"ÁGUA QUE PASSARINHO NÃO BEBE" AJUDOU MUITO...




AJUDOU MUITO NA LUTA CONTRA OS INVASORES

Desde muito cedo o Brasil teve que lutar contra invasores de diferentes procedências; no começo contra franceses e holandeses. Depois, contra piratas e flibusteiros. Uns, desejando apenas saquear as povoações do litoral, outros, pretendendo carregar o pau-brasil - nossa primeira riqueza, nosso primeiro artigo de comércio - outros ainda, objetivando algo de mais substancial; apoderarem-se de uma parte do território nacional, em suma, dividir o Brasil!
Os invasores eram gente numerosa e bem armada, mas, a gente luso brasileira, menos numerosa e mais mal armada, conseguiu vencê-los, apesar de tudo!
Até mesmo aquela "água que passarinho não bebe" ajudou os luso brasileiros. A aguardente impediu, certa ocasião, que maiores fossem os prejuízos causados pelos corsários.
Em 1583, um grupo de piratas ingleses, comandado por Eduardo Fenton, atacou a vila de Santos. Presume-se, que tenha sido levado a isso pelas notícias que haviam chegado da Inglaterra, de que Brás Cubas e Jerônimo Leitão haviam descoberto algum ouro de aluvião. Mas, o pirata foi obrigado a fugir, devido à resistência encontrada, embora tenha conseguido afundar um dos três navios que o enfrentaram.
Em 1587, outro ataque de piratas ingleses teve como alvo a Bahia. Roberto Withrington e Cristóvão Lister, com duas naus bem armadas, conseguiram saquear todo o recôncavo baiano durante dois meses, não obstante a resistência oferecida por Cristóvão Cardoso de Barros e pelo jesuíta Cristóvão de Gouveia com a ajuda dos índios mansos.
Em 1591, o pirata Tomás Cavendish, famoso pelas suas tropelias nos mares do mundo e sobre o qual corriam as mais pitorescas e curiosas lendas, apoiado por cinco navios e gente numerosa, atacou a florescente vila de Santos. Era a noite de Natal e toda a população se encontrava na igreja fazendo suas orações, quando os piratas entraram no interior do templo e aprisionaram os fiéis, ordenando em seguida o saque geral da cidade com imensa facilidade.
Mas, os tripulantes do navio de Cavendish, ficaram encantados com a aguardente dos engenhos. Aquilo lhes pareceu um néctar digno dos deuses!... Assim, entregaram-se de corpo e alma ao parati santista, em tais proporções, que o povo pôde retirar-se da igreja, entrouxar seus bens preciosos e fugir para o interior, deixando a cidade sem grande coisa para ser furtada.
O ilustre Cavendish, ficou naturalmente furioso contra sua tripulação e mais ainda contra a gente de Santos, que havia inventado tão notável arma defensiva. E, para vingar-se dessa gente, já que não podia punir seus comandados, pois corria o risco de ter que enfrentar um motim, dirigiu-se para São Vicente, povoação litorânea próxima a Santos e ordenou o saqueamento desta. Após saquear São Vicente, o famoso pirata, partiu em direção ao Estreito de Magalhães, mas, lá chegando, resolveu voltar para Santos, mas, ninguém sabe porquê; talvez para se vingar de seu povo. Só que, agora, os santistas já estavam mais preparados para a guerra e os ingleses foram novamente derrotados, tendo que fugir em direção ao Espírito Santo e daí direto para a Europa, quando então, durante a longa travessia do Atlântico, o famoso pirata veio a falecer, isto no ano de 1592.
Muitas lendas ainda correm na Inglaterra a respeito desse pirata e de seus fabulosos tesouros. Afirma-se, por exemplo, que sua riqueza era tanta, que ele usava velas de damasco nas suas naus e que a cordoalha de seus navios era tecida de seda. Houve também uma lenda sobre tesouros, que ele teria escondido na nossa ilha de Trindade, mas, após várias escavações, nada foi encontrado nessa ilha inóspita e inabitável.
Ficamos livres de Cavendish, mas não ficamos livres da pirataria inglesa. Três anos mais tarde, em 1595, James Lencaster, associado a Noyer e Venner, saqueou Olinda e Recife, retirando-se depois de um mês, com nada menos de onze navios carregados de rico botim.
Mais séria ainda foi a investida do corsário Henrique Ro, que nesse mesmo ano, subiu o rio Amazonas e construiu três fortins em Tucuju, mas, que o grande alferes Pedro Teixeira, nascido em Cantanhede, Coimbra, Portugal, acabou por destruir. E, não ficou por aí o árduo trabalho de Pedro Teixeira. Em 1625, James Purcell e Bernardo O'Brien fundaram o forte de Torrego, que o próprio Pedro Teixeira, três anos mais tarde, auxiliado pelos colonos, também acabaria por destruir.
Pedro Teixeira, além de expulsar os ingleses e demais piratas de outras nacionalidades da Amazônia, inclusive os holandeses, que se haviam fixado na foz do grande rio-mar e que aguadavam reforços da Holanda, realizou também através desse mesmo rio uma viagem de estudos muito acidentada, que se prolongou pelo rio Napo, onde navegou até Quito no Equador. A esse "Grande Pedro Teixeira", que o separatismo não deixa que conheçamos e a Francisco Castelo Branco, deve-se o início da colonização da Amazônia.

O 1º CCLB DO BRASIL agradece a todos os internautas a divulgação deste blog.

Fonte: - Lutas contra o invasor

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