Analista: Bloqueio de dinheiro venezuelano em Portugal evidencia 'um mundo sem lei'

A retenção em Portugal de mais de US$1,7 bilhões da Venezuela é a demonstração de que "estamos vivendo em um mundo sem lei", disse o analista internacional Sergio Rodríguez Gelfenstein à Sputnik.

Através de uma rede de rádio e televisão, o presidente venezuelano Nicolás Maduro afirmou que um banco português congelou uma conta bancária com US$ 1,72 bi que o governo usaria para comprar medicamentos e alimentos. "Estou pedindo ao governo de Portugal para liberar os recursos. Por que eles estão tirando esse dinheiro de nós?" questionou Maduro.

Nicolás Maduro, presidente da Venezuela (foto de arquivo)
Maduro exige que Portugal desbloqueie fundos da Venezuela no valor de US$ 1,7 bilhão
Para Sergio Rodríguez Gelfenstein, a decisão de Portugal é influenciada pelos EUA, que "dirigem todas as operações contra a Venezuela" e buscam isolar o país por meio de "ameaças".
Como exemplo, Gelfenstein apontou a decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de revogar o visto da procuradora do Tribunal Penal Internacional (TPI) Fatou Bensouda, a multa de US$1,3 bi imposta ao banco italiano Unicredit por realizar operações com Cuba e a detenção "ilegal" em Londres do fundador do Wikileaks, Julian Assange.

"Todo o direito internacional está desmoronando e as Nações Unidas estão perdendo força", disse ele. "É o desaparecimento do direito internacional. 

Retornaremos a um sistema em que prevalece a lei do mais forte, sem qualquer contrapeso a qualquer contratempo que os EUA possam fazer em qualquer parte do mundo".

O analista destacou que o governo da Venezuela mostra que "os Estados Unidos ameaçaram metade do mundo", construindo "um estado de terror". Além disso, ele ressaltou que a retenção de dinheiro é um "ato artístico", porque "de um momento para outro [a Venezuela] descobriu que não podia usá-lo".

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