QUEM FORAM OS INCONFIDENTES?
Os participantes do movimento da Inconfidência Mineira 1789 são chamados de inconfidentes. Não sabemos com exatidão quantos foram os inconfidentes. Alguns deles são mais conhecidos e a história dos mesmos acaba sendo confundida com a história do próprio movimento.
Após
a devassa (investigação), vinte e quatro inconfidentes foram
condenados, sendo 12 deles sentenciados à pena de morte. Porém, ao
final, as punições de 11 deles foram alteradas para degredo (exílio) e
apenas um deles, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, foi morto, fazendo com que principalmente sua história fosse lembrada até hoje.
Reunimos as histórias de outros inconfidentes que valem ser lembrados.
Joaquim Silveira dos Reis Montenegro Leiria Grutes (1755 – 1819) Nasceu em Portugal, e no ano de 1776 começou a comercializar no Rio de Janeiro com o objetivo de fornecer gado e sal para regiões mineiras. Em 1777 já estava totalmente estabelecido e em 1782, arrematou um contrato das entradas para o triênio (medida de tempo equivalente a três anos, no caso de 1782 a 1784). A partir desse contrato, recebeu um convite do Governo para entrar no levante, já que era o “homem ideal”: rico, poderoso e tinha motivos para ver-se livre da opressão do fisco do governo de Portugal. Até que a Real Fazenda o chamou para “prestar contas”. O único jeito de se safar era contando tudo da conspiração, sendo assim o primeiro delator. Sem poder continuar em Minas Gerais (houve ataques contra ele) e sem amigos no Rio de Janeiro, Joaquim mudou-se para Portugal e no mesmo ano o Príncipe Regente o declarou Fidalgo da Casa Real e Tesoureiro-mor da Bula, perdoando assim, todas as suas dividas. Voltou para o Brasil para exercer tal profissão e em 1808 foi mandado para São Luiz do Maranhão onde faleceu em 1819.
Tenente Coronel Francisco de Paula Freire Andrade (1756 – 1809) Nasceu no Rio de Janeiro e era filho do segundo Conde de Bobodela que governava a capitania de Minas Gerais. Aos 12 anos entrou como cadete no Regimento da Infantaria do Rio de Janeiro, e aos 24 se tornou Coronel Do Regimento da Cavalaria de Minas Gerais. Em 1779 criou laços com Tiradentes, ainda sendo um militar de alta patente. A partir daí, se envolveu na conspiração, mesmo não concordando em iniciar uma revolta armada. Após Joaquim Silveira (citado acima) ter feito a denuncia contra a conspiração, o Coronel decidiu recuar e entregou uma carta para o governador denunciando a conspiração. Por tais atos, foi preso e condenado à morte, no qual não ocorreu, passando a ter pena perpetua no interior de Angola. No final de sua vida, mandou uma carta para o ministro querendo voltar ao Brasil. Morreu sem receber resposta.
Inácio José de Alvarenga Peixoto
(1742-1792), nascido no Rio de Janeiro. Fora enviado a Coimbra em
Portugal pelo pai para estudar direito, onde se formou em 1768 e também
onde começou sua carreira como poeta. Apesar de seu caráter generoso,
Inácio acabou se envolvendo com a conspiração por estar diante de
dividas e altos impostos. Após a descoberta da conspiração Inácio foi
deportado para Angola onde faleceu. Em seus poemas pode-se notar uma
postura insatisfeita em relação à sociedade da época.
José Álvares Maciel (1760 – 1804), nascido em Vila Rica, formado na Universidade de Coimbra assim como Inácio José, Álvares Maciel optara por filosofia. Nessa mesma época em que se formara, passara cerca de um ano e meio estudando química e mineralogia em Londres, onde teve contato com o Iluminismo. Lá já pensava em um Brasil independente, e após seu retorno ao Brasil em 1788 acabara entrando para a conspiração, esta que já estava em estado avançado. Após a descoberta também fora deportado para Angola, passara por Portugal e encontrava-se em dificuldades antes de falecer.
Luiz Antônio Furtado de Castro do Rio Mendonça (1754 – 1830), nasceu em Lisboa. Era o sexto Visconde de Barbacena, mais tarde o primeiro conde de Barbacena. Em 1788 seguiu pra o Brasil junto com a família. Quando chegou em Vila Rica estava ocorrendo a derrama. Barbacena deixou-se por algum tempo, envolver-se pelas idéias que dominavam a sociedade em Vila Rica. A situação para ele iria se tornando delicada em Vila Rica por este motivo tratou de, discretamente, afastar-se de tão freqüentes debates, já bastante comprometedores, embora sonhasse aderir a essa causa, desde que ele tivesse chances de se tornar embaixador da nova republica que iria fundar. A estratégia usada pelo governador foi extremamente lógica e inteligente, pois ao receber a denuncia de Joaquim Silvério dos Reis mandou o delator ao Rio de janeiro para repetir a denuncia ao Vice-rei junto com oficial de sua confiança para alertar ao vice-rei que o “dedo-duro” conseguiu espionar os principais envolvidos no golpe, com isto reuniu dados para avaliar as reais proporções do movimento. Visconde de Barbacena após a devassa ainda ficou mais oito anos em Minas Gerais, e jamais foi criticado pela opinião publica e os moradores do Arraial de Capela Nove, quando da transformação em vila solicitaram o nome para Barbacena.
Padre Luiz Vieira da Silva
(1735 – 1809) nasceu em Soledade. Foi o maior líder da conspiração
republicana mineira de 1785 / 1789, foi um líder intelectual,
coordenador, estrategista e um dos grandes oradores sacros de Minas
Gerais e foi considerado sem contestação, entre os mais sábios
intelectuais de sua geração. Foi preso em 1789, e óbvio que não poderia
estar entre os revolucionários que formariam tropas, nem entre os que
entraria com dinheiro, seu papel era o de organizador, coordenador de
revolta, foi ele que elaborou o modo de rebelião militar e a forma de
consolidá-lo, e em seus discursos revolucionários feitos sem qualquer
temor ele pregava que o Brasil tinha o direito de ser independente e que
poderia ser livre, pois não dependia em nada de Portugal. Denunciado
por Basílio de Brito em Abril de 1789 ele foi preso em 22 de Junho de
1789, depondo pela primeira vez na condição de preso de 1789 na Casa dos
Contos e no dia 8 de Julho de 1789. Quando depôs, foi o mais firme de
todos os inconfidentes, e o mais pressionado, em seus depoimentos quando
negou que soubesse qualquer coisa sabre o levante. Ficou preso na
Fortaleza da ilha das Cobras onde foi interrogado mais quatro vezes e
sempre negando. Ficou um ano incomunicável na prisão, saindo apenas para
ouvir a sua sentença de degredo para a ilha de São Tomé. Saiu do Rio de
Janeiro, chegando a Lisboa ficou preso na Fortaleza de São Julião da
Barra onde ficou quatro anos, e no ano de 1796 o Padre Luiz Vieira da
Silva obteve autorização para deixar a prisão e recolher-se a clausura
do Convento de São Francisco da cidade onde permaneceu mais seis anos, e
nos ano de 1802 obteve parecer favorável no seu processo de indulto
emitido pelo Visconde De Barbacena, regressando ao Brasil aonde veio a
falecer.
Capitão Manoel da Silva Brandão (sem registro) serviu no regime de Vila Rica. Era considerada figura chave na conspiração, mas em Março de 1789 foi nomeado Comandante de Destacamento Diamantino sediado em Vila do Tejuco ao norte de Minas Gerais, onde continuava a fazer os encontros conspiratórios iniciados em Vila Rica. Depois da devassa foi encontrado reunido secretamente na madrugada com o irmão do padre Rolim, foi surpreendido pelo Cadete Lourenço Orsinio, mas em golpe de sorte e meio que armado, o Capitão Brandão esquivou-se de modo suspeito deixando que o Padre Rolim escapa-se, fato que não passou despercebido ao seu comandante o Tenente Fernando de Vasconcelos que era contra os revolucionários. Por este motivo ordenou que outro oficial perseguiu-se e prende-se o Padre Rolim, intimidou Capitão Brandão a apresentarem-se em Vila Rica, quando o prende tenta intimidá-lo, mas tempos depois solta-o não o incomodando mais, embora o considerasse muito suspeito.
Tomas Antônio Gonzaga (1744 -1810) nasceu em Portugal na cidade de Porto. Mais tarde foi um dos mais importantes no movimento dos Inconfidentes de 1789, o verdadeiro líder da conspiração, moral, intelectual e decisório. Tinha a tarefa de redigir a Constituição e os documentos legais mais importantes da institucionalização da nova situação política a ser criada pelos inconfidentes. Tiradentes admirava-o muito e sabia que, com o sucesso da revolução, Gonzaga seria o primeiro entre os primeiros. Quando preso enfrentou seu destino foi interrogado várias vezes, permaneceu mais de dois anos incomunicável, mas nenhuma vez denunciou qualquer plano ou parte do plano, nem pessoas envolvidas na revolta. Assim que foi condenado ao degrado em Moçambique, Tomas Antônio Gonzaga partiu logo após a sentença no primeiro navio disponível. Logo foi nomeado como Promotor dos Defuntos e Ausentes exerceu este cargo até 1805 e no ano de 1807 tornou-se procurador da Coroa, mas em 1809 foi nomeado como Juiz da Alfândega, e pelo fato de ser o único advogado habilitado em Moçambique e assim permaneceu até ao fim de sua vida.
Por: Allan Lima, Gabriel Luiz, Natalia de Jesus Silva, Nayara Ayello, Paloma Margaritelli
INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
Pelo que acabamos de ler, a "Independência" do Brasil deve tudo à Lusofonia...
Os inconfidentes, a maioria composta de luso-descendentes, influenciados pelos ventos liberais da elite cultural europeia, que naqueles tempos do século XVIII sopravam forte no velho continente e a população em geral, insatisfeitos com a voracidade tributária do governo de além-mar, que já se afundava em dívidas com a inglaterra, não encontraram outra saída senão conspirar contra o mesmo, fazendo-se passar para os ideais liberais a que chamavam de iluminismo ou poder da razão. Mas, este poder, só ganhou força com o advento da Revolução Industrial, quando os ingleses necessitaram exportar seus produtos industrializados para os países do continente latino - americano. Tarefa bem mais facilitada caso fosse concretizada com os futuros governos republicanos por ela agora apoiados, do que com os velhos e experientes monarcas por ela agora desprezados.
Assim, com o apoio da Inglaterra, dos cristãos-novos, da maçonaria e de outros setores da sociedade, multiplicaram-se os chamados movimentos de libertação por toda esta América, através de O´Higgins, Simon Bolivar, José de San Martin, Antônio José de Sucre, Tiradentes e outros , que, além da libertação política, pregavam também a libertação dos escravos, pois interessava aos ingleses acabar com esta mão de obra escrava para facilitar a venda de seus produtos industrializados, principalmente para a agricultura.
Mas em todos estes movimentos ditos libertadores e iluministas, predominava também o sentimento anti-católico, resultado de velhos atritos com os cristãos novos, não só em Portugal como em toda a Península Ibérica, pois os judeus expulsos daí, em maior número nos séculos XV e XVI, cujos capitais haviam transferido para os países nórdicos, também incentivavam estes movimentos separatistas, anti-católicos e peninsulares, talvez até com certa dose revanchista por tudo aquilo que passaram na Península Ibérica durante a Inquisição.
O SEPARATISMO NO BRASIL
No caso do Brasil, esse separatismo, rotulado de Iluminismo, nada mais representou do que uma mudança da monarquia para a república, sem grandes benefícios para o povo em geral, pois a riqueza produzida agora ficou toda concentrada em mãos liberais do norte europeu, mais precisamente em mãos dos ingleses. Só agora, passados mais de 200 anos é que outras nações, como China, Rússia, Índia, Irã e alguns países da América Latina, incluindo o Brasil, estão conseguindo construir sua verdadeira independência. E sabe-se lá como!
Poder-se-ía mesmo afirmar, que o Brasil e demais países latinos, tiveram um parto prematuro... Nem de longe pensar, que não deveríamos buscar nossa independência! Mas, fazê-la tal como numa família, onde os filhos depois de certa idade, bem orientados pelos pais, vão procurar a sua própria independência, mas sempre preocupados e gratos para com os seus velhinhos.
No caso do Brasil, além da prematuridade do parto, ainda roubaram a criança dos pais para educá-la em outros parâmetros culturais, que acabaram não dando certo. E pior do que isso é que ainda continuam culṕando os pais por tudo de ruim que aconteceu com esta criança!!!
Mas como diz o velho ditado, não há bem que sempre dure, nem mal que sempre perdure, este separatismo perverso está com os dias contados e tal como o filho pródigo, o Brasil voltará à casa da Lusofonia para junto com Portugal e demais países lusófonos expulsar o parteiro separatista e completar a obra inacabada, a obra da "Unidade Nacional"
OBRA DA UNIDADE NACIONAL
A obra da Unidade Nacional, foi uma luta constante contra tudo e todos, pois o separatismo nunca deu tréguas e obrigava a enormes gastos militares, pois contava com poderosos exércitos muitas vezes superiores aos dos luso-brasileiros. Tal como ainda faz nos dias atuais insuflava o ódio contra os portugueses nas comunidades tribais, prejudicando o desenvolvimento.
Os portugueses ao aqui chegarem, encontraram uma sociedade dividida e mergulhada em sangrentas guerras tribais, dividida em milhares de dialetos e até práticas de canibalismo. E se não bastassem os gastos com a pacificação e a edificação de uma nova família, a família luso-brasileira, tiveram ainda que lutar contra os calvinistas franceses e holandeses e toda a sorte de pirataria, que, naquele começo, infernizava o litoral brasileiro.
E o mais fantástico em toda essa obra é o tempo curto em que foi feita! Aproximadamente 250 anos! De 1500 a 1750! Sendo que só não foi ainda maior, porque nos primeiros 50 anos o Brasil foi dividido em capitanias hereditárias, em sua maioria doadas aos cristãos-novos, pois Portugal estava mais voltado para o comércio das especiarias... Achando que aqui não havia ouro e gastando mais do que arrecadavam, os judeus portugueses abandonaram o projeto das capitanias hereditárias e regressaram a Portugal, restando apenas três delas em mãos de cristãos-velhos, que acabaram dando certo.
A OBRA COMEÇOU MESMO FOI EM 1550
Com a chegada de Tomé de Sousa, Nóbrega e mais de mil homens, começou realmente o Brasil. Em menos de um ano construíram a sua primeira capital, Salvador, sendo que o próprio Tomé e Nóbrega chegaram mesmo a pegar na colher de pedreiro. Depois, Anchieta, Mem de Sá, Estácio de Sá, Araribóia, Jerônomo de Albuquerque, Camarão e outros heróis completaram a obra da Unidade Nacional.
Parece milagre, pois, os luso brasileiros, paralelamente à obra que íam executando, ainda tinham que lutar contra poderosos exércitos estrangeiros, que além do poderio bélico que possuiam, ainda instigavam os nativos a combater contra eles.
Mas, mesmo assim, apesar dos enormes gastos com defesa, a metrópole ía bem, mantendo sob controle sua Economia e defendendo o Brasil e suas outras colônias na África e Ásia. Mas, chega o ano de 1580 e um rei, jovem e inexperiente, pôs tudo a perder ao invadir Álcácer Quibir. Foi D. Sebastião, que, guardadas as devidas proporções de tempo e espaço, tal como as aventuras recentes de Bush, destruíu toda a Economia Portuguesa.
Daí em diante, culminando com a vinda de D. João VI para o Brasil, a monarquia portuguesa foi sempre sucunbindo, até à vitória liberal...
Mesmo assim, sobe o domínio de Castela, a quem Portugal ficou subjugado até 1640, mesmo com sua dependência econômica da Inglaterra, mesmo com a fuga de D. João VI para o Brasil em 1806 e com os posteriores movimentos pro-independência, mesmo assim, o Brasil conseguiu manter sua "UnidadeNacional", o que prova a eficiência desta vacina chamada Lusofonia.
Seria interessante também meditar, que, quase todos os líderes desses movimentos eram filhos ou descendentes de espanhóis ou portugueses! Foi o caso de D. Pedro I, que declarou a "Independência do Brasil" e depois foi para Portugal lutar contra seu irmão D. Miguel, que defendia a monarquia. Tiradentes, que era filho de pai português. Tomás Antônio Gonzaga, português do Porto, etc., etc..
Resumindo, a própria "Independência do Brasil", também foi obra da Lusofonia!
Como explicar então este separatismo existente entre dois povos tão parecidos na cultura, no sentimento e na língua?
Existem muitas explicações, mas a principal é sem dúvida a falta de escolaridade, cultura e politização de nosso povo, reforçada pela tendência robótica de nossa classe média.
PRINCIPAIS AGENTES SEPARATISTAS
A grande mídia, os governos daqui e de lá, os currículos escolares, as artes, as Ongs, certos setores religiosos, alguns setores esportivos e pasmem, os vaidosos dirigentes da própria comunidade luso brasileira, que perdidos em fúteis e faustosos almoços de confraternização, fazem também o jogo separatista, deixando de usar o imenso potencial que têm em mãos, como prédios, bibliotecas, clubes, colégios, faculdades, etc., para combater esse perverso separatismo em defesa de nossa cultura-comum.
Como um luso-descendente assumido, fico triste com este separatismo, que não permite, que, as crianças brasileiras e portuguesas se conheçam e assumam seus sobrenomes e valores culturais tão comuns à pátria de seus avós... Talvez esteja aí uma das causas de tantas coisas ruíns que vêm acontecendo numa sociedade copiadora e sem identidade como é a nossa sociedade atual...
Comemoramos tudo nesta ainda Terra de Santa Cruz com enormes gastos para o Tesouro Nacional, só não comemoramos o dia da Lusofonia!
Comemoramos o 21 de abril, mas, ali tão pertinho, não comemoramos o 22 de abril!!! Que ingratidão, que maldade!..
Não comemorar o 22 de abril é comemorar o separatismo, a ingratidão e a destruição da "Unidade Nacional".
A morte de Tiradentes teve requintes de crueldade! Mas é sempre bom frisar, que sua revolta nunca foi contra Portugal, mas sim contra os seus governantes e elites, que diga-se de passagem, tal como hoje, nunca, com algumas exceções, governaram para seu povo!
JPL
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