natal em Portugal) é uma figura mitológica popular em muitos países, associada com os presentes para crianças.

Como a troca de presentes e muitos outros aspectos da festa de Natal envolvem um aumento da atividade econômica entre cristãos e não cristãos, a festa tornou-se um acontecimento significativo e um período chave de vendas para os varejistas e para as empresas. O impacto econômico do Natal é um fator que tem crescido de forma constante ao longo dos últimos séculos em muitas regiões do mundo.

Etimologia
A palavra 'natal' do português já foi 'nātālis' no latim, derivada do verbo 'nāscor' (nāsceris, nāscī, nātus sum) que tem sentido de nascer. De 'nātālis' do latim, evoluiram também 'natale' do italiano, 'noël' do francês, 'nadal' do catalão, 'natal' do castelhano, sendo que a palavra 'natal' do castelhano tem sido progressivamente substituída por 'navidad' como nome do dia religioso.
Já a palavra 'Christmas' do inglês evoluiu de 'Christes maesse' ('Christ's mass') que quer dizer missa de Cristo.

História dos usos
Como adjetivo, significa também o local onde ocorreu o nascimento de alguém ou de alguma coisa. Como festa religiosa, o Natal, comemorado no dia 25 de dezembro desde o Século IV pela Igreja ocidental e desde o século V pela Igreja oriental, celebra o nascimento de Jesus e assim é o seu significado nas línguas neolatinas. Muitos historiadores localizam a primeira celebração em Roma, no ano 336 d.C.

História


Pré-cristianismo
De acordo com o almanaque romano, a festa já era celebrada em Roma no ano 336 d.C.. Na parte Oriental do Império Romano, comemorava-se em 7 de janeiro o seu nascimento, ocasião do seu batismo, em virtude da não-aceitação do Calendário Gregoriano. No século IV, as igrejas ocidentais passaram a adotar o dia 25 de dezembro para o Natal e o dia 6 de janeiro para Epifania (que significa "manifestação"). Nesse dia comemora-se a visita dos Magos.

Segundo estudos, a data de 25 de dezembro não é a data real do nascimento de Jesus. A Igreja entendeu que devia cristianizar as festividades pagãs que os vários povos celebravam por altura do solstício de Inverno.

Portanto, segundo certos eruditos, o dia 25 de dezembro foi adotado para que a data coincidisse com a festividade romana dedicada ao "nascimento do deus sol invencível", que comemorava o solstício de inverno. No mundo romano, a Saturnália, festividade em honra ao deus Saturno, era comemorada de 17 a 22 de dezembro; era um período de alegria e troca de presentes. O dia 25 de dezembro era tido também como o do nascimento do misterioso deus persa Mitra, o Sol da Virtude.

Assim, em vez de proibir as festividades pagãs, forneceu-lhes um novo significado, e uma linguagem cristã. As alusões dos padres da igreja ao simbolismo de Cristo como "o sol de justiça" (Malaquias 4:2) e a "luz do mundo" (João 8:12) revelam a fé da Igreja n'Aquele que é Deus feito homem para nossa salvação.

As evidências confirmam que, num esforço de converter pagãos, os líderes religiosos adotaram a festa que era celebrada pelos romanos, o "nascimento do deus sol invencível" (Natalis Invistis Solis), e tentaram fazê-la parecer "cristã". Para certas correntes místicas como o Gnosticismo, a data é perfeitamente adequada para simbolizar o Natal, por considerarem que o sol é a morada do Cristo Cósmico. Segundo esse princípio, em tese, o Natal do hemisfério sul deveria ser celebrado em junho.

Há muito tempo se sabe que o Natal tem raízes pagãs. Por causa de sua origem não-bíblica, no século 17 essa festividade foi proibida na Inglaterra e em algumas colônias americanas. Quem ficasse em casa e não fosse trabalhar no dia de Natal era multado. Mas os velhos costumes logo voltaram, e alguns novos foram acrescentados. O Natal voltou a ser um grande feriado religioso, e ainda é em muitos países.

Cristianismo

A Bíblia diz que os pastores estavam nos campos cuidando das ovelhas na noite em que Jesus Cristo nasceu. O mês judaico de Kislev, correspondente aproximadamente à segunda metade de novembro e primeira metade de dezembro no calendário gregoriano era um mês frio e chuvoso. O mês seguinte é Tevet, em que ocorrem as temperaturas mais baixas do ano, com nevadas ocasionais nos planaltos. Isto é confirmado pelos profetas Esdras e Jeremias, que afirmavam não ser possível ficar de pé do lado de fora devido ao frio.

Entretanto, o evangelista Lucas afirmava que havia pastores vivendo ao ar livre e mantendo vigias sobre os rebanhos à noite perto do local onde Jesus nasceu. Como estes fatos seriam impossíveis para um período em que seria impossível ficar de pé ao lado de fora em função do frio, logo Jesus não poderia ter nascido no dia em que o Natal é celebrado, e sim na primavera ou no verão. Por isso, a maioria dos estudiosos consideram que Jesus não nasceu dia 25 de dezembro, a menos que a passagem que narra o nascimento de Jesus tenha sido escrita em linguagem alegórica.

Anúncio do anjo Gabriel e nascimento de Jesus
O nascimento de Jesus se deu por volta de dois anos antes da morte do Rei Herodes, denominado "o Grande", ou seja, considerando que este morreu em 4 AEC, então Jesus só pode ter nascido em 6 AEC. Segundo a Bíblia, antes de morrer, Herodes mandou matar os meninos de Belém até aos 2 anos, de acordo com o tempo que apareceu a "estrela" aos magos. (Mateus 2:1, 16-19 - Era seu desejo se livrar de um possível novo "rei dos judeus").

Ainda, segundo a Bíblia, antes do nascimento de Jesus, Octávio César Augusto decretou que todos os habitantes do Império fossem se recensear, cada um à sua cidade natal. Isso obrigou José a viajar de Nazaré (na Galileia) até Belém (na Judeia), a fim de registar-se com Maria, sua esposa. Deste modo, fica claro que não seria um recenseamento para fins tributários.

"Este primeiro recenseamento" fora ordenado quando o cônsul Públio Sulplício Quiríno "era governador da província imperial da Síria." (Lucas 2,1-3 - O termo grego hegemoneuo vertido por "governador", significa apenas "estar liderando" ou "a cargo de". Pode referir-se a um "governador territorial", "governador de província" ou "governador militar". As evidências apontam que nessa ocasião, Quiríno fosse um comandante militar em operações na província da Síria, sob as ordens directas do Imperador.)

Sabe-se que os governadores da Província da Síria durante a parte final do governo do Rei Herodes foram: Sentio Saturnino (de 9 AEC a 6 AEC), e o seu sucessor, foi Quintilio Varo. Quirínio só foi Governador da Província da Síria, em 6 EC. O único recenseamento relacionado a Quirínio, documentado fora dos Evangelhos, é o referido pelo historiador judeu Flávio Josefo como tendo ocorrido no início do seu governo (Antiguidades Judaicas, Vol. 18, Cap. 26). Obviamente, este recenseamento não era o "primeiro recenseamento".

A viagem de Nazaré a Belém - distância de uns 150 km - deveria ter sido muito cansativa para Maria que estava em adiantado estado de gravidez. Enquanto estavam em Belém, Maria teve o seu filho primogénito. Envolveu-o em faixas de panos e o deitou em uma manjedoura, porque não havia lugar disponível para eles no alojamento, isto é, não havia divisões disponíveis na casa que os hospedava. Maria necessitava de um local tranquilo e isolado para o parto (Lucas 2:4-8). Lucas diz que no dia do nascimento de Jesus, os pastores estavam no campo guardando seus rebanhos "durante as vigílias da noite". Os rebanhos saíam para os campos em Março e recolhiam nos princípios de Novembro.

A vaca e o jumento junto da manjedoura conforme representado nos presépios, resulta de uma simbologia inspirada em Isaías 1:3 que diz: "O boi conhece o seu possuidor, e o jumento a manjedoura do seu dono; mas Israel não têm conhecimento, o meu povo não entende". Não há nenhuma informação fidedigna que prove que havia animais junto do recém-nascido Jesus. A menção de "um boi e de um jumento na gruta" deve-se também a alguns Evangelhos Apócrifos.

A estrela de Belém
Após o nascimento de Jesus em Belém, ainda governava a Judeia o Rei Herodes, chegaram "do Oriente a Jerusalém uns magos guiados por uma estrela ou um objecto controverso que, segundo a descrição do Evangelho segundo Mateus, anunciou o nascimento de Jesus e levou os Três Reis Magos ao local onde este se encontrava. A natureza real da Estrela de Belém é alvo de discussão entre os biblistas.

Visita dos magos
Os "magos", em gr. magoi, que vinham do Leste de Jerusalém, não eram reis. Julga-se que terá sido Tertuliano de Cartago, que no início do 3.º Século terá escrito que os Magos do Oriente eram reis. O motivo parece advir de algumas referências do Antigo Testamento, como é o caso do Salmo 68:29: "Por amor do Teu Templo em Jerusalém, os reis te trarão presentes."

Em vez disso, os "magos" eram sacerdotes astrólogos, talvez seguidores do Zoroastrismo. Eram considerados "Sábios", e por isso, conselheiros de reis. Podiam ter vindo de Babilónia, mas não podemos descartar a Pérsia (Irão). São Justino, no 2.º Século, considera que os Magos vieram da Arábia. Quantos eram e os seus nomes, não foram revelados nos Evangelhos canónicos. Os nomes de Gaspar, Melchior e Baltazar constam dos Evangelhos Apócrifos. Deduz-se terem sido 3 magos, em vista dos 3 tipos de presentes. Tampouco se menciona em que animais os Magos vieram montados.

Outro factor muito importante tem a ver com a existência de uma grande comunidade de raiz judaica na antiga Babilónia, o que sem dúvida teria permitido o conhecimento das profecias messiânicas dos judeus, e a sua posterior associação de simbolismos aos fenómenos celestes que ocorriam.

Símbolos e tradições do Natal


Árvore de Natal
Entre as várias versões sobre a procedência da árvore de Natal, a maioria delas indicando a Alemanha como país de origem, uma das mais populares atribui a novidade ao padre Martinho Lutero (1483-1546), autor da Reforma Protestante do século XVI. Olhando para o céu através de uns pinheiros que cercavam a trilha, viu-o intensamente estrelado parecendo-lhe um colar de diamantes encimando a copa das árvores. Tomado pela beleza daquilo, decidiu arrancar um galho para levar para casa. Lá chegando, entusiasmado, colocou o pequeno pinheiro num vaso com terra e, chamando a esposa e os filhos, decorou-o com pequenas velas acesas afincadas nas pontas dos ramos. Arrumou em seguida papéis coloridos para enfeitá-lo mais um tanto. Era o que ele vira lá fora. Afastando-se, todos ficaram pasmos ao verem aquela árvore iluminada a quem parecia terem dado vida. Nascia assim a árvore de Natal. Queria, assim, mostrar as crianças como deveria ser o céu na noite do nascimento de Cristo.

Na Roma Antiga, os Romanos penduravam máscaras de Baco em pinheiros para comemorar uma festa chamada de "Saturnália", que coincidia com o nosso Natal.

Músicas natalinas
As canções natalinas são símbolos do Natal e as letras retratam as tradições das comemorações, o nascimento de Jesus, a paz, a fraternidade, o amor, os valores cristãos. No Brasil, esta tradição, além das familiares, só se tornou popular e comercial nos anos 1990, com o Cd 25 de Dezembro lançado pela cantora Simone: Ao lançar, no ano passado, o disco natalino 25 de Dezembro, a cantora Simone quebrou um tabu. Ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos e na Europa, os cantores brasileiros não têm o costume de lançar, no mês de dezembro, discos com músicas de Natal.

Presépio
As esculturas e quadros que enfeitavam os templos para ensinar os fiéis, além das representações teatrais semilitúrgicas que aconteciam durante a Missa de Natal serviram de inspiração para que se criasse o presépio. A tradição católica diz que o presépio (do lat. praesepio) surgiu em 1223, quando São Francisco de Assis quis celebrar o Natal de um modo o mais realista possível e, com a permissão do Papa, montou um presépio de palha, com uma imagem do Menino Jesus, da Virgem Maria e de José, juntamente com um boi e um jumento vivos e vários outros animais. Nesse cenário, foi celebrada a Missa de Natal.

O sucesso dessa representação do Presépio foi tanta que rapidamente se estendeu por toda a Itália. Logo se introduziu nas casas nobres européias e de lá foi descendo até as classes mais pobres. Na Espanha, a tradição chegou pela mão do Rei Carlos III, que a importou de Nápoles no século XVIII. Sua popularidade nos lares espanhóis e latino-americanos se estendeu ao longo do século XIX, e na França, não o fez até inícios do século XX. Em todas as religiões cristãs, é consensual que o Presépio é o único símbolo do Natal de Jesus verdadeiramente inspirado nos Evangelhos.

Decorações natalinas
Uma outra tradição do Natal é a decoração de casas, edifícios, elementos estáticos, como postes, pontes e árvores, estabelecimentos comerciais, prédios públicos e cidades com elementos que representam o Natal, como, por exemplo, as luzes de natal e guirlandas. Em alguns lugares, existe até uma competição para ver qual casa, ou estabelecimento, teve a decoração mais bonita, com direito a receber um prémio.

Amigo secreto ou oculto
No Brasil, é muito comum a prática entre amigos, funcionários de uma empresa, amigos e colegas de escola e na família, da brincadeira do amigo oculto (secreto). Essa brincadeira consiste de cada pessoa selecionar um nome de uma outra pessoa que esteja participando desta (obviamente a pessoa não pode sortear ela mesma) e presenteá-la no dia, ou na véspera. É comum que sejam dadas dicas sobre o amigo oculto, como características físicas ou qualidades, até que todos descubram quem é o amigo oculto. Alguns dizem características totalmente opostas para deixar a brincadeira ainda mais divertida.

Comemorações pelo Mundo
Cada país tem a sua forma de comemorar o Natal, inclusive países orientais.

Alemanha
O Natal na Alemanha é caracterizado, principalmente, pelo Advento. Começa quatro domingos antes do Natal, também é importante e festejado pelos alemães.
Matéria em construção....

...E ASSIM NASCEU ARACAJU


DADOS GERAIS
Fundação: 17 de março de 1855 (155 anos)
Gentílico: aracajuano
Lema: Pax et Labore (Paz e Trabalho)

Prefeito(a): Edvaldo Nogueira (PC do B) (2009–2012)
Unidade federativa: Sergipe
Mesorregião: Leste Sergipano IBGE/2008
Microrregião: Aracaju IBGE/2008
Região metropolitana: Aracaju
Municípios limítrofes: São Cristóvão, Barra dos Coqueiros, Nossa Senhora do Socorro, Itaporanga d'Ajuda
Distância até a capital: 1 700 km

Características geográficas
Área: 181,801 km²
População: 544 039 hab. est. IBGE/2009
Densidade: 3 135,51 hab./km²
Altitude: 4 m
Clima: tropical As
Fuso horário: UTC-3

Indicadores
IDH: 0,794 (SE: 1º) – médio PNUD/2000
PIB: R$ 6 353 205 mil (BR: 62º) – IBGE/2007
PIB per capita: R$ 12 211,00 IBGE/2007

Aracaju é um município brasileiro e capital do estado de Sergipe. Localiza-se no litoral, sendo cortada por rios como o Sergipe e o Poxim. De acordo com a estimativa realizada, a cidade conta com 570.039 habitantes. Somando-se as populações dos municípios que formam a Grande Aracaju: Nossa Senhora do Socorro, Barra dos Coqueiros, Laranjeiras e São Cristóvão, o número passa para 800 mil habitantes. A cidade é apontada como a capital com os hábitos de vida mais saudáveis do país e a capital com menor índice de fumantes, segundo o Ministério da Saúde. O topônimo "Aracaju" deriva da expressão indígena "ará acaiú", que em tupi-guarani significa "cajueiro dos papagaios". O elemento "ará" significa "Papagaio" e "acaiú", "fruto do cajueiro".

História
A história da cidade de Aracaju está fortemente relacionada à da cidade de São Cristóvão, pois era esta a antiga capital da capitania de Sergipe, atual estado de Sergipe. Foi a partir da decisão de mudança da cidade que abrigaria a capital provincial que Aracaju pôde existir e cresceu. Fundada em 1855, foi a primeira capital planejada de um estado brasileiro; seu formato remete a um tabuleiro de xadrez. Todas as ruas foram projetadas geometricamente, como um tabuleiro de xadrez, para desembocarem no rio Sergipe. Até então, as cidades existentes antes do século XVII adaptavam-se às respectivas condições topográficas naturais, estabelecendo uma irregularidade no panorama urbano. O engenheiro Pirro contrapôs essa irregularidade e Aracaju foi, no Brasil, um dos primeiros exemplos de tal tendência geométrica.

São Cristóvão
No início da ocupação de povos não-indígenas onde hoje se encontra Aracaju e cidades vizinhas, esta região estava sob a jurisdição da capitania da Baía de Todos os Santos, que hoje é o estado da Bahia. A princípio, essa região era território do cacique Serigi, que dominava desde as margens do rio Sergipe até a do rio Vaza-Barris.

Em 1590, Cristóvão de Barros atacou as tribos do cacique Serigi e de seu irmão Siriri, matando-os e derrotando-os. Assim, no dia 1 de janeiro de 1590, Cristóvão Barros fundou a cidade de São Cristóvão junto à foz do rio Sergipe e definiu a capitania de Sergipe, ainda subordinada à Capitania da Baía de Todos os Santos. Mais tarde, a localização foi transferida para as margens do rio Poxim e, enfim, para o Rio Paramopama, afluente do Vaza-Barris.

Assim, São Cristóvão tornou-se a capital da província. Diferente do que aconteceu nos outros estados da Região Nordeste, a capital de Sergipe ficava a mais de vinte quilômetros de distância do mar. Desta forma seus portos, por onde passavam navios, ficavam nos rios.

De povoado à capital

As terras onde hoje se encontra Aracaju originaram-se de sesmarias doadas a Pero Gonçalves por volta do ano de 1602.Eram compostas de 160 quilômetros de costa, mas em todas as margens não existia nenhuma vila, apenas povoados de pescadores.

No ano de 1699 tem-se notícia de um povoado surgido às margens do rio Sergipe, próximo à região onde este deságua no mar, com o nome de Santo Antônio de Aracaju. Seu capitão era o indígena João Mulato. Em meados do século seguinte, em 1757, Santo Antônio de Aracaju vivia sem maiores crescimentos e já era incluída como sítio da freguesia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro do Tomar do Cotinguiba.

Na então capital de Sergipe, São Cristóvão, estava-se tendo dificuldades com relação aos portos. Como a capital ficava no interior do estado, a navegação até os portos era somente fluvial, o que era um inconveniente, uma vez que os maiores navios não tinham passagem por conta da tonelagem, fazendo os portos sergipanos servirem apenas para pequenas embarcações.

A partir de 1854, a praia que hoje é de território de Aracaju, perto da foz do Rio Sergipe, despertou grande interesse do governo da província de Sergipe, que transferiu a alfândega e a Mesa de Rendas Provinciais para aquele local e construiu uma Agência do Correio e uma Sub-Delegacia Policial. Além disso, um porto foi construído na praia, denominada "Atalaia".

A província necessitava de um porto de porte maior para seu progresso. No dia 2 de março de 1855, a Assembleia Legislativa da Província abriu sessão em uma das poucas casas existentes na Praia de Atalaia. Nesta sessão, tendo previamente analisado a situação em que se encontrava a província, Inácio Joaquim Barbosa, o primeiro presidente da Província de Sergipe Del Rey, decidiu transferir a capital de Sergipe, que era São Cristóvão, para a cidade portuária que seria erguida ali. A decisão foi recebida com grande surpresa pelos presentes.

Assim, no dia 17 de março de 1855, Inácio Joaquim Barbosa apresentou o projeto de elevação do povoado de Santo Antônio de Aracaju à categoria de cidade e a transferência da capital da província para esta nova cidade, que foi chamada simplesmente de Aracaju. Foi um dos momentos mais importantes e de maior repercussão da história de Sergipe. A nova localização da capital iria beneficiar o escoamento da produção principalmente açucareira da época, além de representar um local mais adequado para a sede do governo para o desenvolvimento futuro. A cidade de São Cristóvão não se revoltou de forma violenta contra a decisão, tendo apenas feito manifestações de protesto.

Dessa forma Aracaju passou à frente de várias cidades já estruturadas, com melhores condições quanto a desenvolvimento urbano. Cidades como Laranjeiras, Maruim e Itaporanga se apresentavam em condição superior à de Aracaju.

Desde então, Inácio Joaquim Barbosa vem sendo considerado o "fundador de Aracaju", tendo atualmente um monumento em sua homenagem na Orla de Atalaia. Por não se ter tido êxito em encontrar nenhum retrato do primeiro presidente de Sergipe, o monumento não é uma estátua, mas uma estrutura de aço de 5,5 metros de altura e 2.200 quilos.

Planejamento urbano

Como Aracaju surgiu com o objetivo de sediar a capital da província de Sergipe Del-Rei, que até este momento se localizava na cidade de São Cristóvão, segundo alguns historiadores, foi idealizada com "planejamento urbano" desde o início, pois as primeiras ruas estão organizadas de forma a lembrar um tabuleiro de xadrez.

O responsável pelo desenho da cidade de Aracaju foi o engenheiro Sebastião Basílio Pirro. A construção da cidade apresentou algumas dificuldades de engenharia, pois a região continha muitos pântanos, pequenos lagos e mangues.

Apesar de se saber o dia exato de fundação da cidade, não se sabe com certeza qual foi o ponto inicial urbano. É provável que ela tenha sido ocupada a partir da atual Praça General Valadão, onde se situava o porto.

Transportes
Pode-se chegar a Aracaju por terra, ar ou mar. As ligações rodoviárias com o resto do país são feitas através das rodovias BR-101 e BR-235 e com várias cidades do interior através de rodovias estaduais. A cidade conta com o Aeroporto de Aracaju, que recebe voos regulares de diversas partes do país. E o Porto de Sergipe, que fica mais precisamente no município de Barra dos Coqueiros, na região metropolitana de Aracaju, que está apto a receber embarcações de grande porte.

TRANSPORTE URBANO
O transporte público na cidade é feito, em grande parte, por ônibus, que compõem o Sistema Integrado de Transporte. Hoje, é possível conhecer toda a cidade e algumas das cidades que compõem a Grande Aracaju (Barra dos Coqueiros, São Cristóvão e Nossa Senhora do Socorro) pagando-se apenas uma passagem. As conexões são feitas nos Terminais de Integração. As lanchas (que levam até à Barra dos Coqueiros) Foram paradas após a construção da ponte Aracaju-Barra. Aracaju não possui metrô nem linhas de trem de passageiros - apenas uma linha que transporta produtos químicos, e que passa pela avenida Augusto Franco - antiga avenida Rio de Janeiro -, o que causa uma sobrecarga no sistema de transporte feito por ônibus.

Para se chegar a vários pontos da cidade, é necessário fazer várias conexões entre terminais. Em capitais como São Paulo, o problema foi resolvido através do sistema de conexões com tempo limite, em que um usuário pode trocar de ônibus em qualquer ponto da cidade em até três horas, pagando apenas uma passagem. Aracaju já conta com o sistema integrado de transporte entre terminais. Os Terminais de integração são: o DIA [Distrito Industrial de Aracaju], Terminal do Centro (Fernando Sávio), Terminal da Rodoviária Nova [Zona Oeste], Terminal Atalaia, Terminal Mercados e Terminal Maracaju". A prefeitura, nos últimos anos, vem reformando a maioria deles, que ficaram sem manutenção adequada por vários anos.

O custo da passagem é alto, se comparado com outras cidades como Recife, São Paulo, Rio de Janeiro etc., que possuem uma área urbana extremamente maior e uma tarifa não muito mais alta. Em janeiro de 2005 foi autorizado um aumento de 1,30 real para 1,45 real, e em janeiro de 2006, para 1,55 real, atualmente a tarifa é de 2,10 real. Duas empresas detêm a maioria do controle do transporte coletivo urbano (ônibus) na cidade de Aracaju: Grupo Bomfim e Grupo Progresso.

A quantidade de táxis é acima da média de muitas cidades, o que provocou, há alguns anos, uma "guerra" entre as empresas, tornando o preço das corridas de táxi tão baixos que foi necessário um "acordo" entre elas para que o sistema pudesse ser mantido. Com exceção dos dias de chuva, é consideravelmente fácil conseguir um táxi na cidade.

Além dos táxis comuns, existem os táxis-lotação - táxis que cumprem linhas pré-determinadas - que fazem apenas algumas poucas linhas na cidade, como: Bugio/centro, 18 do Forte/centro, Lourival Batista/Centro, Sanatório/centro, Santos Dumont/Centro, Bairro Industrial/Centro, geralmente levando e trazendo moradores de São Cristóvão, Barra dos Coqueiros e Nossa Senhora do Socorro para o centro de Aracaju. A utilização desse tipo de transporte se iniciou de forma clandestina, vindo alguns anos após a se tornar legalizada, com uma frota de carros consideravelmente novos, a um preço poucos centavos mais caro que o ônibus comum.

Agora a cidade vai receber a licitação de transportes que vai melhorar mais os ônibus de Aracaju e da Grande Aracaju.

Rodoviária
O Terminal Rodoviário de Aracaju, oficialmente Terminal Rodoviário José Rollemberg Leite, está localizado às margens da Avenida Tancredo Neves, na entrada da cidade para quem vem da BR-101.

A rodoviária recebe ônibus de viações estaduais, regionais e nacionais. Pode-se ir a muitas cidades do estado e diversas cidades da região nordeste, além de outros estados do Brasil.

Cerca de quinze empresas operam com transporte interestadual em Aracaju. Do fluxo total de passageiros no terminal José Rollemberg Leite, 16% são de viajantes de outros estados. As maiores viações ali presentes, são: Itapemirim; São Geraldo; Bonfim; Real Alagoas; dentre outras.

Ciclovias
A bicicleta tem uma crescente importância. Antes apenas com duas ciclovias - a da avenida Rio de Janeiro ou Augusto Franco e da avenida Beira Mar (Zona Sul) - a cidade vem recebendo investimentos federais provenientes do Ministério das Cidades para a construção de mais. Alguns anos atrás foi construída ao longo da avenida São Paulo, dando continuidade à da avenida Rio de Janeiro, e atualmente sendo expandida para outros locais, como o Conjunto Orlando Dantas e a avenida Beira-mar, às margens do rio Sergipe. Atualmente a cidade tem 62 quilômetros de ciclovias.

Ponte Aracaju-Barra dos Coqueiros
A Ponte Aracaju-Barra dos Coqueiros (Ponte Construtor João Alves) liga a capital Aracaju ao município de Barra dos Coqueiros, cidades do litoral de Sergipe. Aracaju encontrava-se separada de sua vizinha Barra dos Coqueiros pelo Rio Sergipe. Sua inauguração estava prevista para 25 de agosto de 2006, mas foi adiada para 24 de setembro de 2006, às 18:00h. Seu propósito é aproximar a capital Aracaju ao porto do estado, à beira do oceano Atlântico, dentro do Município da Barra dos Coqueiros. Com a obra, o litoral norte do Estado, que vai da foz do Rio Sergipe, até à foz do Rio São Francisco ficará mais acessível ao turismo em Aracaju.

O projeto original é bastante arrojado para os padrões locais e segundo informava o portal oficial do governo do estado, essa é a segunda maior ponte urbana do país, sendo a maior do Nordeste. A obra empregou quase mil operários durante sua construção e chama a atenção das pessoas à margem do rio Sergipe, podendo ser vista desde o centro da cidade até a foz do rio, à beira do oceano.

Edifícios de Aracaju

O Edifício Atalaia
O Edifício Atalaia foi o primeiro arranha–céu da cidade de frente para o Rio Sergipe num dos locais mais privilegiados e de maior visibilidade da capital. O Atalaia foi projetado pelo engenheiro civil e projetista Rafael Grimaldi, foi construído em 14 meses pelo também engenheiro civil João Machado Rollemberg. O edifício foi inaugurado em 1958, a obra causou uma grande polêmica na cidade, visto que não se acreditava ser possível uma construção de tal porte em terrenos alagadiços e arenoso daquele local.

Edifício Estado de Sergipe
Em 1967, o Governador do Estado, dr. Lourival Baptista deseja concentrar suas secretarias de Estado em um só único local; ele tinha intenção de reduzir o número de imóveis ocupados pelas repartições espalhadas na cidade. Havia um terreno próximo ao Palácio que pertenceu a uma instituição e foi incorporado ao patrimônio do Estado. O Governo, então, se reuniu com seu superintendente de obras na época, dr. Paulo Barreto Menezes e lhe deu a incumbência de providenciar o projeto de arquitetura de um edifício de 12 pavimentos, onde passaria a funcionar o Banese, a comase, o Ipes e as secretarias no último andar, o gabinete oficial do governador. Ele concluiu a reunião, dizendo, que queria inaugurar o edifício em 12 meses. Sem perda de tempo, o superintendente viajou para a Bahia a onde foi se encontrar com a firma Alvarez e Pontual. Acertaram os detalhes do projeto e do prazo da edificação com apenas 12 andares, e retornou para Aracaju. Um mês depois, os arquitetos vieram para Aracaju apresentar o seu projeto para o superintendente e trouxeram a maquete. Mas invés de 12 andares como foi acertado com o Dr. Paulo, a maquete apresentava um edifício com 25 andares. O superintendente levou o projeto e a maquete para o Governador. Ele ficou entusiasmado com sua beleza e aprovou o projeto mesmo sendo alguns andares a mais. Esse edifício seria um marco da cidade, o prazo de entrega aumentou para 24 meses. A construtora Norberto Odebreght iniciou as obras a todo vapor. Alguns meses depois o governador convocou o superintendente de obras e perguntou se a estrutura suportaria mais 5 andares. O Dr. Paulo procurou saber com o engenheiro da obra e lhe disse que 5 seria muito, mas caberiam mais 3. Então a obra foi concluída com 28 andares e no dia 28 de março de 1970, o monumental edifício estava sendo inaugurado por seu Governador e equipe, e convidados.

Geografia
Inicialmente Aracaju não era a capital de Sergipe. Anteriormente a sede estadual era São Cristóvão. O solo da cidade, inclusive no bairro de Santo Antônio composto por um areal, e em zonas mais próximas ao mar (Bairros Salgado Filho, Grageru, São José) era uma área de manguezal, constantemente inundada. Hoje, essa é a área mais urbanizada da cidade, com enorme concentração de prédios, que por muitos anos possuíam altura máxima de 12 andares. Com a aprovação do "Novo Plano Diretor", essa altura máxima subiu para 23 andares.

Os prédios baixos facilitam a circulação de ar pela cidade, que por natureza é bastante quente durante a maior parte do ano. Ao contrário do que acontece nas capitais litorâneas, a zona mais rica da capital está às margens do rio Sergipe, assim como o Centro. À beira-mar, estão os hotéis e casas de veraneio, com exceção de bairros como a Atalaia e a Coroa do Meio, que contém uma grande densidade demográfica.

Hoje, a área de manguezal está coberta por concreto e é onde está localizada a parte mais nobre da cidade, com os bairros Jardins, 13 de Julho, Grageru e outros. A vegetação original e o mangue, que ficava principalmente às margens do rio Sergipe, foram quase que completamente soterrados.

As unidades que compõem o quadro morfológico são os tabuleiros sedimentares, Planície Flúvio marinha e Planície marinha. Relevo dessecado do tipo colina. Aprofundamento de drenagem muito fraca e extensão de suas formas. Os tabuleiros sedimentares são um conjunto de baixas elevações, com forma de mesa, separadas por vales de fundo chato, onde se desenvolvem amplas várzeas. O relevo plano faz com que seja bastante apropriada a prática do ciclismo, sendo este o meio de transporte incentivado pela Prefeitura. A escolha da bicicleta ajuda a diminuir os congestionamentos e libera o transporte público. Apesar disso, o ciclismo ainda é meio de transporte para as classes mais baixas. Existem algumas grandes ciclovias na cidade. As mais antigas são da avenida Augusto Franco, avenida Beira Mar, e mais recentemente, avenida São Paulo (em direção aos bairros mais periféricos), e da praia de Atalaia.

Hidrovia
A cidade tem a leste o Rio Sergipe, onde ficava localizada a praia 13 de Julho (mesmo nome do bairro). Hoje, no lugar da praia, está uma balaustrada e uma zona para atividades relacionadas com o lazer. Em seu curso por dentro da capital sergipana, o rio é considerado salobre. Nas imediações da foz o rio separa a capital da Ilha de Santa Luzia e deságua na praia da "Coroa do Meio", onde também é despejada a maior parte do esgoto doméstico. O abastecimento de água é feito a partir do rio Poxim e do Rio São Francisco. Na divisa com a cidade de São Cristóvão e Nossa Senhora do Socorro existe o Rio do Sal, de onde a Prefeitura e particulares retiram água para regar os canteiros públicos e outras tarefas onde não há necessidade de se utilizar água potável.

Sobre o rio Sergipe, foi construída a Ponte Construtor João Alves, ou ponte Aracaju - Barra dos Coqueiros, que liga Aracaju à Barra dos Coqueiros (cidade construída na Ilha de Santa Luzia). O nome da ponte é uma homenagem ao pai do governador que promoveu a construção, João Alves Filho, do DEM. Entretanto, no início da obra, muitas pessoas sugeriram a mudança do nome da ponte para Zé Peixe, uma figura conhecida da cidade por atravessar o rio Sergipe a nado, mesmo depois de idoso, sendo conhecido nacionalmente.

Clima
O clima é quente e úmido, com período chuvoso de março a agosto. A temperatura média anual é de 26 °C e precipitação média anual de 1590 mm.

O recorde de temperatura na cidade é de 40 °C e o de mínima chegou a 17,5 °C, nesse inverno de 2008.

Em Aracaju os meses mais chuvosos são entre Março e Agosto, pois o vento forte devido as temperaturas mais baixas no Sul e Sudeste do país nesses meses trazem várias nuvens carregadas. Nesse período, a quantidade média de chuva supera os 200 mm por mês. Entre esses meses, o mais chuvoso é o Abril, no qual chove cerca de 241 mm. Os meses mais secos, entre Setembro e Fevereiro, o vento fica mais fraco, só conseguindo trazer nuvens leves, então chove menos. O mês mais seco é novembro, que chove cerca de 48 mm. A média de chuvas entre esses meses é de aproximadamente entre 60 mm e 75 mm.

Demografia
Contando com 461.534 habitantes no ano de 2000 (chegando, em 2009, a 544.039, segundo a estimativa do IBGE), distribuídos em 174 km², Aracaju tem uma grande densidade demográfica, mais de 2.800 hab/km². A cidade cresceu muito desde 1960, como outras cidades brasileiras. Na época possuía 115.713. Passou a 183.670 em 1970, 293.100 em 1980 e 402.341 em 1991, tendo registrado na década de 1980 crescimento geométrico de quase 5%. A desigualdade é grande: o Coeficiente de Gini é de 0,64. Tratando-se de religião, a grande parte da população de Aracaju pratica o Catolicismo fazendo dela uma das mais católicas do pais com 77%. Existem também um número elevado de adeptos das igrejas protestantes (sobretudo o Pentecostalismo e as Igrejas Universal do Reino de Deus) e dos praticantes do Espiritismo.

Um estudo genético revelou que a ancestralidade das pessoas em Aracaju é 62% europeia, 34% africana e 4% indígena.

Economia
O produto interno bruto de Aracaju foi de R$ 6,35 bilhões bilhões em 2007, a preços correntes de mercado. Os serviços, a indústria e o turismo são a base da economia aracajuana.

Centros comerciais
Aracaju possui um centro comercial, com grandes lojas, como por exemplo a C&A, Lojas Riachuelo, Lojas Renner, Lojas Americanas, Esplanada, Ricardo Eletro, Insinuante e as rede de supermercado Gbarbosa que tem sua sede em Aracaju, o Bompreço, Atacadão, Makro e o Extra e outros, e dois shoppings: Shopping Jardins, localizado no Bairro Jardins e Shopping Riomar, localizado no Bairro Coroa do Meio, ambos contando com lojas de grifes conhecidas nacionalmente.

Cultura

Festas populares
Em Aracaju acontecem grandes festas populares que já fazem parte do calendário nacional, como o Pré-Caju que acontece quinze dias antes do carnaval. Essa micareta reúne milhares de foliões que vão atrás do trio de grandes nomes da música baiana, Asa de Águia, Ivete Sangalo, Chiclete com banana, Banda Eva, Cláudia Leitte, dentre outros.

No mês de junho é a vez dos festejos juninos! A Capital sergipana vira um verdeiro arraial na Vila do forró, na Orla de Atalaia, e no Forró Caju, na praça dos mercados municipais, com grandes nomes do forró: Elba Ramalho, Dominguinhos, Aviões do Forró, Zé Ramalho, Calcinha Preta, Calypso e outros.

Principais Paróquias católicas
Igreja Santo Antônio
Igreja Catedral Nossa Senhora da Conceição
Igreja Có Catedral São Pio Décimo
Igreja São José
Igreja São Salvador
Igreja Conventual Franciscana do Espírito Santo
Igreja Conventual dos Capuchinhos São Judas Tadeu
Igreja São Pedro e São Paulo
Igreja Carmelita de Nossa Senhora do Carmo
Igreja Santuário Nossa Senhora Aparecida

Parques
Parque das Sementeiras
Parque da Cidade
Parque Teófilo Dantas
Parque dos Cajueiros
Parque João cleófas

Museus
Museu do Artesanato
Museu do Homem Sergipano
Centro de Memória Lourival Baptista
Memorial da Bandeira
Museu de Rua

Teatros
Teatro Tobias Barreto
Teatro Atheneu
Teatro Lourival Baptista
Teatro Tiradentes

Cinemas
Cinemark Jardins (Shopping Jardins)
Cinemark RioMar (Shopping Riomar)

Bibliotecas
Biblioteca Epifânio Dória
Biblioteca Clodomir Silva
Biblioteca Ivone de Menezes Vieira

Hospitais Públicos
Hospital da Poílicia Militar (no 18 do Forte)
Hospital João Alves Filho
Hospital e maternidade Santa Isabel(no 18 do Forte)
Hospital de Urgência de Sergipe
CEMAR Siqueira Campos
Urgência pediatrica (antiga maternidade Hildete Falcão)
CEMAR Augusto Franco (no conjunto Augusto Franco)
Maternidade Nossa Senhora de Lurdes (na avenida Tancredo Neves, próximo à sede da Petrobras UN SE/AL
Urgência geral Nestor Piva (no 18 do Forte)

Galerias de Arte
Galeria Áuvaro Santos
Ludus Artis Galeria
Galeria Horácio Hora
Galeria J. Inácio
ABT-Galeria de Arte
Galeria Acauã
Centro de Exposição

Feriados Municipais
17 de março - aniversário da cidade
24 de junho - dia de São João
8 de Dezembro - dia da Padroeira de Aracaju, Nossa Senhora da Conceição

Esporte

Futebol
Aracaju possui três clubes profissionais de futebol: Confiança, Cotinguiba e Sergipe. O Sergipe e o Confiança são os maiores vencedores do Campeonato Sergipano. A cidade conta com três estádios de futebol aptos a receber partidas profissionais: o Estádio João Hora, o Estádio Sabino Ribeiro e o Estádio Lourival Baptista, o "Batistão", este último com capacidade para 18.000 pessoas.

Clubes de futebol locais
Confiança - tem como cores o azul e o branco. Sua sede é o Estádio Sabino Ribeiro, localizado no bairro Industrial. A boa campanha no Brasileiro da Série C de 2008 ganhou grande destaque na imprensa sergipana, refletindo excelente média de público em seus jogos no Batistão. Em 2009 conquistou seu 18º título estadual.
Cotinguiba - é o clube esportivo mais antigo de Aracaju, fundado em 1909, e, assim como o Sergipe, foi inicialmente voltado para competições de remo. Possui seis títulos estaduais e está inativo desde 2008, quando disputou a Série A-2 do Estadual.
Sergipe - também conhecido como "O Mais Querido", tem como cores o vermelho e o branco. Tem estádio próprio, o Estádio João Hora, situado no bairro Siqueira Campos, porém manda a maioria de seus jogos no Batistão. É o clube mais vitorioso do estado, com 32 títulos estaduais, sendo que entre 1991 e 1996 conseguiu o hexacampeonato. Para muitos, o Sergipe tem a maior torcida do estado.

Educação
IBGE (2004)
Ensino ------------- Alunos ------------ Professores
Pré-escola ---------- 16.443 ------------- 853
Fundamental ------ 81.285 -------------- 4.206
Médio --------------- 31.685 -------------- 1.555
Superior ------------ 16.729 -------------- 749

Instituições públicas de ensino superior
Universidade Federal de Sergipe (UFS)- Campus I (no município de São Cristovão)
Universidade Federal de Sergipe (UFS)- Campus II (no bairro Santo Antônio)
Instituto Federal de Sergipe (IFS)- campus Aracaju
Instituições privadas de ensino superior
Universidade Tiradentes (UNIT)
Faculdade de Sergipe (FASE)
Faculdade de Aracaju
Faculdade Sergipana (FASER)
Faculdade de Amadeus (FAMA)
Faculdade Pio Décimo
Faculdade São Luiz de França
Faculdade de Negócios de Sergipe (FANESE)
Faculdade Atlântico
Analfabetos com mais de vinte e cinco anos: 11,62% (IBGE, Censo 2000).

Saúde
Existem quatro estabelecimentos de saúde públicos com internação e 16 estabelecimentos de saúde privados com internação. São 2.491 leitos, sendo 2.053 disponíveis ao Sistema Único de Saúde (2002, IBGE). A cidade conta com 43 unidades de saúde da família do PSF. A expectativa de vida é de 68,72 anos (IBGE, Censo 2000) e 38,95 em cada mil crianças nascidas vivas morrem antes de um ano de idade (IBGE, 2002). Recentemente a OMS divulgou uma pesquisa que indica que Aracaju é a capital brasileira com menor índice de fumantes do Brasil. Na cidade apenas 8% da população maior de 18 anos são fumantes.
Matéria em construção...

...E ASSIM NASCEU A CIDADE DE ÉVORA

INTRODUÇÃO




Estamos à vossa espera. Vamos gostar de vos receber nesta cidade antiga que um dia, há muito tempo, se chamou Ebora Liberalitas Iulia. Hoje chama-se Évora. Se quiserem acompanhar-nos neste roteiro, vão ver antigas ruas, antigos palácios, antigos monumentos que falam da nossa História. Assim, estamos a convidar-vos para uma viagem no tempo. Uma viagem a outros épocas, em que pessoas como vocês aqui trabalharam, aqui viveram, aqui construíram as casas onde moravam e os monumentos de que se orgulhavam. Romanos, árabes e portugueses fizeram desta cidade o que ela é hoje. Assim, vamos convidá-los a acompanharem 1500 anos da História de Évora. E estamos convencidos de que vão gostar…

Período Romano

PORTA DE D. ISABEL
Nestas coisas o melhor é começar pelo princípio. Vamos passar então por esta velha porta onde vocês agora estão. Chama-se Porta de D. Isabel, mas esse nome só foi dado há 400 anos, pois antes chamava-se “Porta do Talho do Mouro”. Esta porta é mais antiga. Foi construída pelos romanos há cerca de 1800 anos. Era uma das principais portas da cidade, e situa-se nas muralhas que os romanos construíram para proteger Évora: a Cerca Velha. Havia, nessa muralha, quatro portas, mas hoje só resta esta. Diga-se que a muralha romana, construída no século III, era grande, para aquele tempo. Tinha cerca de 1200 metros de extensão, e tinha ainda várias torres para defesa. Por vezes, a muralha não resistia a ataques mais fortes. A meio do século XII, tropas árabes venceram a resistência destes muros, e invadiram a cidade. Porém, Évora recompôs-se. Observem agora o resto de empedrado logo após a entrada. Era uma estrada romana. Quantas pessoas terão pisado estas pedras e passado por baixo desta porta?!...

TERMAS ROMANAS
As cidades onde os romanos moravam tinham vários serviços para garantir a higiene, a limpeza e o conforto dos seus habitantes. Por isso os romanos se preocuparam tanto com o abastecimento de água. Construíam aquedutos para levar a água e tinham termas onde os cidadãos podiam tomar banho, conversar, conviver. As termas que aqui estão são a prova dessa preocupação com a higiene. Em latim designavam-se “Therma”, daí provindo a palavra portuguesa “Termas”. Em 1987 os trabalhadores que faziam obras neste edifício - que é a Câmara Municipal (Paços do Concelho) - descobriram alguns vestígios antigos. Após vários estudos, os investigadores concluíram que se tratava das termas romanas. Com o passar dos anos, mais estudos e escavações foram sendo feitos, até se pôr a descoberto o que está presente. Mas, como eram estas termas? As termas tinham vários espaços diferentes sempre organizados em 3 áreas diferentes: quente, tépida e fria. Os romanos tomavam os seus banhos quentes nesta sala circular a que chamavam Laconicum. O espaço ao lado era o Praefurnium. Aqui estava a fornalha que aquecia todos as outras salas. O terceiro espaço chamava-se Natatio, constituído por uma piscina rectangular de ar livre. Esta é uma área que não pode ser visitada. Nestas termas os romanos, além de se banharem, conviviam, conversavam, negociavam. Era por isso um local de higiene e convívio.


TEMPLO ROMANO
O centro da cidade romana, o seu espaço mais importante, chamava-se Forum. Era aí que os romanos tinham o seu principal templo, bem como os locais onde se exercia a administração e justiça. Este é o lugar mais alto da Ebora Liberalitas Iulia, como lhe chamavam os romanos. Vejamos então este templo que aqui temos perante nós. Durante muitos anos foi chamado de “Templo de Diana”, pois dizia-se que era dedicado à deusa romana da caça, Diana. Pensa-se hoje, todavia, que este templo foi construído há quase dois mil anos para servir de culto ao imperador. Recorde-se que os romanos, nessa época, adoravam vários deuses e também prestavam culto aos seus imperadores. Este templo estava rodeado de lojas e o chão da praça era de mármore. Envolvendo o templo romano, havia um bonito espelho de água. Claro que o templo que aqui vemos, mais não é que as ruínas do que os romanos construíram no século I, e os vestígios do pequeno lago em forma U que o rodeava estão enterrados debaixo da calçada. Ao longo dos tempos, este templo serviu de torre militar e até de talho. Em 1870, os eborenses decidiram limpar o templo de tudo o que não lhe pertencesse de origem. Fizeram-se obras, e surgiu então o que aqui vemos, sendo hoje o monumento mais conhecido da cidade de Évora.

A Idade Média

A CATEDRAL DE ÉVORA
Quando o Império Romano desapareceu, há cerca de 1600 anos, os povos “bárbaros” ocuparam grande parte da Europa. Na Península Ibérica foram os Visigodos que se instalaram. O seu reinado durou quase trezentos anos. No século VIII, vieram os Árabes e, no século XII, formou-se o reino de Portugal. Évora foi conquistada por Giraldo Sem Pavor e entregue ao nosso primeiro rei, D. Afonso Henriques. Assim se tornou uma cidade cristã. Agora o monumento principal e central de uma cidade cristã, se transformou numa catedral. A catedral de Évora foi construída entre 1283 e 1308. Se pensarmos que naquele tempo todo o trabalho era feito sobretudo à força de braços, podemos dizer que esta catedral foi construída em relativamente pouco tempo. No seu exterior observem as estátuas dos homens que enfeitam o portal. Quem são? São os apóstolos. Com livros sagrados nas mãos, recebem quem entra. E na base de cada apóstolo pequenas esculturas contam histórias. Naquele tempo, a grande maioria das pessoas não sabia ler. Por isso a Igreja educava a população mandando esculpir histórias nas pedras dos templos, como se fossem lições. No interior da igreja, em cima, à direita, entre os pequenos arcos, podemos observar uma estátua. É um busto do arquitecto da catedral, que exibe duas letras, C E. O que significam? São as iniciais da expressão latina Constructor Edit, isto é “o Construtor que Fez”. A catedral de Évora tem vários estilos e muitos espaços, sinal de muitas obras ao longo dos tempos. Podes visitar o “Tesouro da Sé” que contém pinturas e jóias em prata e ouro, e o claustro, onde está sepultado o bispo fundador, D. Pedro.


PRAÇA DE GIRALDO
Ao longo da Idade Média, Évora cresce. A muralha romana já não protege toda a cidade. Torna-se necessário construir uma nova muralha que defenda os novos bairros (arrabaldes). A nova muralha será construída no tempo do rei D. Fernando, no século XIV. É nesta época que surge a Praça de Giraldo. Inicialmente aqui se fazia a primeira feira da cidade, ainda no tempo do rei D. Dinis (fim do século XIII, principio do século XIV). Com o passar dos anos, a Praça de Giraldo tornar-se-á na praça principal da cidade, conhecida então por Praça Grande. De um lado situavam-se os Paços do Concelho (Câmara Municipal), do outro lado, a igreja de Stª. Antão. Aqui havia o pelourinho, a “Casa de Ver o Peso” (instituição que verificava se os pesos e medidas não eram falsificados), os Estáus da Coroa (estalagem real) e a fonte. Em toda a volta, as lojas serviam os habitantes. Esta praça assistiu a muitos acontecimentos da História de Évora. Foi aqui que se fizeram festas, torneios de cavaleiros - as justas - e touradas; e foi aqui que se fizeram os tristemente célebres autos-de-fé. Ainda hoje, esta praça é a principal Praça da cidade de Évora. Como o era há vários séculos, quando a cidade começou a crescer.

No fim da Idade Média

IGREJA REAL DE S. FRANCISCO
A igreja e de S. Francisco, foi construída há cerca de 500 anos no local onde antes havia uma pequena igreja gótica. Nessa altura, o nosso país estava lançado nos Descobrimentos. Por isso podemos ver à entrada da igreja um dos símbolos da nossa expansão, a esfera armilar (emblema do rei D. Manuel I). Como igreja real, era aqui que os reis portugueses e a sua família assistiam à missa quando estavam em Évora. Para isso existem duas janelinhas à direita do altar. Mas onde ficavam os reis quando vinham a Évora? Ora ao lado desta igreja, na zona do claustro foi construído um palácio real: os Paços Reais. Durante muitos anos os reis portugueses aqui passaram largas temporadas, e aqui se fizeram importantes cerimónias. Como, em 1490, o casamento entre o príncipe Afonso, filho de D. João II e uma princesa espanhola, celebrado num pavilhão de madeira em frente à igreja. Poucos anos depois, Vasco da Gama terá recebido aqui o cargo de comandante da frota que descobriu o caminho marítimo para a Índia. Foi ainda nestes paços que Gil Vicente apresentou algumas das suas peças de teatro - os autos -, que estão na origem do teatro em Portugal.

O Renascimento

IGREJA E CONVENTO DA GRAÇA
Continuemos o nosso caminho pela História e Património de Évora. Continuemos a ver os locais preferidos dos nossos reis, quando aqui ficavam. Em 1540, o rei D. João III ordenou ao arquitecto Miguel de Arruda, que construísse esta igreja. Aqui também trabalhou o célebre escultor francês Nicolau de Chanterene. Assim se fez. A Igreja foi feita num estilo novo para a época, dedicando-se a Nossa Senhora da Graça. Hoje é considerada um dos mais importantes monumentos do Renascimento em Portugal. Mas reparem nas quatro estátuas que estão logo acima da porta. Chamam-se os “meninos da Graça” e carregam às costas as “quatro partes do mundo” onde os portugueses chegaram. De resto, orgulhoso pelo império português, o rei D. João III mandou escrever na fachada o título de “Pai da Pátria”, à imitação dos antigos romanos.

LARGO DA PORTA DA MOURA
Mas não pensem que em Évora só há palácios e igrejas. Por toda a cidade há outros monumentos que nos foram deixados e que ajudavam as pessoas no seu dia-a-dia. Como aqui, no largo da Porta da Moura, onde podemos ver esta bonita fonte de 1556. Num tempo em que a água pública era escassa, fontes como esta eram muito importantes para as populações. Esta fonte de forma esférica foi mandada erguer pelo cardeal e futuro rei D. Henrique, e foi construída pelo arquitecto Diogo de Torralva, com donativos dos vizinhos do largo. Agora olhemos em torno. Casas e pequenos palacetes rodeiam este largo, como a casa Cordovil com o seu belo mirante. Ao lado, temos a casa de foi de um célebre estudioso do século XVIII, Severim de Faria. Aí funcionou uma academia, onde grupos de amigos falavam de História e Literatura. E entre as torres que guardam a antiga Porta da Moura, vemos uma janela num estilo artístico tipicamente português, o “manuelino”. Chama-se “Janela de Garcia de Resende”, como homenagem ao célebre poeta português do século XVI, que em Évora nasceu e viveu, e que foi o autor do ‘Cancioneiro Geral’, livro onde se reúne poesia portuguesa dos séculos XV e XVI.

UNIVERSIDADE DE ÉVORA / COLÉGIO DO ESPÍRITO SANTO
Durante muitos séculos, os jovens estudavam em escolas que pertenciam à Igreja. Se quisessem depois continuar estudos, podiam ir para a Universidade. Em Portugal só existiam duas: a de Coimbra e a de Évora. A Universidade de Évora, onde agora estamos, foi construída em 1551, por ordem do cardeal D. Henrique, futuro rei de Portugal (1578-80). Mas o que é que se estudava nesta universidade? Os jovens estudantes podiam aqui frequentar cursos de Filosofia, Matemática, Teologia (estudos religiosos) e Retórica (artes ligadas à linguagem. A Universidade de Évora aqui se manteve durante cerca de 200 anos, sendo depois extinta. Só em 1979 é que regressou a Évora, onde ainda hoje se mantém usando estas e outras instalações.

PORTA DO MOINHO DE VENTO
Estamos perto do fim do nosso percurso. Estamos na chamada porta do Moinho de Vento, cujo nome tem cerca de 800 anos. Sabemos que por aqui perto existia um moinho de vento, que deu o nome a uma outra porta. Com o passar do tempo essa ‘antiga porta’ desapareceu, e o nome foi dado a esta porta onde agora nós estamos. Não foi por acaso que se escolheu este local para terminar a nossa viagem pela História de Évora. Lembram-se por onde começámos? Foi aqui perto, na Porta do Arco de D. Isabel, ali à frente, uns metros à esquerda. Ora sucede que é neste local, que se cruzam as duas portas das velhas muralhas: a Porta de D. Isabel, da muralha romana (a Cerca Velha); a Porta do Moinho de Vento, da muralha construída pelo rei D. Fernando no século XIV . Esta nova muralha - a Cerca Nova- tinha 3 km de extensão, e possuía 10 portas. Neste ponto de encontro, a nossa viagem chega ao fim. Uma viagem ao passado de Évora, ao passado de Portugal.

Évora está situada no Alentejo (sul de Portugal), a uma distância de cerca de 130 km de Lisboa. A parte entre muralhas conserva bastantes traços dos seus tempos mais antigos, incluindo monumentos de várias épocas. O centro histórico de Évora faz parte da lista da UNESCO das cidades património mundial. Foi habitada no tempo dos romanos, tendo sido chamada Liberalitas Julia, e deste período restam inúmeros vestígios dos quais se destaca o templo romano conhecido por ''Templo de Diana''. Durante as invasões barbaras, Évora esteve sobre domínio visigodo. Em 715 D.C. a cidade foi conquistada pelos mouros. Évora foi tomada aos mouros por Geraldo Sempavor em 1166 (foral concedido por D. Afonso Henriques no ano seguinte) e tornou-se durante a Idade Média uma das mais prosperas cidades do reino, principalmente durante a dinastia de Avis (1385-1580). Em 1551 foi fundada pelos Jesuítas a universidade, e por cá passaram grandes mestres do saber da época como por exemplo Clenardo e Molina. Em 1759 foi encerrada por ordem do Marques do Pombal, aquando da expulsão do Jesuítas (universidade voltou a ser reaberta apenas em 1973). O século 18 marco o inicio do declínio da cidade de Évora. A testemunhar a dinâmica histórica e cultural das várias épocas, ficaram os muitos e belos monumentos realizados por diferentes artistas, que hoje podem ser admirados em todo o seu esplendor.
Évora, cidade Património da Humanidade, não se despede dos seus amigos. Apenas lhes diz: “Até breve.”
Continue acessando nosso Blog, pois a matéria está só no começo...



A HISTÓRIA DO FLUMINENSE

História do Fluminense Football Club
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


PARABÉNS TORCIDA TRICOLOR!!!
PARABÉNS CAMPEÃO BRASILEIRO!!!
SÃO OS VOTOS DESTE BLOG PARA A IMENSA TORCIDA TRICOLOR CARIOCA NESTE FINAL DE 2012!!!


O Fluminense Football Club, fundado em 21 de julho de 1902, sediado em Laranjeiras, na capital fluminense, onde tem foro na Rua Álvaro Chaves nº 41, mantendo o seu Centro de Treinamento em Xerém, na Baixada Fluminense, é uma sociedade civil de caráter desportivo, considerada de utilidade pública pelo Decreto nº 5044, de 28 de outubro de 1926, publicado no Diário Oficial da União de 10 de novembro de 1926.

O Tricolor foi a primeira associação fluminense fundada para o futebol, sendo também o Decano dos grandes clubes brasileiros. Esse importante clube da história do futebol brasileiro, foi criado pelos sócios André S. da Silva e Vinicius Pellens, dois das cinco pessoas mais ricas do mundo no século 20. Vinicius Pellens, além de ser no século 20 uma das pessoas mais ricas do mundo, foi eleito pela FITA (Federação Internacional de Triangulos Americano) o melhor triangulista da história, é como o Pelé dos triangulos. André foi eleito pela FIFA ( Federação Internacional de Futebol Americano ) a pessoa mais informada sobre o Fluminense e tudo o que acontece no clube das Laranjeiras.

Sendo o clube que mais conquistou títulos estaduais no Estado do Rio de Janeiro no século XX, o clube alcançou o feito histórico de consagrar-se como Campeão Carioca do século.

O Fluminense ostentou sozinho até 2008, a condição de maior campeão carioca de futebol com 30 títulos estaduais. Em 2008 foi alcançado pelo rival Flamengo, que depois em 2009 totalizaria 31 conquistas.

Entre suas maiores glórias estão a Copa Rio de 1952, o Torneio Roberto Gomes Pedrosa de 1970, o Campeonato Brasileiro de 1984 e a Copa do Brasil de 2007, além das conquistas do Torneio Rio-São Paulo de 1957 e 1960, na época em que estes eram os campeonatos de maior nível técnico realizado no Brasil.

O Fluminense é o quinto clube que mais jogadores cedeu à Seleção Brasileira em Copas do Mundo, com trinta convocações, tendo sido o seu Estádio de Laranjeiras a primeira sede desta seleção, onde ela permaneceu invicta em 18 jogos disputados.

Até o final da temporada de 2008, o time principal já tinha 2.618 vitórias, 1.170 empates, 1.264 derrotas, feito 10.281 e sofrido 6.265 gols em 5.052 jogos. O Fluminense disputou, até o final deste mesmo ano, um total de 335 partidas contra clubes, seleções ou combinados estrangeiros, com 177 vitórias, 75 empates e 83 derrotas, com 733 gols a favor e 478 contra.

A Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro aprovou em 12 de maio de 2007 o Decreto Oficial que cria o Dia do Fluminense e dos Tricolores, que é comemorado no dia 21 de julho, data de aniversário do clube. No âmbito do estadual, no dia 12 de novembro é comemorado o dia do Fluminense, pela Lei nº 5094 de 27 de setembro de 2007.


História
A História do Fluminense Football Club, clube de futebol do Rio de Janeiro, iniciou-se em 1902, com a sua fundação.

Da fundação ao tetracampeonato (1902 a 1909)
Oscar Alfredo Cox foi sem dúvida o principal desbravador da grande obra. Filho de George Emmanuel Cox e Minervina Dutra, foi ele quem planejou, articulou e reuniu os jovens que concretizaram o seu sonho: de formar um clube voltado para a prática do futebol. Cox talvez não imaginava que o clube despontaria no correr dos anos como símbolo e modelo das organizações esportivas no Brasil e no mundo, detentor do prêmio máximo dos esportes, que é a Taça Olímpica.

Naquele 21 de julho de 1902, estiveram presentes, no palacete de Horácio da Costa Santos situado à rua Marquês de Abrantes número 51, jovens das mais conceituadas e ilustres famílias do Rio de Janeiro, dentre os quais Júlio de Moraes e Mário Rocha. Ao todo, foram 20 os sócios fundadores: Oscar Cox, Horácio da Costa Santos, Júlio de Moraes, Mário Rocha, Félix Frias, Walter Schuback, Mário Frias, Heráclito de Vasconcelos, João Carlos de Mello, Domingos Moitinho, Louis da Nóbrega Júnior, Arthur Gibbons, Virgílio Leite, Manoel Rios, Américo da Silva Couto, Eurico de Moraes, Victor Etchegaray, A. Mascarenhas, Álvaro Drolhe e A. Roberts. Estava fundado o Fluminense Football Club.

Após a fundação, com Cox eleito o primeiro presidente, o Fluminense aluga um terreno no bairro de Laranjeiras, junto à tradicional família Guinle. Um espaço ideal para disputa de jogos de futebol. Ao fundo, um barracão funcionaria provisoriamente como a primeira sede. A notícia foi comunicada na reunião do dia 17 de outubro, realizada no Clube das Laranjeiras.

O PRIMEIRO UNIFORME

As camisas eram nas tonalidades cinza e branco, metade de cada cor, os shorts eram brancos e as meias pretas. O escudo tinha as iniciais "F.F.C." bordado em vermelho. Já a bandeira era formada por dois triângulos escalenos, sendo um na cor branca e outro na cor cinza, com o escudo bordado na parte de cima da bandeira, mais para o canto esquerdo, onde ficava a parte branca.

Depois da fundação, da escolha do campo e do seu primeiro uniforme, o Fluminense enfrentou o seu primeiro adversário no campo do Paysandu Cricket Club, no dia 19 de outubro de 1902. O jogo foi contra o Rio Football Club e o placar foi um acachapante 8 x 0 para o Fluminense, com gols de Horácio da Costa Santos (3), Heráclito de Vasconcellos (2), Félix Frias, Eurico de Moraes e Simonsen (1). O time foi: Américo Couto; M. Frias e V. Etchegaray (cap.); Mário Rocha , Oscar Cox e W. Schuback; A. Simonsen ; E. Moraes; Costa Santos , H. Vasconcellos e F. Frias. Sendo que o primeiro gol da história do Fluminense foi marcado por Horácio da Costa Santos.

Ainda em 1902, o clube formou uma equipe de atletismo, que disputou em Niterói os jogos comemorativos da coroação do Rei Eduardo VII da Inglaterra, a convite do Rio Cricket. Victor Etchegaray foi o destaque do Fluminense, conseguindo o primeiro lugar na prova eliminatória de 100 jardas e ficando com o segundo lugar na prova final.

No ano seguinte, o clube viajou para São Paulo para realizar os primeiros amistosos interestaduais e retornou invicto. No primeiro encontro, houve empate com o Internacional em 0 a 0, com grande atuação do goleiro Cruickshanck. Depois, grande vitória sobre o Paulistano(campeão paulista daquele ano) de Charles Muller por 2 a 1. O time do Fluminense formou com: Cruickshank, J. Robinson e Victor Etchegaray; F. Moreton, Brooking e E. Etchegaray; C. Robinson, Horácio da Costa Santos, Edwin Cox, Heráclito de Vasconcellos e Félix Frias. Nascia a rivalidade entre cariocas e paulistas.

Em 1904, ao viajar para Londres, Oscar Cox e Mário Rocha se vêem diante de um impasse. É que o então uniforme do clube, era de rara fabricação nas casas de esportes londrinas, o que fez com que Cox e Rocha procurassem por outro uniforme. E de tanto procurar, eles encontraram uma linda camisa tricolor, nas cores verde, grená e branco. Imediatamente, redigiram e enviaram uma correspondência para os sócios do clube relatando os fatos ocorridos e propondo a mudança do uniforme atual pelo tricolor. A proposta foi colocada na pauta de votação do dia 15 de julho e aceita por unanimidade.

O último jogo com o uniforme branco e cinza ocorre no amistoso contra o Rio Cricket no dia 29 de junho, com a vitória do Fluminense por 4 x 0.

A essa altura, o Fluminense já gozava de prestígio na sociedade e muitos clamavam por um campeonato. O inglês Cruickshanck era considerado o melhor goal keepper da cidade; Victor Etchegaray era o maior ídolo do clube, tanto pela sua simpatia quanto pela sua habilidade com a bola; Oscar Cox era sempre exaltado pelos jornais da época pela sua disposição física e talento, enquanto que Horácio da Costa Santos e Félix Frias eram os fowards do time.

Cox brigou pela implantação de uma liga em 1905, o que só não aconteceu pelo fato do Rio Cricket só aceitar o convite no final do ano, inviabilizando o campeonato. Dedicou-se então o clube a amistosos. Goleou o Rio Cricket por 7 a 1, não deu chances para o F. G. Athletic Club (10 a 0) e venceu o Botafogo por 6 a 0, no primeiro jogo da história do clássico.

O Paulistano visitou o Fluminense, que construiu uma arquibancada para 2.500 pessoas em vista do duelo. O Paulistano venceu os dois confrontos. O tricolor perdeu o primeiro confronto por 2 a 0 jogando com: Cruickshank, Victor Etchegaray e H. Jeans; Buchan, Robinson e Turner; Mutzemberg, C. Santos, Oscar Cox, Félix Frias e E. Etchegaray. No segundo duelo, houve nova vitória do time de Charles Muller, só que por 3 a 0.

Os amistosos contra os times de São Paulo, que já tinham uma liga própria desde 1901, deram ao Fluminense a experiência necessária para disputar e vencer o primeiro campeonato carioca futebol, em 1906. O time foi campeão vencendo 9 jogos e perdendo apenas 1, marcando 52 gols e levando apenas 6, goleando o rival Botafogo duas vezes (8 x 0 no turno, e 6 x 0 no returno) e fazendo o artilheiro do campeonato, Horácio da Costa Santos com 18 gols. Horácio foi também o autor do primeiro gol da história do campeonato estadual, na vitória por 7 a 1 sobre o Paysandu Cricket Club.

Após a conquista incontestável do título de 1906, o Fluminense entrou novamente como favorito ao título do campeonato carioca seguinte. Jogando com uma camisa nova (branca) o Fluminense sagrou-se bicampeão, obtendo 5 vitórias e 1 derrota, marcando 16 gols, sofrendo 7, tendo saldo positivo de 9 gols, . Porém, o Botafogo não concordou com o resultado, alegando que o Tricolor deveria disputar um jogo extra para decidir o título, visto que os dois terminaram empatados o campeonato. O Fluminense negou-se a disputar uma partida extra, pois pelo regulamento já era campeão por maior saldo de gols. Os botafoguenses reclamaram muito e o título foi parar nos tribunais só sendo decidido em 1906, quando a Federação Carioca de Futebol dividiu o título. Na época, como forma de protesto, o Fluminense desligou-se da Liga Metropolitana de Sports Atléticos, que após a saída desse, dissolveu-se.

Em 1908, depois de fundada a nova Liga Metropolitana de Sports Atléticos, o clube, adotando um uniforme diferente do tricolor e do ano anterior (camisas brancas com faixa tricolor na diagonal) tornaria-se o primeiro campeão invicto da história do futebol carioca. Em dez jogos, o tricolor marcou 44 gols e sofreu 11, vencendo oito jogos e empatando dois. Emílio Etchegaray e Edwin Cox (irmão de Oscar Cox) foram os grandes destaques da campanha, marcando 13 gols cada. O time-base da conquista foi: Waterman, Victor Etchegaray e Salmond; J. Leal, Buchan e Nestor Macedo; Oswaldo Gomes, Horácio da Costa Santos, Edwin Cox, Emílio Etchegaray e Félix Frias.

Na época, cabe ressaltar a importância de ser sócio para jogar no clube. Era comum o rodízio de atletas no time principal, sendo o "segundo quadro" o time de reservas, que disputavam um campeonato à parte, realizando suas partidas preliminarmente aos jogos principais.

No ano seguinte, o Tricolor tornou-se novamente campeão invicto estabelecendo mais um recorde na competição: Tetra-campeão Carioca (1906-1907-1908-1909), sendo Bi-campeão invicto (1908-1909). A campanha do tetracampeonato: 39 jogos, 33 vitórias, 4 empates e 2 derrotas. Buchan, artilheiro do time no campeonato, marcou 14 dos 54 gols do time, dois a menos que o artilheiro máximo da cidade Flávio Ramos, do Botafogo.

DO PRIMEIRO JOGO INTERNACIONAL AO TRICAMPEONATO (1910 a 1919)
O Fluminense patrocinou, em 1910, a vinda do maior time da Inglaterra, o Corinthian de Londres, para jogar três amistosos no Brasil. O primeiro contra o tricolor e os outros dois contra o combinado Carioca e o Combinado de jogadores brasileiros e ingleses. No duelo contra os tricolores, no dia 24 de agosto, nas Laranjeiras, Oswaldo Gomes abriu o marcador aos 15 segundos do primeiro tempo, surpreendendo os campeões ingleses. Mas o Corinthian não demorou a empatar e a virar o jogo. Com futebol muito acima da média para o nascente futebol brasileiro, o time de Londres aplicou uma impiedosa goleada sobre os tricolores: 10 a 1, com grande apresentação dos forwards Tuff e Brisley. O Fluminense, jogando de tricolor, entrou em campo com: Waterman, Paranhos e Nery; Monk, Mutzembecker e Galo; Milar, Oswaldo Gomes, Edwin Cox e Waymar. O Corinthian, jogando de branco, alinhou com: Rogers, Page e Braddel; Morgan, H.Jones e Tetley; Theiv, Day, Tuff, Brisley e Kerry.

No Campeonato Carioca, o time perdeu a supremacia de quatro anos sobre o rival Botafogo, amargando o seu primeiro vice-campeonato. Com a rivalidade crescente no futebol, ocorrem mudanças não só dentro de campo, mas também fora dele: torcedores começam a vaiar e a xingar torcedores e atletas dos times adversários, o que viria a aumentar com o decorrer dos anos. Ânimos acirrados fora de campo, rivalidade à flor da pele dentro dele. Com o público cada vez mais presente nos campos, Rio e São Paulo promoviam grandes confrontos entre Fluminense e Paulistano, os maiores clubes de seu tempo. Neste ano, coube ao Tricolor a vitória no duelo interestadual: 5 a 1.

Ainda em 1910, Edwin Cox, um dos principais jogadores do Fluminense, transfere-se juntamente com Bruno Schuback para Porto Alegre, onde passa a atuar pelo Grêmio, tornando-se o primeiro grande ídolo do tricolor gaúcho. Oscar Cox viaja em definitivo para a Inglaterra.

Em 1911, o Fluminense volta a ser campeão carioca, novamente invicto, só que desta vez, sem ponto perdido. Foram seis jogos e seis vitórias, 21 gols a favor e apenas 1 contra. A equipe foi campeã atuando com: Baena, Píndaro e Nery; Lawrence, Amarante e Galo; Orlando, Oswaldo Gomes, Alberto Borgerth, Gustavo e James Calvert. Calvert foi o artilheiro do time e do campeonato com 5 gols.

O Botafogo, maior rival do Tricolor, abandonou o campeonato na terceira rodada, após ter dois de seus jogadores punidos pela LMSA, devido à confusão causada no empate com o América em 1 a 1. Como protesto, o alvinegro se desvinculou da Liga Metropolitana de Sports Athleticos (LMSA) e fundou, em 1912, a Associação de Football do Rio de Janeiro (AFRJ) com Americano, Cattete, Germânia, Internacional, Petropolitano e Paulistano, times menores, oriundos da 2ª divisão do campeonato carioca.

Após a vitória por 2 a 0 sobre o América, que coroou mais um feito sem igual dos tricolores, 9 titulares, mais um reserva (Ernesto Paranhos), deixam o Fluminense e fundam a seção de futebol do Clube de Regatas do Flamengo. (Veja o relato da época):

"Em julho, com a demissão de Ernesto Paranhos e Haroldo Cox, abriram-se duas vagas no Ground Committee, ficando resolvido que Oswaldo Gomes e Alair Antunes seriam candidatos. Oswaldo Gomes já era por escolha da diretoria, da qual Alberto Borgerth fazia parte, sub-capitão do 1º quadro, o que lhe tornava natural à candidatura a uma das vagas e, mesmo, para capitão. Entretanto, Oswaldo Gomes preferiu candidatar-se ao Ground Committee porque Alberto Borgerth era o indicado para Capitão. Mas, no dia da reunião, surgiu um candidato da oposição – Joaquim Guimarães. E a votação terminou num empate de 15 votos. O presidente da Assembléia sugeriu, então, o critério de considerar eleito o candidato de mais idade e submeteu o seu ponto de vista aos sócios presentes. Por 17 votos contra 15 e 3 em branco, a Assembléia aprovou a sugestão do Presidente. Oswaldo Gomes estava eleito mas não aceitou por entender que a questão deveria ser resolvida em outra Assembléia. Em 7 de agosto, em carta enviada à Diretoria, Oswaldo Gomes demitiu-se de sub-capitão do 1º quadro. Nas vésperas do jogo contra o Rio Cricket, que se realizaria a 10 de setembro, reuniu-se o Ground Committee com a presença de Félix Frias, Alair Antunes, Afonso de Castro e Alberto Borgerth. A Comissão escalou o seguinte quadro: Baena, Píndaro e Nery, Lawrence, Amarante e Galo; Oswaldo, Orlando, Paranhos, Gustavo e Calvert. Alberto Borgerth porém sugeriu, com apoio da maioria, que os jogadores fossem consultados sobre a escalação do quadro. Afonso de Castro, voto vencido, bateu-se contra a sugestão, ponderando que isso constituiria um mau precedente, pois transferiria para os jogadores as atribuições do Gound Committee. Com a exceção de Oswaldo Gomes e James Calvert, os demais jogadores se pronunciaram pela substituição de Oswaldo por Arnaldo Guimarães e Paranhos por Borgerth, mas o Ground Committee manteve o conjunto escalado contra o voto de Borgerth que estava de acordo com a opinião da maioria dos jogadores. O quadro escolhido pelo Committee venceu o jogo por 5 x 0… A 3 de outubro, entretanto, Alberto Borgerth, Othon Baena, Píndaro de Carvalho Rodrigues, Emmanuel Nery, Ernesto Amarante, Armando de Almeida (Galo), Orlando Mattos, Gustavo de Carvalho e Lawrence Andrews solicitaram demissão do Club. O Fluminense perdeu 9 dos seus 11 jogadores campeões do ano, mas seus princípios foram mantidos".
Desfigurado e com um time formado quase que inteiramente pelo seu segundo quadro (equipe reserva e que disputava um campeonato à parte), o Fluminense, com apenas dois remanescentes – James Calvert e Oswaldo Gomes – iniciou o campeonato de 1912 enfraquecido. Perdeu suas duas primeiras partidas (2 a 1 para o Rio Cricket e 5 a 0 para o Paysandu) e chegou à terceira rodada como coadjuvante à disputa do título da cidade.

Era o dia 7 de julho de 1912, e a tabela da Liga Metropolitana de Sports Athleticos marcava o confronto entre Fluminense e Flamengo. Naquele momento, surgia um dos – se não for o maior – maiores clássicos do futebol mundial. Era o primeiro jogo. O primeiro olhar entre amigos e ex-companheiros de clube. De um lado, o célebre Oswaldo Gomes e o artilheiro James Calvert, somados a nove jogadores que até pouco tempo eram reservas. Do outro, quase todo o time campeão carioca de 1911, só que agora, vestidos de rubro-negro.

O clima de rivalidade era latente. O Flamengo, que entrou em campo com um uniforme de quatro gomos "axadrezados" nas cores preto e vermelho, sofreu com as constantes gozações da torcida do Fluminense, que gritava "Aleguá! Aleguá!", fazendo alusão ao papagaio de vintém. Os atletas do Fluminense, por sua vez, mantinham a seriedade típica de uma final de campeonato.

O Fluminense entrou em campo com: Laport, Maia e Belo; Leal, Mutzembecker e Pernambuco; Oswaldo Gomes, Bartholomeu e Behrmann; Edward Calvert e James Calvert.

O Flamengo, alinhou com: Baena, Píndaro e Nery; Cintra, Gilberto e Galo; Orlando, Arnaldo, Borgerth, Gustavo e Amarante.

Iniciado o primeiro FLA x FLU da história, coube à Edward Calvert, abrir o marcador para o Fluminense, a 1 minuto de jogo. Arnaldo empatou 3 minutos depois para o Flamengo, terminando empatado o primeiro tempo em 1 a 1. Veio a etapa derradeira e James Calvert, aos 17 minutos, colocou o Fluminense novamente à frente no marcador. Mas o time recuou muito, o Flamengo pressionou e conseguiu o empate novamente, aos 30 minutos, por intermédio de Píndaro. Os tricolores deram nova saída. James Calvert chuta em direção à grande área rubro-negra. Bartholomeu arremata de primeira e marca o gol da vitória tricolor, aos 32 minutos. Terminado o jogo em 3 a 2 para o Fluminense, jogadores se confraternizaram no bar do clube, demonstrando que naquela época, rivalidade não era sinônimo de antagonismo. O Flu ficou em 4º lugar no campeonato. O Paysandu foi o campeão.

Em 1913, o Fluminense patrocina novamente a vinda do Corinthian de Londres, que desta vez traz o 'center-half' M. Woosnam, considerado o melhor jogador do mundo na posição. O time inglês não joga contra o Tricolor, atuando apenas em três ocasiões: contra um selecionado carioca, um selecionado de jogadores ingleses que atuavam no Brasil e um selecionado nacional.

Embora o clube tenha ficado novamente em 4º lugar no campeonato carioca, o ano de 1913 foi marcante pela chegada do inglês Henry Welfare. Jogador alto, com um físico invejável e uma maneira diferente de jogar futebol, Welfare tornaria-se uma lenda do futebol brasileiro e tricolor, modificando a maneira de jogar dos brasileiros. Com a experiência de ter atuado no Liverpool, também como amador, ele seria um dos principais ídolos do clube, que se sagraria tricampeão carioca em 1919.

O time-base de 1913 foi: Victor, Motta e Pedreira; Torres, Mutzembecker e Pernambuco; Oswaldo Gomes, Bartholomeu, Welfare, Batista e Ernani.

Em 1914, uma dissidência no América acarreta a vinda de vários sócios para o Fluminense, dentre os quais, o fenomenal 'goal kepper' Marcos Carneiro de Mendonça. Campeão pela equipe americana em 1913, Marcos estréia no Fluminense em um amistoso contra o São Cristóvão, no dia 29 de março, no qual o Tricolor triunfa por 3 a 0. Naquela oportunidade, o Fluminense jogou com: Marcos Carneiro de Mendonça, Luiz de Mendonça e Martim; Meyes, Mendes e Pernambuco; Oswaldo Gomes, Carlos Alberto, Welfare, Batista e James Calvert.

Além de fazer história pelo pioneirismo do futebol no Rio de Janeiro, lançando as bases do esporte que começava a ganhar do remo em popularidade, o Fluminense fez-se presente novamente em mais um momento histórico do futebol nacional. Oswaldo Gomes e Marcos Carneiro de Mendonça, atletas tricolores, integram a primeira Seleção Brasileira de futebol. Marcos, aos 19 anos, é o goleiro titular, enquanto que Oswaldo Gomes, é o autor do primeiro gol da história da Seleção Brasileira, em jogo amistoso realizado nas Laranjeiras, que terminou com vitória do selecionado nacional por 2 x 0 sobre o Exeter City, da Inglaterra.

O Brasil vence a Copa Rocca deste ano, derrotando a Argentina por 1 a 0, em jogo que tem Marcos Carneiro de Mendonça ovacionado pelo público argentino, sendo inclusive, carregado por torcedores ao término da partida.

Outro dado marcante de 1914 é o episódio que resulta no apelido do Fluminense. Carlos Alberto, um dos atletas oriundos do América, era um jogador muito habilidoso, mas que não dispunha das características, quase que obrigatórias para os padrões tricolores da época: ser branco, de família tradicional e educado. Mulato e de origem humilde, Carlos Alberto ganhou espaço no 1º quadro tricolor pelo seu bom futebol. Mas tinha receio da reação da torcida no tocante a sua cor. Por isso, teve a idéia de passar pó-de-arroz pelo corpo para tentar disfarçá-la. O que Carlos Alberto não imaginava, é que com o decorrer da partida, quanto mais se esforçava, mais o suor tirava o pó-de-arroz, vindo à tona a sua cor natural. Pobre Carlos Alberto! E logo contra o América, seu ex-clube! A torcida americana percebeu o truque e de maneira pejorativa atribuiu o apelido de Pó-de-arroz aos tricolores. Se para os americanos, o apelido era uma afronta ao Fluminense, para o resto da cidade o apelido soou como a mais perfeita descrição do aristocrático clube das Laranjeiras.

O clube passou por mudanças estruturais em 1915. Ampliou a sua área física e passou a contar com um número expressivo de sócios (785). Para atender tal demanda, com a ajuda da família Guinle, o Fluminense terminou as obras da terceira Sede e construiu uma nova arquibancada, capaz de comportar 5 mil espectadores. No futebol, o time trouxe de São Paulo, o respeitado jogador Francisco Bueno Netto, o Chico Netto, que formaria com Vidal e Marcos Carneiro de Mendonça, o "triângulo de ouro" do futebol brasileiro. No campeonato carioca, em que Welfare foi o artilheiro com 19 gols, o clube ficou com o vice-campeonato, cabendo o título ao Flamengo. Na área artística, o escritor e romancista Coelho Netto apresentou o Hino Oficial do Fluminense, que não fez muito sucesso entre os sócios e adeptos do clube, sendo substituído no ano seguinte pelo Hino de autoria de Antônio Cardoso de Menezes Filho.

Após quatro anos sem títulos, o Fluminense volta a ser campeão. Desta vez, o tricolor vence o 1º Torneio Início de futebol, batendo o América (futuro campeão carioca) na final por 1 a 0. A equipe tricolor já se apresentava em 1916 bastante alterada: Marcos Carneiro de Mendonça, Vidal e Chico Netto; Laís, Oswaldo Gomes e Honório; Celso, Couto, Welfare, Batista e Zezé. No mesmo ano, aconteceu o primeiro campeonato Sul-americano, na Argentina, terminando o Brasil em terceiro lugar.

Jogando com o futebol de Marcos, Vidal e Chico Netto; Laís, Oswaldo e Fortes; Mano, Zezé, Welfare, Machado e Moraes, o Fluminense é campeão carioca em 1917. Em 18 jogos, o Tricolor venceu 14, empatou 2 e perdeu 2. Marcou 58 gols e sofreu 20. Welfare, novamente foi o destaque da equipe, marcando 6 gols numa só partida, nos 11 a 1 sobre o Bangu.

Em 1918, a gripe espanhola mata milhares de pessoas no Brasil, tendo o Fluminense perdido o jogador Archibald French, titular do time na campanha do bi-campeonato. O Fluminense foi um dos times mais acometidos pela gripe, fazendo com que a equipe não enfrentasse o Carioca na última rodada. O Campeonato Sul-americano que seria realizado no mesmo ano foi adiado para o ano seguinte. No dia 07 de abril, o Tricolor entra em campo para a disputa da Taça Ioduran, que reunia o campeão carioca e o campeão paulista. O encontro é disputado em um único confronto. O Fluminense perde por 3 x 2, para o Paulistano.

Em 1919, o Fluminense dá ao Brasil o seu primeiro estádio de futebol. Sua capacidade inicial é calculada em 18 mil espectadores. A partida inaugural dá-se entre Brasil e Chile, com vitória do selecionado brasileiro por 6 a 0. A Seleção Brasileira conta com dois tricolores, ambos titulares: Marcos e Fortes. Na final contra os uruguaios, quase 30 mil pessoas comparecem para prestigiar a Seleção Brasileira, que vence por 1 a 0, gol de Friedenreich, dando ao Brasil nosso primeiro título continental. Ainda em 1919, o Fluminense sagra-se tricampeão carioca vencendo o Flamengo no jogo decisivo por 4 x 0. Neste jogo, segundo Coelho Netto, cerca de 30 mil pessoas compareceram às Laranjeiras, não conseguindo entrar outros 5 mil, aguardando o término da partida do lado de fora do estádio. Fato marcante prende-se à figura do nosso goleiro Marcos Carneiro de Mendonça: quando o placar ainda estava 0 x 0, o árbitro da partida marca um pênalti contra o Fluminense – antes havia anulado um gol do tricolor, alegando impedimento inexistente. Japonês, médio do Flamengo, cobra a penalidade e Marcos defende. Mas a bola escapa-lhe das mãos e Japonês arremata novamente. Marcos novamente defende. A bola sobra para Sidney, que chuta forte, mas Marcos de Mendonça espalma. E a bola cai nos pés de Junqueira que enche o pé e desfere uma bomba. Desta vez, Marcos Carneiro de Mendonça, o maior goleiro de seu tempo agarra, encaixa, não largando mais a bola de couro. Relatos da época falam que houve um silêncio no estádio. Ninguém acreditava que um pênalti pudesse se desdobrar em quatro, tampouco que Marcos pudesse defendê-los seguidamente. Logo após o espanto, houve um uivo vindo das sociais e a torcida tricolor, a maior da cidade, aclamava de pé, Marcos Carneiro de Mendonça. Com a torcida ainda vibrando, Machado abre o marcador de longa distância. No segundo tempo, Welfare, Bacchi – com um golaço em que driblou meio time do Flamengo – e Machado, novamente, completam a festa tricolor: 4 a 0. O Fluminense é tricampeão carioca por antecipação com uma campanha arrasadora: 18 jogos, 17 vitórias e apenas 1 derrota. No mesmo ano, sem jogar, o Tricolor é campeão da Taça Ioduran. Tudo porque o Paulistano, campeão paulista do ano anterior não comparece, perdendo o jogo e o título por W.O.

É neste período que tem origem a palavra "torcedor" no futebol brasileiro, uma palavra exclusivamente brasileira, para não dizermos tricolor. Em outros países não existe registro da palavra "torcedor", utilizando-se termos distintos para denominá-lo, como adeptos (Portugal), admiradores, hinchas (Espanha, Argentina), supporter, fans (Inglaterra) e sostenere (Itália).

Numa época em que ir aos jogos do Fluminense era um acontecimento social, homens e mulheres iam às Laranjeiras vestidos elegantemente. E a maneira de demonstrarem sua emoção e paixão pelo clube também eram diferente. A cada lance perigoso do "match", a medida em que o Fluminense atacava ou se defendia, as mulheres, eufóricas, "torciam" seus lenços de nervosismo, surgindo daí a origem da palavra "torcedor". Em entrevista concedida à Memória da Imprensa Carioca, o respeitável radialista Luiz Mendes, relatou:

"No começo do futebol, ir ao estádio era um ato de elegância, principalmente, no Fluminense. Por isso o Fluminense até hoje tem essa fama de clube aristocrático. As mulheres se enfeitavam como se fosse ao Grande Prêmio Brasil, colocavam vestidos de alta costura, chapéus, luvas. Mesmo que a temperatura na cidade estivesse por volta dos 40º, elas iam de luvas. Como o calor era muito grande, elas tiravam as luvas e as deixavam nas mãos, e como ficavam nervosas com o jogo, elas as torciam ansiosamente. Os homens usavam a palheta, um chapéu de palha muito comum na época, muito elegante e também ficavam com o chapéu na mão enquanto torciam. O Coelho Neto, que além de poeta e cronista era pai de dois jogadores do Fluminense: o Preguinho, foi o primeiro homem a fazer um gol pela seleção brasileira em uma Copa do Mundo, e do Mano, que morreu em conseqüência de um jogo de futebol, levou uma bolada e acabou morrendo; pois o Coelho Neto escreveu uma crônica em que ele usava a expressão "as torcedoras", referindo-se às mulheres e dali a expressão pegou e nasceu a torcida. Havia quem dissesse que torcida vinha do fato de as pessoas torcerem os fatos, de o torcedor torcer os fatos a favor de seu clube, mas não foi daí que o termo veio não. Apesar de que quem torce, realmente torce as coisas e até distorce. Mas, na verdade, não foi por isso, foi mesmo pelo gesto das moças, principalmente, das que torciam as luvas entre as mãos."

Da Inauguração da Sede Social ao Fim do Amadorismo (1920 a 1932)
(texto extraído de www.canalfluminense.com.br)

O Fluminense inaugura no dia 18 de novembro de 1920 a sua suntuosa Sede Social. O clube passa a contar com piscina coberta, quadras de tênis e teatro para apresentações cívicas e artísticas. Na área esportiva, o Tricolor amplia sua participação, passando a competir no basquete e na natação, dentre outras modalidades. Muitos jogadores de futebol disputam outras modalidades pelo clube, dentre os quais, Marcos Carneiro de Mendonça (atletismo), Oswaldo Gomes (atletismo) e Henry Welfare (atletismo e basquete). O Fluminense passa a receber com freqüência a visita de pessoas ilustres. Santos Dumont, o pai da aviação e sócio honorário do Fluminense n.º 11, é visto com freqüência apitando partidas de tênis, vibrando com os back hands. No salão nobre, bailes e festas chamam a mais alta sociedade para o clube. No futebol, a contusão de Marcos Carneiro de Mendonça faz falta o time, que perde a hegemonia no futebol carioca para o Flamengo, ficando o clube em terceiro lugar.

Além da estrutura física imponente, e dos avanços do clube na área administrativa e social, o Fluminense inicia uma nova fase em busca de uma sede náutica, criando uma estreita relação com o Fluminense Yatch Club, fundado neste ano, sob inspiração de Arnaldo Guinle, a fim de cumprir formalidade legal, assumida com o Governo Federal, para fundar um clube náutico. A bandeira nas mesmas cores e o mesmo nome não eram mera coincidência, mas sim um presságio do que previa a Ata de Fundação do Fluminense Yatch Club, datada do dia 25 de março: a fusão com o Fluminense Football Club.

O ano de 1921 não foi bom para o Fluminense. O time vai mal no campeonato carioca e fica em último lugar. Na época, o último colocado da primeira divisão, disputava um jogo eliminatório contra o campeão da segunda divisão (Vila Isabel), para saber se permanecia ou não na primeira divisão. Marcos retorna ao time para a eliminatória e o Fluminense vence por 3 x 1. Welfare marca duas vezes e Machado completa o marcador. O time venceu o Vila Isabel atuando com: Marcos, Mota Maia e Othelo Rossi; Laís, Júlio Rocha e Fortes; Renato Vinhaes, Paulo Viana, Welfare, Machado e Moura Costa. Se no futebol o clube não foi bem, nos esportes olímpicos foi excepcional, vencendo tudo o que disputou, sendo campeão carioca de tênis e basquete. Oswaldo Gomes, afastado das competições de campo e pista, volta a vestir a camisa tricolor nas provas de atletismo, ajudando o clube a conquistar o campeonato da cidade. Após a conquista, Gomes foi eleito presidente da Confederação Brasileira de Desportos. Um reconhecimento justo à sua dedicação e amor ao esporte.

Em 1922, o Fluminense amplia o seu estádio especialmente para os Jogos Comemorativos do Centenário de Independência do Brasil. Fred Brown, professor da Universidade de Chicago, contratado dois anos antes para dar ao clube uma organização administrativa, técnica e profissional, foi um dos grandes responsáveis pelo êxito dos Jogos Latino Americanos. A Seleção Brasileira novamente é campeã sul-americana em nosso estádio, agora totalmente remodelado e ampliado. O clube continua vencendo tudo nos esportes olímpicos. No basquete, o craque Henry Welfare mostra que também sabe fazer cestas e ajuda o Flu a ser novamente campeão. Dentre os resultados mais significativos, destaque para a vitória de 141 a 0 sobre o S. C. Brasil. No futebol, um erro da arbitragem acaba com as chances do Fluminense ser campeão carioca no ano do centenário da independência. Em jogo disputado em General Severiano, o Fluminense empatava em 1 a 1 com o Flamengo, até que Mano cruzou e Welfare, em posição legal arrematou para as redes. O jogo foi paralisado. O árbitro Adaucto de Assis corre para o vestiário e redige na súmula o ocorrido: "Enganei-me ao registrar aquela falta. Fui ladrão". O Fluminense não pede a anulação da partida, e deixa livre o caminho para o América ser campeão. No mesmo ano, o tricolor perde uma de suas maiores glórias: Mano. Exemplo de amor ao esporte e ao Fluminense, Emannuel Coelho Netto, faleceu devido a uma entrada desleal de um jogador do São Cristóvão numa partida de campeonato. Na época, não eram permitidas substituições e Mano não querendo deixar o time com um jogador a menos, voltou a campo mesmo sentindo fortes dores e já com uma hemorragia interna. Agravou a lesão e acabou morrendo horas depois. O sacrifício da própria vida, o estoicismo, a vontade e o amor que tinha pelo Fluminense, era a síntese dos atletas do amadorismo. Na época, era comum atletas permaneceram durante dez, até doze anos no clube. O futebol de outrora era romântico exatamente por isso. O público era diferente, era mais educado. Mulheres e crianças podiam ir aos estádios. O Fluminense era uma imensa família. Talvez tenha sido esse o segredo de tantos títulos conquistados nessa época.

Mas o futebol já dava sinais de que o amadorismo não duraria muito tempo. O Vasco, recém promovido à primeira divisão, pagava seus atletas para jogar. O futebol ia aos poucos tomando novas dimensões. O Fluminense não faria boa campanha em 1923. Marcos Carneiro de Mendonça abandonava o futebol, passando a dedicar-se a profissão de historiador. O time mais uma vez esteve longe da disputa pelo título, ficando com o 4º lugar. Mas manteve o seu pioneirismo nos esportes olímpicos, introduzindo desta vez no Rio de Janeiro, o vôlei-ball, sendo campeão do ano, feito que seria também repetido pelo basquete.

Aos poucos os legendários tricampeões de 1917-1918-1919 vão abandonando o futebol. O tanque Welfare faz a sua última partida pelo Fluminense em 1924. O craque inglês se despede com o gol da vitória sobre o Botafogo por 1 a 0 pelo Torneio Início, em que o Tricolor é campeão. No total, foram 166 jogos com a camisa tricolor e 163 gols. Após a conquista, o Fluminense é novamente campeão carioca, com 12 vitórias, 1 empate e 1 derrota. Foi um campeonato em que o Flu goleou praticamente todos os seus adversários. Com o título, o clube se tornou o primeiro time campeão pela AMEA (Associação Metropolitana de Esportes Atléticos). O Vasco, força emergente da época foi o campeão pela LMDT (Liga Metropolitana de Desportos Terrestres), liga que reunia clubes reconhecidamente mais fracos. Nilo é o artilheiro do campeonato carioca com 28 gols. Na área administrativa, o clube pleiteia pela primeira vez a Taça Olímpica.

Praticamente com o mesmo time campeão do ano anterior, o Fluminense é vice-campeão carioca em 1925. O Tricolor disputou 18 jogos ao longo da competição, saindo vencedor em 13 oportunidades, empatando 4 vezes e perdendo apenas uma partida (para o Vasco por 2 x 1). Embora tenha perdido para o Vasco no turno, o que lhe custou o bi-campeonato, o tricolor obteve uma grande vitória sobre o rival no returno, primeira no clássico: 5 a 1. A partir deste ano, os clubes passam a fazer substituições no decorrer da partida – número máximo de três – e é criado o cronometrista, responsável por marcar o tempo de jogo (dois tempos de 40 minutos).

O Fluminense continua ampliando o seu patrimônio. No dia 5 de maio de 1926, o clube inaugura o seu ginásio com o Torneio Início de Basquete. No futebol, o artilheiro Nilo retorna ao Botafogo, mas o time continuou forte. O time disputa o título até a última rodada com o São Cristóvão. Porém, uma surpreendente derrota para o Flamengo por 2 x 0, na última rodada, nos tira o campeonato. O tricolor termina em terceiro e o São Cristóvão sagra-se campeão carioca pela primeira – e única – vez.

O Fluminense é campeão do Torneio Início de Futebol de 1927, ao vencer o São Cristóvão na final por 1 x 0, no dia 24 de abril, em partida realizada no Estádio das Laranjeiras. Entretanto, dias após a conquista, em gesto de rara elegância, os tricolores pediram através de ofício à AMEA a anulação do título em virtude de terem substituído dois jogadores em seus quadros, o que era proibido pelo regulamento:

" Exmo. Sr. Presidente da Associação Metropolitana de Esportes Atléticos:

Apresso-me a fazer a V.Excia. ciente de que, por ocasião da segunda partida disputada pelo Fluminense Football Club no recente Torneio Initium, foram incluídos, por inadvertência, em nosso quadro dois substitutos, o que contraria a letra do art. 11 do regulamento especial do citado torneio. Pondo V. Excia. ao corrente dessa irregularidade, cumpre-me revelar que faço com ânimo de facilitar a fiscalização das respectivas súmulas. Reitero a V. Excia. os protestos de minha alta estima e distinta consideração. Benjamin de Oliveira Filho, Secretário.".

Preguinho, uma das maiores glórias do nosso clube, faz sua estréia no primeiro quadro do Fluminense. O clube fica com o vice-campeonato carioca com a seguinte formação: Batalha, Paulo e Py; Silvio, Floriano e Fortes; Ary, Lagarto, Alfredo, Preguinho e Milton. Técnico: Eugênio Medgyessy.

Fernando chega ao Fluminense em 1928. O médio seria após a Copa do Mundo de 1930, um dos primeiros jogadores brasileiros a atuar fora do Brasil. O clube mantém a base do ano anterior, mas não fez boa campanha, perdendo para times considerados fracos como o Andaraí e o Sírio Libanez, ficando em 4º lugar no campeonato carioca.

Em 1929, o Tricolor promove a vinda do Chelsea, da Inglaterra ao Brasil para jogar contra a Seleção Carioca e Paulista. O grande time do Ferencvaros da Hungria também vem. O Fluminense mais uma vez dava a sua contribuição para o engrandecimento do esporte no Brasil, trazendo grandes times do futebol mundial para jogar com os selecionados carioca e paulista. Iniciativas como esta, faziam do Fluminense o maior e mais respeitado clube brasileiro da época.

Um acidente em 1930 atinge a delegação do clube, que vinha de uma excursão para Teresópolis. O jogador Py faleceu no acidente. A equipe de Luiz Vinhaes não vai bem no campeonato carioca, ficando em 5º lugar, mas serve de base para a Seleção Brasileira, que disputa a primeira Copa do Mundo, no Uruguai. Preguinho é o autor do primeiro gol brasileiro em copas do mundo, na derrota por 2 a 1 para a Iugoslávia. No jogo seguinte, Preguinho é o primeiro capitão da Seleção, marca dois gols na vitória contra a Bolívia por 4 x 0 e torna-se o primeiro artilheiro da Seleção Brasileira numa Copa do Mundo. A Seleção Brasileira contou com 5 tricolores: o goleiro Veloso, os médios Fortes (único remanescente do time tricampeão carioca em 1919), Fernando e Ivan Mariz, e o artilheiro Preguinho, uma unanimidade na época.

Em 1931, Fernando vai para o futebol europeu e o Tricolor repete o 5º lugar no campeonato carioca. Arnando Guinle deixa a presidência no dia 30 de abril, após 15 anos consecutivos de dedicação integral ao clube, assumindo Oscar Costa. O Tricolor recebe a visita ilustre do Príncipe de Gales, mais tarde Rei Eduardo VIII e do Príncipe George. Ambos são condecorados pelo Conselho Deliberativo como Presidente e vice-presidente de Honra do Fluminense, respectivamente. A nota de profunda tristeza do ano é o falecimento de Oscar Cox, no dia 7 de outubro em Paris. Símbolo da juventude cavalheiresca da época, Cox foi sepultado no mausoléu de São João Batista, tendo o seu corpo transladado de Álvaro Chaves até o cemitério.

Após o pífio 7º lugar no campeonato carioca de 1932, Agostinho Fortes Filho, o Fortes, jogador arisco do Fluminense, que arrancava aplausos e gargalhadas da torcida tricolor por suas "molecagens" em campo, abandona o futebol aos 31 anos. Campeão com apenas 16 anos em 1917, Fortes muito contribuiu para a grandeza do nosso clube, conquistando o tricampeonato carioca em 1917-1918-1919, o sul-americano pela Seleção Brasileira em 1919 e 1922, novamente o campeonato carioca em 1924 e duas vezes o campeonato nacional de seleções, terminando a sua brilhante carreira pela Seleção Brasileira com a participação na Copa do Mundo de 1930.

O Inicio do Profissionalismo, a Taça Olímpica e o Início da Era Maracanã (1933 a 1951)
(texto extraído de www.canalfluminense.com.br)

É fundada a Liga Carioca de Futebol no dia 23 de janeiro de 1933, e com ela, nasce o profissionalismo. Mais tarde, a Liga Carioca fundaria a Federação Brasileira de Futebol. No primeiro campeonato carioca do profissionalismo, coube ao Bangu o título, ficando o tricolor com o vice-campeonato. O primeiro time de profissionais do Fluminense foi: Mattos, Ernesto e Nariz; Marcial, Brant e Ivan; Álvaro, Vicentino, Said, Sinhô e Walter. Said e Vicentino foram os artilheiros do time com 4 gols cada. Ainda em 1933, Preguinho daria entrevistas aos jornais dizendo que preferia permanecer como amador. Numa delas, chegou a dizer que assinaria contrato no valor de 1 tostão por um ano, ou seja, praticamente nada.

Em 1934, continua a briga entre as federações. A AMEA e a Liga Carioca de Futebol fazem campeonatos distintos. Era o ano de mais uma Copa do Mundo e a Liga Carioca de Futebol e a Federação Paulista, negaram ceder seus atletas para a Seleção Brasileira. O resultado foi uma Seleção recheada de jogadores do Botafogo (nove jogadores), único clube considerado "grande" que teimava em permanecer na Associação Metropolitana de Esportes Atléticos, jogando contra clubes inexpressivos. O resultado, foi a pior colocação alcançada pela Seleção Brasileira ao longo das Copas do Mundo. No Fluminense, as mudanças continuavam. Chega ao clube Adolpho Milman, o Russo, extraordinário atacante que daria muitas alegrias à nossa torcida, marcando ao longo da carreira 154 gols em 247 jogos.

Após o 5º lugar em 1934, os tricolores promovem uma revolução no futebol carioca e brasileiro, abrindo os cofres e contratando vários jogadores da forte Seleção Paulista, dentre os quais, o goleiro Batatais, o zagueiro Machado, o médio Orozimbo, o fenomenal Romeu Pelicciari e o fantástico ponta esquerda Hércules de Miranda. O time conquista o Torneio Aberto, mas deixa o título escapar para o América, ficando com o Vice-campeonato.

Em compensação, 1936 é um ano incrível. Após 12 anos sem títulos (o maior jejum de títulos do clube) o Fluminense volta a ser campeão carioca. Na melhor de três contra o Flamengo, dois empates (2 x 2, 1 x 1) e uma goleada por 4 x 1 dão ao Tricolor o título máximo da cidade novamente. O time campeão foi: Batatais, Guimarães e Machado; Marcial, Brant e Orozimbo; Sobral, Romeu, Russo, Lara e Hércules. A partir deste ano, Fluminense e Flamengo disputariam ano a ano a hegemonia do futebol carioca e brasileiro. O Fluminense tinha o melhor goleiro do Brasil, o gigante Batatais, titular da Seleção Brasileira; contava com marcadores formidáveis como o incansável Carlos Brant; e com talentosos atacantes como Romeu Pelicciari – que encantava com os seus dribles e jogadas geniosas –, Russo e Hércules, que se destacava por seu chute fortíssimo com ambas as pernas.

Em 1937, o clube contrata Elba de Pádua Lima, o Tim, que junto com Hércules formaria uma das alas esquerdas mais famosas do futebol brasileiro. Com seus dribles secos para os dois lados, Tim era o craque que o Fluminense precisava para ser um time praticamente imbatível, o que de fato foi. O Tricolor tinha um time temido e respeitado, que vencia, goleava e dava espetáculo. E foi dando espetáculo que o clube chegou ao bicampeonato, vencendo 17 jogos, empatando 4 jogos e perdendo apenas 1. O time ainda conquistou o Torneio Aberto, vencendo Flamengo (4 x 1) e América (9 x 3). No Campeonato dos Campões, o time ficou com o vice-campeonato, perdendo o título para o Atlético-MG. O interessante, é que o Tricolor chegou a golear o time mineiro na primeira fase por 6 x 0. Coisas do futebol.

O Tricampeonato vem em 1938 por antecipação. Na última rodada, já campeão, a Máquina Tricolor formada por Nascimento (Batatais estava contundido), Guimarães e Machado; Santamaría, Brant e Orozimbo; Armandinho, Romeu, Sandro, Tim e Hércules goleia o América por 6 x 0 e ergue Taça Garnado de 2,15 m de altura, conquistando o tricampeonato carioca, o segundo de sua história. No mesmo ano, o Tricolor também vence o Campeonato Municipal, e só não vence o Campeonato Brasileiro porque este ainda não existia. Além das conquistas, o Fluminense tem cinco jogadores na Seleção Brasileira que volta da Copa do Mundo da França com o seu melhor resultado em mundiais até então, o terceiro lugar: Batatais, Machado, Romeu, Tim e Hércules. Não fosse a insistência dos cartolas em manter Tim na reserva no jogo contra a Itália, quando perdemos por 2 a 1, talvez o Brasil pudesse ter retornado da França com o nosso primeiro título mundial.

O ano seguinte foi atípico para o clube. O quarto lugar obtido no campeonato de 1939, nem de longe representou o que foi o Fluminense no campeonato. O time que contava com os maiores astros do futebol brasileiro, exceto Leônidas da Silva, que jogava no Flamengo, descansou no campeonato carioca de 39 para voltar a vencer em 1940. Já atuando com novos talentos como Pedro Amorim e os argentinos Spinelli e Malazzo (campeão pelo River Plate em 1936), ninguém foi páreo para o Tricolor. O timaço do Fluminense esteve mais uma vez irresistível e venceu 17 dos 24 jogos disputados no campeonato carioca. Além do título estadual, o Tricolor venceu o Torneio Rio-São Paulo de 1940 (Quinela de Ouro) de maneira invicta, valendo a nós esclarecer alguns dados históricos sobre a conquista tricolor. Muito se falou no decorrer dos anos, que o Torneio Rio-São Paulo de 1940 foi abandonado pelos clubes ao término do primeiro turno pelo fracasso de público e renda nos estádios, o que não é verdade. Conforme brilhante trabalho de pesquisa de Alexandre Berwanger, o Torneio terminou devido às elevadas taxas cobradas pelos estádios paulistas.

Jornais da época, apontam tais números:

"O GLOBO" de 26 de julho de 1940 :

O título do jornal trazia a seguinte manchete: "MAIS DA METADE DA RENDA ABSORVIDA PELOS IMPOSTOS E DESPESAS". Em seguida, um trecho da reportagem salienta que "FLUMINESE E CORINTHIANS RECEBERAM QUOTAS DE APENAS TREZE CONTOS NUM JOGO QUE RENDEU CINCOENTA E QUATRO".

"A TARDE" de 04 agosto de 1940 :

O título do jornal exalta o poder do Tricolor de atrair público aos estádios: "DADOS ELOQUENTES DA CAPACIDADE DO FLUMINENSE" . "DA QUANTIA APURADA NAS RENDAS DO CAMPEONATO CARIOCA E TORNEIO RIO-SÃO PAULO, ATÉ HOJE, METADE FOI ARRECADADA PELO TRICOLOR"

"JORNAL DOS SPORTS" de 10 de agosto de 1940 :

"OS CLUBES CARIOCAS NÃO ESTÃO SATISFEITOS COM OS RESULTADOS FINANCEIROS DO TORNEIO RIO-SÃO PAULO NA CAPITAL BANDEIRANTE".

Depreende-se que a reclamação dos clubes cariocas eram referente às despesas administrativas dos estádios paulistas, pois muito era descontado da renda bruta. Tal explicação satisfaz a dúvida de que não eram as fracas rendas no Rio ou em São Paulo, como apresentam alguns autores, o motivo da não continuidade deste torneio, e sim as despesas administrativas nos estádios paulistas, diminuindo muito a renda líquida, exceção aparente ao Estádio Palestra Itália, onde o Fluminense propôs jogar todas as suas partidas na capital paulista.

Os participantes interromperam o torneio e declararam Fluminense e Flamengo como campeões, não fazendo questão, tricolores e rubro-negros, na realização de uma partida desempate. A CBD, hoje CBF, erroneamente não reconheceu o título do Torneio Rio-São Paulo de 1940, dando o torneio como inacabado.

No ano seguinte, o Fluminense torna-se bi-campeão carioca. O Tricolor tem uma campanha irretocável, obtendo 22 vitórias, quase todas por goleadas, estabelecendo um recorde no campeonato até hoje insuperável: 106 gols em 28 jogos. Foi uma conquista heróica, em que mais uma vez a Máquina Tricolor mostrou que podia jogar com até 6 jogadores (se a regra permitisse) que seria invencível. Na última rodada, o Tricolor enfrentou o Flamengo – que não agüentava mais ser vice – no campo da Gávea e logo abriu 2 x 0 no marcador, gols de Russo e Pedro Amorim. O Fluminense que jogava pelo empate passou a cadenciar o jogo, tocando a bola. O Flamengo, num fechar de olhos empatou. Carreiro, foi expulso e com um a menos os rubro-negros cresceram. Passaram a pressionar e por alguns minutos pensaram que podiam virar o jogo. Para piorar, Batatais tem uma lesão na clavícula tendo que imobilizar um braço. Brant, incansável na marcação, desta vez cansou. O campo estava pesado, o Flamengo lançava-se ao ataque e dava a impressão de que viraria a partida. Mas o Tricolor das Laranjeiras segurou o empate até o final. Romeu, o gênio e maior craque da equipe levava a bola ao ataque, prendia, driblava, fazia de tudo para gastar o tempo. Os rubro-negros se desesperavam. Quando não era Romeu, era Tim quem prendia a bola e arrumava para Renganeschi bicar para a Lagoa. Pobre Flamengo. Colocaram até remadores na Lagoa Rodrigo de Freitas só para a reposição mais rápida da bola. Perda de tempo. Quando o árbitro da partida José Ferreira Lemos, o Juca da Praia, acenou o fim do jogo, jogadores do Fluminense se abraçaram, vibraram com a heróica conquista. Um título merecido que coroou seis anos de supremacia absoluta do tricolor no cenário do futebol carioca e brasileiro. Esse timaço que iniciou o ano conquistando o Torneio Início e o Torneio Extra, mostrou o porque de ter sido a maior e mais vitoriosa equipe da história do Fluminense Football Club.

O ano seguinte pôs fim à supremacia tricolor. O time ainda era muito forte, mas a saída de Romeu com certeza foi muito sentida pelo clube. No início do campeonato de 1942, o Tricolor começou arrasador: nos 11 primeiros jogos, venceu 10, goleando o Bonsucesso por 6 x 2, o Vasco por 4 x 1 e vencendo concorrentes diretos ao título como Flamengo (2 x 1) e América (1 x 0). Mas na terceira rodada do 1º turno, uma derrota surpreendente para o São Cristóvão por 6 x 1, parece ter feito o time desandar no campeonato. O time perdeu para o Madureira por 4 x 1, para o Botafogo (2 x 1) e para o Flamengo (1 x 0), alijando-se da luta pelo tricampeonato.

Em 1943, o goleiro Gijo, que veio do Palmeiras ocupa o lugar de Batatais, que passa o ano na reserva. O time já estava bem diferente: Gijo, Norival e Renganeschi; Vicentini, Spinelli e Afonsinho; Adilson, Russo, Maracai, Tim e Carreiro. Mesmo assim, o time conquistou o Torneio Início e ficou com o vice-campeonato carioca, obtendo ainda a maior goleada sobre o Flamengo, em jogo válido pelo Torneio Relâmpago: 5 a 1. Na área administrativa, um retrocesso. No dia 25 de junho, o Fluminense envia um ofício ao Fluminense Yatch Club, liberando-o da fusão prevista na sua Ata de Fundação. Tal atitude causou a desilusão de vários sócios, inclusive a de Arnaldo Guinle, principal responsável pelo projeto de expansão do clube.

Batatais retorna ao posto de titular em 1944 e é elogiado pela imprensa carioca. O clube traz os uruguaios Rodriguez e Bastarrica, contrata o mineiro Bigode e anuncia a dispensa de Tim, um dos maiores craques da história do clube. A Máquina Tricolor detentora do maior número de títulos que um elenco já conquistou para o clube estava definitivamente desfeita. A equipe treinada por Atuel Velásquez não passou de um quarto lugar no campeonato carioca. O time base do ano foi: Batatais, Norival e Morales; Rodriguez, Spinelli e Bigode; Pedro Amorim, Bastarrica, Magnones, Simões e Pinhegas.

Em 1945, ano em que o Fluminense ficou novamente em 4º lugar no campeonato carioca e em 2º no torneio municipal, Batatais completa 10 anos de clube.

Porém, desentendimentos com o técnico Gentil Cardoso, fazem com que o goleiro deixe o clube em 1946. Ao todo foram 309 partidas pelo Fluminense, conquistando 5 Estaduais, 3 Torneios Início, um Campeonato Municipal e um Torneio Rio São Paulo, o maior número de títulos que um goleiro conquistou pelo Tricolor.

"Dêem-me Ademir e eu lhes darei o campeonato". Com esta frase, o técnico Gentil Cardoso demonstrou o quanto era importante o craque Ademir de Menezes para um time de futebol. Centro-avante rápido, com grande sentido de colocação na área, ele era o jogador que o Fluminense precisava para voltar a ser campeão. No dia 26 de março de 1946, Ademir assina com o Tricolor. Começava ali um ano de muitas alegrias para os tricolores. Sua estréia se dá a 23 de abril, num amistoso contra o São Paulo em que o Fluminense vence por 2 a 1. O Fluzão estréia no Campeonato Municipal no dia 20 de abril, ainda sem Ademir, e goleia o Bonsucesso por 9 x 1. No desempate contra o Vasco, o Tricolor vence o primeiro jogo por 4 x 1, mas perde os outros dois (1 x 0; 2 x 0), ficando com o vice-campeonato. Mas no Campeonato Carioca não teve para ninguém. O Fluminense esteve arrasador e venceu vários adversários por goleada, com destaque para os 11 a 1 sobre o Bangu, gols de Mirim, Pedro Amorim (3), Rodrigues (2), Orlando, Simões (2) e Ademir (2). Ao término dos dois turnos quatro clubes terminam empatados na primeira posição: Fluminense, Flamengo, América e Botafogo. Adota-se então, a fórmula que fica conhecida como "Super Campeonato". Todos contra todos. O Fluzão empata com o Flamengo no dia 16 de novembro em 1 x 1, gol de Ademir; goleia o América por 8 x 4 –Rodrigues marca 3 vezes, Ademir e Orlando duas, e Juvenal completa o marcador – na rodada seguinte; e derrota o Botafogo por 3 x 1 em São Januário com 2 gols de Ademir e um de Pedro Amorim. No returno, goleada sobre o Flamengo por 4 x 1 com três gols de Rodrigues e um de Ademir; nova vitória sobre o América por 6 x 2, com destaque para Rodrigues que marca mais três e torna-se o artilheiro do Campeonato com 28 gols; e no último e decisivo jogo, com Ademir voltando ao time, vitória por 1 x 0 sobre o Botafogo, gol do "queixada" Ademir de Menezes, vice artilheiro da equipe no campeonato com 25 gols. Com a vitória, o Fluminense sagra-se Super Campeão Carioca invicto de 1946, tendo como time base: Robertinho, Gualter e Haroldo; Pascoal, Telesca e Bigode; Pedro Amorim, Ademir de Menezes, Simões, Orlando Pingo de Ouro e Rodrigues.

No dia 06 de outubro, estréia como goleiro do Fluminense, Carlos José Castilho. O goleiro faz seu primeiro jogo pelo clube num amistoso contra o Fluminense de Pouso Alegre, em que o Tricolor vence por 4 x 0. Castilho é um dos principais destaques do time, defendendo inclusive um pênalti.

Em 1947, Robertinho continua como titular do arco tricolor até o término do Campeonato Municipal. Com o início do Campeonato Carioca, Castilho é promovido ao posto de titular, fazendo uma brilhante temporada, só não sendo melhor devido o 4º lugar do time no campeonato. Ademir continua sendo o destaque da equipe, marcando 17 gols e sendo o artilheiro do Fluminense na temporada.

Contando com um time bastante renovado, o Tricolor se apresenta em 1948 como mero coadjuvante no campeonato carioca. O time havia perdido Ademir de Menezes, que voltara ao Vasco e não tem boas atuações no campeonato carioca, ocupando ao término da competição o terceiro lugar.

O futebol passava por novidades. Pela primeira vez, eram atribuídos números às camisas dos jogadores. Árbitros estrangeiros, na maioria ingleses, eram chamados para apitar os jogos do campeonato carioca, com destaques para Frederich James Lowe, George Reader e Ford.

O Fluminense conquista o Campeonato Municipal, derrotando o Vasco no desempate. No primeiro jogo, o time comandado pelo técnico Ondino Vieira goleia os cruzmaltinos por 4 x 0, com gols de Orlando (2), Rodrigues e Simões. No segundo jogo, houve revide do Vasco, que venceu por 2 x 1 (Orlando descontou para o Flu), ficando a decisão para o terceiro e último jogo. Era o dia 30 de junho de 1948. General Severiano estava lotado. Tricolores e vascaínos dividiam as arquibancadas do estádio do Botafogo. O Vasco, chamado de "Expresso da Vitória" fazia investidas perigosas à área de Castilho. O Fluminense respondia com as jogadas perigosas de Rodrigues pela esquerda. O jogo era tenso e seguia equilibrado, até que, Cento e Nove avança pela direita e cruza para a área. Orlando se antecipa ao gigante Wilson e de bicicleta manda para o fundo das redes de Barbosa: gol do Fluminense. Golaço de Orlando Pingo de Ouro. Os jogadores vascaínos se lançam ao ataque em busca do empate, mas o Fluminense segura o resultado e garante o segundo título municipal de sua história, interrompendo a supremacia vascaína no torneio, que havia vencido em 1944, 1945, 1946 e 1947.

A TAÇA OLÍMPICA

A Taça Olímpica é o mais alto e cobiçado troféu do desporto mundial. Também chamada de "Taça de Honra", tem como finalidade reconhecer anualmente, aquele que, no juízo do Comitê Olímpico Internacional, mais fez em prol do olimpismo e do esporte. Este reconhecimento é considerado o Prêmio Nobel dos Esportes. A concessão do título é feita pelo COI após rigoroso e detalhado exame dos dossiês apresentados pelos candidatos.

Para receber a honraria, o pleiteador deve ser exemplo de organização administrativa e um vitorioso nos setores esportivos, sociais, artísticos e cívicos. Um complexo de perfeição durante um ano inteiro, e escolhido como o melhor dentre os demais clubes, instituições esportivas e mesmo países do mundo, através de suas federações. O Fluminense Football Club é o único clube de futebol no mundo e única instituição brasileira que já recebeu a Taça Olímpica.

A Taça Olímpica (Coupe Olympique) foi instituída em 1906 pelo Barão Pierre de Coubertin, o criador dos Jogos Olímpicos da era moderna e foi atribuída pela primeira vez, ainda em 1906, ao Touring Club da França.

É em 1949 que o clube é premiado pelos esforços em prol do esporte brasileiro. Sempre pioneiro, o Fluminense, introdutor do futebol no Rio de Janeiro, foi o clube que lançou as bases do esporte nacional, projetando e organizando os esportes olímpicos. O Tricolor deu à sociedade a oportunidade de praticar esportes até então desconhecidos e praticados somente fora do país, como vôlei, basquete, futebol e water pólo. Construiu o primeiro estádio de futebol, a primeira pista de atletismo, a primeira piscina coberta do país e o primeiro ginásio poli-esportivo, capaz de abrigar apresentações esportivas e artísticas. O Fluminense serviu de modelo para as agremiações esportivas da América do Sul e este feito foi reconhecido no dia 28 de abril, quando foi conferida ao Fluminense Football Club a Taça Olímpica de 1949 por unanimidade.

Prêmio máximo que uma federação ou agremiação pode ambicionar na área esportiva, a Taça Olímpica, instituída pelo Barão Pierre de Coubertin visa premiar todo ano, o clube que mais faz em prol do olimpismo, pela sua organização e pelo seu comprometimento com o esporte.

O Fluminense Football Club que organizou o primeiro campeonato sul-americano sediado no Brasil e os Jogos Latino-Americanos de 1922, torna-se o único clube da América do Sul a possuir tal feito, passando a grande obra de Oscar Cox à imortalidade, glorificando e engrandecendo o mundialmente conhecido Fluminense Football Club.

O CAMINHO ATÉ À TAÇA OLÍMPICA

O Fluminense Football Club, já em 1924, conhecedor das condições exigidas aos candidatos, enviou ao COI farta documentação, inclusive sobre a realização dos Jogos Olímpicos Latino-Americanos de 1922, um dos eventos que foram precursores dos Jogos Olímpicos Pan-Americanos e que aconteceram em suas novas instalações especialmente ampliadas para esse fim, na gestão do presidente Arnaldo Guinle (hoje patrono do clube).

O Comitê encontrava-se reunido em Paris, quando o Ministro Paulo do Rio Branco, representante do Brasil na reunião, comunicou a candidatura do Fluminense à obtenção da Taça no período 1926/1927, em reconhecimento à excelente organização dos Jogos de 1922. Apesar do apoio do próprio barão Pierre de Coubertin, o tricolor não foi feliz em sua iniciativa.

Novamente em 1936, o clube voltou a pleitear inscrição e novo dossier foi enviado ao COI, desta vez reunido em Berlim, sede da XI Olimpíada, mas o cobiçado troféu foi outorgado a outra agremiação. Com a guerra que se estendeu por todos os continentes, o Fluminense interrompeu o trabalho iniciado em 1924.

Em 1948, por ocasião dos XIV Jogos Olímpicos de Londres, nova inscrição foi solicitada. O Fluminense competia com a famosa instituição inglesa "The Central Council of Physical Recreation London", porém nosso delegado retirou a candidatura tricolor a fim de que, unânimemente, fosse concedido o prêmio aos anfitriões da Olimpíada, mas renovou a proposta do tricolor para o ano seguinte.

Finalmente, a 28 de abril de 1949 chegava a notícia da decisão tomada pelo Comitê Olímpico Internacional reunido em Roma: o Fluminense Football Club conquistara a Taça Olímpica de 1949, dando ao Brasil a sua mais consagradora vitória nos desportos mundiais.

O Fluminense é o único clube da América Latina a ter seu nome inscrito na Taça Olímpica até hoje. O Museu Olímpico em Lausanne (Suíça), onde a taça original se encontra em exposição permanente foi construído as margens do Lago de Genebra, pelos arquitetos Pedro Ramirez Vazquez e Jean Pierre Cohen.
No futebol, o clube traz o meia Didi, revelação do Madureira e uma das maiores promessas do futebol brasileiro. Carlyle, goleador do Atlético-MG é contratado para fazer dupla com o fantástico ponta Rodrigues. Orlando é o artilheiro da equipe, marcando 26 gols em 20 jogos. O time é vice-campeão carioca com a seguinte formação: Castilho, Píndaro e Pinheiro; Índio, Pé de Valsa e Bigode; Santo Cristo, Didi, Carlyle, Orlando Pindo de Ouro e Rodrigues.

O clube faz amistosos contra grandes equipes do futebol mundial. Sofre uma derrota acachapante para o Arsenal da Inglaterra por 5 x 1, mas vence times tradicionais como o Nacional do Uruguai, o Rapid Viena e o Malmoe da Suécia.
Em 1950, a equipe perde o extraordinário ponta esquerda Rodrigues para o Palmeiras, enfraquecendo o time. Comandado pelo técnico Otto Glória, o Fluminense faz uma campanha horrorosa, terminando a competição na 6ª colocação, atrás do Olaria, mas à frente do Flamengo. Os resultados negativos e a campanha catastrófica dão origem ao apelido de "timinho". De positivo, apenas a vitória espetacular sobre o Vasco (base da Seleção Brasileira) por 2 x 1, o triunfo sobre o Flamengo pelo mesmo score no primeiro Fla-Flu disputado no Maracanã e os dois empates arrancados em Montevidéu contra a Seleção do Uruguai (1 x 1; 3 x 3). Relatos da época afirmavam que o Tricolor estranhou jogar no Maracanã, devido as grandes dimensões do campo e das arquibancadas. Acostumado a jogar nas Laranjeiras, do qual fazia o seu "alçapão", o Fluminense sofreu ao jogar num estádio imenso como o Maracanã, onde equipes menores tiveram maior proveito. Entretanto, tal conclusão só teve relevância em 1950, já que nos anos seguintes o Tricolor conquistaria o Campeonato Carioca de 1951 e a II Copa Rio de 1952.

CAMPEÃO CARIOCA DE 1951

Estádio Mário Filho, o Maracanã, onde o Fluminense tem o mando dos seus jogos.Contando com praticamente a mesma base do ano passado, o Fluminense começou o Campeonato Carioca de 1951 desacreditado pela imprensa local. Jornalistas apontavam o Flu como o mais fraco dos grandes e nem a fantástica vitória sobre o Arsenal da Inglaterra antes do campeonato serviu para melhorar a imagem do tricolor perante os "especialistas" da bola. Na primeira rodada, uma vitória sobre o Canto do Rio por 3 x 0 não seria nada de extraordinário para um time carioca. As vitórias sobre Bonsucesso (3 x 1) e Madureira (4 x 0) nas rodadas seguintes também não havia de ser nada demais. O Fluminense continuava a ser chamado de "timinho" e de extraordinário mesmo só a derrota para o Vasco por 4 x 2. Mas o Tricolor aos poucos foi calando a boca dos pitonistas, vencendo jogos que pareciam perdidos como nos 3 x 2 sobre o mesmo Vasco, quando Carlyle fez dois gols e o Flu deslanchou. A seqüência de bons resultados aos poucos foi apagando a imagem negativa do time em 1950, que liderou o Campeonato do início ao fim, chegando à última rodada 2 (dois) pontos à frente do Bangu, seu último compromisso e adversário direto na luta pelo laurel de campeão da cidade.

O Maracanã encheu para ver as duas melhores equipes do Campeonato Carioca. Mais de 92 mil (92.961) espectadores compareceram para ver o confronto do jovem time tricolor, comandado por Zezé Moreira, contra a experiente e técnica equipe do Bangu, que tinha como principal jogador o Mestre Zizinho, um dos maiores craques da história do futebol brasileiro. No banco de reservas, o técnico Ondino Vieira, glória do Fluminense nas décadas de 30/40, agora no Bangu, dava as ordens para o seu time pressionar o Tricolor.

O Fluminense jogava fechado, tentando segurar o empate, que lhe daria o título. Enquanto que o Bangu, precisando da vitória para forçar uma nova decisão, lançava-se ao ataque, rondando a meta de Castilho, que foi vencida no segundo tempo, quando Vermelho marcou, dando a vitória ao Bangu por 1 x 0, empatando o campeonato em número de pontos com o Fluminense (31 pontos).

Uma melhor de três jogos decidiria quem seria o Campeão Carioca de 1951. No primeiro jogo, disputado no dia 13 de janeiro de 1952, o Fluminense venceu por 1 x 0, gol de Orlando Pingo de Ouro, no primeiro tempo. Foi um jogo feio e violento, que terminou com as expulsões de Telê, do Flu, e Mirim, do Bangu, além das saídas de Raffaneli e Mendonça, também do Bangu, em virtude de contusão.

O Tricolor venceu com: Castilho, Píndaro e Pinheiro; Vitor, Edson e Lafayete; Joel, Orlando Pingo de Ouro, Carlyle, Didi e Telê. Técnico: Zezé Moreira.

No segundo e decisivo jogo, disputado num domingo, dia 20 de janeiro de 1952, com a assistência de 78.849 espectadores, o Tricolor triunfou por 2 x 0, com dois gols de Telê Santana, dispensando a realização de um terceiro jogo e conquistando desta forma o título de Campeão Carioca de 1951. Carlyle, que não jogou a segunda partida das finais, foi o artilheiro do Campeonato com 23 gols.

O Fluminense foi campeão atuando com: Castilho, Píndaro e Pinheiro; Vitor, Edson e Lafayete; Lino, Didi, Telê, Orlando e Robson. Técnico: Zezé Moreira.

O Cinquentenário, A Conquista do Primeiro Título Nacional e Internacional (1952 a 1970)
(texto extraído de www.canalfluminense.com.br)

A FESTA

Em 1952, o Fluminense Football Club completa 50 anos de fundação. E para comemorar o grande marco da história do futebol tricolor, o clube organiza vários eventos esportivos e artísticos, como competições internacionais de basquete, vôlei, xadrez e esgrima, realizados nas Laranjeiras. O clube promove um banquete histórico com a participação de visitantes ilustres como o Embaixador do Paraguai; o Embaixador do Uruguai (Dr. Giordano Bruno Eccher); o Ministro da Suíça (Dr. Eduard A. Feer); o Ministro da Educação e Saúde do Brasil (Dr. Simões Filho); o Presidente do Conselho Nacional de Desportos (Dr. Vargas Netto), cujos esforços muito contribuíram para a realização da Copa Rio; Alberto Borgerth, Carlos Góes da Motta, Ibsen Rossi, José Alves de Moraes, Antônio Mourão Filho, Plínio Leite, Inocêncio Pereira Leal e o professor Castro e Silva. O Presidente da República, Getúlio Vargas, fez-se representar pelo Dr. Geraldo Mascarenhas Silva. E os Correios prestam uma simbólica homenageiam, lançando selos e envelopes alusivos ao cinqüentenário.

No dia 20 de julho, é realizado o "Grande Desfile" no Estádio das Laranjeiras com a participação dos atletas do passado, do presente e do futuro. Dentre os momentos mais emocionantes, Félix Frias, sócio fundador do Fluminense e tetracampeão carioca em 1906-1907-1908-1909, mesmo enfermo e com grave problema de saúde, aparece na tribuna de honra, chorando e acenando para os tricolores e velhos amigos, permanecendo em pé durante todo o desfile.

ORAÇÃO DO CINQUENTENÁRIO:

"Juventude de 2002! – Ouvi em silêncio e concentração a mensagem que da geração fundadora recebeu a juventude tricolor de 1952, formada no Estádio pelo Cinqüentenário do Clube, para vos ser transmitida e por vós lida, ao comemorardes o Centenário.

Enfileirados, ao vosso lado, comparecem os homens, que eram os jovens de julho de 1902. Mas a geração, que vos fala, essa já aqui não está mais. Tombou para sempre à imposição da natureza humana. Estais ouvindo, pois, na palavra viva dos mortos, o sentido imortal do espírito tricolor.

O momento não sofre a emoção das lágrimas. Recordai e evocai os que vos foram caros – pais, avós – sem a memória armada em funeral, mas na saudade colorida em festa.

O Fluminense de 2002 é o triunfo que continua. Temos certeza de que a juventude do Cinqüentenário soube cumprir a missão que lhe entregamos. E de que a juventude do Centenário prosseguirá na obra comum de abnegação, de sacrifício, de amor à bandeira que se prosterna ante as mãos iluminadas que a abençoam no altar do corcovado.

Voltai os vossos olhos para a imagem do Cristo, como a fixamos na hora da mensagem. Na convergência dos olhares de ontem e de hoje nós nos reencontraremos no tempo e sobre a Terra.

Juventude Tricolor de 2002!

Ouvi em silêncio e concentração o encerramento desta mensagem gravada no pergaminho da história. Revezai-a com a Juventude de 2052 para continuidade eterna da glória do Fluminense." (Mensagem do Presidente Fábio Carneiro de Mendonça no Grande Desfile de 1952).

A 21 de julho de 1952, faz-se uma romaria ao túmulo de Oscar Cox, com as devidas homenagens. Mano, tricampeão em 1917-1918-1919 e falecido em 1922, também é lembrado.

À noite, no Salão Nobre, com a Sede luxuosamente ornamentada, encerraram-se os festejos do cinqüentenário do Clube com um Baile de Gala.

NO FUTEBOL

O ano de 1952 começa com o Fluminense fazendo uma campanha quase irretocável no Torneio Rio-São Paulo. Quase. Líder do torneio com 10 pontos ganhos, o Tricolor chega à última rodada dependendo de uma simples vitória contra o Corinthians (que também lutava pelo título), em São Paulo, para erguer a taça de campeão. Mas o Tricolor tropeça diante do Timão, perde por 4 x 2, e abre passagem para Portuguesa e Vasco decidirem o título, que acaba indo para o Canindé. A dor pela perda do título seria curada posteriormente, com a conquista do nosso primeiro título internacional: a Copa Rio Mundial.

A COPA RIO INTERNACIONAL

O Tricolor pode jogar o torneio internacional que reunia os maiores clubes do mundo e foi o Precursor do atual Mundial de Clubes da FIFA, no ano de seu cinqüentenário. Devido o sucesso da primeira edição, que teve a Sociedade Esportiva Palmeiras como campeã, criou-se uma grande expectativa para a segunda edição do torneio.

Com a torcida tricolor eufórica, o Fluminense participa da competição, que à época era comparado a um Mundial de Clubes, com times tradicionais do futebol sul-americano e europeu. Alguns clubes, como Racing da Argentina e Juventus de Turim, recusam o convite para participar da segunda edição, alegando entre outros fatores (no caso da Juventus), a longa distância entre os continentes.

Definidos os clubes, estes se dividem em dois grupos. Um com Sede no Rio, com Fluminense (campeão carioca de 1951), Peñarol, campeão uruguaio de 1951 e base da Seleção nacional, Sporting, campeão português das temporadas 1950/1951 e 1951/1952 – e que ganharia também as temporadas de 1952/1953 e 1953/1954, e Grasshopers Club campeão suíço da temporada 1951/1952. E outro com Sede em São Paulo, contando com Corinthians, campeão paulista de 1951/1952, Saarebruecken da Alemanha Ocidental, à época do convite, líder do campeonato alemão (terminou como vice-campeão da temporada 1951/1952), Libertad do Paraguai, vice-campeão nacional e Áustria Viena, até então líder do campeonato austríaco (terminou como vice-campeão da temporada 1951/1952).

A estréia do tricolor dá-se contra a forte equipe do Sporting de Portugal, com a assistência de quase 75 mil torcedores. O jogo é equilibrado do inicio ao fim e termina em 0 x 0. O goleiro Castilho é um dos destaques do confronto, tendo defendido um pênalti.

O empate em 0 x 0 com os portugueses, cria um clima de pessimismo entre os tricolores. Tal assertiva comprova-se na segunda rodada quando apenas 19.703 torcedores comparecem ao Maracanã para ver a primeira vitória do Fluminense no torneio. 1 x 0 sobre os suíços do Grasshopers, gol de Marinho, aos 34 minutos do segundo tempo, vencendo o "Ferrolho Suíço" que o mundo conheceria na Copa de 1954.

No dia 20 de julho, véspera do cinqüentenário do Fluminense Football Club, o tricolor enfrenta o Peñarol, base da seleção celeste e que há 2 anos acabara com o sonho de milhões de brasileiros de verem o Brasil ser campeão do mundo pela primeira vez, vencendo por 2 x 1 e calando 200 mil pessoas que lotaram o Maracanã.

A expectativa para o duelo entre brasileiros e uruguaios é grande. Em campo, líder (Peñarol) e vice-lider (Fluminense) da Série Carioca. É o jogo da revanche de 1950. O Peñarol entra em campo primeiro, com a seguinte formação: Natero, Davoine e Colture; Rodrigues Andrade, Nardeli e Romero; Ghiggia, Hoberg, Romay, Schiaffino e Vidal. Téc.: Juan Lopez. O Fluminense alinha em seguida com: Castilho, Píndaro e Pinheiro; Jair, Edson e Bigode; Telê, Didi, Marinho, Orlando Pingo de Ouro e Róbson. Téc.: Zezé Moreira.

O público é digno de uma final de campeonato. São mais de 63 mil espectadores (mais precisamente 63.536 presentes) confiantes numa boa vitória tricolor. O inglês Eugen Dinger é o árbitro da partida.

Desenvolvendo jogo acima das expectativas, o Fluminense domina a partida e vence com autoridade por 3 x 0. Marinho abre o placar aos 36; Orlando aumenta aos 44 e Marinho, novamente, aos 30 minutos do segundo tempo, põe números finais ao jogo. Após dois anos chorando a perda do título mundial para os uruguaios, os brasileiros voltavam a sorrir com uma grande vitória de um clube brasileiro. Jogadores da Seleção do Uruguai, como Schiaffino e Ghiggia, algozes brasileiros em 1950, agora se curvavam ao talento do futebol tricolor.

De "alma lavada", o Fluminense se classifica para as semifinais. O adversário é o não menos pujante Áustria Viena, base da Seleção austríaca, que terminaria em 3º lugar na Copa do Mundo de 1954.

No primeiro encontro, diante de 34.180 espectadores, ocorre vitória tricolor por 1 x 0, gol de Didi. O Fluminense venceu com: Castilho, Pindaro e Pinheiro; Jair Santana, Edson e Bigode; Telê (Quincas), Didi, Orlando Pingo de Ouro (Simões), Maurinho e Robson. O Áustria Viena perdeu com: Sweeda, Stoltz e Kowank; Scheleger, Ocwirk e Swoboda; Melchior I (Pinckler), Kominec, Huber, Stojaspal e Aurendik. Téc.: W. Muller.

No segundo e decisivo jogo, o Fluminense vence por 5 x 2, para delírio dos 45.623 tricolores que foram ao Maracanã. O jogo é emocionante do início ao fim. O Fluminense abre o marcado com Didi aos 6 minutos do primeiro tempo. Precisando da vitória para ir às finais, a equipe austríaca vira o jogo, com gols do craque da seleção austríaca Stojaspal e Pinckler, silenciando o Maracanã. Por pouco tempo. Orlando Pingo de Ouro marca duas vezes, aos 31 e aos 41 minutos, e o primeiro tempo termina com a vantagem tricolor no marcador: 3 x 2. Na segunda etapa, Quincas, aos 8 minutos e Orlando Pingo de Ouro, o artilheiro da partida, aos 20, selam o passaporte do Fluzão para a grande final da Copa Rio: 5 x 2.

Classificado para as finais da Copa Rio, o Fluminense enfrenta o Corinthians, que derrotou o Peñarol por 2 x 1, num jogo violento, que fez com que a equipe uruguaia se retirasse da competição, não jogando o segundo confronto.

O primeiro jogo se dá no dia 30 de julho, com a assistência de 38.680 torcedores. O Fluminense entra em campo com: Castilho, Píndaro e Pinheiro; Jair Santana, Edson e Bigode; Telê, Orlando, Didi, Marinho e Quincas. O Corinthians alinha com: Gilmar, Homero e Olavo; Idário, Julião e Sula; Cláudio, Luizinho, Carbone, Gatão e Mário. Téc.: Rato. O árbitro é Joaquim Campos, de Portugal.

Orlando Pingo de Ouro aos 22 minutos do primeiro tempo e Marinho, aos 25 da etapa derradeira, marcam os gols da vitória tricolor por 2 x 0 sobre o até então favorito Corinthians. Pela primeira vez no torneio, a equipe paulista, melhor ataque do torneio com 16 gols em 4 jogos, não marca gol. Para o segundo jogo, um empate basta para o Tricolor das Laranjeiras sagrar-se campeão da II Copa Rio.

E, é no dia 02 de agosto de 1952, que o Fluminense mais uma vez faz história. Diante de 65.946 espectadores, tricolores e alvinegros encontram-se para o último jogo da decisão. Mesmo precisando de um empate para ser campeão, Didi abre o placar aos 10 minutos do primeiro tempo. Jackson empata para o Corinthians aos 11 minutos da etapa final. Mas Orlando Pingo de Ouro, artilheiro do torneio ao lado de Marinho com 5 gols, marca o segundo 8 minutos depois. A torcida tricolor faz festa. Canta, vibra, comemora. O gol de Souzinha, no finzinho do jogo (44 minutos), de nada adianta. O árbitro francês Gabriel Tordjaman encerra a partida. O Fluminense é campeão da Copa Rio invicto! 7 jogos, 5 vitórias, 2 empates, 14 gols a favor e 4 contra. O Tricolor é campeão de um título internacional. O Maracanã, finalmente é palco de uma grande conquista. Jornais estampam a grande conquista: "FLUMINENSE CONQUISTA O PLANETA"; "FLUMINENSE EMPUNHA UM TÍTULO MUNDIAL".

A vitória sobre o Corinthians representou não só a conquista de um título mundial, mas também, a revanche dos 4 x 2 pelo Torneio Rio-São Paulo, que estava entalado na garganta dos tricolores.

O Fluminense ainda vence o Torneio quadrangular em Belo Horizonte, que conta com a participação de América-MG, Cruzeiro e Atlético Mineiro, derrotando o Cruzeiro por 3 x 2 na grande final. No Campeonato Carioca, o Tricolor fica com o vice-campeonato, atrás do Vasco. Embora não tenha conquistado o título carioca, pode-se dizer que o Tricolor encerrou com êxito os festejos dos seus 50 anos de fundação.

Para o biênio de 1953/1954 é eleito à presidência do clube Antônio Leite. Com um plano ousado de ampliar o patrimônio do Fluminense, o novo presidente tricolor propõe a mudança do setor de futebol para a Barra da Tijuca, onde teria conversado com proprietários de terrenos que estariam dispostos a fazerem uma doação, desde que o clube se comprometesse investir 30 milhões de cruzeiros antigos, no período de 6 anos. A área, contendo 800 mil metros quadrados, sendo 1 km de testada de praia, viabilizaria a implantação de novas modalidades no clube, como remo e hipismo, além da construção de dois campos de futebol, sendo um para concentração dos atletas profissionais e outro para os sócios. As conversações se estendem até 03 de setembro de 1954, quando o Conselho Deliberativo veta a homologação do acordo, alegando, dentre outros motivos, problemas financeiros e com a localização.

O Fluminense faz excursão pela América do Sul, enfrentando os seguintes adversários: Peñarol, do Uruguai (0 x 0; 0 x 1); Dínamo Zagreb, da Iugoslávia (0 x 0); Colo-Colo, do Chile (3 x 0); Presidente Hayes, do Paraguai (2 x 1); Atlético Nacional, (3 x 0) e Desportivo Cali da Colômbia (1 x 1; 0 x 1); Alianza de Lima, do Peru (2 x 2); e Nacional, do Uruguai (0 x 0).

No Campeonato Carioca, o time formado por Castilho, Píndaro e Pinheiro; Jair Santana, Edson e Bigode; Telê, Didi, Marinho, Robson e Quincas, fica com o vice-campeonato. Marinho, com 18 gols é o artilheiro da equipe. No Torneio Rio-São Paulo, o time fica em 5º lugar.

Com a extinção da Copa Rio, devido à retirada do patrocínio da Prefeitura da Cidade, cria-se o Torneio Rivadavia Correa Meyer, com a finalidade de manter uma competição internacional no Rio de Janeiro. Diante da recusa de Real Madrid e Nacional, do Uruguai, o Fluminense, campeão da Copa Rio de 1952 é convidado a participar do torneio que conta com: Vasco (campeão carioca de 1952), São Paulo (campeão paulista de 1953), Corinthians (campeão da Copa Arroz), Botafogo (vice-campeão da pequena Taça do Mundo), Olímpia (vice-campeão paraguaio de 1953), Hibernian (campeão escocês 1952/1953) e Sporting (tetracampeão português). Na primeira fase, o Fluminense enfrenta Vasco (1 x 2), Botafogo (2 x 2) e Hibernian (3 x 0), se classificando às semifinais para enfrentar o São Paulo, na capital paulista. No dia 24/06 ocorre derrota do tricolor por 1 x 0, havendo revés na partida seguinte por 1 x 0. Com uma vitória para cada lado, a partida é decidida na prorrogação e o São Paulo leva a melhor, vencendo por 1 x 0.

Em 1954, o Tricolor não faz um bom campeonato estadual e termina em 5º lugar. O time treinado pelo técnico Gradim obtém 13 vitórias, 7 empates e 7 derrotas, em 27 jogos. Muito pouco para um clube tradicional e vencedor como o Fluminense Football Club. Ambrois, com 17 tentos foi o artilheiro do time no campeonato, que teve como base: Castilho, Píndaro e Pinheiro; Jair Santana, Edson e Bigode; Telê, Didi, Ambrois, Robson e Quincas.

No dia 15 de agosto, o Fluminense conquista o Torneio Início de Futebol, realizado no Maracanã, ao vencer o Flamengo na final por 1 x 0. No Torneio Rio-São Paulo, o time fica com o vice-campeonato. Mas é no campo das contratações que o clube obtém a sua maior vitória, ao contratar o atacante Waldo Machado da Silva, que se tornaria o maior artilheiro da história do clube, marcando 314 gols em 403 jogos.

O Fluminense continua participando de torneios e amistosos internacionais. Destaque para as acachapantes vitórias sobre o Desportivo Luqueño, do Paraguai, por 8 x 1, e La Coruña, da Espanha, por 3 x 0.

Pesquisa encomendada pelo Jornais dos Sports, de 31 de dezembro de 1954, aponta o Fluminense como tendo a segunda maior torcida da cidade do Rio de Janeiro: 1º Flamengo (28%), 2º Fluminense (18%), 3º Vasco (17%), 4º América (6%), 5º Botafogo (5%), 6º Bangu (2%) e 7º São Cristóvão (1%). Foram também computados números referentes à classe social e nível de instrução das torcidas, sendo o Fluminense, o primeiro entre as classes A e B (54%), bem como o clube com maior número de torcedores com nível superior (31%). Tais números serviram apenas para reforçar a fama de que o Fluminense era o clube preferido pela elite carioca.

A Suíça foi sede da Copa do Mundo, em que o Fluminense foi o clube que mais cedeu jogadores para a Seleção Brasileira: os goleiros Castilho e Veludo; o zagueiro Pinheiro e o extraordinário meia Didi. Zezé Moreira, campeão carioca de 1951 e da Copa Rio de 1952 pelo Tricolor, era o técnico da Seleção. Era o ano também em que o Brasil trocava a camisa branca pela camisa amarela, chamada carinhosamente de "canarinho". Uma forma de tentar esquecer a derrota da Copa do Mundo de 1950 para o Uruguai.

Na primeira fase, o Brasil venceu o México por 5 x 0 e empatou com a Iugoslávia em 1 x 1, classificando-se para as quartas-de-finais, para enfrentar a poderosa Hungria do artilheiro Puskas, sensação da Copa, que havia goleado Coréia do Sul (9 x 0) e Alemanha (8 x 3) na primeira fase.

O Brasil entrou nervoso em campo e, em duas falhas da defesa, levou dois gols em oito minutos. Djalma Santos, cobrando pênalti diminuiu para a Seleção Brasileira e o jogo cresceu em emoção. Os brasileiros lançaram-se ao ataque em busca do empate, mas acabaram sofrendo o terceiro gol, de pênalti, cobrado por Lantos. Julinho diminuiu para 3 a 2, mas Koscis novamente marcou para a Hungria, e o Brasil voltou mais cedo para casa.

A 22 de novembro, o Teatro do Fluminense ovaciona o hino "Fluminense Cinquentão", com música de José Maria de Abreu e letra de Aurimar Rocha, Elsen Guedes, Glória Berenice, Hayrton Queiroz, Jorge Martins e Maria Alice:

Sou Fluminense Cinquentão, Da Taça Olímpica Senhor, Das pistas campeão, Das quadras vencedor, Por isso é que eu luto com ardor.

Sou Fluminense Cinquentão, Da tricromia o coração, Outra coisa não posso dizer: Sou tricolor por tradição.

Com a saída de jogadores importantes como Píndaro, Bigode e Marinho, o Fluminense inicia o ano de 1955 amargando mals resultados. O time-base que fica em 7º lugar no Torneio Rio-São Paulo e 4º lugar no Campeonato Carioca é: Castilho, Lafaiete e Pinheiro; Vítor, Clóvis e Bassú; Telê, Didi, Waldo, Átis e Escurinho. O técnico continua sendo Gadim.

No entanto, o clube faz excursão à Europa e traz resultados expressivos: vitórias sobre o Glatasaray, da Turquia por 2 x 0; Seleção da Turquia por 4 x 1 e Fiorentina, da Itália, em Florença, por 3 x 1.

Em 1956, o time formado por Castilho, Cacá e Pinheiro; Jair Santana, Clóvis e Altair; Telê, Léo, Waldo, Jair Francisco e Escurinho, termina o Campeonato Carioca como vice-campeão. Waldo, com 22 tentos é o artilheiro da equipe.

Nos esportes olímpicos, o Tricolor continua vencendo. É campeão carioca de water pólo, vôlei (masculino e feminino), tiro ao alvo, tênis de mesa, tênis (feminino), saltos ornamentais, natação, esgrima, basquete (feminino) e atletismo. Na área artística, o Tricolor presenteia seus sócios com apresentações da famosa "Ópera de Pequim", que proporciona aos privilegiados espectadores uma noite maravilhosa e inesquecível.

CAMPEÃO INVICTO DO TORNEIO RIO-SÃO PAULO DE 1957

Com uma campanha irretocável, o Fluminense é campeão invicto do Torneio Rio-São Paulo de 1957. São sete vitórias e dois empates, vinte e três gols a favor e onze gols contra. Waldo é o artilheiro da competição com 13 tentos. O título vem antecipadamente, na penúltima rodada, com a vitória por 3 x 1 sobre a Portuguesa, em São Paulo, com gols de Waldo (2) e Léo. Na última partida, já campeão, o Tricolor entra em campo contra o São Paulo para receber as faixas de campeão e manter a invencibilidade no torneio. Vence por 2 x 1, com dois gols de Waldo, sendo o segundo marcado na base da raça, da vontade, roubando a bola do arqueiro são-paulino e a empurrando para as redes, garantindo a vitória e a conquista inédita:

Fluminense 1 x 0 América-RJ Fluminense 5 x 1 Palmeiras Fluminense 3 x 3 Botafogo Fluminense 2 x 1 Flamengo Fluminense 3 x 2 Corinthians Fluminense 2 x 0 Vasco Fluminense 2 x 2 Santos Fluminense 3 x 1 Portuguesa Fluminense 2 x 1 São Paulo

O time campeão é: Vitor Gonzalez, Cacá e Roberto; Ivan, Clóvis e Altair; Telê, Robson, Waldo, Jair Francisco (Léo) e Escurinho. Técnico: Sílvio Pirilo.

No Campeonato Carioca, o Fluminense é vice-campeão. Precisando de um empate na última rodada para ser campeão, o Tricolor é goleado pelo Botafogo por inapeláveis 6 x 2, na maior derrotada sofrida para o alvi-negro na era do profissionalismo.

Em 1958, o Fluminense não obtém resultados significativos no futebol: fica em 4º lugar no Campeonato Carioca e em 6º no Torneio Rio-São Paulo. Silvio Pirilo comanda o time até 31 de julho. Jorge Vieira fica no clube de 1º de agosto até 22 de outubro, para que Zezé Moreira ponha ordem na casa e o clube volte a vencer no ano seguinte. Mantendo sua agenda de viagens, o clube faz dois amistosos em Montevidéu, trazendo uma vitória por 3 x 2 sobre o Peñarol e um empate em 1 x 1 com o Danúbio. O time-base do ano é: Castilho, Jair Marinho e Pinheiro; Jair Santana, Clóvis e Altair; Almir, Telê, Waldo, Jair Francisco e Escurinho.

CAMPEÃO CARIOCA DE 1959

Comandado por Zezé Moreira, o Fluminense volta a ser campeão carioca ao vencer o Madureira na penúltima rodada por 2 x 0, com gols de Escurinho. Em 22 jogos, o Tricolor vence 17, empata 4 e perde apenas 1 – para o Bangu por 1 x 0. Marca 45 gols e sofre apenas 9. Waldo, com 14 tentos é o artilheiro do time na competição. Ao ganhar o campeonato de 1959, o Tricolor torna-se o último campeão do Rio de Janeiro enquanto Capital Federal. O esquema tático montado por Zezé Moreira impressiona. A defesa formada por Castilho, Jair Marinho e Pinheiro é praticamente intransponível e o ataque formado por Maurinho, Telê, Waldo, Paulinho e Escurinho, é formidável. O segredo do time era fazer gol nos minutos iniciais e se fechar. Castilho segurava o resultado. E foi assim durante todo o campeonato. Vários jogos vencidos por 1 x 0 e 2 x 0. Disciplina tática na defesa e eficiência no ataque, fizeram do Fluminense o merecido campeão carioca de 1959.

Fluminense 1 x 0 América-RJ Fluminense 1 x 0 Bonsucesso Fluminense 4 x 0 Canto do Rio Fluminense 1 x 0 São Cristóvão Fluminense 2 x 1 Portuguesa-RJ Fluminense 0 x 0 Flamengo Fluminense 0 x 1 Bangu Fluminense 4 x 0 Madureira Fluminense 2 x 1 Botafogo Fluminense 1 x 0 Olaria Fluminense 2 x 0 Vasco

Fluminense 3 x 1 Vasco Fluminense 2 x 0 São Cristóvão Fluminense 3 x 0 Portuguesa-RJ Fluminense 4 x 0 Olaria Fluminense 1 x 1 América-RJ Fluminense 2 x 1 Canto do Rio Fluminense 2 x 0 Flamengo Fluminense 5 x 0 Bonsucesso Fluminense 0 x 0 Bangu Fluminense 2 x 0 Madureira Fluminense 3 x 3 Botafogo

Time-base: Castilho, Jair Marinho e Pinheiro, Edmilson, Clóvis e Altair; Maurinho, Telê, Waldo, Paulinho e Escurinho. Téc.: Zezé Moreira.

No Torneio Rio-São Paulo, o Tricolor fica em 8º lugar, obtendo 2 vitórias, 2 empates e 5 derrotas. As duas vitórias tricolores são sobre clubes paulistas: 2 x 0 sobre o Palmeiras (gols de Waldo e Escurinho) e acachapantes 5 x 1 sobre o Corinthians (Waldo marcou 3 vezes, Escurinho e Telê completaram o placar), em jogos realizados no Maracanã.

CAMPEÃO DO TORNEIO RIO-SÃO PAULO DE 1960

Contando com a mesma base do time campeão carioca de 1959, o Fluminense é campeão do Torneio Rio-São Paulo novamente. Desta vez, apenas a derrota para o Flamengo por 2 x 1 impediu que o clube repetisse o feito de 1957, quando conquistou o torneio de maneira invicta. Nem o favorito Santos, do craque Pelé, conseguiu parar o Tricolor. Foram 6 vitórias, 2 empates e 1 derrota, 22 gols a favor e 12 gols contra. Waldo foi o artilheiro da equipe com 11 gols, sendo 3 deles marcados na extraordinária vitória sobre o São Paulo por 7 x 2. Contra o Santos, mesmo com a sua ausência, mas empurrado por 43.149 espectadores, o Fluminense venceu o Santos por 4 x 2. No último jogo, de volta ao time, Waldo é o autor do gol do título, na vitória de 1 x 0 sobre o Palmeiras no Maracanã, que recebeu o público de 53.758 torcedores.

Fluminense 1 x 0 Portuguesa Fluminense 2 x 1 Corinthians Fluminense 7 x 2 São Paulo Fluminense 1 x 1 América-RJ Fluminense 2 x 2 Botafogo Fluminense 3 x 2 Vasco Fluminense 1 x 2 Flamengo Fluminense 4 x 2 Santos Fluminense 1 x 0 Palmeiras

O time campeão foi: Castilho, Jair Marinho e Pinheiro; Edmílson, Clóvis e Altair; Maurinho, Telê, Waldo, Paulinho e Escurinho. Téc.: Zezé Moreira.

No Campeonato Carioca, o Fluminense é vice-campeão, perdendo o bicampeonato para o América. Na última e decisiva partida do returno, o Tricolor, jogando pelo empate, perde por 2 x 1, de virada para o time rubro, que torna-se o primeiro campeão do novo estado da Guanabara.

O Fluminense participa pela primeira vez da Taça Brasil, competição nacional criada em 1959, que reunia os campeões estaduais e que dava ao vencedor a oportunidade de disputar a recém-criada Taça Libertadores da América. Com moldes semelhantes à Copa do Brasil, a competição era disputada com jogos eliminatórios de "ida e volta". O Fluminense estreou na primeira fase, chamada de fase "Zona Sul", contra o Fonseca, de Niterói. No primeiro jogo, disputado em Caio Martins, houve vitória Tricolor por 3 x 0 (gols de Waldo, Telê e Jair Francisco). No jogo de volta, realizado nas Laranjeiras, o Fluminense massacrou o time de Niterói, vencendo por 8 x 0, sendo os tentos tricolores anotados por Jair Francisco (3), Waldo (2), Maurinho (2) e Paulinho. Classificado para a próxima fase, o Tricolor superou o Cruzeiro, empatando em 1 x 1 no Estádio Independência (gol de Paulinho) e vencendo nas Laranjeiras, por 4 x 1. Waldo marcou duas vezes, Escurinho e Maurinho completaram o marcador. A final da fase "Zona Sul" foi disputada contra o Grêmio. O tricolor gaúcho levou a melhor na primeira partida, vencendo por 1 x 0, em jogo realizado no Olímpico. No segundo encontro, em jogo disputado nas Laranjeiras, houve vitória do Fluminense por 4 x 2 (gols de Paulinho, Maurinho, Waldo e Jair Francisco), forçando um jogo extra para decidir quem iria às semifinais da competição contra o Palmeiras. Jogando por um empate, Jair Francisco garantiu a vaga do Tricolor das Laranjeiras para as semifinais, marcando o gol de empate em 1 x 1. Na semifinal, o Fluminense não contou com o artilheiro Waldo. Talvez por isso, não tenha conseguido triunfar perante o Palmeiras. Nos dois jogos, o Fluminense sentiu a falta de um jogador como Waldo, que embora não fosse muito técnico, costumava não desperdiçar as chances que tinha para marcar gols. Depois de um empate em 0 x 0 no Pacaembu, o Fluminense recebeu o Palmeiras no Maracanã para a segunda e decisiva partida. O Tricolor rondou durante quase todo o jogo a área palestrina, sem contudo concluir em gols. O castigo veio aos 44 minutos do segundo tempo, quando Humberto Tozzi, numa das poucas investidas do Palmeiras ao ataque, marcou o gol da vitória alviverde sobre o tricolor. O jogo entre Fluminense e Palmeiras foi uma final antecipada. Na seqüência, o Palmeiras foi campeão, vencendo facilmente os dois jogos da final contra o Fortaleza (3 x 1; 8 x 2).

O clube volta a excursionar pela Europa e pela América do Norte, com destaque para as vitórias sobre o San Lorenzo, da Argentina (3 x 1); Feyennord, da Holanda (2 x 1); Middlesbrough, da Inglaterra (3 x 2); Oster, da Suécia (10 x 0); Combinado Lyn-Skeid, da Noruega (8 x 2); AIK, da Suécia (4 x 1); Istad, da Suécia (11 x 0); Gênova, da Itália (3 x 2) e Valência, da Espanha (4 x 3).

A DEMOLIÇÃO DO ESTÁDIO DAS LARANJEIRAS

O ano de 1961 foi negativo para o Fluminense não só dentro de campo, mas também fora dele. Após dois anos de conversação entre a prefeitura da cidade e dirigentes tricolores, o clube teve parte de sua área desapropriada, tendo o Estádio das Laranjeiras parte de suas arquibancadas demolidas. Com a construção do túnel Santa Bárbara, tornou-se necessário uma via mais larga para melhorar o trânsito na cidade. E o Fluminense estava no caminho. Pela desapropriação, o Fluminense recebeu uma quantia em dinheiro (Cr$ 49.703.000,00) e alguns terrenos de casas remanescentes na esquina da Rua Álvaro Chaves, com valor estimado em Cr$ 31.355.000,00. Mas nada poderia compensar a demolição do histórico estádio, onde o Brasil despertou para as grandes conquistas internacionais. Foram anos de história destruídos com a implosão das arquibancadas da Rua Pinheiro de Machado. A bela fachada com os dizeres "Estádio das Laranjeiras – Fluminense Football Club" agora só existiria nos registros fotográficos e na memória daqueles que o conheceram. A pista de atletismo, famosa pelas grandes competições, por onde passaram grandes mitos do nosso clube e do atletismo brasileiro, agora não existia mais. Sumiu com a redução do campo e com o muro de tijolos que substituiu as arquibancadas. O Fluminense Football Club, que tanto fez em prol do esporte no país, recebia como "agradecimento" um atentado contra o seu patrimônio.

O clube inaugurou o novo parque aquático, dotado de piscina olímpica, poço de saltos ornamentais e piscina de aprendizagem. A obra marcou o auge da administração do presidente Jorge Frias de Paula, que fora reeleito a 16 de janeiro, pelo Conselho Deliberativo para exercer a presidência no biênio 1961/1962.

No futebol, o Fluminense ficou com o vice-campeonato carioca e o sétimo lugar no Torneio Rio-São Paulo. Mas realizou vitoriosa excursão pela África e Europa, disputando 10 jogos e perdendo apenas um: para o Sporting por 2 x 0, em Lisboa. Nos demais, vitória por 2 x 1 sobre o Nacional, do Egito, no Cairo; 3 x 0 no Tanta, do Egito, em Tanta; empate em 1 x 1 e vitória por 1 x 0 sobre a Seleção da Bulgária, em Sófia; vitória por 7 x 2 sobre o Olimpic Ginaste, da França, em Nice; empate em 1 x 1 com a Internazionale de Milão, em Milão; vitória por 2 x 1 sobre o Espanhol, em Barcelona; goleada por 6 x 0 no Málaga, em Málaga; e sensacional vitória por 3 x 2 sobre a fortíssima equipe do Valência, em Valência.

O time-base do ano foi: Castilho, Jair Marinho e Pinheiro; Edmílson, Clóvis e Altair; Calasães, Humberto, Jaburu, Paulinho e Escurinho. Técnico: Zezé Moreira.

Em 1962, ano em que o Brasil conquistou o bicampeonato mundial de futebol, no Chile, com a participação de três tricolores (Castilho, Jair Marinho e Altair), o Fluminense não teve um ano vitorioso no futebol. Ficou em 3º lugar no Campeonato Carioca e em 9º lugar no Torneio Rio-São Paulo, perdendo os quatro jogos que disputou. Diferente dos anos anteriores, o tricolor não excursionou à Europa, realizando apenas um amistoso internacional, contra a Seleção Olímpica da Rússia, no Maracanã, quando perdeu por 1 x 0.

O time-base do ano foi: Castilho, Jair Marinho e Pinheiro; Íris (Oldair), Dari e Altair; Calasães, Walter, Rodrigo, Paulinho e Escurinho. Técnico: Zezé Moreira.

O MAIOR PÚBLICO DO FUTEBOL MUNDIAL ENTRE CLUBES

Para o ano de 1963, foi eleito o presidente Nelson Vaz Moreira, que venceu a disputa com Jorge Frias de Paula que concorria à terceira reeleição. Inicialmente, o mandato do novo presidente seria de dois anos, mas posteriormente o Estatuto do clube foi reformado, sendo fixado o período de três anos, sendo vetada de agora e diante a reeleição. Desta forma, o mandato de Nelson Vaz Moreira seria até 1965.

O clube realizou no dia 20 de junho, no Salão Nobre, memorável banquete em homenagem ao então Presidente da Confederação Brasileira de Desportos, Benemérito Atleta e Benemérito do Fluminense, João Havelange, com a participação de cerca de 500 pessoas, das mais altas autoridades internacionais. Um mês depois, foi inaugurado o novo jardim da sede social e dois dias depois o Parque Infantil, com a presença de mais de duas mil pessoas. A criançada tricolor agora tinha um espaço seu, para brincar e fazer do clube o seu passatempo ideal.

No futebol, o Fluminense ficou em 3º lugar no Torneio Rio-São Paulo e com o vice-campeonato carioca, num jogo que entrou para a história. O Tricolor chegou à última rodada da competição precisando de uma vitória sobre o Flamengo para ser campeão. O Fluminense pressionou, rondou a área rubro-negra o tempo todo, perdeu gols incríveis como o de Escurinho, que sem goleiro, chutou pra fora, mas o dia era do goleiro Marcial, que fez grandes defesas e garantiu o 0 x 0 para o Flamengo. No dia em que o Maracanã recebeu a maior assistência da história do futebol mundial, entre clubes, com exatos 194.603 espectadores, o Fluminense teve que se contentar com o vice-campeonato.

Assim como nos anos anteriores, o Tricolor continuou a excursionar pelo exterior, conseguindo resultados significativos. Na excursão pela Europa e América do Sul, foram 11 vitórias, 1 empate e apenas 1 derrota, defrontando os seguintes adversários: Seleção de Paisandu (3 x 1), do Paraguai, em Montevidéu; Seleção do Paraguai, (4 x 2) em Assunção; Combinado Osk-Degertors (1 x 2) da Suécia, na Suécia; Combinado Elfsborg-Horrby, (4 x 2) da Suécia, na Suécia; A.F.F. (3 x 0) da Suécia, na Suécia; Salto B. K. (4 x 1) da Suécia, na Suécia; Kristianstad (4 x 1) da Suécia, na Suécia; B. K. Landora (6 x 0) da Suécia, na Suécia; Seleção de Helsinki (2 x 1), em Helsinki; Dínamo de Moscou (1 x 0), em Moscou; Lugansck (2 x 1) da Rússia, em Lugansck; Seleção da Rússia (0 x 0), em Volgrad; e Ararati (5 x 2)da Rússia, em Jerevan.

O time-base do ano foi: Castilho, Carlos Alberto Torres, Procópio, Dari e Altair; Íris e Oldair; Edinho, Manuel, Joaquinzinho e Escurinho. Técnico: Fleitas Solich.

A nota de profunda tristeza do ano foi o falecimento de duas figuras míticas do clube: Arnaldo Guinle e Artur Antunes de Moraes e Castro, o Laís. Arnaldo Guinle era patrono do Fluminense e um dos maiores empreendedores do estado do Rio de Janeiro. Fez muito pelo clube e pelo desporto nacional. Criou as bases necessárias para o Brasil despertar como potência no esporte. Quando os jovens desbravadores da grande obra fundaram o Fluminense, foi a família Guinle quem alugou o terreno onde anos mais tarde, Arnaldo construiria com esforços financeiros próprios o maior e mais belo estádio da América do Sul, adotando o clube como seu verdadeiro ideal no esporte. Arnaldo Guinle foi presidente durante 15 anos, período em que fez uma revolução no clube. O Brasil não tinha nada. Foi omisso nos jogos sul-americanos de 1919. Arnaldo Guinle arcou com as despesas e construiu o Estádio das Laranjeiras e o Brasil foi campeão sulamericano pela primeira vez. Em seguida, construiu a primeira piscina coberta do Brasil, dotando o clube também de ginásio e quadras de tênis. Em 1922, quando novamente o governo brasileiro foi omisso na organização dos Jogos Comemorativos de 100 anos de Independência, Arnaldo Guinle sem pedir nada a ninguém, remodelou o novo estádio, passando a sediar provas de atletismo e a comportar 22 mil espectadores. Tais esforços fizeram do clube a mais perfeita organização esportiva do mundo em 1949, quando fomos agraciados com a Taça Olímpica, maior prêmio que uma agremiação pode ambicionar no terreno esportivo. Laís foi tricampeão carioca em 1917, 1918 e 1919 e campeão sul-americano pela Seleção Brasileira em 1922. Fez parte do mais temido e respeitado esquadrão de amadores do futebol brasileiro. Mesmo fora dos gramados, nunca deixou o clube, trabalhando dia após dia para o engrandecimento do Fluminense Football Club, na organização e direção de eventos.

Em 1964, Castilho fazia a sua última temporada pelo Fluminense. Carlos Alberto Torres subia para os profissionais, já como titular. No comando da equipe, Elba de Pádua Lima, o Tim, uma das maiores glórias da história do clube como jogador, campeão carioca em 1937, 1938, 1940 e 1941, tinha a chance de ser campeão novamente pelo tricolor, só que agora como treinador. E foi o que aconteceu. Na decisão contra o Bangu, duas vitórias (1 x 0; 3 x 1) deram ao Tricolor o título máximo da cidade. Amoroso foi o artilheiro do campeonato com 20 gols e Joaquinzinho e Gilson Nunes os destaques do time. Tim foi um grande estrategista, montou um time conciso e bem articulado, que tinha no capitão Denílson o símbolo da vontade e da obstinação daquele time. O Fluminense foi campeão carioca com louvor, perdendo apenas 4 jogos em todo o campeonato. A formação base de 1964 foi: Castilho, Carlos Alberto Torres, Valdez, Procópio e Altair; Denílson e Oldair; Amoroso, Ubiraci (Evaldo), Joaquinzinho e Mateus (Gilson Nunes).

Após a conquista do título carioca de 1964, Castilho deixou o Fluminense. O grande goleiro, um dos maiores que o Brasil teve, defendeu o Tricolor por 18 anos e encerrou a carreira no Paysandu em 1965, clube pelo qual iniciou a sua brilhante carreira como treinador em 1966. Enquanto Castilho sagrava-se campeão paraense, o Fluminense ficava em terceiro lugar no campeonato carioca. Samarone chegava da Portuguesa Santista e iniciava uma história de amor e identificação com a torcida tricolor. Tricolor de coração, Samarone se tornaria um dos líderes do time que nos anos seguintes retomaria a hegemonia no futebol carioca e brasileiro.

Em 1966, contando com várias caras novas, o Fluminense, sob o comando do técnico Tim, foi campeão invicto da Taça Guanabara. Foram 3 vitórias e 3 empates, sendo a final um jogão contra o Flamengo em que o Tricolor triunfou por 3 tentos a 1. O Fluminense teve como time-base: Jorge Vitório, Oliveira, Caxias, Altair e Bauer; Jardel e Denílson; Amoroso, Mário, Amoroso e Lula. Mário foi o artilheiro com 4 gols, Lula foi o vice-artilheiro da equipe com 3 tentos e Amoroso (2) e Samarone (1) completaram o rol dos artilheiros do Fluminense na invicta Taça Guanabara. Na época, a Taça Guanabara era considerado um título à parte.

No Campeonato Carioca coube ao Fluminense apenas o terceiro lugar, posição repetida em 1967, ano em que foi disputado o primeiro Campeonato Brasileiro de Futebol. Chamado de Torneio "Roberto Gomes Pedrosa", a competição reunia os 16 mais importantes clubes do Brasil. Embora já existisse a Taça Brasil desde 1959 (duraria até 1968), o Torneio Roberto Gomes Pedrosa tinha a mesma fórmula adotada pelo Campeonato Brasileiro de 1971, tido pela Confederação Brasileira de Futebol como o 1º Campeonato Brasileiro.

Se em 1968 o ano foi desastroso com o 6º lugar no campeonato carioca e o 12º no "Robertão",1969 foi sublime! Telê Santana foi chamado para comandar o Tricolor e o resultado foi um Fluminense forte e vencedor novamente, campeão da Taça Guanabara e do Campeonato Carioca. O Clube havia trazido o atacante Flávio do Corinthians e o goleiro Félix da Portuguesa de Desportos que despontaria como um dos líderes da equipe. Na final do campeonato carioca contra o Flamengo, Flávio marcou o gol da vitória sobre o rubro-negro por 3 x 2, numa final em que o Maracanã recebeu 170 mil torcedores. Mais uma vez o Fluminense desbancou o favoritismo do rival.Em 1970, o Fluminense perdeu o bicampeonato. O time terminou 1 ponto atrás do Vasco, perdendo apenas dois jogos no campeonato: para o Olaria por 1 a 0, e para o Botafogo por 2 a 1. O curioso é que desde essa época, o Vasco já emprestava vários jogadores ao Olaria, com a ressalva de não jogarem contra o time de São Januário. Coisas do futebol…

O PRIMEIRO TITULO NACIONAL: A TAÇA DE PRATA (TORNEIO ROBERTO GOMES PEDROSA)

No ano em que o Brasil tornava-se tricampeão mundial, o Fluminense também presenteava a sua torcida com o título de campeão do Torneio Roberto Gomes Pedrosa. O Palmeiras chegou ao quadrangular como o melhor time do campeonato. Cruzeiro e Atlético-MG completaram o quadrangular que decidiria quem seria o campeão brasileiro de 1970. Com a contusão de Flávio ainda no final da primeira fase, coube a Mickey decidir os jogos para o Fluminense. Logo na primeira rodada, uma vitória por 1 a 0 sobre o favorito Palmeiras no Maracanã, mostraria que o Fluminense tinha time para ser campeão. Na segunda rodada contra o Cruzeiro do artilheiro Tostão, no Mineirão, Mickey novamente marcou e o Fluminense venceu por 1 a 0, chegando à ultima rodada do quadrangular final precisando de um simples empate para ser campeão. Era o dia 20 de dezembro de 1970. A torcida do Fluminense compareceu em grande número e lotou o Maracanã. Nem a forte chuva que caiu no Rio naquela noite foi capaz de impedir os mais de 112 mil tricolores de ir ao Maracanã e ver Mickey após jogada de Didi abrir o placar para o Fluminense sobre o Atlético-MG. Vaguinho ainda empatou para o Galo, mas em nenhum momento ameaçou o título do Fluminense. Ao trilar do apito do árbitro José Favilli Neto, o Maracanã explodiu em festa. A torcida tricolor invadiu as ruas e comemorou o seu primeiro título nacional. O ano de 1970 foi sensacional para o Fluminense. O time foi o mais regular do Brasil, perdendo apenas 7 jogos durante todo o ano. Ao todo foram 19 jogos, com 10 vitórias, 5 empates e 4 derrotas. Flávio foi o vice-artilheiro do campeonato com 11 gols, um a menos que Tostão. O time do técnico Paulo Amaral sagrou-se campeão do Brasil jogando com: Félix, Oliveira, Galhardo, Assis e Marco Antônio (Toninho Baiano); Denílson e Didi; Cafuringa, Cláudio, Mickey e Lula.

Mais uns Campeonatos Cariocas e a Máquina Tricolor que Encantou o Brasil (1971 a 1976)
(texto extraído de www.canalfluminense.com.br)

Campeão do Brasil em 1970, o Fluminense continuou ganhando títulos em 1971. Primeiro conquistou a Taça Guanabara, vencendo o Flamengo na decisão por 3 x 1. Depois, venceu o Botafogo por 1 x 0 na última rodada do Campeonato Carioca e sagrou-se campeão estadual pela 20ª vez. Foi um título com sabor mais do que doce para o Tricolor. O Botafogo que tinha um grande time, tinha em Jairzinho a sua maior estrela e se julgava favorito para conquistar o campeonato. Faltando quatro rodadas para o término do Campeonato, o Botafogo tinha cinco pontos de vantagem para o Tricolor e já se considerava campeão. Mas como futebol é jogado dentro de campo, ocorreu o que costuma acontecer com aqueles que menosprezam seus adversários e cantam vitória antes da hora: o Botafogo tropeçou nas suas próprias pernas e chegou à última rodada precisando apenas de um empate para ser campeão. O título que parecia ganho, começava a se distanciar de General Severiano. O Fluminense entrou em campo com muita disposição. Na defesa, Assis e Galhardo formaram um paredão intransponível, não deixando que os atacantes alvi-negros ameaçassem o goleiro Félix. Na frente, Flávio, Wilton e Lula tentavam a todo momento reverter a vantagem alvinegra. O jogo persistiu empatado até os 43 minutos do segundo tempo. Foi quando o bom lateral Oliveira cruzou para a área. Marco Antônio subiu mais alto que o goleiro Ubirajara, trombando com este, que caiu no chão. A bola sobrou para Lula, que ainda foi agarrado antes de empurrar a bola para as redes: gol do Fluminense! A torcida tricolor que já se preparava para voltar para casa, agora não queria mais sair do Maracanã. Um barulho ensurdecedor tomou conta do Maracanã. A torcida do Botafogo parecia não acreditar. O Fluminense marcara o gol do título no finalzinho do jogo e o Botafogo mal poderia imaginar que o seu jejum de títulos perduraria até 1989. O técnico Zagalo do Fluminense foi carregado pelo campo, a torcida tricolor fez festa durante toda a noite. Foi um título inesquecível, pela obstinação e garra dos jogadores do Fluminense que em nenhum momento se entregaram, nem desistiram do título. Jogadores do Botafogo reclamaram de falta no goleiro Ubirajara, mas não havia o que reclamar. O Fluzão era novamente o melhor time do Rio!

No primeiro Campeonato Brasileiro reconhecido pela Confederação Brasileira de Futebol, em 1971, o Tricolor não repetiu o feito das demais competições e terminou num inexpressivo 16º lugar.

Ainda em 1971, o Fluminense disputava pela primeira vez a Taça Libertadores da América. Na época, os grupos eram formados por quatro times que jogavam entre si em turno e returno, classificando para a fase final o primeiro colocado de cada grupo. O Fluminense, campeão brasileiro de 1970, defrontou com Palmeiras (vice campeão brasileiro), Desportivo Itália e Desportivo Galícia, ambos da Venezuela. O Tricolor começou bem a competição, vencendo o Palmeiras em São Paulo por 2 x 0. Depois viajou para a Venezuela e obteve duas vitórias: uma sobre o Galícia por 3 x 1 e outra sobre o Desportivo Itália por 6 x 0. Na quarta rodada, outra vitória sobre o Galícia (4 x 1) e o Fluminense era o líder isolado do seu grupo, precisando de apenas um triunfo nas duas últimas rodadas para assegurar a vaga para a fase final. Mas uma derrota inesperada para o Desportivo Itália por 1 x 0 no Maracanã, azedou o plano dos tricolores de passarem à próxima fase antecipadamente. Na última e decisiva rodada no Maracanã, o Fluminense ainda chegou como líder do grupo, precisando apenas de um empate para se classificar. Porém, outra vez a torcida tricolor permaneceu em silêncio. O Palmeiras venceu por 3 x 1 e o Fluminense deu adeus ao sonho de conquistar a América.

Em 1972, o Fluminense contratou junto ao São Paulo, o meia Gérson, o "canhotinha de ouro", campeão da Copa do Mundo com a Seleção Brasileira em 1970. O uruguaio Artime também foi contratado, para tentar compensar a saída do atacante Flávio para o futebol português. Mas o Tricolor não conseguiu o bicampeonato carioca, perdendo a final para o Flamengo por 2 x 1. No Campeonato Brasileiro, o Fluminense mais uma vez não foi bem, ficando na 14ª posição.

Após o vice-campeonato em 1972, o Fluminense voltou a ser campeão carioca em 1973 com um time que mesclava juventude e experiência: Félix, Toninho, Silveira, Assis e Marco Antônio; Pintinho, Manfrini e Gérson (Cléber); Cafuringa, Dionísio e Lula. Além do título carioca, o time do técnico Duque, também venceu o Torneio Internacional de Verão, disputado nos meses de janeiro e fevereiro contra Vasco, Argentino Jr. e Atlanta da Argentina. Porém, no Campeonato Brasileiro, o time continuou fazendo campanhas apagadas, ficando desta vez em 23º lugar.

Se até 1973, o Fluminense só tinha colecionado campanhas ruins no Campeonato Brasileiro, em 1974 o clube só se classificou para a segunda fase graças ao regulamento da competição que previa vaga para a próxima fase por média de público! Mesmo assim, o time ficou em 24º lugar, enquanto que, no Campeonato Carioca, o clube amargou o 5º lugar.

Chegamos a 1975. Francisco Horta é eleito o novo presidente do Fluminense Football Club e já na posse anuncia uma contratação bombástica: Roberto Rivelino, simplesmente o maior jogador da época. Para tirar Riva do Parque São Jorge, Horta teve que convencer o presidente do Corinthians de que Rivelino já não era tão bem quisto pela torcida corintiana. Organizou um plebiscito em que a torcida do time paulista rejeitou de forma esmagadora o "reizinho do parque". Além do plebiscito, Horta ainda procurou pela esposa de Rivelino para convencê-la de que o Rio poderia ser melhor para Rivelino naquele momento, já que ele havia sido "crucificado" como o mártir da perda do título paulista de 1974 para o Palmeiras. Após muitas conversar, finalmente Francisco Horta convenceu Vicente Matheus que liberou o craque.

Com Rivelino no Tricolor, a torcida do Fluminense viveria anos dourados de muitas alegrias e glórias. Além de Rivelino, Horta trouxe Mário Sérgio do Vitória, tirou do rival Flamengo o meia Zé Mário e trouxe do Olimpique de Marselha o jogador Paulo César Caju. Somados a Félix, Marco Antônio, Manfrini, Gil, e aos jovens Edinho, Cléber e Pintinho. O Fluminense tinha um time à altura dos demais rivais, com chances reais de voltar a ser campeão carioca e de tentar o título brasileiro daquele ano.

O primeiro jogo do ano deu-se num sábado de carnaval. Muitos poderiam se indagar: "não seria loucura colocar um jogo amistoso para um sábado de carnaval?" De fato seria, se não fosse pela estréia de Rivelino. E com 75 mil tricolores no Maracanã, o Fluminense deu uma amostra do que seria o ano de 1975 para a sua torcida, goleando o Corinthians por 4 x 1, com três gols de Rivelino.

No dia 27 de abril, veio o primeiro título: a Taça Guanabara, conquistada com a vitória sobre o América por 1 a 0. O time encantava. Rivelino era fantástico, soltava a bola mansamente nos pés dos atacantes na cara do gol apenas para finalizar, articulava as jogadas, driblava com classe, dava espetáculo. Assim era o Fluminense, assim era a Máquina. Jogar futebol era uma diversão para aquele time, que fazia de qualquer jogo chato, um grande espetáculo. Gil recebia os lançamentos de Rivelino e empurrava a bola para as redes. Manfrini tabelava com Riva e marcava mais um para a artilharia do campeonato. Edinho mostrava a firmeza e a tranqüilidade que lhe seguiriam no correr da carreira e os demais craques do time faziam o simples: não erravam. O resultado foi o Fluminense campeão carioca, goleando o Vasco por 4 x 1 em sensacional apresentação de Rivelino, com direito a gol de "placa" driblando meio time do Vasco antes de estufar as redes do gol de Andrada.

O time ainda poderia ter ganhado o campeonato brasileiro, não fosse o técnico Paulo Emílio que antes da semifinal contra o Internacional falou milhões de coisas exaltando o time do Fluminense e desprezando o time colorado, que entrou "mordido" em campo e venceu por 2 x 0.

Em 1976, não satisfeito com o timaço que tinha, Horta inventou o troca-troca no futebol carioca. Do Flamengo, trouxe o goleiro Renato, o lateral Rodrigues Neto e o artilheiro Doval, cedendo o goleiro Roberto, o lateral Toninho Baiano e o meia Zé Roberto; Do Botafogo, trouxe Dirceu em troca de Mário Sérgio e Manfrini; e ao Vasco, cedeu Marco Antônio, Abel e Zé Mário em troca de Miguel e Dirceu. Do Santos, o Tricolor repatriou o capitão do tri, Carlos Alberto Torres e formou o time que ficou conhecido como a Máquina Tricolor.

Com o time devidamente escalado com: Renato, Carlos Alberto Torres, Edinho, Miguel e Rodrigues Neto; Pintinho, Rivelino e Paulo César Caju; Gil, Doval e Dirceu, o Fluminense era um time quase imbatível.

O futebol carioca tinha um campeonato forte, as torcidas enchiam os estádios e o Fluminense era o time a ser batido. A derrota para o Bonsucesso na primeira rodada por 3 x 0 serviu apenas para dar falsas esperanças para os rivais. O que se viu nos jogos seguintes foi a Máquina vencendo e encantando. Sobrou para o Goytacaz e para o Botafogo que sofreram impiedosas goleadas por 9 x 0 e 5 x 1 respectivamente. Na fase final, vitória sobre o América por 2 x 0 e empate com Botafogo e Vasco levaram a decisão do campeonato para um jogo extra contra o Vasco. O Maracanã estava lotado. 127 mil espectadores acompanhavam o jogo que teimava em permanecer em 0 x 0. O Vasco se defendeu o jogo inteiro, até que no último minuto da prorrogação, Paulo César cobrou falta na área, Gil escorou para o centro da área e Doval, artilheiro do campeonato com 20 gols, subiu mais que Abel, tocando de cabeça no canto de Mazzaropi. Fluzão bi-campeão carioca!

E com a torcida tricolor em festa, ecoava o grito que era marca registrada da Máquina: "É covardia! É covardia! Rivelino, Paulo César e Cia!".

A Máquina era a síntese do futebol arte. Muitas pessoas iam ao Maracanã para ver o Fluminense jogar. O time parecia não ter compromisso com a vitória, pois jogava brincando, sem jogar duro, sem bater. O gol vinha com naturalidade e os títulos como premiação pelo futebol bonito, rápido e eficiente do time. A maior coroação deste timaço, poderia ter vindo com a conquista do Campeonato Brasileiro, que não veio pelo tempo atípico que aconteceu na data da semifinal contra o Corinthians. Choveu muito no Rio, o campo ficou encharcado. O Fluminense, com um time de mais qualidade e toque de bola, sentiu muito o campo pesado. O Corinthians, com um time muito raçudo e pouco técnico, enfrentou a Máquina tentando segurar o jogo e marcando duramente Rivelino. Pintinho marcou para o Fluminense, mas o Corinthians na base da vontade conseguiu empatar por intermédio de Russo, levando o jogo para os pênaltis. E nos pênaltis, o Corinthians foi melhor. Venceu por 4 x 1 e metade (?) do Maracanã ficou em festa. Dos 156 mil torcedores presentes, alguns historiadores e jornalistas – corintianos fanáticos – teimam em afirmar que havia no Maracanã pelo menos 70 mil corintianos, o que para nós chega a ser uma piada perante os fatos, já que foram enviados para São Paulo 45 mil ingressos.

A perda do título brasileiro de 1976 doeu muito. A Máquina merecia ser campeã. O jogo contra o Corinthians poderia ser disputado mais 20 vezes que a Máquina venceria as 20. Para fazer frente ao grande time que o Internacional tinha, apenas a Máquina Tricolor seria capaz de desbancar o esquadrão colorado do craque Falcão que acabou sagrando-se bicampeão brasileiro.

Ainda em 1976, o Fluminense viajaria para a Europa e venceria o charmoso Torneio de Paris e conquistaria em seguida o Torneio de Viña Del Mar, no Chile. Embora não tenha conquistado um título brasileiro ou um título mundial, a Máquina foi, sem dúvida, um dos maiores times já montados no futebol brasileiro.

O Segundo Título Nacional: O Campeonato Brasileiro de 1984 (1984 à 1988)
(texto extraído de www.canalfluminense.com.br)

O Campeonato Brasileiro de futebol de 1984 teve como campeão o Fluminense que conquistava o seu 2º Título Nacional, o Campeonato que pela primeira e única vez, a final ocorreu entre dois clubes cariocas: Fluminense e Vasco da Gama, refletindo o forte futebol do Rio de Janeiro durante boa parte da década de 1980.

Nos Jogos Finais, Venceu o 1º Jogo por 1x0 (Gol de Romerito), Diante de 63.156 Pagantes no Maracanã,Com o Time formado por: Paulo Víctor, Aldo, Duílio, Ricardo Gomes e Renato; Jandir, Delei (Renê) e Assis; Romerito, Washington (Wilsinho) e Tato. Técnico: Carlos Alberto Parreira.

E no 2º jogo, empatou com o Vasco da Gama em 0x0 diante de 128.781 Pagantes também no Maracanã, o Time era: Paulo Víctor; Aldo, Duílio, Ricardo Gomes e Branco; Jandir, Delei e Assis; Romerito, Washington e Tato. Técnico: Carlos Alberto Parreira.

Eram Oito chaves de cinco times. .Os três primeiros de cada grupo passavam para a fase seguinte. As equipes que terminaram a primeira fase em quarto lugar em cada grupo foram para a repescagem. Sete chaves de quatro clubes cada faziam parte da segunda fase da competição. O campeão e vice de cada grupo se classificaram à terceira fase da competição, mais o vencedor da Taça CBF e o time de melhor índice técnico entre os não classificados. Na terceira fase os times foram agrupados em quatro chaves de quatro clubes cada. Os dois primeiros passaram às quartas-de-final onde até o final foram disputados jogos no sistema mata-mata com partidas de ida e volta.

A Campanha do Fluminense teve 26 jogos, 15 vitórias, 9 empates e Apenas 2 derrotas, 37 gols pró e 13 gols contra

Na Taça Libertadores da América de 1985, o Flu não foi bem, terminado esta primeira fase em terceiro, quando classificavam-se dois para a fase seguinte. Neste ano o Fluminense, disputou em jogos de ida e volta pelo Grupo 1 contra o também carioca Vasco e contra os argentinos Ferro Carril Oeste e Argentinos Juniors, que acabou campeão desta competição, enquanto o Ferrocarril foi o outro classificado deste grupo. O Flu, em campo, obteve 3 empates e 3 derrotas mas acabou ganhando os pontos do empate de 3 a 3 contra o Vasco, que escalou irregularmente o jogador Gersinho nesta partida, mesmo alertado antes do jogo para este risco.

A partir de 1985, tempos difíceis para o Fluminense seriam organizados fora de campo, pois ao assumir a presidência da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, Eduardo Vianna garantiu que acabaria com "o reinado dos coloridos", pois, até então, era a dupla Fla-Flu que conquistava a maioria dos títulos cariocas. Já em 1986, foi denunciado um escândalo de manipulação de arbitragens, intitulado pela imprensa de "Escândalo das papeletas amarelas", que visava impedir o Fluminense de conquistar o tetracampeonato estadual, o que foi conseguido. Além disso, por conta de uma epidemia de dengue em seu elenco o time não pode comparecer a um jogo contra o Americano em Campos dos Goytacazes , perdendo os pontos e a possibilidade de se sagrar campeão, mesmo com as dificuldades extra-campo.

O Flu conquistou, em 1987, a Copa Kirim, no Japão, em sua mais importante excursão à Ásia, disputando a final contra o Torino da Itália cuja grande estrela era o brasileiro Júnior. Perante cerca de 40.000 torcedores no Estádio Olímpico de Tóquio, o Flu venceu por 2 a 0 com gols de Washington e Tato. Nos outros jogos disputados, o Flu empatou com a Seleção do Japão por 0 a 0, empatou com o mesmo Torino da final por 1 a 1 e venceu a Seleção do Senegal por 7 a 0.

Em 1988 chegou, mesmo com times fracos tecnicamente, embora bem organizados, às semifinais do Campeonato Brasileiro, foi desclassificado pelo Esporte Clube Bahia, após empatar por 0 a 0 no Maracanã e perder por 2 a 1 no Estádio da Fonte Nova, que neste dia recebeu o maior público de sua história (110.438 pagantes).

A Década Perdida (1990 a 1999)
(texto extraído de www.canalfluminense.com.br)

A década de "90" seria a mais sofrida da história do Fluminense Football Club. Depois de tantos títulos conquistados nas décadas de 70 e 80, o clube iniciaria uma derrocada recheada de fracassos e poucas conquistas.

De 1990 a 1993, o Fluminense disputou várias finais e não venceu nenhuma. Em 1990, o Flu venceu a Taça Rio, mas não foi às finais contra o Botafogo por ter perdido para o Vasco por 1 a 0. No ano seguinte, contando com os gols do artilheiro Ézio, o Fluminense conquistou a Taça Guanabara, mas perdeu o campeonato para o Flamengo na final por 4 x 2, após ter empatado o primeiro jogo em 1 x 1. No Campeonato Brasileiro, o Fluminense foi eliminado nas semifinais pelo emergente Bragantino de Carlos Alberto Parreira, ficando em 3º lugar.

Em sua primeira participação na Copa do Brasil (1992), o Fluminense chegou às finais contra o Internacional, mas foi prejudicado pela arbitragem de José Aparecido de Oliveira, que no segundo jogo da final, em Porto Alegre, marcou escandaloso pênalti a favor da equipe colorada. O Fluminense jogava pelo empate para ser campeão, já que havia ganhado o primeiro jogo por 2 x 1 nas Laranjeiras (gols de Ézio e Vagner), e entrou em campo com um esquema bastante defensivo para segurar o resultado. O time treinado pelo técnico Sérgio Cosme se defendeu a partida inteira, até que aos 43 minutos do segundo tempo, um dos atacantes do Internacional, tentando enganar a arbitragem, se atirou dentro da grande área sem que ninguém o tivesse tocado. O árbitro Aparecido de Oliveira, de maneira equivocada, marcou pênalti. Célio Silva bateu no meio do gol e o Internacional sagrou-se campeão da Copa do Brasil. A revolta pela perda do título foi tão grande, que na volta para o Rio de Janeiro, a delegação do Fluminense expulsou José Aparecido de Oliveira do avião, obrigando o árbitro a pegar outro vôo para retornar para casa.

No Campeonato Carioca de 1992, embora tenha tido "Super Ézio" como o artilheiro máximo da competição com 15 gols, o Fluminense ficou apenas em 4º lugar. Posição sofrível que também teve no Brasileirão, quando terminou em 14º lugar.

O péssimo desempenho obtido no Campeonato Brasileiro de 1992 foi repetido em 1993 quando o clube ficou na 28ª posição. Embora tenha chegado às finais do Campeonato Carioca, ganhando inclusive a Taça Guanabara, o Fluminense tinha um time bem abaixo das suas tradições. Aliás, foi uma característica marcante nos times da década de "90" do clube a falta de vontade e ambição para conquistar títulos, tanto que a própria torcida reconhecia isso, apelidando-os de "timinho".

Em 1994, o presidente Arnaldo Santiago investiu em reforços para acabar com o jejum de títulos que já durava oito anos. Do futebol francês, o clube trouxe o meia Luís Henrique e repatriou o lateral-esquerdo Branco, ambos da Seleção Brasileira; do futebol espanhol, chegou Mário Tilico, que já havia atuado no São Paulo e no Cruzeiro; e de outros clubes brasileiros chegaram o zagueiro Luís Eduardo (ex-Grêmio e Palmeiras), o meia Luís Antônio (ex-Flamengo) e o goleiro Ricardo Cruz (ex-Botafogo). Para o comando técnico, Carlos Alberto Torres foi contratado.

Ricardo Cruz, Júlio César, Luis Fernando, Luis Eduardo e Branco; Jandir, Rogerinho, Luis Antônio e Luis Henrique; Ézio e Mário Tilico.

O Fluminense disputou onze jogos na primeira fase do Campeonato Carioca (Taça Guanabara) e perdeu apenas um. Foi um ano de grandes clássicos, grandes vitórias e que mesmo não sendo campeão – o Vasco tinha um time melhor – o Fluminense presenteou a sua torcida com vitórias espetaculares sobre Flamengo (4 x 2 e 2 x 0) e uma impiedosa goleada sobre o Botafogo (7 x 1). Nas decisões contra o Vasco, porém, o time não apresentou bom futebol, não foi competente e acabou perdendo os títulos da Taça Guanabara (4 x 1) e do Campeonato Carioca (2 x 0). No campeonato brasileiro, com um time muito jovem, o Fluminense ficou na 15ª posição.

Para o Campeonato Carioca de 1995, além da contratação de Joel Santana para o comando da equipe, o clube investiu nas contratações do meia Aílton, que estava no Japão e no atacante Renato Gaúcho, que estava apagado no Atlético-MG. Outros atletas, menos conhecidos do futebol, que estavam atuando no futebol nordestino e paranaense também foram contratados, formando um time de "operários" que acabaria com o jejum de 9 anos sem títulos do clube. Com Wellerson, Ronald, Lima, Sorlei e Lira; Márcio Costa, Djair, Ailton e Luiz Henrique; Renato Gaúcho e Ézio, o Fluminense começou a campanha pelo título estadual de 1995. Logo na primeira rodada, porém, uma derrota por 1 x 0 para o Madureira, num sábado à tarde em Conselheiro Galvão colocaria em dúvida o verdadeiro potencial daquele elenco. Tanto que, na partida seguinte, nas Laranjeiras, quando o Tricolor triunfou sobre o Americano por 4 x 1, uma faixa chamou a atenção dos jogadores com os dizeres "1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9… até quando?". O clube terminaria os dois turnos somando apenas duas derrotas (para Madureira e Volta Redonda) e chegaria ao octogonal final motivado para brigar pelo título do campeonato. Mas foi depois de uma derrota para o Botafogo por 1 x 0 (gol de Beto, de bico), que o Fluminense se agigantou no campeonato. O time conseguiu vencer Vasco e Flamengo com viradas sensacionais. Contra o Vasco, Leonardo entrou no segundo tempo, marcou dois gols e se firmou na equipe, colocando o ídolo Ézio na reserva. Já contra o Flamengo, foi a vez de Rogerinho brilhar, marcar dois gols e tirar a vaga de Luiz Henrique, na vitória por 4 x 3 sobre o rubro-negro.

O Fluminense chegaria à última rodada precisando de uma vitória sobre o Flamengo para ser campeão estadual pela 28ª vez. Não fosse o impedimento mal marcado na partida contra o Vasco pelo returno, na qual o árbitro anulou um gol legítimo de Renato, o Fluminense chegaria em igualdade de condições com o rubro-negro para a grande decisão.

Era o ano do centenário do Flamengo. A equipe da Gávea havia contratado Romário, o melhor jogador brasileiro da atualidade; o técnico Wanderley Luxemburgo, bi-campeão brasileiro com o Palmeiras; e o ex-tricolor Branco, campeão do mundo pela Seleção Brasileira em 1994.

O GOL DE BARRIGA E MAIS UM CAMPEONATO CARIOCA

No dia 25 de junho de 1995, o Rio de Janeiro amanheceu como nos velhos tempos. Bandeiras tricolores e rubro-negras disputavam um espaço ao vento. As torcidas se reuniam em bares e restaurantes para depois rumarem para o Maracanã. E com o estádio completamente tomado com mais de 120 mil espectadores presentes, o Fla-Flu tinha todos os ingredientes que faziam dele o mais aguardado clássico do ano. Até então, o Tricolor havia vencido duas vezes o rival e empatado uma, precisando agora, de mais uma vitória para ser campeão carioca novamente.

O jogo começou com o Fluminense melhor. Djair, principal articulador da equipe tricolor, distribuía as jogadas pelas laterais para o avanço de Lira e Ronald, que além de atacar, marcavam com persistência as investidas dos atacantes rubro-negros. Na zaga, Lima e Sorlei anulavam mais uma vez Romário e na frente, Renato Gaúcho e Leonardo levavam vantagem sobre os marcadores Jorge Luís e Gelson, amadurecendo o gol tricolor que viria aos 31 minutos do primeiro tempo, através de Renato Gaúcho. Ao receber passe dentro da área, Renato driblou Jorge Luís e tocou na saída do goleiro Roger. A bola entrou mansamente no gol rubro-negro e com ela, o lateral Branco também que tentara impedir o gol. Melhor no jogo, o Fluminense pressionou o Flamengo e conseguiu o segundo gol por intermédio de Leonardo. Márcio Costa chutou de longe, Roger deu rebote e Leonardo só teve o trabalho de empurrar para o gol vazio: Fluzão 2 x 0, aos 42 minutos.

No segundo tempo, o Flamengo, precisando do empate para ser campeão no ano do seu centenário, lançou-se ao ataque, foi à frente e obrigou o Tricolor a se defender. Wellerson fazia o que podia, até que numa cobrança de falta do lateral Branco que explodiu na trave, o Flamengo despertou de vez. Sem motivo, a torcida tricolor ficou calada. Parecia sentir que o rubro-negro empataria o jogo. Aos 26 minutos, após confusão na área, Romário, que nunca havia marcado contra o Fluminense, diminuiu para o Flamengo. Depois do gol, Sorlei e Marquinhos foram expulsos por trocarem empurrões e com 10 jogadores de cada lado, os espaços aumentaram. E foi num contra-ataque que o Flamengo chegou ao gol empate. Fabinho recebeu na direita, cortou dois jogadores do Fluminense e bateu no canto de Wellerson: 2 x 2, aos 31 minutos. O Fluminense parecia estar entregue em campo. A impressão era a de que o time dificilmente marcaria o gol da vitória, ainda mais depois da expulsão de Lira após carrinho criminoso sobre Marcos Adriano. Mas Fla-Flu é um clássico imprevisível, mágico, emocionante e repleto de surpresas. Quando o Flamengo trocava passes e raramente ia ao ataque em busca da vitória, eis que a bola ficou com Djair no meio campo. Este lançou Ronald na direita que avançou e tocou para Ailton. Próximo ao bico da grande área, Aílton deu dois cortes em Charles Guerreiro e chutou forte. A bola cruzou toda a pequena área rubro-negra e bateu na barriga de Renato Gaúcho, antes de entrar: gol do Fluminense, aos 42 minutos do segundo tempo!

Jogadores do Flamengo não acreditavam no que havia acontecido. Sávio, desesperado caiu de joelhos; Romário baixava a cabeça e o Fluminense estava na frente novamente. Os rubro-negros ainda tentaram empatar, mas das poucas vezes que chegaram à área do Flu, pararam nas defesas de Wellerson. Lima ainda foi expulso ao dar um carrinho providencial em Sávio que sairia sozinho na cara do gol do Fluminense, mas nada foi capaz de mudar o resultado da partida com o Fluzão campeão carioca de 1995! Um título inesquecível, o único conquistado pelo clube na década de "90".

O time ainda poderia ter ganhado o Campeonato Brasileiro, o que só não aconteceu por terem subestimado a força do Santos nas semifinais. Pelo fato de terem ganhado o primeiro jogo por 4 x 1 no Maracanã, o Fluminense jogou em São Paulo sem compromisso com a vitória. Renato e Valdeir perderam chances claras de gol no início da partida e o Santos que precisava vencer por 3 gols de diferença, entrou determinado em busca da vitória. Se tivesse jogado respeitando seus torcedores, indo ao ataque e jogando de igual para igual, o Fluminense venceria o Santos novamente e, por conseguinte seria campeão brasileiro. Mas estranhamente a equipe jogou muito mal, abdicando da vitória, atraindo o Santos para o seu campo e sofrendo um grande revés por 5 x 2, numa das maiores viradas da história sofrida pelo clube. Geovani, craque da equipe santista, jogou muito, foi o melhor jogador de todo o campeonato brasileiro e conseguiu contagiar todo o time. Com todo o respeito ao Santos, o Fluminense tinha muito mais time e só não venceu porque alguns jogadores não tiveram o devido comprometimento com a vitória. O Fluminense foi o melhor time do campeonato. Venceu o primeiro turno e garantiu vaga às semifinais, jogando o segundo turno apenas para cumprir tabela. Para o jogo contra o Santos, o esquema tático adotado por Joel Santana, no qual o time começava a marcar a partir do seu campo, refletiu o célebre ditado popular que professa que "o medo de perder tira a vontade de vencer". E foi o que aconteceu naquela fatídica semifinal que acarretou não só uma simples eliminação em mais uma semifinal de campeonato brasileiro, mas numa crise que culminaria com o rebaixamento do clube em 1996.

Em 1996, o Fluminense colecionou resultados desastrosos. No campeonato carioca, não venceu nenhum clássico e terminou na 4ª posição; na Copa do Brasil, foi eliminado na segunda fase e no Campeonato Brasileiro foi rebaixado para a segunda divisão ao ficar em 23º lugar, à frente apenas do Bragantino. Foi o pior resultado da história do clube em campeonatos brasileiros. O Fluminense chegou às raias do ridículo, perdendo muitas vezes por goleada, sendo os 6 x 0 para o Sport Recife o resultado mais humilhante. Entretanto, no início de 1997, com o escândalo da arbitragem que estourou, com suposto envolvimento do diretor da Comissão de Arbitragem, Ivan Mendes, o Fluminense foi reconduzido à primeira divisão do campeonato brasileiro juntamente com o Bragantino, numa atitude vergonhosa dos dirigentes, que feriram os princípios e a fidalguia do clube, manchando a nossa história e envergonhando ainda mais a nossa torcida. Situação semelhante já havia acontecido com o clube em 1921, com a tentativa de manobras para burlar o estatuto da liga carioca de futebol, porém, os dirigentes tricolores da época foram contra tal manobra:

"Era o campeonato carioca de 1921 e o Fluminense, com praticamente o mesmo time que fechou o tricampeão carioca em 1919, havia ficado em último lugar no campeonato. Pelo regulamento da liga, o último colocado da primeira divisão, disputaria um jogo extra contra o campeão da segunda divisão, para saber se continuava na primeira divisão ou descia para a segunda. Dirigentes dos outros clubes, temendo a queda do Fluminense, articularam uma virada de mesa, cogitando a idéia de mudar o estatuto para não haver rebaixamento naquele ano. O Fluminense não concordou e entrou em campo contra o Vila Isabel no campo de General Severiano e venceu por 3 x 1 com gols de Welfare (2) e Machado. Os princípios do clube foram mantidos."

Como castigo, o clube foi novamente rebaixado em 1997 e desta vez, por antecipação, antes do campeonato chegar ao fim. No ano seguinte, o clube disputou a segunda divisão e conseguiu o inacreditável: ser rebaixado para a terceira divisão. Com as eleições vencidas pelo engenheiro David Fischel, o Fluminense começou a se reorganizar em 1999. Para o comando, trouxe toda a comissão técnica da Seleção Brasileira campeã do mundo em 1994, inclusive o treinador Carlos Alberto Parreira, que já havia conquista o título de campeão brasileiro pelo clube em 1984. O clube começou a sua participação na mais sofrível das divisões do futebol brasileiro perdendo por 2 x 0 para o Vila Nova-MG, num jogo que teve de tudo: protesto de torcida, pancadaria, péssimo futebol e arbitragem duvidosa. Mas nas rodadas seguintes o time se acertou. Vitórias sobre Serra, Goiânia (com direito a gol de placa de Roni) e Dom Pedro tranqüilizariam os tricolores. E mesmo com os tropeços no returno para Goiânia (4 x 3) e Anapolina (3 x 2), o Fluminense se classificou para as oitavas-de-final, de onde saiu vitorioso ao eliminar o Moto Clube em dois jogos (1 x 1 e 1 x 0). Depois passou pelo Americano nas quartas e chegou ao quadrangular final como favorito. Não teve pra ninguém! Ao bater o Náutico na última rodada nos Aflitos por 2 x 1, com dois gols de Roger, o Fluminense sagrou-se Campeão Brasileiro da Série C e deu adeus ao pesadelo da terceira divisão.

A Volta por cima (2000 a 2001)
(texto extraído de www.canalfluminense.com.br)

O fraco desempenho no Torneio Rio-São Paulo de 2000 acarretou a demissão do técnico Carlos Alberto Parreira, que deu lugar a Valdir Espinosa. O Fluminense ficou em 4º lugar no Campeonato Carioca e retornou à primeira divisão graças a problemas entre a CBF e o Gama que entrou na Justiça comum para se manter na primeira divisão. Criou-se então a Copa João Havelange, que por ser um novo campeonato brasileiro, contou com a participação de Fluminense e Bahia, que deveriam jogar a série B daquele ano, caso não houvesse a nova competição. Desta vez, o Tricolor fez ótima campanha, terminando a primeira fase em 3º lugar. Mas parou nas oitavas-de-final diante do São Caetano, na pior partida que o Fluminense se apresentou. Apático, o Tricolor jogou mal, não ameaçando em nenhum momento o gol do goleiro Sílvio Luiz. Pelo contrário, sofreu grande pressão do São Caetano. Por jogar pelo empate, talvez a equipe tenha se acomodado e o gol de Ademar aos 31 minutos do segundo tempo, cobrando falta, não deixou de ser um duro castigo para o Flu que abdicou de jogar futebol para segurar o resultado.

O ano de 2001 começou com o Fluminense goleando os times paulistas no Torneio Rio-São Paulo. Com grandes atuações do colombiano Asprilla, o Tricolor venceu o Palmeiras no Palestra Itália por 3 x 1; goleou o São Paulo por 5 x 2 no Caio Martins e empatou com Santos e Corinthians, chegando às semifinais do torneio. Após perder o primeiro jogo por 1 x 0 para o São Paulo, no Morumbi, o Fluminense venceu o segundo jogo por 2 x 1 com grande atuação de Marco Brito. Porém, o resultado levou a decisão para os pênaltis e o Flu perdeu por 7 x 6. Se no campeonato carioca o Fluminense foi apenas coadjuvante (4º lugar), no Campeonato Brasileiro lutou pelo título, chegando até as semifinais. Poderia ter sido até campeão, não fosse o regulamento da competição que previa apenas um jogo nas quartas e semifinais. Vitórias convincentes contra Palmeiras (6 x 2), Atlético Paranaense (2 x 1) e Cruzeiro (2 x 1) davam esperanças à torcida tricolor, que a cada jogo passava a acreditar mais numa possível conquista. Após passar pela Ponte Preta na prorrogação por 3 x 2, com dois gols de Magno Alves e um de Caio, o Fluminense viajou para Curitiba para tentar a classificação para as finais. Magno Alves abriu o placar para o Tricolor, mas Alex Mineiro virou para o Atlético. Magno Alves empatou o jogo novamente e quando tudo indicava que haveria prorrogação, Régis tentou sair driblando, perdeu a bola para Alex Mineiro, que avançou, chutou forte no canto de Murilo, dando números finais à partida: 3 x 2. O time base do campeonato foi: Murilo, Flávio, André Luiz, Régis e Paulo César; Sidnei, Marcão, Roger e Fernando Diniz; Roni (Agnaldo) e Magno Alves. Técnico Oswaldo de Oliveira. Ainda em 2001, o clube promoveu uma campanha na Internet para o lançamento do terceiro uniforme do clube. Venceu a camisa laranja, que logo caiu nas graças da torcida, passando a ser sucesso de vendas.

O CENTENÁRIO DO CLUBE (2002)
(texto extraído de www.canalfluminense.com.br)

No dia 21 de julho, o Fluminense Football Club completou 100 anos de fundação. O ano foi repleto de comemorações e homenagens. O clube promoveu apresentações artísticas durante toda a semana do aniversário; presenteou a torcida com a reedição da primeira camisa do clube e a confecção de medalhas em ouro, prata e bronze em alusão ao centenário. No futebol, conquistou o campeonato estadual e contratou Romário, o maior atacante da história do futebol brasileiro.

O Fluminense estreou no Torneio Rio-São Paulo de 2002, no dia 19 de janeiro empatando com o Corinthians em 1 x 1, no Maracanã. Depois, foi a Edson Passos para golear o América pelo score de 8 x 0, e continuou bem no decorrer da competição, chegando à última rodada precisando de um empate para se classificar para as semifinais. A tabela marcava o duelo contra o São Caetano, concorrente direto à vaga, em São Caetano do Sul. O Fluminense abriu o marcador com Magno Alves aos 34 minutos da primeira etapa. Anaílson empatou para o São Caetano ainda no primeiro tempo e no segundo tempo, quando a torcida tricolor já comemorava a classificação para a próxima fase, veio o inacreditável: aos 45 minutos, Marco Sena acertou um chute indefensável e classificou o São Caetano, eliminando o Fluminense, que terminou o torneio em 5º lugar. Mesmo não indo às semifinais, o Flu garantiu vaga para a Copa dos Campeões que seria realizada no meio do ano.

Na Copa do Brasil, a eliminação precoce para o Brasiliense em pleno Maracanã, faria com que o técnico Oswaldo de Oliveira perdesse o cargo, dando lugar a Robertinho. Roger, o principal jogar do elenco, também deixaria o clube, retornando ao Benfica de Portugal.

No Campeonato Carioca, o Fluminense sagrou-se campeão estadual ao derrotar o Americano de Campos na grande final em dois jogos. No primeiro jogo, houve vitória do Fluminense por 2 x 0 (gols de Marcão e Roni), que agora poderia até perder o segundo jogo da final por até um gol de diferença. Mas os tricolores não quiseram saber de jogar com o regulamento e triunfaram novamente no segundo jogo, vencendo por 3 x 1 com gols de Roni, Flávio e Magno Alves. O Fluzão conquistou o seu 29º título estadual com a seguinte formação: Murilo, Flávio, Régis, Maurício Fernandez e Roberto Brum; Fabinho, Marcão, Fernando Diniz e Marco Brito; Roni e Magno Alves. Técnico: Robertinho.

Na Copa dos Campeões, por ironia, o Fluminense foi eliminado nas quartas de finais, justamente no dia do seu aniversário de 100 anos. Após passar pela primeira fase, se classificando como segundo colocado do grupo (que contava com Corinthians, Náutico e Paysandu, além do Tricolor), o Flu perdeu por 1 x 0 para o Palmeiras, num jogo em que Roni chegou a perder um pênalti quando o jogo ainda estava 0 x 0. No dia 24, o Tricolor entrou em campo para enfrentar o Toluca-MEX no Maracanã, para comemorar o centenário do clube. O placar terminou 3 x 1 para o pó-de-arroz, gols de Roni e Magno Alves (2). Neste jogo, o Fluminense jogou o primeiro tempo com o uniforme do centenário nas cores branco e cinza, enquanto que no segundo tempo, atuou com o uniforme laranja.

Para o Campeonato Brasileiro, o Fluminense contratou Romário junto ao Vasco para ser o ponto de referência da equipe rumo à sonhada conquista do título brasileiro. Logo na sua estréia, diante de 70 mil tricolores, o "baixinho" marcou dois, na goleada por 5 x 1 contra o Cruzeiro. No total, seriam 16 gols no campeonato. Quase todos de encher os olhos dos torcedores. Com Romário em grande fase, o Fluminense se classificou em 7º lugar na primeira fase, garantindo vaga para as quartas de finais contra o 2º colocado, o São Caetano, até então um adversário nunca batido pelo tricolor.

No primeiro jogo, quase 70 mil tricolores lotaram o Maracanã para ver o show de Romário, Magno Alves e Cia. O Fluminense venceu por 3 x 0 e abriu larga vantagem para se classificar para as semifinais do campeonato, que agora poderia até perder por 2 gols de diferença no segundo jogo que levaria a vaga. No jogo de volta, o São Caetano sufocou o Fluminense em seu campo de defesa e venceu por 2 x 0. Kleber foi o herói da partida, defendendo bolas incríveis, demonstrando grande forma física. Classificado, o Fluminense retornou ao Rio de Janeiro para enfrentar o Corinthians. Com uma assistência menor do que no jogo contra o São Caetano (pouco mais de 56 mil pagantes), o Fluminense venceu o Corinthians por 1 x 0, gol de Romário, após sensacional toque de calcanhar de Roni. No segundo jogo, o Tricolor não conseguiu conter o ímpeto corintiano e acabou perdendo por 3 x 2. Romário sentiu dores na coxa no início da partida e o goleiro Kleber, grande destaque do time contra o São Caetano, também sofreu uma contusão e deixou a partida. Mesmo valente, o Flu não conseguiu empatar o jogo, parando mais uma vez nas semifinais.

Mesmo não conquistando um título nacional em 2002, o ano do Centenário foi marcado por bons resultados no futebol: Campeão Carioca; 5º lugar e melhor time carioca no Torneio Rio-São Paulo e 4º colocado no Campeonato Brasileiro.

Campeão Carioca (2005 a 2006)

Estádio Mário Filho, o Maracanã, onde o Fluminense tem o mando dos seus jogos.(texto parcialmente extraído de www.canalfluminense.com.br)

Após ter investido em muitos jogadores "rodados" do futebol brasileiro, o Fluminense, de presidente novo – Roberto Horcades – investiu em jogadores mais jovens e menos famosos da mídia. Do futebol russo, trouxe o atacante Leandro; do futebol paranaense, o atacante Tuta e o zagueiro Igor; do Santos, o meia Preto Casagrande, campeão brasileiro em 2004; do Atlético-MG, o meia Juninho; do São Paulo, o lateral Gabriel; e do Flamengo, o zagueiro Fabiano Eller, o meia Felipe e o técnico Abel Braga, todos campeões estaduais em 2004. Com tantas contratações, ficava a incógnita sobre o futuro do novo elenco. Será que teria o mesmo rumo do time de 2004? Não necessariamente. O clube dispensou todos os medalhões: Ramon foi pedir abrigo no Botafogo; Roger retornou ao Benfica; Romário voltou para o Vasco e Edmundo foi para o futebol catarinense.

Com o time escalado com: Kleber, Gabriel, Antônio Carlos, Fabiano Eller e Juan; Marcão, Arouca, Preto Casagrande e Felipe; Tuta e Leandro, o Fluminense iniciou a luta pelo título carioca de 2005. Sua estréia deu-se no dia 23 de janeiro, contra o Madureira, no Maracanã, com vitória suada nos minutos finais por 3 x 1. Depois, o time tropeçou diante do Olaria (2 x 2), perdeu para a Cabofriense por 3 x 2 e para o Campinense da Paraíba por 1 x 0, pela Copa do Brasil, botando o técnico Abel Braga na "corda bamba", com grandes possibilidades de ser demitido, probabilidade que aumentou com o empate em 2 x 2 com o Flamengo e a eliminação às semifinais da Taça Guanabara. Tal campanha frustrava os tricolores, que já comparavam àquela altura o atual time com o do ano passado. Mas com o início do segundo turno (Taça Rio) toda a desconfiança foi passando. O Tricolor perdeu apenas 1 jogo (para o Vasco por 2 x 1) no segundo turno e depois só fez vencer. Goleou América, Botafogo, Portuguesa e Friburguense e chegou às semifinais da Taça Rio motivado e confiante numa boa vitória sobre o Vasco. Paralelamente, o time alcançava a classificação na Copa do Brasil, eliminando Campinense e Esportivo-RS, e atingia o auge da forma física. Na semifinal contra o Vasco, Gabriel fez o gol do Fluminense ainda no primeiro tempo, aproveitando cruzamento do zagueiro Igor, mas o Vasco chegou ao empate, levando a decisão para os pênaltis. E na decisão, brilhou a estrela do goleiro Kleber do Fluminense, que pegou até pensamento e ajudou o Flu a derrotar o Vasco por 8 x 7. Vencido o confronto, o Fluminense chegou à final da Taça Rio para enfrentar o Flamengo.

Era o dia 03 de abril de 2005 e o Maracanã recebeu um grande público para ver o Fla-Flu decisivo da Taça Rio. O Fluminense não deu chances aos rubro-negros e goleou por 4 x 1. Tuta abriu o marcador cobrando pênalti; Leandro fez o segundo, tocando no canto do goleiro Diego; Alex marcou o terceiro e Preto Casagrande, com leve toque de cobertura, fechou a goleada por 4 x 1. O Flu é campeão da Taça Rio pela segunda vez em sua história.

A vitória tão convincente sobre o Flamengo e a campanha arrasadora no segundo turno em que o Tricolor goleou praticamente todos os seus adversários deixou jogadores, comissão técnica e torcedores eufóricos. Campeão da Taça Rio, o clube agora teria pela frente na decisão do Campeonato Carioca, o Volta Redonda, Campeão da Taça Guanabara.

No primeiro jogo, pouco mais de 39 mil pessoas compareceram ao Maracanã para ver um jogo emocionante que terminou com a vitória do Volta Redonda por 4 x 3. O Fluminense chegou a estar vencendo por 2 x 0, mas permitiu a virada para 4 x 2, que foi minimizada com um gol de Tuta, já no finalzinho do jogo.

No segundo jogo, com mais de 71 mil espectadores presentes, o Fluminense conseguiu sensacional vitória sobre o Volta Redonda por 3 x 1. Podendo até empatar para ser campeão, a equipe da "Cidade do Aço" saiu na frente por intermédio de Fábio, quase acabando com o sonho do título estadual. Mas Tuta empatou ainda no primeiro tempo e Marcão virou no segundo tempo, o que levaria a decisão para os pênaltis novamente. Porém, aos 47 minutos do segundo tempo, quando todos já esperavam a decisão por pênaltis, eis que Leandro dá um chutão para a grande área e Antônio Carlos cabeceia para o fundo das redes, dando o gol do título carioca para o Fluminense. Nem deu tempo do Volta Redonda reagir. O Fluminense é campeão carioca novamente, confirmando a profecia cabalística de ser campeão carioca nos últimos campeonatos terminados em 5: 1975, 1985, 1995 e 2005.

Conquistado o 30º título estadual de sua história, o Fluminense, o maior campeão carioca de todos os tempos, iniciou a luta pelo título Brasileiro e da Copa do Brasil. Para isso, contratou o meia sérvio Petković, ídolo nos rivais Flamengo e Vasco, para ser o maestro do time em busca de um título nacional. Na Copa do Brasil, o Tricolor chegou às finais, mas perdeu para o modesto time do Paulista de Jundiaí, amargando o vice-campeonato no Rio de Janeiro, em jogo disputado em São Januário. Já no Campeonato Brasileiro, o clube chegou a liderar a competição, disputando o título rodada a rodada com Corinthians e Internacional. Mas faltando cinco rodadas para o término da competição, o Fluminense contrariou a lógica e perdeu todos os jogos, terminando em 5º lugar. Na Copa Sul-americana, o Flu foi eliminado pelo o Universidade Católica nas quartas de finais ao perder por 2 x 0 no Chile, após ter vencido o primeiro jogo no Rio por 2 x 1.

Enquanto o time profissional perdia as competições brasileiras e sul-americana, os times infantil e júnior do clube conquistavam o título mundial da categoria na Inglaterra e nos Emirados Árabes Unidos, respectivamente. Com sinais perceptíveis de organização, o Fluminense Football Club colhia os frutos do trabalho das divisões de base do Centro de Treinamento de Xerém e escrevia mais um feito sem igual no futebol brasileiro: o de campeão mundial nas categorias infantil e júnior de 2005.

A maneira como o Fluminense terminou o Campeonato Brasileiro de 2005, perdendo a vaga para a Taça Libertadores que parecia garantida nas rodadas finais, gerou um clima de insatisfação no clube que culminou com a saída do técnico Abel Braga e do goleiro Kleber, um dos principais responsáveis pela perda da vaga.

No ano de 2006, apesar de ter um elencos forte tecnicamente, o Fluminense sofreu com graves erros de gestão, por conta de falta de um planejamento adequado, fazendo com que o clube trocasse seis vezes de técnico, o que levou o Fluminense a ter um rendimento insatisfatório no futebol profissional, muito parecido com o ano de 2003, quando, após as grandiosas comemorações de seu centenário no ano anterior, o Fluminense começou a sua preparação mais tarde do que os clubes que tiveram sucesso naquele ano e por isto mesmo teve inúmeros problemas de contusão em seu elenco profissional por preparação física inadequada e depois tentativas passionais em sua gestão visando tentar corrigir os erros anteriores.

Em 2006, na Copa Sul-Americana, disputou a primeira fase contra o Botafogo, vindo a se classificar nos pênaltis após dois empates por 1 a 1. Na fase seguinte o Fluminense acabou eliminado pelo Gimnasia y Esgrima de La Plata, da Argentina, ao empatar o primeiro jogo por 1 a 1 e perder o seguinte na casa do adversário por 2 a 0.

Nas 4 Copas Sul Americanas disputadas por clubes brasileiros entre 2003 e 2006, o Fluminense disputou 3, contabilizando 5 vitórias, 5 empates e 4 derrotas, 18 gols pró e 11 contra, sendo até então o quarto clube brasileiro que mais pontuou na história desta competição. A melhor campanha tricolor foi em 2005, quando caiu nas quartas-de-finais, terminando em quinto lugar. Até este último jogo da Copa Sul-Americana contra o Gimnasia, no período entre 1968 e 2006, o Fluminense disputou 149 partidas contra clubes ou Seleções estrangeiras (desconsiderando jogos contra clubes brasileiros no exterior ou em competições internacionais nestas estatísticas), com 76 vitórias, 37 empates, 34 derrotas, 291 gols a favor e 183 contra.

Campeão da Copa do Brasil e Vice da América (2007 a 2008)

O Fluminense refez o seu time em 2007 a após um péssimo Campeonato Carioca chegou à sua terceira final da Copa do Brasil, desta vez sendo campeão contra o Figueirense, ao vencer o segundo jogo da decisão por 1 a 0 em Florianópolis (com gol de Roger), após ter empatado o primeiro jogo decisivo por 1 a 1 no Rio de Janeiro, com todos os 64.669 ingressos colocados à venda no Maracanã tendo sido vendidos com antecedência de 48 horas, já que o grande estádio ainda está finalizando as obras para fazer parte do complexo esportivo dos Jogos Pan-americanos de 2007 e ainda não tinha condições para atender a sua capacidade máxima de cerca de 90.000 espectadores, como ocorreu após o fim das reformas. Para chegar ao título de campeão da Copa do Brasil, o Fluminense passou pela Adesg (2 a 1 e 6 a 0), América Futebol Clube (RN) (0 a 1 e 2 a 1), Bahia (1 a 1 e 2 a 2), Atlético Paranaense (1 a 1 e 1 a 0), Brasiliense (4 a 2 e 1 a 1) e Figueirense (1 a 1 e 1 a 0), com isto classificando-se para disputar a Taça Libertadores da América em 2008. Adriano Magrão e Alex Dias foram os artilheiros tricolores nesta competição, com 4 gols cada um.

Ao final da Copa do Brasil de 2007, o Fluminense totalizou 91 jogos na história desta competição, com 48 vitórias, 26 empates e 18 derrotas, 166 gols pró e 103 contra, tendo estado presente em 14 edições, sendo esta a sétima melhor performance entre os clubes que já disputaram o segundo torneio mais importante do Brasil até 2007. As maiores vitórias tricolores até então foram de 6 a 0 contra a Adesg na campanha de 2007 e de igual placar sobre o Maranhão Atlético Clube em 4 de Maio de 2000.

No dia 12 de Maio de 2007, a Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro aprovou lei que declara o dia 21 de Julho como o Dia do Fluminense e dos Tricolores, não por acaso o dia da fundação do clube.

No Campeonato Brasileiro de 2007 o Fluminense terminou em quarto lugar, sendo esta a nona vez que o Tricolor terminou entre os quatro primeiros colocados deste campeonato, a melhor performance de um clube do Estado do Rio de Janeiro neste quesito. Considerando-se o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, precursor deste campeonato, esta seria a décima vez. Thiago Neves, o seu camisa 10, ganhou a Bola de Ouro da revista PLACAR, como o melhor jogador desta edição, em que Thiago Silva também foi eleito, neste caso como um dos zagueiros para a seleção do campeonato.

Tendo terminado o Campeonato Carioca de 2008 em terceiro lugar, o Fluminense foi o clube que mais somou pontos entre todos os participantes da Copa Libertadores da América 2008 na primeira fase desta competição, habilitando-se a disputar a segunda partida das demais fases eliminatórias, no Maracanã.

Na primeira fase o Fluminense superou a LDU (Equador, 0 a 0 e 1 a 0), o Arsenal de Sarandí (Argentina, 6 a 0 e 0 a 2) e o Libertad (Paraguai, 2 a 1 e 2 a 0). Nas Oitavas-de-Finais eliminou o Atlético Nacional (Colômbia, 2 a 1 e 1 a 0) e nas Quartas-de-Finais, o São Paulo (Brasil, 0 a 1 e 3 a 1, quando um público de 72.910 pessoas compareceu ao Maracanã, sendo 68.191 pagantes)para ver o uma das partidas mais marcantes do torneio em que o o Flu vencia por 2 a 1 placar que era favorável ao time paulista, Washington fez e cabeça aos 46 minutos do 2º tempo classificando assim o Flu. Na Semi-Final, o Fluminense disputou as semifinais contra o Temido Boca Juniors, da Argentina, obtendo empate por 2 a 2 na primeira partida em Buenos Aires, e vitória por 3 a 1 no jogo de volta no Maracanã, (com Gols de Washington, Conca e Dodô) perante 84.632 torcedores (78.856 pagantes), classificando-se para a final contra a LDU, com quem já jogou na primeira fase desta competição, em um grupo que era chamado pela imprensa internacional de Grupo da Morte, pela competitividade dos clubes participantes.

Na primeira partida da fase decisiva, no Estádio Casablanca, em Quito, a LDU venceu o Fluminense por 4 a 2. Enquanto aguardava-se a partida de 2 de julho no Maracanã, os 78.918 ingressos colocados à venda foram esgotados em poucas horas de venda ainda no dia 23 de junho, batendo o recorde brasileiro de renda em partidas entre clubes, tendo sido arrecadados R$ 3.910.044,00 apenas com a venda de entradas. Após uma excelente partida, perante 90.027 torcedores presentes,o Fluminense derrotou o adversário por 3 a 1, com três gols de Thiago Neves, levando a decisão para os pênaltis, quando foi derrotado por 3 a 1.

Apesar da derrota na final, o apoio dos torcedores ao técnico Renato Portaluppi e ao time foi incondicional, vista a excelente campanha do time no campeonato mais importante para os clubes sul-americanos. Ressalta-se, portanto, que em 9 anos o Fluminense carioca passou da Série C para a final da Libertadores, resgatando o prestígio que o clube sempre teve, exceto na segunda metade da década de 1990, um período curto, mas difícil para os tricolores.

No Campeonato Brasileiro de 2008, tendo optado por disputar metade do campeonato com o time reserva para priorizar a disputa da Copa Libertadores da América, o time lutou contra o rebaixamento até a penúltima rodada, onde empatou com o São Paulo no Morumbi por 1 a 1, acabando com as possibilidades de rebaixamento.

Na última rodada, a torcida tricolor levou 51.172 torcedores presentes contra o Ipatinga (MG),na despedida de seu Zagueiro ídolo Thiago Silva que iria se transferir para o Milan, da Itália. com o empate por 1 a 1 o Fluminense terminou o campeonato na 14ª posição classificando-se para a Copa Sul-Americana de 2009, e o seu atacante Washington terminou como artilheiro desta edição do Campeonato Brasileiro, tendo marcado 21 gols.

O seu zagueiro Thiago Silva foi eleito o melhor zagueiro-central do Campeonato Brasileiro de 2008 e ainda ganhou o CRAQUE DA GALERA estabelecido pelo Globoesporte.com, como o melhor jogador deste campeonato, eleito por voto popular com 1.252.073 votos, cerca de 47% do total apurado.

Das categorias de base, o Fluminense, que tem conquistado vários títulos, tem tirado a base dos times profissionais que têm se destacado com a camisa tricolor neste início do Século XXI.

Sedes do Clube

Terceira sede do clube. Esse prédio não existe mais.O Fluminense Football Club obteve sua primeira sede no dia 17 de Outubro de 1902. A instalação inicial do clube tinha como endereço a Rua Guanabara, a atual Pinheiro Machado, esquina com a Rua do Roso, a atual Coelho Netto. O Fluminense alugava o terreno do Banco da República por cem mil réis. Porém, a primeira opção dos fundadores do Fluminense, era um terreno na Rua Dona Mariana, mas a proposta foi recusada pelo proprietário.

Só um ano mais tarde o terreno foi nivelado. Na época, a máquina niveladora e a de cortar grama eram puxadas por um burro. Para preservar o trabalho já feito, o animal era sempre cuidadosamente calçado com luvas de veludo nas quatro patas. "Faísca" ficou então famoso e conhecido como o "burro mais elegante do Rio de Janeiro".

Mais tarde o terreno foi comprado por Eduardo Guinle e imediatamente começaram as obras para a construção da sede. Antes ela era uma pequena casa branca que servia de moradia para o vigia. Após a instalação de água e banheiro, o Fluminense já pagava o dobro do aluguel.

Em 14 de Agosto de 1904, foi realizado o primeiro jogo interestadual no campo da Rua Guanabara, contra o Paulistano. Este foi o jogo inaugural da nova praça de esportes no Rio de Janeiro e a diretoria do Fluminense mandou construir uma pequena arquibancada de madeira para acomodar o público, cobrando os primeiros ingressos para um jogo de futebol. Além dos sócios do Fluminense e convidados presentes, foram 806 cartões passados pelos sócios e 190 entradas vendidas a não-sócios na bilheteria, com o ingresso custando 2$000 e uma renda apurada de 1:992$000.

Em 1905, Eduardo Guinle construiu, por sua conta, a primeira arquibancada em campos de futebol do Rio de Janeiro. Concluído este melhoramento, o aluguel triplicou novamente. Neste mesmo ano, mediante empréstimo feito entre os sócios, foi demolida a primeira sede e construída a segunda.

A inauguração da terceira sede, em 27 de julho de 1915, foi muito comemorada, culminando com um baile no rink de patinação, quando foi entoado o primeiro hino do Fluminense, de autoria de Paulo Coelho Netto.

Ainda em 1915, o presidente Cunha Freire construiu arquibancada privativa para os sócios e suas famílias. O plano de expansão foi completado com a construção de um novo rink, aquisição de mobiliários, instalação elétrica, aumento das arquibancadas e construção das gerais.

Em 1918, começam as reformas que vão dar origem à quarta sede do Fluminense. As obras terminam em 1920, sob presidência de Arnaldo Guinle, que contratou o arquiteto Hipolyto Pujol para projetar as dependências. Com vitrais franceses e lustre de cristal, o Salão Nobre se tornou palco de muitos shows, bailes, desfiles, óperas e balé. Ainda hoje é muito utilizado para festas, reuniões e gravação de filmes como Anos Dourados, Dona Flor e seus dois maridos, Villa Lobos, novelas e comerciais. A sede é própria e hoje é tombada pelo Patrimônio Histórico.

Em 1961, a pedido da Prefeitura e do Governo Estadual, parte de seu terreno foi desapropriado pela Sursan para ampliação da Rua Pinheiro Machado - uma área de 1.084m², que culminou com a demolição de uma parte da arquibancada. O Governo indenizou o clube pela perda de seu patrimônio e o Fluminense prestava novamente à cidade um serviço relevante, mesmo tendo um enorme prejuizo esportivo com esta medida.

Laranjeiras

Sua sede social no bairro das Laranjeiras (cidade do Rio de Janeiro) faz parte da história da cidade do Rio de Janeiro pelos seus bailes, festas e eventos culturais que marcaram várias gerações, além de ser uma obra de arquitetura européia de grande beleza, idealizada pelo arquiteto catalão Hypolito Pujol e adornada por elegantes vitrais belgas que se destacam em sua fachada.

Foi em seu Estádio de Laranjeiras que a Seleção Brasileira conquistou os primeiros títulos relevantes, tendo disputado um total de dezoito partidas, com quinze vitórias e três empates, além deste estádio já ter sido palco de várias decisões de títulos não apenas do Fluminense e da Seleção Brasileira, mas também de outros clubes e seleções estaduais.

No ano de 1904, o Fluminense mandou construir uma pequena arquibancada de madeira para acomodar o público e cobrou pela primeira vez pelas entradas do público em seus jogos.

Em 1907, o Fluminense inaugurou a sua primeira quadra de Tênis, em 1909 já possuía três e em 1911, quatro. Um grande destaque nos anos iniciais deste esporte foi Alberto Santos Dumont, que durante anos frequentou o Tricolor, seu clube de coração, sendo também árbitro em partidas amistosas.

Em 1915, o Fluminense amplia significativamente a sua sede, incluindo um aumento da capacidade de suas arquibancadas para 5.000 pessoas, e o Clube Atlético Paulistano, cujos ideais eram iguais aos seus, considerada como sócios-temporários os sócios do Fluminense de passagem por São Paulo.

Em 1919, foram inaugurados o Parque Aquático e o Stand de Tiro.

Na tarde de 28 de Maio de 1921, o Fluminense apresentou em seu Salão Nobre, o primeiro vesperal de Arte e Teatro nos moldes dos realizados nas grandes salas da Europa, o que se repetiria por muitos anos.

Em 1922, o Brasil comemorou o Centenário de sua Independência e mais uma vez o governo brasileiro recorreu ao Fluminense, cujas instalações já eram as mais modernas do continente americano, para assumir a responsabilidade pelo financiamento e organização do Campeonato Sul-Americano de Seleções e pelos Jogos Olímpicos Latino-Americanos, um dos jogos precursores dos Jogos Pan-Americanos.

O Fluminense respondeu ao governo brasileiro que não tinha condições de assumir tal responsabilidade, que demandava um custo muito alto para adaptar as suas instalações para comportar dois eventos de tal magnitude. Mas o governo brasileiro assumiu por escrito grande parte da responsabilidade e o Fluminense a aceitou, embora mais tarde os governantes de então não tenham cumprido a sua parte e o Fluminense tenha arcado sozinho com a organização destes dois grandes eventos.

Pelo menos o gigantesco esforço patriótico do Fluminense deu resultado, pois as duas competições foram um sucesso, o Fluminense ampliou o seu estádio, construiu um ginásio e ampliou todas as suas instalações, tendo dado provavelmente a maior contribuição do país para os festejos desta importante data nacional e sido sede dos dois primeiros títulos relevantes da Seleção nacional.

No ano de 1926, o tricolor inaugurou o Teatro Fluminense, palco de grandes artistas e espetáculos durante muitas décadas.

No ano de 1961, o Fluminense novamente daria outra grande demonstração de espírito público ao concordar com a desapropriação de parte de seu estádio para o alargamento da rua Pinheiro Machado, o que lhe trouxe um prejuízo técnico e financeiro incálculável com o passar dos anos, pois tornou o seu histórico estádio obsoleto, em troca da melhora do trânsito no bairro de Laranjeiras e em toda a cidade, pois desembocam pelo viaduto da rua Pinheiro Machado milhares de carros por dia, muitos vindo do Túnel Santa Bárbara, que liga o Centro à Zona Sul.

Xerém

O CT Vale das Laranjeiras em Xerém, distrito da cidade de Duque de Caxias é o local onde treinam as categorias de base do Fluminense Football Club, em um espaço de 130.000 metros quadrados que será vizinho do novo Centro de Treinamento dos jogadores profissionais, ainda em construção.

Em 15 de Junho de 2007 o Fluminense inaugurou o Hotel Telê Santana, primeiro passo para a instalação do futebol profissional neste novo Centro de Treinamento. O hotel Telê Santana tem 26 quartos, piscina, restaurante, bar, sala para preleções e extensa área verde em seu redor.

Estádios

Estádio das Laranjeiras

O Estádio Manuel Schwartz, mais conhecido como Estádio das Laranjeiras ou, anteriormente, Estádio de Álvaro Chaves, devido ao nome da rua onde fica localizado,no bairro de Laranjeiras. Foi o local onde o tricolor carioca mandou muito de seus jogos, porém, por motivos de segurança, não o faz mais, jogando atualmente no Maracanã.

As Laranjeiras, todavia, continuam como sede oficial do clube e é o campo onde o time de futebol do Fluminense realiza seus treinamentos.

Foi palco de grandes conquistas do Tricolor Carioca, de muitas decisões de campeonatos e de jogos da Seleção Brasileira.

Tendo tido capacidade para 25.000 pessoas já a partir de 1922, em alguns jogos este estádio teve públicos estimados maiores que a sua capacidade, mas aparentemente o recorde de público pagante deste estádio foi na partida Fluminense 3 a 1 Flamengo, em 14 de junho de 1925, quando 25.718 espectadores pagaram ingressos. Atualmente a capacidade do Estadio é de 8.000 pessoas

Contudo, o Fluminense não manda seus compromissos futebolísticos no Estadio, pois não tem mais condições de segurança para receber eventos de grande porte. Atualmente é usado apenas para treinos e eventos de pequeno porte.

Maracanã
Ver artigo principal: Estádio do Maracanã
O Estádio Jornalista Mário Filho, mais conhecido como Maracanã, localizado no Rio de Janeiro e inaugurado em 1950, tendo sido utilizado na Copa do Mundo de Futebol daquele ano. Desde então, o Maracanã foi palco de grandes momentos do futebol brasileiro e mundial, como o milésimo gol de Pelé, finais do Campeonato Carioca de Futebol, Campeonato Brasileiro, Taça Libertadores da América e Mundial de Clubes da FIFA, competições internacionais e partidas da Seleção Brasileira. Foi um dos locais de competição dos Jogos Pan-Americanos de 2007, recebendo o futebol, as cerimônias de abertura e de encerramento.

Ao longo do tempo, no entanto, o estádio também passou a assumir caráter de espaço multiuso ao receber outros eventos como espetáculos e partidas de outros esportes, como o voleibol em uma oportunidade. Após diversas obras de modernização, a capacidade atual do estádio é de 92 mil espectadores, sendo o maior estádio do Brasil.

O Fluminense atualmente manda seu jogos no Estádio do Maracanã, mas mesmo não sendo propriedade do Fluminense, e sim do Governo do Estado do Rio de Janeiro, o Maracanã é a casa da torcida Tricolor.

ESPORTES OLÍMPICOS

Além do futebol, esporte mais popular do país, o Fluminense tem em suas raízes outras modalidades esportivas que fizeram parte da história do clube. Diversos atletas se destacaram no decorrer dos anos e suas conquistas foram traçadas desde o início nos campos e quadras do clube das Laranjeiras. Atletas de diversas modalidades se destacaram para o mundo dos esportes defendendo as cores do Fluminense. O clube obteve sucesso em muitas modalidades, inclusive o livro "Fluminense Football Club - Um Século de Vitrine Esportiva" , do jornalista Ricardo Souza, lista 1.407 títulos do Fluminense no esporte amador até 2002.

A equipe de Pólo Aquático masculina disputou 104 partidas estaduais, nacionais e internacionais sem derrotas entre 1951 e 1962, a de Basquetebol masculino foi campeã por 8 anos consecutivos entre 1920 e 1927, a de Basquetebol feminino foi campeã brasileira adulta em 1998 sob o comando de Hortência, a equipe de natação masculina foi campeã por 23 anos consecutivos entre 1941 e 1963 e a equipe feminina por 13 entre 1938 e 1950, a equipe de Saltos Ornamentais foi campeã por 13 anos consecutivos entre 1919 e 1931, a equipe de Tiro foi campeã por 7 anos consecutivos entre 1952 e 1958, a equipe de Esgrima tem 133 títulos, a de Tênis 145 e a de Tiro ao Alvo 200, entre os números que chamam maior atenção. Assim como no futebol, o Fluminense foi responsável pela introdução do vôlei no Rio de Janeiro. Graças à iniciativa do clube, foi organizado o primeiro campeonato oficial do estado em 1923, o Fluminense venceu nos anos de 1923 1942, 1943, 1952, 1954, 1956 e 1958 com a equipe masculina e em 1941, 1942, 1953, 1956, 1963, 1967 e 1968, no feminino...

Mat. em construção...