...E ASSIM NASCEU MANAUS


Manaus
Do alto, em sentido horário: Ponte Rio Negro; Teatro Amazonas; Encontro das Águas; Arena da Amazônia; Monumento à Abertura dos Portos e bairro do Aleixo.
Do alto, em sentido horário: Ponte Rio Negro; Teatro Amazonas; Encontro das Águas; Arena da Amazônia; Monumento à Abertura dos Portos e bairro do Aleixo.
Símbolos
Bandeira de Manaus
Bandeira
Brasão de armas de Manaus
Brasão de armas
Apelido(s) Porto de Lenha
Paris dos Trópicos
Mãe dos Deuses
Metrópole da Amazônia
Cidade dos nobres Barés
Gentílico manauara ou manauense

Manaus é um município brasileiro, capital do estado do Amazonas e o principal centro financeiro, corporativo e econômico da Região Norte do Brasil. É uma cidade histórica e portuária, localizada no centro da maior floresta tropical do mundo. Situa-se na confluência dos rios Negro e Solimões. É a cidade mais populosa da Amazônia, de acordo com as estatísticas do IBGE, sendo uma das cidades brasileiras mais conhecidas mundialmente, principalmente pelo seu potencial turístico e pelo ecoturismo, sendo o décimo maior destino de turistas no Brasil. Manaus pertence à mesorregião do Centro Amazonense e à microrregião homônima. Destaca-se pelo seu patrimônio arquitetônico e cultural, com numerosos templos, palácios, museus, teatros, bibliotecas e universidades. É localizada no extremo norte do país, a 3.490 quilômetros da capital federal, Brasília.

Fundada em 1669 com o forte de São José do Rio Negro. Foi elevada a vila em 1832 com o nome de Manaus, que significa "mãe dos deuses", em homenagem à nação indígena dos manaós, sendo legalmente transformada em cidade no dia 24 de outubro de 1848 com o nome de Cidade da Barra do Rio Negro. Somente em 4 de setembro de 1856 voltou a ter seu nome atual.

Ficou conhecida no começo do século XX, na época áurea da borracha. Nessa época foi batizada como "Coração da Amazônia" e "Cidade da Floresta". Atualmente seu principal motor econômico é o Polo Industrial de Manaus, em grande parte responsável pelo fato de a cidade deter o sexto maior Produto Interno Bruto (PIB) do país, atualmente.

Sexta cidade mais rica do Brasil, a cidade possui a maior região metropolitana do norte do país e a décima segunda do Brasil, com 2 210 825 habitantes (IBGE/2009). Em Manaus residem atualmente (2010) 1,802 milhão de pessoas, sendo a oitava cidade mais populosa do Brasil. A cidade aumentou gradativamente a sua participação no PIB brasileiro nos últimos anos, passando a responder por 1,4% da economia do país. Uma evidência do desenvolvimento da cidade nos últimos tempos é o ranking da revista América Economía, no qual Manaus aparece como uma das 50 melhores cidades para fazer negócios da América Latina em 2009, ficando à frente de capitais de países como San Salvador, Caracas e La Paz. O crescimento constante de Manaus tentando se estabelecer como uma das cidades mais importantes não foi despercebido. Em 2008, o World Cities Study Group and Network (GaWC), do Reino Unido, incluiu o nome da cidade em uma lista de cidades classificadas por sua economia, cultura, acontecimentos políticos e patrimônios históricos. A cidade foi classificada na mesma categoria de outras áreas metropolitanas do mundo de grande destaque, como Ancara, Salt Lake City, Tashkent, Marselha e Durban, sendo que a cidade ficou acima de outras como Tijuana, Sevilha, Libreville e Halifax.

Sua área é de 11.401 km², representando 0.7258 % do estado do Amazonas, 0.2959 % da Região Norte e 0.1342 % de todo o território brasileiro. Desse total 229,5040 km² estão em perímetro urbano. Abriga a universidade mais antiga do Brasil, a Universidade Federal do Amazonas, fundada em 1909. A cidade representa sozinha 49,9% da população do Amazonas e 10,89% da população de toda a Região Norte do Brasil.

História

Primórdios

Fotografia do Teatro Amazonas em 1906. Por ser a expressão mais significativa da riqueza na cidade durante o ciclo da borracha, foi tombado como Patrimônio Histórico Nacional em 1966.
Palácio da Justiça em 1906.
O período de povoação da Amazônia inicia-se entre os anos de 1580 a 1640, época em que Portugal e Espanha permaneceram sob uma só coroa, tendo os portugueses penetrado no vale amazônico, sem desrespeito oficial aos interesses espanhóis. A ocupação do lugar onde se encontra hoje o município de Manaus foi demorada, devido aos interesses comerciais portugueses, que não viam na região a facilidade em obter grandes lucros a curto prazo, pois era de difícil acesso e era desconhecida a existência de riquezas (ouro e prata).

Colonização europeia


A história da colonização europeia na região de Manaus começou em 1669, com um forte em pedra e barro, com quatro canhões, guardando as cortinas. O Forte de São José da Barra do Rio Negro foi construído para garantir o domínio da coroa de Portugal na região, principalmente contra a invasão de holandeses, na época aquartelados onde hoje é o Suriname. O forte desempenhou sua missão durante 114 anos, tendo o seu primeiro comandante sido o capitão Angélico de Barros. A região onde está Manaus nem sempre pertenceu por direito a Portugal. Era parte integrante da Espanha, nos primeiros anos que sucederam ao descobrimento da América, mas foi ocupada e colonizada pelos portugueses. A 3 de junho de 1542 o Rio Negro foi descoberto por Francisco Orellana, que lhe pôs o nome.

Manaus foi a segunda cidade do
Brasil (após Campos, RJ) a introduzir
a eletricidade na iluminação pública.
Na foto, bonde elétrico circulando
na Avenida Eduardo Ribeiro
em 1909.
A região onde se encontrava o forte de São José da Barra do Rio Negro foi habitada primeiramente pelas tribos manaós, barés, banibas e passés, as quais ajudaram na construção do Forte e passaram a morar em palhoças humildes nas proximidades do Forte. A tribo dos manaós, considerada orgulhosa pelos portugueses, negava-se a ser dominada e servir de mão-de-obra escrava e entrava em confronto com os habitantes do Forte. Essas lutas só terminaram quando os militares portugueses começaram a ligar-se aos manaós através de casamentos com as filhas dos Tuxauas, dando início, assim, à intensa miscigenação na região e dando origem aos caboclos. Um dos líderes dos manaós foi o indígena Ajuricaba, que se opôs à colonização dos portugueses e que, no entanto, apoiava os holandeses: Ajuricaba foi aprisionado e enviado ao Pará. Morreu em situação misteriosa no percurso da viagem.

Devido à colonização portuguesa, foi efetuado um trabalho de esquecimento ou tentativa de apagar os traços e obras históricas dos povos indígenas. Pode-se notar isso pela destruição do cemitério indígena, onde se encontra, atualmente, a Praça Dom Pedro e o Palácio Rio Branco. Quando o governador Eduardo Ribeiro remodelou a praça e mandou nivelar as ruas que a contornavam, grande números de igaçabas foi encontrado e atualmente não existe nenhum marco indicando a sua existência.

A população cresceu tanto que, para ajudar no Catecismo, em 1695 os missionários (carmelitas, jesuítas e franciscanos) resolveram erguer uma capela próxima ao forte de Nossa Senhora da Conceição, a padroeira da cidade.

A Carta Régia de 3 de março de 1755 criou a Capitania de São José do Rio Negro, com sede em Mariuá (atual Barcelos), mas o governador Manuel da Gama Lobo D'Almada, temendo invasões espanholas, passou a sede novamente para o Lugar da Barra em 1791, por se localizar na confluência dos rios Negro e Amazonas, que era um ponto estratégico.

O Lugar da Barra perdeu seu status político-administrativo sob influência de D. Francisco de Souza Coutinho, Capitão-Geral do Grão Pará, que iniciou campanha contra a mudança de sede, o que levou a ser desfeito o ato através da Carta Régia de 22 de agosto de 1798 e, em maio de 1799, a sede voltou a Barcelos. Em consequência da perda de seu status, tornou-se inevitável a decadência do Lugar da Barra. Em outubro de 1807, o governador da Capitania, José Joaquim Victório da Costa, deixou Barcelos, transferindo a administração da Capitania definitivamente ao Lugar da Barra.

A partir de 29 de março de 1808, o Lugar da Barra voltaria a ser sede da Capitania de São José do Rio Negro, após proposta de D. Marcos de Noronha Brito ao penúltimo governador Capitão de mar-e-guerra José Joaquim Victório da Costa. Através do decreto de 13 de novembro de 1832, o Lugar da Barra passou à categoria de Vila, já com a denominação de Vila de Manaus, nome que manteria até o dia 24 de outubro de 1848. Com a Lei 145 da Assembleia Provincial Paraense, adquiriu o nome de Cidade da Barra do Rio Negro, em vista de a vila ter assumido foros de cidade, cidade de Nossa Senhora da Conceição da Barra do Rio Negro. A 5 de setembro de 1850 foi criada a Província do Amazonas pela Lei Imperial nº 1592, tornando-se a Vila da Barra do Rio Negro. Foi seu primeiro presidente João Batista de Figueiredo Tenreiro Aranha, nomeado em 27 de julho de 1851, que instalou oficialmente a nova unidade provincial a 1 de janeiro de 1852, com o que sua situação de atraso melhorou bastante. Foi criada a Biblioteca Pública e o primeiro jornal foi fundado em 5 de setembro. Entretanto, sua primeira edição só circulou a 3 de maio de 1851, já com o nome de "Estrela do Amazonas", de propriedade do cidadão Manuel da Silva Ramos. Tornaram-se, ambos, as bases do desenvolvimento da cultura local, junto ao teatro e escolas profissionais.

A 4 de setembro de 1856, pela Lei nº 68, já no decurso do segundo governo, de Herculano Ferreira Pena, a Assembleia Provincial Amazonense deu-lhe o nome de Cidade de Manaus, em homenagem à nação indígena manaós.

Cabanagem

A Cabanagem foi um movimento político e um conflito social ocorrido entre 1835 e 1840 no Pará, envolvendo homens livres e pobres, sobretudo indígenas e mestiços que se insurgiram contra a elite política e tomaram o poder. A entrada da Comarca do Alto Amazonas (hoje Manaus, a qual foi o berço do manifesto na Amazônia Ocidental) na Cabanagem foi fundamental para o nascimento do atual estado do Amazonas. Durante o período da revolução, os cabanos da Comarca do Alto Amazonas desbravaram todo o espaço do estado onde houvesse um povoado, para assim conseguir um número maior de adeptos ao movimento, ocorrendo com isso uma integração das populações circunvizinhas e formando assim o estado.

O período áureo da borracha

No Rio de Janeiro, a República Federativa do Brasil foi proclamada em 15 de novembro de 1889, extinguindo-se o Império. A Província do Amazonas passou a ser o Estado do Amazonas, tendo como capital a Cidade de Manáos. A borracha, matéria-prima das indústrias mundiais, era cada vez mais requisitada e o Amazonas, como principal produtor, orientou sua economia para atender à crescente demanda. Intensificou-se o processo de migração para Manaus de nordestinos e brasileiros de outras regiões, bem como a imigração de ingleses, franceses, judeus, gregos, portugueses, italianos e espanhóis, gerando um crescimento demográfico que obrigou a cidade a passar por mudanças significativas.

Em 1892, iniciou-se o governo de Eduardo Ribeiro, que teve um papel importante na transformação da cidade, através da elaboração e execução de um plano para coordenar o seu crescimento. Esse período (1890-1910) é conhecido como fase áurea da borracha. A cidade ganhou o serviço de transporte coletivo de bondes elétricos, telefonia, eletricidade e água encanada, além de um porto flutuante, que passou a receber navios dos mais variados calados e de diversas bandeiras. A metrópole da borracha iniciou os anos de 1900 com uma população em torno de 20 mil habitantes, com ruas retas e longas, calçadas com granito e pedras de liós importadas de Portugal, praças e jardins bem cuidados, belas fontes e monumentos, um teatro suntuoso, hotéis, cassinos, estabelecimentos bancários, palacetes e todos os requintes de uma cidade moderna.

Na fase áurea da borracha, a cidade foi referência internacional das discussões sobre doenças tropicais, saneamento e saúde pública. A cidade realizou grandes ações em parceria com cientistas internacionais, como foi o caso da erradicação da febre amarela, em 1913. No início do século XX, as ações de saneamento estiveram praticamente restritas a Manaus. A situação mudou após a criação do Serviço de Saneamento e Profilaxia Rural, que levou o saneamento para outras partes do Amazonas. A infraestrutura da época abrangia bases fixas de operação nas calhas dos principais rios e embarcações que percorriam as comunidades ribeirinhas. O auge do ciclo econômico transformou Manaus em uma cidade moderna, com as mesmas benfeitorias que chegavam ao Rio de Janeiro, a então capital federal.O desenvolvimento econômico proporcionou também grande circulação de ideias e permitiu o surgimento de um núcleo de médicos que estava a par das discussões científicas mais avançadas a respeito do combate às doenças tropicais. Atualmente, escolas de medicina tropical recém-criadas, como as de Londres e Liverpool, na Inglaterra, enviam missões frequentemente para Manaus.

Em 1910, Manáos ainda vivia a euforia dos preços altos da borracha, quando foi surpreendida pela fortíssima concorrência da borracha natural plantada e extraída dos seringais da Ásia, que invadiu vertiginosamente os mercados internacionais. Era o fim do domínio da exportação do produto dos seringais naturais da Amazônia (quase que exclusivamente gerada no Amazonas), deflagrando o início de uma lenta agonia econômica para a região.

O desempenho do comércio manauara tornou-se crítico e as importações de artigos de luxo e supérfluos caíram rapidamente. Manáos, abandonada por aqueles que podiam partir, mergulhou em profundo marasmo. Os edifícios e os diferentes serviços públicos entraram em estado de abandono.


Vista panorâmica do Palacete Provincial, um dos símbolos gerados pela riqueza da borracha na cidade de Manaus. Localizado no Centro, é um imóvel datado de 1861 que abriga 5 museus ligados à vida social e política do povo amazonense.

História atual

Com a implantação da Zona Franca de Manaus na década de 1960, a cidade novamente ocupou lugar de destaque entre as mais ricas do Brasil e da América Latina. Ao lado de Cuiabá, capital de Mato Grosso, é a capital que mais cresceu economicamente nos últimos quarenta anos, fato explicado principalmente pela implantação e desenvolvimento da Zona Franca de Manaus, que também atraiu milhares de migrantes que ocuparam de forma desordenada a periferia da cidade.

Atualmente, é a trigésima cidade mais populosa da América, ficando atrás de cidades como Valência, Barranquilla, Toronto e Guaiaquil e superando Guadalajara, Córdova, Phoenix, Mérida e Montevidéu. Em âmbito nacional, é o oitavo município brasileiro mais populoso, abrigando quase metade da população do estado. Manaus também está entre os cinco municípios com participação acima de 0,5% no PIB do país que mais crescem economicamente. É um polo atrativo de toda a região. Contudo, esse aumento populacional acarretou inúmeros problemas, como déficit habitacional, nos serviços de saúde e a infraestrutura urbana da cidade, principalmente com a ocupação irregular de leitos de rios e riachos situados em zona urbana. A ocupação irregular de leitos de rios, juntamente com a habitação, é hoje um dos principais problemas ambientais presentes na cidade. Ao longo de dezoito anos, foram desmatados 22 % da área verde urbana da cidade, mais de 9,6 mil hectares.

No âmbito do turismo, Manaus durante todo o ano recebe grandes quantidades de navios de cruzeiro, pois há acesso para transatlânticos através do rio Amazonas. As visitas de cruzeiros à cidade ocorrem por temporadas, em geral, entre os meses de outubro e abril de cada ano. Em média, Manaus recebe 23 navios por temporada. Os europeus são os que mais visitam a cidade pelos navios de cruzeiro, com destaque aos alemães. Os norte-americanos também respondem por uma parcela significativa dos turistas de navios de cruzeiro.

Segundo uma pesquisa realizada pela Fundação Getulio Vargas do Rio de Janeiro (FGV/RJ), em parceria com a revista Você S/A, analisando 127 cidades do País, Manaus é a melhor cidade da Região Norte do Brasil para fazer carreira. As demais capitais da região, como Belém, Palmas e Porto Velho aparecem nas quatro últimas posições no ranking da Região Norte. No ranking nacional da pesquisa, a capital do Amazonas aparece em 22º lugar. O Código postal (CEP) de Manaus é 69000-000 e o DDD telefônico é 092.

Manaus é servida pelo Aeroporto Internacional de Manaus, o mais movimentado aeroporto do Norte do país e o quinto mais movimentado do Brasil, recebendo anualmente 4,6 milhões de passageiros, além de ser o terceiro do Brasil em movimentação de cargas, números alcançados devido à criação da Zona Franca de Manaus, que continua a impulsionar a economia da cidade e de todo o estado, com altos índices de crescimento no faturamento, ano após ano. O faturamento do Polo Industrial de Manaus foi grandemente superado no ano de 2008, com 20,19% a mais que no ano de 2007.

Etimologia

Fundada em 1669 a partir do forte de São José da Barra do Rio Negro, a sede da Capitania e a sede da Província foi estabelecida na margem esquerda do rio Negro.

A origem do nome da cidade provém da tribo dos manaós, habitante da região dos rios Negro e Solimões. A grafia antiga da cidade preservava o "O" e acentuava a vogal precedente: "Manáos". Na língua indígena, Manaus significa Mãe dos Deuses. No Século XIX a cidade chamava-se Barra do Rio Negro.

Ainda no passado, a palavra Manau era atribuída a uma das muitas tribos que habitaram o rio Negro. Os etnólogos afirmam que os índios Manau são de origem aruaque. Outras formas de se escrever o nome da cidade também foram utilizadas. Em 1862, na edição da tipografia escrita por Francisco José da Silva Ramos, o nome da cidade aparece com a grafia Manáus (acentuando a letra A e substituindo a letra O por U). Porém, na última página da tipografia, está grafado Manaos, nome comumente usado pelos habitantes da cidade e historiadores. Em uma manchete denominada Notizie Interessanti sulla Província delle Amazzoni – nel nord Del Brasile ("Notícias interessantes sobre a Província das Amazonas - no norte do Brasil"), editada em Roma, em 1882, o nome da cidade está grafado Manaos repetidas vezes. O nome atual da cidade, Manaus, só foi grafado pela primeira vez em 1908, na tipografia do escritor Bertino de Miranda.

Cultura e sociedade

Teatro Amazonas, o principal símbolo
cultural da capital amazonense.

A cultura do município, assim como do Amazonas, foi largamente influencidada pelos povos nativos da região e pelos diversos grupos de imigrantes e migrantes que ali se estabeleceram, principalmente espanhóis. Manaus tornou-se uma cidade com ampla miscigenação cultural e diversificadas culturas. Os nordestinos que migraram para a Amazônia no fim do Século XIX e início do Século XX, atraídos pelo Ciclo da Borracha, também contrbuíram para a formação da cultura municipal. Tudo isso gerou em Manaus uma cultura mestiça e com grande contribuição e permanência da cultura indígena. Manaus possui uma ampla rede de teatros, casas de show e espetáculos. Instituições de ensino, museus e galerias de arte não raro empregam superlativos em suas descrições (sedia, por exemplo, o Teatro Amazonas - um dos mais belos teatros da América Latina - a Universidade Federal do Amazonas a primeira universidade criada no Brasil, no ano de 1909, antes chamada de Escola Universitária Livre de Manaós - o Museu do Homem do Norte - o maior museu do Norte do país que divulga a identidade étnica cabocla.

A Casa da Cultura de Manaus, construída em 2001, abriga a Biblioteca Pública Padre Agostinho Caballero Martin, a Galeria de Arte Álvaro Páscoa e o Espaço Maestro Nivaldo Santiago. Todos estes espaços são reservados à cultura do município. A biblioteca possui 9 mil acervos didáticos com referências à cultura e arquitetura amazonense, em especial de Manaus. A galeria possui uma exposição semanal chamada de "História da Arte - Da Antiguidade a Arte Pop" dedicada entre outras coisas a manter 77 reproduções de obras fundamentais da História da Arte Contemporânea. Além da Casa da Cultura, a cidade possui a Casa das Artes de Manaus, localizada no Largo São Sebastião. A Casa das Artes de Manaus dedica-se principalmente a música, artes plásticas, artes visuais e literatura.

Nos meses de junho e julho, à semelhança do Festival Folclórico de Parintins, acontece na cidade o Festival Folclórico de Manaus. Há o desfile dos Bois-Bumbás "Boi Brilhante", "Boi Corre Campo" e "Boi Garanhão". O Boi Brilhante foi criado em 1982 e é oriundo do bairro Praça 14 de Janeiro, tendo como principal característica sua cor branco malhado e marrom. O Boi Corre Campo é o mais antigo, tendo sido criado em 1 de maio de 1942 no bairro da Cachoeirinha. A cor do Boi Corre Campo é branca. Por último, o Boi Garanhão tem sua origem em 1991, no bairro Educandos. A cor do boi é preta, à semelhança do Boi Caprichoso. O Boi Garanhão é tido como "celeiro de arte, famoso por ter sido, ao longo dos tempos, berço de muitas manifestações folclóricas e culturais.". O Festival Folclórico de Manaus é realizado anualmente pela Associação de Grupos Folclóricos do Amazonas.

Culinária manauara

Cupuaçu, fruta típica da Amazônia.

A culinária manauara é caracterizada pela utilização de uma grande variedade de peixes provenientes da própria bacia do rio Amazonas. Entre os destaques, podemos encontrar o "pirarucu de casaca" feito com o peixe pirarucu e banana pacovã, o tambaqui grelhado, ou a famosa caldeirada de tambaqui, muito popular entre os habitantes. Outros peixes como pacu, matrinchã, curimatá e jaraqui, também são de grande apreço da população. Manaus é uma das maiores cidades mundiais em consumo de proteína animal (peixe). Cerca de 14% de sua população consome proteína animal (peixe) por dia.

A tapioca, tipo de crepe feito com goma de mandioca, é altamente consumida em cafés regionais e pode ser consumida com queijo, tucumã, coco etc.

Ingredientes como coentro, cominho, óleo de dendê, tucupi, pimenta de cheiro, além da farinha de mandioca, também denominada de farinha d'água ou amarela, são frequentemente utilizados. Uma grande variedade de frutas da região também são bastante apreciadas na cidade, como a graviola, o cupuaçu, o açaí, o jenipapo, o bacuri, a pupunha, o abiu e o tucumã.

Música

Na música, os destaques da capital são: o boi-bumbá, o forró, o samba e a ópera.




* O Boi-bumbá é um estilo musical proveniente de Parintins, cidade no interior do Amazonas, que conta com danças folclóricas com temática indígena e ribeirinha e com um Festival Folclórico no mês de junho; em Manaus ocorrem os ensaios dos bois Garantido e Caprichoso antes do Festival Folclórico de Parintins em junho, o Carnaboi logo antes do Carnaval e com o Boi Manaus no mês de outubro, quando se comemora oficialmente o aniversário da cidade (24 de outubro).
* O forró é um estilo musical que foi trazido pelos nordestinos que vieram na época da borracha e depois dela. Em Manaus o forró recebeu uma nova roupagem com danças acrobáticas só encontradas nesta capital. Existem várias casas noturnas e bandas locais que são especializadas no estilo.
* Manaus é tida como a segunda capital do samba, após o Rio de Janeiro. No Carnaval há o Desfile das Escolas de Samba de Manaus e no final do ano há o maior evento de samba do Brasil, o Samba Manaus, com 18 atrações locais e nacionais. Os desfiles ocorrem no Centro de Convenções, o Sambódromo de Manaus, com capacidade para mais de 100 mil pessoas.
* Durante os meses de abril e maio, Manaus é transformada na capital brasileira da ópera, devido sediar o maior evento do porte na época. O evento conta com a participação de celebridades internacionais.
* A cidade sedia o XI Festival Amazonas de Ópera.

Manaus conta ainda com uma das noites mais movimentadas do Brasil em termos de festas e eventos de todas as naturezas. Casas noturnas abrem as portas de segunda a segunda.

Há também a presença de várias bandas locais nas noite de Manaus. Bandas que se destacam entre os jovens são disputadas por donos de casas noturnas e tornam-se sucesso até mesmo em outros estados. Alguns exemplos são a JukeBox (rock-pop), Zona Tribal (rock alternativo), Soda Billy (jazz, blues, rock), Tulipa Negra (jazz, blues), Casulo (reggae), Jonhy Jack Mesclado (reggae), Belladona (rock em geral), Rádio Ativa (rock nacional), Glory Opera (power metal), Mortificy (Death metal), Snatch (Metal Progressivo), entre outras.

Durante os meses de abril e maio acontece o Festival Amazonas de Ópera, com a montagem de obras famosas, envolvendo artistas renomados e com apresentações no Teatro Amazonas e no Largo de São Sebastião.





Artes cênicas

Todos os anos, Manaus é sede do Amazonas Film Festival, promovido pelo governo do estado e com a participação de atores das Rede Globo, Record e atores de Hollywood. O Amazonas Film Festival é um festival internacional que destaca filmes de aventura em todas as suas manifestações. Esses filmes retratam, em grande parte, a realidade amazônica, principalmente amazonense. Filmes produzidos que abordam várias temáticas em relação à Amazônia, principalmente no quesito desmatamento

O Liceu de Artes e Ofício Cláudio Santoro e a Universidade do Estado do Amazonas são algumas das instituições de ensino público que oferecem cursos na área de artes cénicas.

Museus

Manaus é conhecida por possuir inúmeros museus. O Museu do Índio, é o maior e mais amplo museu da história indígena no Brasil. O museu tem em seu acervo cerca de três milhares de peças produzidas por tribos da Amazônia. Há ainda, o Museu do Homem do Norte, fundado em 13 de março de 1985 dedicado à vida do homem na região norte do Brasil, focalizando o modo de vida, usos e costumes presentes na cultura e as atividades econômicas principais da Amazônia Legal. Entre os museus que se dedicam à cultura do homem amazônico, destaca-se o Museu Amazônico da Universidade Federal do Amazonas, que atua com o objetivo de dar apoio à pesquisa, ao ensino e à extensão nas áreas fundamentais para o conhecimento da Amazônia e de suas culturas.

O Museu de Ciências Naturais da Amazônia possui um acervo de animais da floresta amazônica empalhados, além de várias espécies de peixes. Entre eles, destacam-se os piraíbas, tucunarés e tambaquis. A cidade possui um dos únicos museus dedicados à numismática no Brasil, o Museu de Numismática do Amazonas, com sua origem na coleção de moedas, cédulas e documentos históricos, organizada pelo comerciante amazonense Bernardo D'Azevedo da Silva Ramos, que viajou por vários países, adquirindo peças para sua coleção particular. Em 1898 adquiriu a valiosa coleção e respectiva biblioteca especializada, do humanista pernambucano Cícero Peregrino Dias, enriquecendo ainda mais o seu acervo pessoal. O Governo do Amazonas, através da Lei nº296 de 6 de outubro de 1899, autorizou a compra da coleção numismática de Bernardo Ramos para o estado.

Entre os museus dedicados à história de segmentos, destacam-se o Museu do Porto, que mantém em exposição cerca de 300 peças que contam a história do Porto de Manaus, da navegação e do comércio no período áureo da borracha. Há ainda, o 'Museu Tiradentes, situado na Praça Heliodoro Balbi, dando ênfase a história da Polícia Militar do Amazonas. Conta com exposição de móveis, armaduras do século XVI, uniformes, armas, medalhas e fotografias. Também é notório a Pinacoteca do Estado do Amazonas construída em 1965. A Pinacoteca conserva um acervo de mais de mil obras de artistas amazonenses, brasileiros e estrangeiros, executadas entre os séculos XIX e XX.

Moda

O evento de moda de maior destaque em Manaus é o Estética & Moda, que é realizado anualmente. O evento tem por objetivo principal divulgar nacionalmente as marcas e modelos oriundos de Manaus e outras cidades da Amazônia. É o maior evento de moda da Região Norte do Brasil e recebe a presença de inúmeros artistas de diversas regiões brasileiras. Há também outros eventos de moda de menor destaque.

É notável a produção de jóias a partir de sementes da Amazônia e pedras semi-preciosas (ametistas, quartzo), famosas internacionalmente. As jóias deste material são facilmente encontradas na Praça Tenreiro Aranha, no Centro de Manaus. Também são encontradas no Tropical Hotel e no Museu Castelo Branco, no bairro Parque 10 de Novembro.

Eventos

Manaus realiza diversos eventos todos os anos. Alguns já são bem conhecidos pela população local. O Carnaval de Manaus, realizado no mês de fevereiro como nas demais capitais brasileiras, é um dos maiores da Região Norte Brasileira. Juntamente com o carnaval, é realizado o Carnaboi, uma mistura de ritmos carnavalescos com o boi-bumbá de Parintins.

Há grandes eventos culturais sediados e realizados na cidade. Entre os de destaque, estão o Mês do Mestiço e do Caboclo, realizado no mês de junho. É de autoria da ONG Nação Mestiça, em parceria com o poder público municipal e estadual. É comemorado desde 2007, baseado no Dia do Caboclo e Dia do Mestiço. O Arraial de Festa Junina da cidade, comemorado em junho na Praia da Ponta Negra, também é uma das comemorações culturais do município.

Desde 2002, Manaus realiza a Feira Internacional da Amazônia, evento que trata sobre problemas ambientais e que conta com a participação do governo federal, governos dos estados da Amazônia e representantes de diversos países. No âmbito cinematográfico, é sediado na cidade o Amazonas Film Festival, realizado sempre nos meses de outubro e novembro.

Os eventos do município que mais se destacam são os musicais, como o Festival Amazonas de Ópera, realizado nos meses de abril e maio; Festival Amazonas de Jazz, realizado em julho;[256] Samba Manaus, realizado no mês de setembro. O Samba Manaus faz da cidade a segunda capital do samba no Brasil e é realizado desde 1999; e o Boi Manaus, realizado desde 1997 em 24 de outubro em comemoração ao aniversário do município;

Futebol

No futebol, os principais clubes de Manaus e do Amazonas são o Nacional Futebol Clube, tendo sido fundado no dia 13 de janeiro de 1913. A sua sede por muito tempo ficou estabelecida na Rua Saldanha Marinho, no Centro Histórico de Manaus, porém, décadas depois, houve a definitiva localização na rua São Luís, no bairro Adrianópolis. O Nacional fez a primeira partida Oficial do Primeiro Campeonato Amazonense de Futebol no dia 8 de fevereiro de 1914 contra o Manaós Sporting. Conseguiu entre 1916 e 1920 um inédito pentacampeonato amazonense. Anos mais tarde, o termo "Onde tem taça é do Naça" ganhou mais força com os inúmeros títulos regionais do clube de futebol. O "Naça" , assim como é comumente conhecido pelos amazonenses, tem como símbolo um "Leão azul". É o Clube com maior quantidade de títulos estaduais, tendo conquistado 40 títulos. Grande revelador de talentos, fez surgir uma gama de estrelas do futebol nortista, tais como Marcolino, Gatinho e Paulo Onety, na época do amadorismo da FADA (Federação Amazonense de Desportos atléticos). No final da Década de 1960, especificamente em 1969, o Nacional teve a primazia de fazer uma partida preliminar do jogo entre a Seleção Brasileira (que viria a ser tri-campeã mundial no México em 1970) e a Venezuela, em jogo válido pelas eliminatórias. Nesse jogo amistoso, o Nacional enfrentou o Maringá, onde venceu o time por 1 x 0.

Com a sua tradição de conquistas, na Década de 1970 conseguiu um inédito hexacampeonato (1976-1981). Jogadores como Alfredo Mostarda, Antenor (campeão brasileiro em 1977 com o São Paulo Futebol Clube) também fizeram parte do time. Em 1984 o Nacional fez uma excursão ao Marrocos no Norte da África, onde participou da Copa do Rei Fayhad, sagrando-se campeão. Antes porém, em 1980 foi campeão da Taça do Pacto Amazônico, que reuniu equipes como Fast Clube, Tuna Luso, Milionários (Colômbia), Alianza e Cristal (Peru), dentre outras equipes sulamericanas.

Temos ainda o São Raimundo Esporte Clube, fundado em 18 de novembro de 1918, participante da Série B do Campeonato Brasileiro de 2000 a 2006, quando foi rebaixado. O clube de futebol foi sete vezes campeão amazonense, três vezes campeão da Copa Norte, devido à sua ascensão teve um grande aumento de torcedores, sendo assim o segundo de maior torcida dentre os grandes do Amazonas, a participar de uma Copa Conmebol e tendo assim seu nome lembrado fora do país. O São Raimundo Esporte Clube é o único de Manaus a possuir estádio próprio.

Existem ainda o Atlético Rio Negro Clube, também fundado em 1913, no mês de novembro, que é o segundo maior detentor de títulos estaduais; e o Nacional Fast Club, fundado no início dos anos 1930 a partir de uma dissidência do Nacional Futebol Clube, sendo três vezes campeão da Copa Norte, que já conquistou seis campeonatos amazonenses, além de ter sido Campeão do Norte e vice-campeão do Norte-Nordeste em 1970.

Além do Estádio Ismael Benigno, conhecido como Estádio da Colina, que tem capacidade para 18 mil pessoas, (hoje em precário estado de conservação), está em construção na cidade, a Arena da Amazônia, o maior estádio do Amazonas. O Estádio Vivaldo Lima, que foi inaugurado em 1970 pela Seleção Brasileira e possuía capacidade para 38.000 torcedores, foi demolido em julho de 2010, para a construção da Arena da Amazônia.

No dia 31 de maio de 2009, Manaus foi escolhida como uma das 12 subsedes brasileiras da Copa do Mundo FIFA de 2014 e sediou nos dias 22, 23 e 24 de abril, o 1º Simpósio Internacional de Operações Especiais, que visa preparar o Brasil para a segurança da Copa do Mundo FIFA de 2014.

Manaus é uma das únicas cidades do Brasil a realizar a Copa Indígena, evento esportivo que tem como alvo os Povos Indígenas do Amazonas. A cidade iniciou o evento em 2009, sendo a pioneira no Brasil na socialização indígena. A Copa Indígena consiste na disputa de clubes de futebol formado apenas por etnias indígenas que disputam entre si.

Feriados locais

Além dos feriados nacionais, o município reconhece outras três datas anuais como sendo feriado decretado: O dia 5 de setembro, em virtude da comemoração da Elevação do Amazonas à categoria de província; 24 de outubro, por ser a data de aniversário do município; e o dia 8 de dezembro, Dia de Nossa Senhora da Conceição (padroeira do estado do Amazonas).

Matéria em construlção...

2 comentários:

Gostei! Mas podia ser melhor! disse...

Rsrsrsrsr,Belem já tinha tudo isso bem antes..!!

Unknown disse...

Pois é, Belém tinha tudo isso "bem antes", mas não foi cuidado e a cidade ficou horrivel. Visitei e é um local para onde não retornarei mais. Manaus está de parabéns.

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