AFINAL QUEM FEZ A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL? COCHRANE OU D.PEDRO I ?


A "Independência do Brasil"não se resume apenas ao grito de D. Pedro I às margens do Ipiranga em sete de setembro de 1822. Ela tem mais a ver com uma realidade política e social, que vinha acontecendo na Europa, principalmente no Reino-Unido desde meados do século XVIII, que era a Revolução Industrial. A partir daí, Portugal e seus domínios no mundo passaram a sofrer forte assédio econômico e militar da Inglaterra, culminando com a invasão deste, pelas tropas de Napleão e a consequente fuga de D. João VI para o Brasil em 1806 acompanhado de 17.000 funcionários públicos, paralizando quase toda a máquina administrativa portuguesa. No aspecto militar, o almirante Cocharane, teve influente participação nos movimentos independentistas não só do Brasil, mas também dos demais países da América espanhola. Vamos ver um pouquinho de sua biografia ?

Thomas Cochrane (1775-1860), 10°. conde de Dundonald, barão Cochrane de Dundonald, Almirante da Marinha Britânica e Marquês do Maranhão, mais conhecido como Lord Cochrane, nascido em Annsfield perto da cidade de Hamilton, e falecido em Londres, foi um militar britânico, almirante escocês da Marinha Real Britânica. Destacou-se nas lutas de emancipação da América Latina em relação a Espanha e Portugal.
Em 1793, aos 17 anos, era guarda-marinha da Marinha Real do Reino Unido.
Combateu nas guerras contra Napoleão, tendo demonstrado tanta ousadia em suas operações navais, que o próprio Napoleão o apelidou de Loup de Mer (lobo do mar). Paralelamente à sua carreira naval, foi eleito membro do Parlamento. Denunciando a corrupção parlamentar, criando inimizades, que culminaram em uma injusta condenação à prisão em 1814, por haver realizado "supostas atividades fraudulentas,"sendo obrigado a abandonar de modo temporário, a carreira naval na marinha real. A história, entretanto, posteriormente o inocentou e ele voltou à atividade naval.
Lord Cochrane, auxiliou tanto Simon Bolivar, como seu tutor, Don Andrés Bello na independência da Venezuela. Em maio de 1817 foi contratado pelas forças independentistas chileno-argentinas para que comandasse a Esquadra, que tinha por missão eliminar o poder realista assentado no Vice-reinado do Peru, sendo sua contribuição decisiva nesta guerra, colaborando com os generais Bernardo O'Higgins e José de San Martín. Em 21 de março de 1823, aceitou o convite do Império do Brasil para lutar contra as forças da metrópole portuguesa, que reagiam à declaração de "independência" do Brasil, sendo inclusive o organizador da nova marinha brasileira, que lhe conferiu a patente de almirante.
Esta interferência da Inglaterra, antes e após a "independência", tanto no Brasil como nos demais países da América Latina, não foi um fato isolado de Cocharane e nem se prendeu somente à interferência militar. Foi muito mais que isso. Foi todo um movimento social e econômico, que começa bem antes de meados do século XVIII. Começa em 1578, quando D. Sebastião, resolve invadir Alcácer-Quibir, na África, à caça de mulçumanos. Seu exército era quase todo formado de mercenários estrangeiros, pois nem a coroa portuguesa nem o povo português, concordavam com tão perigosa aventura, que teve como desfecho a derrota militar e pior que isso, a derrocada da até então promissora "economia portuguesa." Até hoje não se sabe os motivos dessa desastrosa aventura, já que, os árabes, já haviam sido expulsos de Portugal em 1145, ou seja quase 450 anos depois!
Mas que tem isso a ver com a independência do Brasil ? Muito a ver!... Pois, sendo Portugal há época, mais desenvolvido que a Inglataterra, que teve que oficializar a pirataria para recuperar esse atraso, pois os metais resultantes dos saques dos navios espanhóis e portugueses em alto mar, acabariam por acelerar essa recuperação. A pirataria "oficializada" foi estimulada pela rainha Elisabete, filha de Eduardo VII, por sinal um rei muito honesto!...O produto destes assaltos, proporcionou ao reino-unido o advento da "Revolução Industrial", que trouxe ao mundo então mercantilista, um grande progresso e bem estar material, mas ao mesmo tempo um grande sofrimento para os operários, que ficaram sujeitos a desumanas jornadas de trabalho e à grande poluição das chaminés das fábricas. Mas, não se pode negar os grandes benefícios trazidos aos povos de um modo geral ! A partir daí, a Inglaterra passou a infuir decisivamente nos destinos do mundo durante esses quase dois séculos, impondo a este, seu pensamento liberal - econômico, que acabaria por acelerar todos os movimentos de "independência" na América Latina.
Portugal, que há época conhecia toda a tecnologia referente à fusão desses metais, cometeu um cochilo histórico, entregando de mão beijada ao Reino-Unido a iniciativa dessa página transformadora da humanidade... Mas, some-se a isso também o desastre de Alcácer-Quibir. O fracasso de Alcácer Quibir em 1578, arruinou de vez a Economia Portuguesa, enquanto a Economia inglesa não mais parou de crescer, atingindo seu ápice com o advento da Revolução Industrial em meados do século XVIII. Foi tão cara essa aventura de D. Sebastião, que, Portugal, já dois anos depois, em 1580 passa para o domínio de Castela, ali permanecendo até 1640, enquanto a Inglaterra, à custa desses mesmos metais vai ensaiando sua revolução industrial e seus navios aumentando em número e velocidade nos mares do mundo.
De toda essa tragédia, restou um fato positivo: "A Unidade Nacional Brasileira" continuou intacta! mesmo sob domínio de Castela, Portugal não perde sua identidade e vai mantendo seu império colonial e consegue no caso do Brasil, manter sua "Unidade Nacional". Os holandeses, bem que tentaram se aproveitar dessa situação para instalarem aqui a "Nova Holanda", mas mesmo assim sofreram pesada derrota do povo nordestino. Mas, os ventos da revolução industrial continuavam soprando a favor dos ingleses, cujo poder industrial de sua burguesia foi superando a dos demais países, estendendo-se aos nossos dias.
Além do desastre de Quibir, outros acontecimentos, posteriores, foram responsáveis pela independência do Brasil, como por exemplo a vinda de D. João VI para o Brasil em 1808.
A grande verdade é que a Inglaterra tinha interesse em vender seus produtos industrializados ao mundo! Mas sabia que seria mais fácil, negociando com os nativos. Daí o apoio financeiro, estratégico, moral, militar e até religioso como foi o apoio dado por ela a Lutero e Calvino no início do protestantismo, principalmente em França, Inglaterra e Holanda, paralelamente a um forte apoio militar aos nativos e colonos, que se opusessem ao domínio lusitano e espanhol na América latina. Era preciso combater a Igreja Católica, velha aliada dos Ibéricos.
Como acabamos de perceber, a "Revolução Industrial" está presente em todos os momentos de nossa luso brasilidade e o grito do Ipiranga nada mais foi, que um resumo de todos esses acontecimentos, que resultaram, não numa "independência" do Brasil, mas sim numa transferência de influências; econômica, política, militar, cultural e de mentalidade.
A verdadeira independência do Brasil e de toda a América Latina, só acontecerá mesmo, quando formos capazes de assumir os valores morais daqueles verdadeiros heróis dos primeiros duzentos anos de nossa história-comum e, que nos deram este país continente, unido na língua, nas fronteiras e na religião.
Talvez a célebre frase de "Felipe Camarão naquele distante Brasil holandês", possa servir, quem sabe, para que num dia bem próximo, possamos comemorar nossa verdadeira independência nacional, levando para as ruas e avenidas do Brasil, nossas crianças, do Brasil, de Portugal, de Angola, de Moçambique, de Macau, de Timor Leste, da Guiné, de Cabo Verde, Goa, Damão e demais lugares onde as caravelas da cruz de Cristo um dia também chegaram, numa grande festa da lusofonia e da confraternização, que inclua espetáculos esportivos, artísticos e culturais diversos e não esse desperdício de dinheiro gasto em pomposos desfiles militares, que só servem mesmo é para confundir e massificar ainda mais a mente de nosso povo, sobre o que é realmente a sua verdadeira independência! Portanto, que este 7 de setembro, seja o reencontro de dois povos, que as más elites, daqui e de além-mar, por interesses diversos, separaram! Dois povos, que querem ter o direito de acesso à justiça social, ao ensino, do pré-primário à universidade, à formalidade de emprego, à aposentadoria justa, à segurança e a tudo mais que uma sociedade desenvolvida lhes possa proporcionar...

Abaixo o separatismo! Viva a Unidade Nacional!



1 comentários:

Anônimo disse...

Não houve interferência inglesa no processo de emancipação do Brasil de Portugal, no sentido de que Lorde Cochrane estava à serviço do governo britãnico, porque, simplesmemnte, não estava. Ele veio fazer a guerra na América para sair de um ambiente que, naquele momento de sua vida, lhe era hostil, pois, estava sem ambiente em sua terra natal. Para nós, brasileiros, não importa se ele era um idealista ou um mercenário e, é bem provável, ter sido mesmo o segundo, e daí? Foi ele o comsolidador da separação de nossa terra de Portugal e, para nós, é isto que deve importar e, não, as suas motivações. País de baixa política, sem tradições e que não reverencia os seus verdadeiros heróis, este nosso Brasil.

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