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A NAVE ESPACIAL CHINESA SHENZHOU 9 LANÇA AO ESPAÇO A PRIMEIRA MULHER ASTRONANTA DO PAÍS

A China enviou às 7h37 (horário de Brasília) deste sábado (16) sua primeira mulher e outros dois astronautas para o espaço. O foguete saiu do Centro de Lançamento de Satélites Jiugquan, no Deserto de Gobi, no norte do país.

Essa é a primeira tentativa de acoplagem tripulada realizada por chineses, a bordo da nave Shenzhou 9, que vai se juntar ao módulo espacial Tiangong 1, a 343 quilômetros da Terra.

Os astronautas devem trabalhar em uma estação espacial provisória por sete a dez dias. A missão pode ser fundamental para a China se tornar o terceiro país a estabelecer uma base permanente em órbita, depois dos EUA e da Rússia.

Nave espacial chinesa com primeira mulher
astronauta do país decola neste sábado (16)
(Foto: Xinhua, Li Gang/AP)

Liu Yang, de 34 anos, é piloto da Força Aérea chinesa e, segundo o porta-voz do programa espacial chinês, Wu Ping, a presença de uma mulher no espaço é consequência do desenvolvimento dos voos tripulados e também efeito da expectativa do público.

A mídia estatal do país tem aproveitado o fato ao máximo, relatando inclusive que a astronauta já aterrissou um avião após uma ave desativar um dos motores.

Liu Yang estará acompanhada de Liu Wang e Jing Haipeng. Dois deles vão viver e trabalhar no interior do módulo, para testar os sistemas de suporte vital. Enquanto isso, o terceiro ficará na cápsula para lidar com emergências inesperadas. Eles também vão avaliar os efeitos da gravidade sobre o corpo humano e desempenhar tarefas científicas

A designação de Liu foi anunciada nesta semana após um longo processo de seleção que deu preferência a mulheres casadas e com filhos (embora esse não seja o caso da escolhida), devido ao fato de o voo espacial e a possível exposição à radiação poderem causar infertilidade.

Os critérios da escolha são rigorosos. A escolhida tinha, entre outros, de ter dentes perfeitos, pele sem calos ou problemas, bom hálito e odor corporal agradável -o contrário pode ser um problema durante a permanência no espaço.
Nave espacial chinesa Shenzhou 9 é lançada com sucesso neste sábado (16) (Foto: Xinhua, Li Gang/AP)

Na volta à Terra, a nave deve pousar em campos chineses com a ajuda de paraquedas.

O módulo Tiangong 1 é apenas um protótipo, e a meta é substituí-lo por uma estação espacial maior e permanente, com conclusão prevista para 2020.

A estação permanente deve pesar cerca de 60 toneladas, ligeiramente menor que a Skylab da Nasa, construída nos anos 1970, e cerca de um sexto do tamanho da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), da qual fazem parte 16 países atualmente.

A China lançou um homem ao espaço pela primeira vez em 2003. A missão foi seguida por outra com dois astronautas em 2005 e por uma viagem com três em 2008, que em que foi executada a primeira caminhada espacial do país.
Liu Yang, Liu Wang e Jing Haipeng acenam momentos antes do lançamento da nave chinesa Shenzhou 9, que levou a primeira mulher astronauta do país ao espaço (Foto: Ng Han Guan/AP)

DISSIDENTES DAS FARC ESTÃO INVADINDO A AMAZÔNIA EM BUSCA DE OURO


Invasão de guerrilheiros e atenção de 'países poderosos' na Amazônia ameaçam soberania do Brasil?
© Folhapress / Sandro Pereira


A Polícia Federal confirmou que estrangeiros suspeitos de ligação com dissidência das Farc estão entrando em território brasileiro devido ao avanço do garimpo ilegal de ouro. A Sputnik Brasil conversou com um especialista em questões de Defesa e Segurança para saber o que está por trás desta "invasão".


Recentemente, a Polícia Federal (PF) confirmou que estrangeiros suspeitos de ligação com as antigas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) estão entrando em território brasileiro atraídos pelo garimpo ilegal de ouro nos rios da Amazônia.

De acordo com as investigações, os dissidentes estão extorquindo garimpeiros que atuam de forma clandestina nos rios da região e cobrando uma espécie de "pedágio" para poderem trabalhar.

Para compreender melhor esta situação, bem como as causas, os riscos e quais as possíveis medidas que o governo brasileiro pode tomar, a Sputnik Brasil conversou com o professor de Relações Internacionais Thomas Ferdinand Heye da Universidade Federal Fluminense (UFF) e do Instituto de Estudos Estratégicos, especialista em questões de Defesa e Segurança da América do Sul.

O especialista ressalta que o problema do garimpo ilegal na Amazônia não é um problema recente para o Brasil, já que nos anos 1980 houve fenômenos como o de Serra Pelada, além de "figuras sinistras como o major Curió". Nos anos 1990, o garimpo ilegal chegou a influenciar a política externa com os demais países da região, especificamente com a Venezuela, em função da utilização do mercúrio que contaminava os afluentes dos rios venezuelanos em território brasileiro.
Garimpo ilegal na Amazônia, área do rio Rato, afluente do Tapajós
© FOLHAPRESS / LALO DE ALMEIDA
Garimpo ilegal na Amazônia, área do rio Rato, afluente do Tapajós
Na época, as tensões entre os dois países fizeram com que o embaixador venezuelano em Caracas tivesse sido chamado de volta ao seu país, mostrando um profundo desagrado, o que resultou em tensão nas relações diplomáticas entre os dois países.

"A questão do garimpo ilegal permanece dentro de uma gama de atividades ilegais na Amazônia, que são famosas como ilícitos transacionais, que a partir do século XXI vem crescendo [...]", afirmou Thomas Ferdinand Heye, ressaltando que isso envolve o narcotráfico, o tráfico de armas e uma série de outros fatores que também têm impacto na segurança.

Contudo, segundo ele, a principal diferença é que o atual problema conta com a presença de ex-guerrilheiros das Farc.

Aqueles que não aderiram ao tratado de paz com o governo colombiano, não aceitaram deixar a guerrilha a se tornar um partido político, tornaram-se reais criminosos envolvidos com todos os tipos de listas nacionais.

"Eles não são mais guerrilheiros no sentido político do termo. Ou seja, eles ambicionavam mudar o poder político na Colômbia através do uso da força para implementar o socialismo. Não se trata mais disso, é justamente ao contrário. As Farc em 2016 foram transformadas em partido político. São esses que não aderiram ao tratado de paz com o governo colombiano, não aceitaram deixar a guerrilha se tornar um partido político", ressaltou.

"Em outras partes da Colômbia, por exemplo na fronteira com a Venezuela, estes atuais criminosos, ex-guerrilheiros, já estão mais ativos, mas em relação ao Brasil, é um fenômeno mais recente e que vem ganhando cada vez mais importância", afirmou.

Um dos desdobramentos visíveis disso é que agora "nós temos na região norte do país, assim como o Comando Vermelho no Rio de Janeiro e o PCC em São Paulo, facções criminosas" que também vão se envolver com todo tipo de atividades, como extração de madeira ilegal", disse.

Acesso ao território brasileiro

De acordo com o professor, estes grupos são compostos por veteranos de combate na selva e não devem ser encarados como bandidos ou criminosos normais dos grandes centros urbanos do Brasil.
"São indivíduos que são extremamente bem preparados, bem treinados para fazer este tipo de serviços, e precisam ser encarados com poder de fogo semelhante", ressaltou.

Com relação à facilidade de acesso ao território brasileiro, o professor afirmou que a razão disso é que nenhum Estado ou poucos Estados conseguem controlar completamente suas fronteiras.
Balsas de garimpo de ouro operam ilegalmente no rio Madeira, em frente a cidade de Humaitá, no sul do Amazonas
© FOLHAPRESS / LALO DE ALMEIDA
Balsas de garimpo de ouro operam ilegalmente no rio Madeira, em frente a cidade de Humaitá, no sul do Amazonas
"Para dar um exemplo, basta pensar nos EUA, a maior potência do planeta, que tem fronteira simples com um único país, o México, não consegue controlar o fluxo migratório e isso para eles está sendo um problema. Mas a gente não está falando de guerrilheiros ou ex-guerrilheiros das Farc, com décadas de treinamento de combate, a gente está falando de pessoas em busca de qualidade de vida melhor. E nem esses a maior potência do mundo consegue impedir. Então seria muito difícil o Brasil conseguir impedir, vedar totalmente a fronteira da região norte do país ou de qualquer região do país", explicou.

Thomas Ferdinand Heye ressalta que isso não significa que o Brasil não tenha tomado uma série de iniciativas para proteger suas fronteiras na região norte e sul.

Dificuldade de acesso ou falta de interesse do governo?

Para o professor, o Brasil até pouco tempo atrás possuía todos os meios possíveis e os recursos necessários para conseguir enfrentar esses ilícitos transnacionais de uma forma mais eficaz.

"É claro que no atual governo tivemos graves retrocessos, mas em termos gerais, temos os recursos necessários, ou podemos fomentar os recursos necessários para lidar com essas questões de uma maneira mais coordenada por parte do Estado brasileiro, sem ser uma atribuição única de uma agência ou instituição", explicou.
"Falta mais vontade política [...] É uma oportunidade para o Brasil ter uma posição de protagonismo na região. O que falta nesta equação é que não é somente um problema de segurança pública, a questão do garimpo ilegal, a presença de atores externos, a questão dos ex-guerrilheiros colombianos, mas a ausência de um modelo de desenvolvimento socioeconômico sustentável para a região, sem que seja predominante a série de medidas ilegais que são tomadas na região, principalmente o grave impacto no meio ambiente", afirmou o professor.

Essa é uma região com muitas preocupações estratégicas, principalmente envolvendo a invasão das terras indígenas, garimpo, desmatamento e pecuária, que estão presentes em todos os documentos de Defesa do país.

De acordo com o professor, o país vem fazendo uma série de iniciativas na esfera militar, como patrulhamentos na fronteira, aplicação do sistema integrado de proteção da Amazônia, que faz parte do sistema de vigilância da Amazônia.
"Nós temos grande capacidade de penetração, não somente no que se refere ao nosso espaço aéreo, mas também ao espaço aéreo dos países vizinhos, no que se refere a qualquer espécie de aeronave e que possa parecer suspeita que possa ter sua presença questionada", observou.

Segundo Thomas Ferdinand Heye, uma série de questões relativas à segurança, que são muito preocupantes, está emergindo na Amazônia.
Política externa entre Brasil e Colômbia

Ao ser questionado como os dois países têm tentado resolver este problema na fronteira, o professor afirma que, caso o assunto seja tratado, não deverá ser de uma forma tão ostensiva, e recorda que em breve os líderes dos dois países devem se encontrar.

"Sem dúvida nenhuma, a região carece de um ator que assuma o protagonismo na Amazônia, e esse ator naturalmente é o Brasil, não somente por deter a maior parte da Amazônia, mas também por ser o país com maior capacidade de recursos e ser capaz, justamente, de desenvolver as relações diplomáticas, políticas com os demais países vizinhos, em um esforço colaborativo entre os países da região para coibir a propagação destas atividades como o garimpo ilegal, desmatamento ou qualquer questão relativa", observou.

O professor ainda enfatiza que essa questão deve ser percebida nas atuais relações com as demais grandes potências globais.

"Eu me refiro especificamente aos EUA, China e alguns países da Europa Ocidental. Todos eles têm como prioridade nas suas respectivas agendas de segurança, a questão do meio ambiente, e todos eles estão voltados para a Amazônia", destacou.
Balsas de garimpo de ouro operam ilegalmente no rio Madeira, em frente a cidade de Humaitá, no sul do Amazonas
© FOLHAPRESS / LALO DE ALMEIDA
Balsas de garimpo de ouro operam ilegalmente no rio Madeira, em frente a cidade de Humaitá, no sul do Amazonas
Um dos pontos que vai ser discutido na COP26, que será realizado neste mês em Glasgow, será justamente a maneira como podemos financiar ou obter recursos para promover o desenvolvimento sustentável da região, contribuindo significativamente para a diminuição da ocorrência de atividades ilícitas, de maneira geral.

Contudo, infelizmente, tendo em conta as atitudes do atual governo em relação à questão ambiental, "provavelmente esta oportunidade será perdida", mas vai ficar na agenda para o próximo governo, ressalta o professor.
Poder e soberania do Brasil sobre a Amazônia

Com todos os países atentos e "palpitando" sobre a Amazônia, certamente é hora de o Brasil demonstrar seu poder e soberania para despachar não apenas os "curiosos e palpiteiros" como também os invasores.

Falando sobre o assunto, Thomas Ferdinand Heye cita que essa "vilanização" do Brasil, "mais especificamente do atual presidente" na comunidade internacional "é extremamente prejudicial" não apenas para a região amazônica, mas para o país como um todo.

"É importante assinalar politicamente para os demais países que, se o atual governo é um problema, o Brasil como Estado, é a solução. Ou seja, da mesma forma que tivemos um enorme retrocesso em questões relativas à proteção do meio ambiente e à promoção de qualquer espécie de desenvolvimento regional sustentável, isso não impede que no futuro o façamos", afirmou.
Há um desleixo com as fronteiras brasileiras?

Thomas Ferdinand Heye cita que, ao se tratar de fronteiras, fala-se de dois atores, mas as áreas de fronteira são áreas extremamente vivas e diferentes dos estados restantes.

Nas cidades fronteiriças, é frequente ver os habitantes cruzarem as fronteiras por diversos motivos.

O professor recorda que o Brasil vem desenvolvendo no sul o sistema integrado de monitoramento de fronteiras, que é um esforço coordenado das Forças Armadas, justamente em fiscalizar esta faixa de fronteira junto com as demais forças.

Além disso, na região sul, a Força Aérea Brasileira recorre frequentemente à interceptação de aeronaves suspeitas, bem como a pelotões de fronteira no Extremo Norte, que "são indivíduos extremamente corajosos, solitários, mas que são a cara do estado do Brasil, nos lugares mais inóspitos e inacessíveis".
Perdas resultantes pelo desleixo do Brasil

De acordo com Thomas Ferdinand Heye, para o Brasil evitar perdas, teria que conseguir, via integração com os demais países da região, implementar uma maneira para transformar uma área extremamente rica em biodiversidade, em recursos para o desenvolvimento socioeconômico das populações dos países amazônicos, "basicamente, isso significa dizer que rende mais para esses países manter a floresta em pé".
Dragas de garimpo operando no Rio Madeira em meio a fumaça das queimadas, no município de Humaitá (AM), 11 de agosto de 2021
© FOLHAPRESS / SANDRO PEREIRA
Dragas de garimpo operando no Rio Madeira em meio a fumaça das queimadas, no município de Humaitá (AM), 11 de agosto de 2021
Em relação ao desmatamento, o prejuízo é enorme, não é somente da sociedade dos países da região, mas sim, global.

"A gente tem o impacto direto do aumento, não somente do aquecimento do planeta, mas como das condições climáticas do nosso próprio país, e afetando em particular a parte mais populosa do país, que é o Sudeste", observou.
Combate aos ilícitos na Amazônia

Com relação ao combate de ilícitos na região amazônica, o professor afirma que as Forças Armadas certamente possuem um papel importante, mas "sem dúvida nenhuma, ao lado das Forças Armadas, a defesa dos interesses do país ficaria também melhor guarnecida se a gente ressuscitasse a capacidade tanto do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), como da Funai (Fundação Nacional do Índio), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e de uma série outras agências, como própria Polícia Federal, atuando na região, e que foi duramente sabotada".

"Não deixando somente os militares com o fardo de lidar com a questão dos ilícitos da região, mas também somar as demais agências do Estado brasileiro, que podem contribuir muito, dado seu conhecimento e expertise no combate aos ilícitos, mas que infelizmente, durante praticamente os últimos três anos foram completamente sabotados, desmontados, diminuídos e não conseguem mais desenvolver suas funções de maneira satisfatória, seja para a comunidade brasileira, seja para a comunidade internacional", concluiu.

Dois mergulhadores amadores em férias encontraram ao largo da costa espanhola um dos maiores tesouros de ouro da Europa.

Os cunhados Luis Lens e César Gimeno descobriram o tesouro enquanto estavam retirando lixo do fundo do mar perto da cidade portuária de Alicante, avança Daily Mail. Apesar de estar no fundo marinho desde final do século IV d.C. ou início de século V d.C., as 53 moedas de ouro estão intactas, em "perfeito estado de conservação", permitindo que seja possível aos cientistas ler as inscrições e identificar os imperadores romanos. Este é um dos maiores conjuntos de moedas de ouro romanas encontradas na Espanha e na Europa", disse Jaime Molina, da Universidade de Alicante. "É uma descoberta arqueológica e histórica excepcional, uma vez que o seu estudo pode oferecer abundância de novas informações para entender a fase final da queda do Império Romano do Ocidente", acrescentou. Cientistasas da Universidade de Alicante já identificaram três moedas que exibem o imperador romano Valentiniano I, sete moedas de Valentiniano II, 15 de Teodósio I, outras 17 de Flávio Arcádio e 10 do imperador Honório. "Não há fragmentos de navios afundados na área onde as moedas foram encontradas, portanto provavelmente esta foi uma tentativa de escondê-las da chegada dos bárbaros à costa da Hispânia, neste caso dos alanos", conclui Molina.

Morales: Estados Unidos 'sofreram derrota vergonhosa' ante terrorismo e narcotráfico no Afeganistão

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11:34 17.09.2021

(atualizado 13:17 17.09.2021) 

 Evo Morales é reeleito presidente da Bolivia - Fotos Publicas

O ex-presidente boliviano Evo Morales (2006-2019), denunciou que os EUA fracassaram em sua guerra contra o terrorismo e o narcotráfico no Afeganistão. Na sexta-feira (17), o ex-mandatário escreveu em sua conta no Twitter: "Durante 20 anos, governantes dos EUA mentiram a seu povo e ao mundo sobre a mal chamada 'guerra contra o terrorismo e o tráfico de drogas' no Afeganistão. Eles gastaram bilhões de dólares, massacraram centenas de inocentes e destruíram uma nação inteira". Além disso, ele acrescentou: Apesar de sua propaganda mentirosa na mídia de direita, os EUA sofreram uma derrota vergonhosa em ambos os campos de batalha: nunca derrotaram o terrorismo ou tráfico de drogas. Pelo contrário, multiplicaram os grupos islâmicos radicais e a produção de ópio e heroína. Na quinta-feira (16), o presidente dos EUA, Joe Biden, enviou um memorando a seu secretário de Estado, Antony Blinken, onde acusa a Bolívia e a Venezuela de terem falhado no cumprimento de acordos internacionais antidrogas, como a Lei de Assistência Exterior (FAA, na sigla em inglês). Ambos os países rejeitaram o relatório de Washington sobre a luta contra o narcotráfico. Os militantes do movimento Talibã (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países) retomaram o poder no Afeganistão após duas décadas de intervenção militar estrangeira que chegou ao fim no final de agosto. Em 30 de agosto, após quase 20 anos de ocupação e mais de 2.400 soldados mortos, os Estados Unidos completaram sua retirada do país centro-asiático com o último avião militar saindo à meia-noite (15h40 no horário de Brasília) do aeroporto de Cabul. No início de setembro, o Talibã anunciou a composição do governo provisório, no qual nenhuma mulher faz parte, e integrado principalmente por pashtuns e partidários linha-dura. Uma parte dos membros do gabinete, que deveria ser "inclusivo" segund o as promessas iniciais, figuram na lista do Comitê de Sanções 1988 do Conselho de Segurança da ONU. ...

'Ameaça existencial': China tem armas nucleares suficientes para destruir EUA, diz general

  • Sputnik Brasil
23:02 03 Setembro 2021
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 Mísseis balísticos DF-26 da China
© AP Photo / Rolex Dela Pena

O aumento da coerção da China é uma ameaça muito maior para os EUA e seus aliados do que o ataque terrorista de 11 de setembro, opina general recém-aposentado James Michael Holmes.

O general, que até o ano passado era comandante do Comando de Combate Aéreo responsável pela rápida implantação das forças aéreas, espaciais, cibernéticas e de inteligência, afirmou que o poder e as motivações da China eram uma ameaça maior que nunca.

"11 de setembro não foi um evento existencial para os EUA, foi uma tragédia terrível, mas como povo continuámos nosso caminho", disse.

"A ameaça colocada pela República Popular da China é uma ameaça muito maior do que aquela e representa, literalmente, uma ameaça existencial para os EUA", comentou Holmes ao jornal The Australian Financial Review.

Ele destacou que Pequim tem um arsenal nuclear suficiente para destruir os EUA e, além disso, seu poder econômico está a par com o de Washington e com projeções para o superar.

Veículos militares chineses transportando o míssil balístico DF-17 durante o desfile militar em homenagem aos 70 anos da criação da República Popular da China
© AP Photo / Mark Schiefelbein
Veículos militares chineses transportando o míssil balístico DF-17 durante o desfile militar em homenagem aos 70 anos da criação da República Popular da China

Em meados de agosto, o almirante norte-americano Charles A. Richard, chefe do Comando Estratégico (STRATCOM, na sigla em inglês) dos EUA, destacou a modernização nuclear chinesa.

Para o almirante, a modernização das forças convencionais e nucleares da China é impressionante", alertando que Pequim vai se tornar, em breve, uma nação "capaz de coerção".

"Só posso descrever o crescimento explosivo da China e a modernização de suas forças convencionais e nucleares como impressionante", disse Richard durante o 24º Simpósio Anual de Defesa Espacial e de Mísseis.

Em maio, o comandante do STRATCOM apelou ao estabelecimento de um diálogo com a Rússia e a China sobre a questão das armas nucleares, bem como para maior transparência e confiança mútua a fim de mitigar os riscos que estão crescendo rapidamente.

Pentágono alerta para 'ameaça séria' após Pequim reforçar regras marítimas para navios estrangeiros

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Ásia e Oceania

Departamento de Defesa dos EUA acusou Pequim de minar o direito internacional após a China reforçar a regulamentação para os navios estrangeiros que entram em suas águas territoriais em meio a tensões no mar do Sul da China.

"Os EUA permanecem firmes de que qualquer lei ou regulamentação de um Estado costeiro não deve violar os direitos de navegação e de sobrevoo de que se beneficiam todas as nações ao abrigo do direito internacional", disse John Supple, um porta-voz do Pentágono, citado pelo jornal South China Morning Post.

"As reivindicações marítimas ilegais e abrangentes no mar do Sul da China representam uma séria ameaça à liberdade dos mares, incluindo as liberdades de navegação e sobrevoo, comércio livre e comércio lícito sem entraves e os direitos e interesses [das nações] do mar do Sul da China e de outras nações litorais."

A declaração do Pentágono surge depois que Pequim atualizou seus regulamentos marítimos, exigindo que certos tipos de navios estrangeiros comunicassem informações sobre o tipo de embarcação e carga transportada ao entrarem nas águas territoriais da China.

As novas regras aplicam-se a submersíveis, navios nucleares e embarcações que transportem cargas potencialmente perigosas, como petróleo, gás liquefeito e outros produtos químicos tóxicos.

O mar do Sul da China
© AFP 2021 / STR
O mar do Sul da China

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, instou as nações do Sudeste Asiático para ajudarem a pressionar Pequim durante sua turnê pela região na semana passada.

"Precisamos de encontrar formas de aumentar a pressão sobre Pequim para cumprir a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar e desafiar sua intimidação e reivindicações marítimas excessivas", disse Harris.

Esta foi a segunda vez em dois dias que Harris atacou a China. Durante sua visita a Cingapura no dia anterior (24), a vice-presidente acusou Pequim de coerção e intimidação e de fazer reivindicações ilegais em grande parte do disputado mar do Sul da China.

Talibã no poder: como fica comércio de opiáceos e qual seria o impacto para Brasil? (18+)

 Sputnik Brasil

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O Afeganistão é conhecido por sua ampla produção de opiáceos. A Sputnik Brasil conversou com pesquisador para saber como ficará a atividade com o Talibã chegando ao poder e se o brasileiro, através do comércio de medicamentos sintéticos, pode se prejudicar.

A plantação da papoula no Afeganistão começou a ser uma produção de relevância no começo da década de 1990, e até hoje o país da Ásia Central continua a ser o maior fornecedor de opiáceos ilícitos do mundo, o que não deve mudar no futuro próximo com a retomada do Talibã (organização terrorista proibida na Rússia e em diversos países), segundo a especialistas da ONU.

"O Talibã conta com o comércio de ópio afegão como uma de suas principais fontes de renda. Uma maior produção permitirá a venda de drogas com preço mais barato e atraente e, portanto, maior acessibilidade. Este é o melhor momento para esses grupos ilícitos se posicionarem [para expandir seus negócios]" disse César Guedes, chefe do escritório de Cabul do Escritório de Drogas e Crime da ONU (UNODC, na sigla em inglês) citado pela revista Exame.

Segundo a ONU, o Talibã provavelmente ganhou mais de US$ 400 milhões (cerca de R$ 2,09 bilhões) entre 2018 e 2019 com o comércio de drogas. 

Os opioides consistem em produtos sintéticos com estrutura química diferente, porém com atuação similar a dos opiáceos, produzidos a partir da papoula, e são usados como matéria-prima na produção de medicamentos sintéticos e semissintéticos, como a morfina, por exemplo.

De acordo com o Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fiocruz, em entre 2009 e 2015, o Brasil apresentou aumento de 465% no uso desses medicamentos, os quais, alguns, podem causar dependência.

A Sputnik Brasil conversou com Francisco Inacio P. M. Bastos, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Ficocruz), para saber se haverá um aumento da produção de opiácios no país afegão após a tomada do Talibã, se essa questão pode ter desdobramentos no Brasil e como está o uso de sintéticos e semissintéticos na setor da Saúde brasileiro.

Um menino afegão coleta ópio cru no distrito de Surkhroad de Jalalabad, a leste de Cabul, Afeganistão, terça-feira, 17 de abril de 2018
© AP Photo / Mohammad Anwar Danishyar
Um menino afegão coleta ópio cru no distrito de Surkhroad de Jalalabad, a leste de Cabul, Afeganistão, terça-feira, 17 de abril de 2018

O especialista diz "que não há a menor dúvida" de que o aumento da produção de opiáceos acontecerá na região, uma vez que o Talibã já controlava, antes da transição, boa parte "do que chamamos de rota Euroasiática de ópio e seus derivados".

"Se realmente o Talibã se tornar hegemônico a tendência é de ampliação, portanto, esse fato é muito preocupante aos países vizinhos, especialmente para as ex-repúblicas soviéticas. Muito provavelmente essa rota vai passar por algum ponto da Rússia também […]. Como vai se dar esse comércio ainda não sabemos, mas tudo indica que se eles se mantiverem no poder sem conflitos militares, veremos uma tendência no aumento da produção sim", explicou o pesquisador.

Consequências no Brasil

Se essa expansão da produção de opiáceos pode gerar consequências no Brasil, Bastos diz que não, uma vez que o país faz parte de uma outra geopolítica, entretanto, salienta que quem pode ser afetado são os EUA, não só por questões de rotas, mas pelo país ser um dos que mais usa medicamentos produzidos com essa base.

"Como os EUA são o país com maior poder de compra do mundo, eles abarcam duas rotas: a rota europeia asiática, que vai pela costa oeste, e a rota mexicana centro-americana, que acontece pelo sul dos EUA. Essas rotas não têm relevância no Brasil."

Bastos também destaca que o tráfico de drogas brasileiro não trabalha com opiáceos naturais, por exemplo a heroína, já que não é uma droga "de rua" no Brasil. Hoje, o que se tem observado, é o aumento de opioides semissintéticos e sintéticos, que dependem pouco dessa matéria-prima.

Jovem ajuda a montar lápides de papelão com os nomes das vítimas do abuso de opioides em White Plains, Nova York, EUA, 9 de agosto de 2021. Os EUA são um dos países que fazem amplo uso deste tipo de medicamento
© AP Photo / Seth Wenig
Jovem ajuda a montar lápides de papelão com os nomes das vítimas do abuso de opioides em White Plains, Nova York, EUA, 9 de agosto de 2021. Os EUA são um dos países que fazem amplo uso deste tipo de medicamento

"O que existe no Brasil é um uso indevido de opioides semissintéticos que saem da área terapêutica e vão para área do uso prejudicial e dependente, que não necessitam da matéria-prima produzida no Afeganistão, uma vez que são drogas médicas, então são produzidas de forma sintética ou semissintética. Quando são semissintéticas são necessário elementos para elaboração, mas eles são bastantes acessíveis por rotas mais curtas […] e não faz nenhum sentido, tanto do ponto de vista econômico como geopolítico, usar uma rota tão longe para adquirir esses elementos", disse o analista.

Bastos também ressalta o alto custo do transporte dessa matéria-prima até o Brasil, e que isso influencia, pelo menos a curto prazo, para um não desenvolvimento maior entre uma conectividade brasileira com insumos oriundos da Ásia Central, até mesmo pelo fato "de o Brasil ser hoje um mercado em declínio em termos de dólar, e mercadorias que atravessam muitas fronteiras, utilizam uma moeda intercambial, basicamente o dólar e o euro".

"Uma grama de heroína custaria em torno de US$ 150 [R$ 860] no Brasil, ou seja, torna ela uma substância de milionários, ela não vai para favela, portanto não há viabilidade, logística e econômica para desenvolver esse mercado", explicou o pesquisador.

O norte-americano Jon Combes (à esquerda) recebe um frasco de buprenorfina, medicamento que previne o mal de abstinência em pessoas que tentam parar de usar opiáceos, Olympia, EUA (foto de arquivo)
© AP Photo / Ted S. Warren
O norte-americano Jon Combes (à esquerda) recebe um frasco de buprenorfina, medicamento que previne o mal de abstinência em pessoas que tentam parar de usar opiáceos, Olympia, EUA (foto de arquivo)

Sintéticos e semissintéticos

Bastos relata que a amplificação do uso de sintéticos e semissintéticos já é bastante observado no Brasil, tanto através de análises de dados da Anvisa quanto de dados de pesquisas de campo, e a explicação para tal fato seria o aumento da diversidade de oferta dos mesmos e o seu uso massivo durante a pandemia.

"Não há como entubar uma pessoa por longo prazo ou manter uma grande quantidade de pessoas hospitalizadas sem o uso de opioides, então essa é uma tendência. A segunda é a diversificação no mercado farmacêutico, que cada vez mais multiplica ofertas de produtos, fazendo com que fique mais difícil controlar."

Entretanto, Bastos ainda pontua outros fatores, com menores influências, mas que contribuem para o contexto. Um deles seria o progresso da "química caseira ou informal", ou seja, a capacidade das pessoas transformarem produtos controlados em produtos manipulados de forma empírica. Contudo, a prática no Brasil ainda é baixa, porque depende de uma qualificação no mercado informal que o país não possui, segundo o pesquisador.

Equipe médica durante tratamento de paciente com COVID-19 em Bragança Paulista, no interior de São Paulo.
© Folhapress / Eduardo Anizelli
Equipe médica durante tratamento de paciente com COVID-19 em Bragança Paulista, no interior de São Paulo.

Um outro elemento que colabora é a Internet, porque através dela "se consegue obter esses medicamentos em sites que a Anvisa vem até fechando, mas a velocidade com que eles abrem é muito maior do que a velocidade que as agências conseguem fechar. Mas isso é no mundo inteiro, não só no Brasil".

Ainda sobre a Internet, Bastos evidencia o uso da dark web para a comercialização dos opioides, mas que não é possível ter riqueza de dados sobre os trâmites porque é necessária uma autorização da Justiça para realização de pesquisas.

"Esse conjunto de fatores vai ao encontro do relatório da ONU o qual aponta que haverá acrescimento no uso dessas substâncias por conta dessa combinação: mais capacidade de manipulação e evasão da detecção."

Proteção brasileira diante do aumento de opioides

Sobre como o Brasil poderia se proteger diante desse quadro, Bastos diz que o primeiro passo é não "negligenciar essa ameaça" porque quando o crack apareceu nos EUA na década de 1980 o Brasil ignorou o problema e "anos depois veio para gente o uso dessa droga", mesmo que o crack tenha uma base diferente na sua formulação do que a dos sintéticos, "temos que ter um alerta".

Outra estratégia seria "termos campanhas educativas, especialmente nessa fase da COVID-19, já que os opioides são amplamente utilizados no processo de intubação e esse uso não é inócuo para nenhuma pessoa".

Além disso, ter medidas de controles mais efetivas, que transcendam o controle clássico, também são importantes.

"Precisamos de controle em tempo real e controle digital. Hoje em dia as receitas [para medicamentos] são basicamente receitas que vão para farmácia, depois são escaneadas e enviadas para Anvisa e perde-se um tempo muito grande com isso."

Bastos conta que há um consenso geral no qual diz que não seria possível realizar esse controle em tempo real, porém, o pesquisador diz que, no caso dos antivirais, por exemplo, essa administração com maior fiscalização aconteceu. O analista acredita que seja sim viável elaborar essa técnica "com vontade política, recursos e treinamento de profissionais que atuam na área para que fiquem mais atentos a isso".

Cliente apresenta receita médica em farmácia na avenida Paulista, região central da capital. A apresentação de receitas para a compra de remédios antibióticos passa a ser obrigatória (foto de arquivo)
© Folhapress / Alessandro Shinoda
Cliente apresenta receita médica em farmácia na avenida Paulista, região central da capital. A apresentação de receitas para a compra de remédios antibióticos passa a ser obrigatória (foto de arquivo)

"Em um ambiente político menos tencionado e com orçamento mais flexível é possível sim esse controle. Agora, se for transformada essa maior fiscalização em uma questão política como vemos acompanhando no Brasil atualmente, com vacinas se tornando batalhas políticas, algo que é uma questão de saúde pública, aí fica mais complicado", complementou o pesquisador.

Qual a fronteira entre o uso de opioides de forma saudável e o da dependência?

O especialista diz que a aplicação dessa medicação é muito importante enquanto pacientes estão vencendo uma doença, assim como no processo de recuperação, quando a enfermidade já está mais controlada, mas as dores continuam, contudo, ele destaca que as pessoas, e até mesmo alguns profissionais da saúde, não fazem uso da alternativa de forma adequada.

"Não existe ampla consciência que é preciso administrar o opioide de forma criteriosa, com isso, a fronteira fica 'borrada', porque há a chance de, sem querer, se tornar dependente."

Paciente  segura seu frasco de buprenorfina, um medicamento que previne o mal de abstinência em pessoas que tentam parar de usar opiáceos, Olympia, EUA (foto de arquivo)
© AP Photo / Ted S. Warren
Paciente segura seu frasco de buprenorfina, um medicamento que previne o mal de abstinência em pessoas que tentam parar de usar opiáceos, Olympia, EUA (foto de arquivo)

"A gente tem que conscientizar os profissionais de saúde de que essa medicação veio para ficar e é preciso aprender a lidar com isso […] essa questão tem uma tendência de aumento exponencial. Se não tomarmos conta, ainda mais no mundo conectado no qual estamos vivendo, onde uma pessoa passa informação a outra rapidamente, tem que tomar muito cuidado porque a chance de perder o controle é grande."

Bastos elucida que o uso dessa medicação a longo prazo é nocivo uma vez que e todas essas substâncias podem gerar dependência e "não é fácil contornar esse quadro". Além disso, o uso contínuo pode desenvolver contextos de infecção aguda muito graves, deflagrando em insuficiências respiratórias e danos neurológicos.

"Às vezes as pessoas pesam que o problema só vai acontecer se a dependência se estabelecer, mas não é verdade, muitos pacientes apresentam intoxicações agudas que, em uma parte, são provenientes desses medicamentos, e os serviços de emergência não estão tão atentos a isso."

Itamaraty planeja conceder visto humanitário no Brasil para refugiados do Afeganistão, diz mídia

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Segundo a ONU, cerca de 600 mil afegãos já tiveram de deixar suas casas para se protegerem dentro do próprio país. Com contexto trágico, governo brasileiro estuda oferecer refugio para número específico de pessoas.

Fontes no Itamaraty confirmaram hoje (18) à coluna de Jamil Chade no UOL, que o governo brasileiro considera o estabelecimento de uma espécie de visto humanitário para um número específico de pessoas provenientes do Afeganistão, diante da conjuntura conturbada em que se encontra o país da Ásia Central, segundo a mídia.

Na segunda-feira (16), Brasília fez seu primeiro pronunciamento sobre a questão a relacionando aos direitos humanos.

Já hoje (18), o governo assinou uma declaração junto a Europa e Estados Unidos afirmando estar "profundamente preocupado" com a situação de mulheres e meninas afegãs após a tomada de poder total do país pelo Talibã (organização proibida na Rússia e em diversos países).

Segundo a mídia, enquanto o governo avalia as diretrizes a serem adotadas, a bancada do PSOL na Câmara dos Deputados enviou um requerimento ao Itamaraty e ao Conselho Nacional para os Refugiados (Conare) para pedir que o Brasil assuma uma postura no sentido de ajudar a população afegã.

Um cidadão afegão reage em uma reunião para exortar a comunidade internacional a ajudar os refugiados afegãos, em Nova Deli, Índia, 18 de agosto de 2021
© REUTERS / ANUSHREE FADNAVIS
Um cidadão afegão reage em uma reunião para exortar a comunidade internacional a ajudar os refugiados afegãos, em Nova Deli, Índia, 18 de agosto de 2021

No documento, assinado pela deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ) e outros parlamentares do PSOL, é solicitado ao Conare que "permita a concessão, por razões humanitárias, de visto apropriado, em conformidade com a Lei nº 2 13.455, de 24 de maio de 2017, a pessoas afetadas pela situação de grave e generalizada violação aos direitos humanos no Afeganistão".

Segundo a ONU, cerca de 600 mil pessoas já tiveram de deixar suas cidades e residências desde o começo deste ano, buscando proteção dentro do próprio país. Entretanto, as entidades internacionais insistem que a comunidade internacional precisa se preparar para um eventual êxodo.

O governo dos EUA já anunciou um pacote de US$ 500 milhões (R$ 2,6 bilhões) para desenvolver um plano para chegada de pessoas oriundas do país afegão.

A Europa, por sua vez, ainda avalia de que forma poderá auxiliar os refugiados sem pressionar as fronteiras do continente.

No entanto, alguns países da União Europeia (UE), como Alemanha, Áustria e Dinamarca, se manifestaram através de uma carta enviada ao bloco no dia 10 pedindo à Comissão Europeia que mantenha deportações de refugiados afegãos apesar da guerra, conforme noticiado.

Na segunda-feira (16), a Alemanha voltou atrás, e disse que retiraria urgentemente até dez mil pessoas de Cabul que, por sua vez, passarão a ser responsabilidade do país europeu. Entretanto, das dez mil, somente sete foram retiradas até agora.

Ainda de acordo com a coluna de Jamil Chade, na próxima semana, o Brasil vai patrocinar uma reunião de emergência do Conselho de Direitos Humanos da ONU para discutir o assunto. 

A Cultura do Afeganistão tem seu registro traçado pelo menos até o tempo do Império Aquemênida em 500 aC. É bastante influenciada pelo Islãmismo, porém recebeu, ao longo dos séculos, influências do budismo e do zoroastrismo. Há objetos da Arte Gandara do século I ao século VII, com marcante influência greco-romana.