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Um centro de saúde sendo
implantado com auxílio do orçamento participativo, em
Belo Horizonte. |
Orçamento Participativo (
OP) é um mecanismo governamental de democracia participativa
que permite aos cidadãos influenciar ou decidir sobre os orçamentos
públicos, geralmente o orçamento de investimentos de prefeituras
municipais, através de processos da participação da comunidade. Esses
processos costumam contar com assembleias abertas e periódicas e etapas
de negociação direta com o governo. No Orçamento Participativo retira-se
poder de uma elite burocrática repassando-o diretamente para a
sociedade. Com isso a sociedade civil passa a ocupar espaços que antes
lhe eram "furtados".
A implementação do OP surgiu com a redemocratização e a promulgação da
Constituição de 1988, quando foi estimulada a participação popular na
definição de políticas governamentais, por intermédio da criação dos
Conselhos Setoriais de Políticas Públicas como espaços de controle
social. As mudanças constitucionais aliadas à vontade popular e política
viabilizaram a implantação em Porto Alegre(RS),
do Orçamento Participativo, em 1989 tendo a proposta de discussão
pública do orçamento e dos recursos para investimento. Muitas
prefeituras adotaram a participação popular baseando-se no modelo de Porto Alegre (RS) como é o caso de Paris e Saint-Denis (França), Rosário (Argentina), Montevidéu (Uruguai), Barcelona (Espanha), Toronto (Canadá), Bruxelas (Bélgica), Belém (Pará), Santo André (SP), Aracaju (Sergipe), Blumenau (SC), Recife (PE), Olinda (PE), Belo Horizonte (MG) Atibaia (SP), Guarulhos (SP) e Mundo Novo (MS).
Com diferentes metodologias em cada município em que o OP é
executado, suas assembleias costumam ser realizadas em sub-regiões
municipais, bairros ou distritos, em discussões temáticas e/ou
territoriais, elegendo também delegados que representarão um tema ou
território nas negociações com o governo.
Esses delegados formam um Conselho anual que além de dialogar
diretamente com os representantes da prefeitura sobre a viabilidade de
executar as obras aprovadas nas assembleias, também irão propor reformas
nas regras de funcionamento do programa e definirão as prioridades para
os investimentos, de acordo com critérios técnicos de carência de
serviço público em cada área do município.
Nascimento da ideia de orçamento participativo no Brasil
As experiências de gestão pública em que a participação popular
recebeu tratamento privilegiado, especialmente no que se refere aos
recursos públicos, e portanto aos orçamentos, no Brasil, começaram a
desenvolver-se a partir da década de 1970.
As experiências citadas na maioria das publicações e pesquisas sobre o
tema como tendo sido as pioneiras são as da Prefeitura de Boa Esperança
no Espírito Santo), Piracicaba em São Paulo e a de Lages, no Estado de Santa Catarina,
em que os prefeitos de então adotaram como estratégia de formulação
orçamentária reuniões com a população, nos bairros, para ouvir
diretamente dos interessados as suas necessidades.
Na década seguinte, dos anos 1980,
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