NOSSOS HERÓIS DESCONHECIDOS

Henrique Dias

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Henrique Dias, brasileiro filho de escravos africanos libertos, nasceu em princípios do século XVII, na Capitania de Pernambuco, então Estado do Brasil. Foi Mestre de campo e cavaleiro da Ordem de Cristo. Não existe consenso entre os historiadores se nasceu cativo ou livre.

Invasões holandesas do Brasil
No contexto das Invasões holandesas do Brasil, ofereceu-se como voluntário a Matias de Albuquerque para lutar contra os holandeses, tendo recrutado um grande efetivo de africanos oriundos dos engenhos conquistados pelos invasores.

Participou de inúmeros combates, distinguindo-se por bravura, nos combates de Igaraçu onde foi ferido duas vezes, participou ainda da reconquista de de Goiana e notóriamente em Porto Calvo, em 1637, quando teve a mão esquerda estralhaçada por um tiro de arcabuz. Sem abandonar o combate, decidiu a vitória na ocasião.

Estando Portugal em trégua com a Holanda, D. João IV desautorizara a Insurreição Pernambucana contra o domínio holandês, do que estes muito se valiam espalhando a notícia. Henrique Dias, no entanto, sem autorização superior escreveu-lhes: Meus senhores holandeses. Meu camarada, o Camarão, não está aqui; mas eu respondo por ambos. Saibam Vossas Mercês que Pernambuco é Pátria dele e minha Pátria, e que já não podemos sofrer tanta ausência dela. Aqui haveremos de perdar as vidas, ou havemos de deitar a Vossas Mercês fora dela. E ainda que o Governador e Sua Majestade nos mandem retirar para a Bahia, primeiro que o façamos havemos de responder-lhes, e dar-lhes as razões que temos para não desistir desta guerra.

Títulos de Fidalgo

Devido aos serviços prestados, recebeu títulos de fidalgo, a mercê do Hábito da Ordem de Cristo e a patente de Mestre de campo. Conhecido como Governador dos crioulos, pretos e mulatos do Brasil, envolveu-se ainda na repressão a quilombos, tendo sido cogitado pelo Vice-Rei Marquês de Montalvão, em novembro de 1640, para combater um quilombo no sertão da Bahia, o que foi recusado pelos vereadores de Salvador.

Como Mestre-de-Campo, comandou o Terço de Homens Pretos e Mulatos do Exército Patriota, também denominados Henriques, nas duas batalhas dos Guararapes (1648 e 1649), vindo a falecer em 1662, oito anos após a vitória sobre os holandeses. Pela criação desse Terço, pode ser considerado o "pai" das milícias negras no Brasil.

Família

Seu genro Pedro de Val de Vezo, herdou os títulos de Henrique Dias, que incluíam a Comenda de Soure e o título de cavaleiro da Ordem de Cristo. Sua outra filha, Benta Henriques, casou com o Capitão do Terço de Homens Pretos e Mulatos Amaro Cardigo, este também negro. Cardigo cobrou da coroa o título de cavaleiro da Ordem de Santiago que foi prometida por Luísa de Gusmão aos genros de Henrique Dias. Este pedido foi negado pela Ordem apos três apelações.

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