BATALHA DE GUAXENDUBA

Batalha de Guaxenduba




Batalha de Guaxenduba


Expulsão dos franceses do Maranhão
Data: 19 de Novembro de 1614
Local: Sítio Guaxenduba (atual Icatu, Maranhão, Brasil)
Resultado: Esmagadora vitória portuguesa

Combatentes
Flag Portugal (1578).svg Portugal  França França

Comandantes
Flag Portugal (1578).svg Alexandre de Moura
Flag Portugal (1578).svg Jerônimo de Albuquerque
Flag Portugal (1578).svg Diogo de Campos Moreno
França Daniel de la Touche
França Monsieur de Pisieux
França Monsieur de la Fos Benart
França Monsieur de Canonville
Forças
240 soldados portugueses
30 marinheiros
menos de 100 nativos
  200 soldados franceses
  2.500 nativos

Baixas
10 soldados 115 soldados
centenas de indígenas


A Batalha de Guaxenduba foi um confronto militar ocorrido entre forças portuguesas e francesas onde hoje se localiza a cidade de Icatu, no estado do Maranhão. A batalha foi um importante passo dado pelos portugueses para a expulsão definitiva dos franceses do Maranhão, dada em 4 de novembro de 1615, que permitiu que a Amazônia fosse portuguesa, e, portanto, brasileira



 Antecedentes
Em 1555, os franceses tentaram estabelecer uma colônia no Rio de Janeiro, a França Antártica, que foi extinta em 1560   pelas tropas de Estácio de Sá. Em 1612, com a confiança dos indígenas, os franceses novamente tentam estabelecer uma colônia no território pertencente a Portugal: em 8 de setembro, foi fundada a povoação de Saint Louis e iniciada a construção do Forte de São Luís do Maranhão.
Ciente da presença dos franceses ao norte da capitania do Maranhão, Alexandre de Moura envia tropas de Pernambuco. Por volta de agosto de 1614, a expedição portuguesa chega à foz do Rio Munim, onde é construída uma fortificação hexagonal a que é dado o nome de Forte de Santa Maria.

Início do confronto

Na manhã de 19 de novembro de 1614, os soldados portugueses notaram que, ao lado do forte de Santa Maria, o mar estava repleto de embarcações a vela e a remo, se aproximando silenciosamente da costa. Para atacá-los no desembarque, Jerônimo de Albuquerque dirigiu-se à praia com 80 soldados portugueses, mas, percebendo que o número de inimigos era muito maior, retrocedeu. Logo, havia centenas de combatentes na praia e assim foi iniciada uma longa troca de tiros de mosquetes e arcabuzes. Nesse primeiro encontro, foram mortos um soldado português e dois franceses.

Trincheiras

Imediatamente à frente do forte de Santa Maria, estava um pequeno morro. Sob o comando de Monsieur de la Fos Benart, cerca de 400 tupinambás que lutavam pelo lado francês receberam a ordem de fortificar o máximo que pudessem seu topo: construíram, ao todo, 7 trincheiras, fortificando todo o espaço entre a maré e o topo do outeiro. Por um caminho secreto, Jerônimo de Albuquerque subiu o morro com 75 soldados e 80 arqueiros portugueses. Em terra, saltou de uma canoa um trombeta (mensageiro), que levava o brasão de armas reais da França e uma carta em francês escrita por Daniel de la Touche, a qual dizia que os portugueses deviam se render em 4 horas ou seriam massacrados. Astuto, Diogo de Campos percebeu que a carta não passava de uma tentativa dos franceses de ganhar tempo e obter informações sobre o estado das tropas portuguesas.
A esta altura, o grupo de soldados e arqueiros que acompanhava Jerônimo de Albuquerque já estava próximo às trincheiras francesas. Os índios que as defendiam eram uma grande multidão, e neles, os portugueses não perdiam um tiro. Daniel de la Touche, Senhor de la Ravardière, percebia do mar que o exército francês sofria pesadas baixas: em menos de uma hora, a área ao redor do forte de Santa Maria estava repleta de mortos franceses e indígenas. Ravardière mandou para próximo da praia os navios mais velozes para prevenir maiores danos à sua tropa, mas, sob bombardeio de artilharia de navios portugueses, foi forçado a desistir.

Desistência francesa

Com todas as canoas ardendo em chamas na praia, os franceses restantes em terra não tiveram como fugir e tudo o que puderam fazer foi se recolher na fortificação no topo do outeiro. Entre eles estavam Monsieur de la Fos Benart e Monsieur de Canonville. Ao final da batalha, próximo ao outeiro, muitos dos soldados portugueses se punham à frente dos mosquetes dos inimigos, que ainda resistiam. Turcou, o intérprete dos franceses na comunicação com os índios, foi baleado pelos portugueses, e com ele, Monsieur de la Fos Benart, líder dos indígenas que lutavam com os franceses. Sem orientação, os índios restantes, mais de 600, começaram a fugir, descendo o outeiro e a eles se misturaram os soldados franceses, que não possuíam mais pólvora para atirar.

Trégua e expulsão dos franceses

Após a Batalha de Guaxenduba, as tropas francesas restantes no Maranhão estavam recolhidas no Forte de Saint Louis. Para ganhar tempo, Ravardière propôs uma trégua aos portugueses e sua proposta foi aceita, ficando estipulado que um oficial português e um francês fossem à França e um oficial português e um francês fossem a Portugal, para procurar nas cortes desses países uma solução para o conflito.
Com o cessar fogo anunciado, portugueses, franceses e nativos permaneceram em paz. Em outubro de 1615, chega a Guaxenduba o capitão-mor de Pernambuco, Alexandre de Moura, trazendo um reforço de tropas e mantimentos. Por ser de patente superior, assumiu o comando geral das tropas portuguesas. Sob seu comando, os portugueses violaram o tratado que haviam feito com os franceses e intimaram Daniel de la Touche a abandonar o Maranhão em 5 meses. Três meses depois, chegaram da Europa Diogo de Campos e Martim Soares, trazendo mais tropas portuguesas e ordens terminantes da corte para os franceses abandonarem definitivamente o Brasil. Em 1º de novembro de 1615, Alexandre de Moura ordenou que o Forte de São Luís fosse cercado e desembarcou suas tropas na ponta de São Francisco, onde foi construído o Forte de São Francisco do Maranhão. Vendo-se incapaz de permanecer em luta, Ravardière acabou entregando aos portugueses o Forte de São Luís e rendendo-se. Foi preso por Alexandre de Moura e permaneceu encarcerado por três anos na Torre de Belém.

Lenda do milagre de Guaxenduba

No livro "História da Companhia de Jesus na Extinta Província do Maranhão e Pará", de 1759, o padre José de Moraes relata a aparição de Nossa Senhora da Vitória entre os batalhões portugueses, animando os soldados durante todo o tempo da batalha e transformando areia em pólvora e seixos, em projéteis. Nossa Senhora da Vitória é considerada a padroeira de São Luís e a Catedral da Sé da cidade recebe seu nome e uma escritura em latim, que diz: 1629 • SANCTÆ MARIÆ DE VICTORIA DICATUM • 1922.

Referências
  1. a b A história de Icatu - Prefeitura municipal de Icatu
  2. a b c d e MASCARENHAS, Annibal. Curso de História do Brasil, Livraria do Povo, Rio de Janeiro, 1898. p. 375 - 387. Archive.org
  3. MORENO, Diogo de Campos. Memorias para a história da Capitania do Maranhão. 1617. p. 62
  4. NEIVA, Saulo. La France et le monde luso-brésilien: échanges et représentations (XVIe – XVIIIe siècles). France: Presses Universitaires Blaise-Pascal, 2005, p. 109
  5. Os primeiros telescópios em Portugal Ciência em Portugal
  6. Invasões francesas no Rio de Janeiro e Maranhão - Portal São Francisco

          MENSAGEM AO POVO IRMÃO DA FRANÇA
     
        Como fundador deste Blog, dirijo-me a toda a comunidade franco-brasileira para desejar-lhes um Feliz Ano Novo e manifestar-lhe meu apreço por sua linda, culta, democrática e hospitaleira pátria de origem, a França, e dizer-lhes, que, a postagem acima nada tem de separatismo, até porque os franceses de hoje em sua maioria também não são mais calvinistas, mas católicos ou espíritas e outras crenças diversas...
E, grande parte dos portugueses devido à emigração para este país ao longo dos anos, também assimilou muito desta cultura, também humanística e universalista.   

Portanto,
Viva a França! Viva Portugal! Viva o Brasil!
Viva a Lusofonia!!!


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