SOLUÇÃO PARA A CRISE PORTUGUESA

Como todos sabemos, a crise portuguesa atual e as demais crises pelas quais Portugal tem passado, vêm de muitos séculos atrás, desde mesmo a antiga Lusitânia. Mas, vamos começar por aquela que acabou por gerar a independência de Portugal em 1143 em Guimarães, quando D. Afonso Henriques teve que lutar, antes, em 1128, contra o exército da própria mãe D. Tereza. 
Uma independência que só seria reconhecida por Castela, 15 anos depois. D. Tereza preferia que Portugal ficasse dependente de Castela.

Conquistada a independência política, era preciso conquistar a independência econômica. Mas aí é que a porca torce o rabo! Será que aqueles valentões da grande batalha de São Mamede e de Ourique, estariam preparados para a batalha da  Economia? Claro que não! D. Afonso Henriques, que era católico convicto, não teve outra alternativa, se não buscar os economistas judeus residentes em Portugal  para organizar as finanças e a produção, pois estes, tal como até hoje, é que entendiam de finanças. E assim foi possível garantir o futuro da monarquia, que veio bem, até 1580, quando D. Sebastião com sua inexperiência e teimosia resolveu aplicar-lhe um terrível golpe, invadindo Alcácer Quibir, dando um pesado golpe no tesouro português.

Bem antes do desastre de Quibir em 1578,  Portugal ainda teve momentos de grande crescimento econômico, mesmo depois da batalha de Aljubarrota contra Castela em 14/08/1385, que consumiu grandes recursos financeiros.

Antes, porém, no reinado de D. Diniz entre 1279 e 1325, um rei poeta, inteligente e futurista, que previu as grandes navegações através do Atlântico Sul, Portugal já atravessava uma boa estabilidade financeira. D. Diniz também fundou a famosa Universidade de Coimbra e o pinhal de Leiria para construir as futuras caravelas para a aventura dos mares.

A verdade é que nesse período, que vai de 1143 a 1325 , a Economia portuguesa não parou de crescer, chegando a 1500, no reinado de D. Manuel, o venturoso, no auge de sua performance.

Por essa época a Igreja Católica também era quase absoluta e o Vaticano também ajudava a Coroa Portuguesa no plano financeiro e religioso e os padres, principalmente os jesuítas, que também eram muito atuantes nas terras descobertas além-mar.

Mas, no auge de toda essa abundância financeira, D. Manuel, comete, a meu ver, um grave erro estratégico ao substimar a importância do capital judeu em Portugal. Emitando os reis católicos de Espanha, que em 1498,  expulsaram os judeus da Espanha, D. Manuel, dois anos depois, enche o Cais de Belém de navios à disposição de todos aqueles judeus que quisessem emigrar. Estes se dirigiram para o norte da Europa, principalmente para a Inglaterra, Holanda e França, levando seu capital e seus conhecimentos, incrementando nesses países a construção de grandes navios e a formação de grandes companhias de navegação, que mais tarde iriam concorrer e atacar as posições luso-espanholas espalhadas pelo mundo, além do incentivo econômico à difusão da doutrina de Lutero, que até hoje continua dividindo e conflitando os cristãos.

Mesmo assim, sem o reforço agora do capital judeu, a Economia portuguesa continuou a crescer, porém a despender muitos gastos com a defesa de seus territórios, pois a pirataria, agora mais reforçada  por esse capital migrante, aumentava seu assédio e poderio contra as posições portuguesas no mundo, principalmente no Brasil.

Paralelamente a tudo isso, a Inglaterra inicia sua revolução industrial com a rainha Elizabeth I, oficializando a pirataria e mandando seus piratas assaltar os navios portugueses e espanhóis em alto mar, o que se acentuaria mais ainda com a invenção da máquina a vapor, que quase dobrou a velocidade dos navios ingleses em relação aos luso-espanhóis.

Esse equilíbrio, até então existente, entre o capital judeu dos países nórdicos e o capital católico dos países íberos, começa agora a romper-se e a partir do desastre de Alcácer-Quibir, com a imprudente aventura de D. Sebastião, se acentua ainda mais.  

Daí, até aos nossos dias, passando pela Revolução Industrial em meados do século XVIII, pela assinatura do Tratado de Methuen em 1703, pela Proclamação da República portuguesa em 1910, pelas duas Guerras Mundiais, pela Revolução Marxista da Rússia, pela Globalização, pela Descolonização e pela Revolução dos Cravos, Portugal nunca mais conseguiu estabilizar sua Economia, apesar do  significativo desenvolvimento experimentado durante os governos socialistas de Mário Soares, Guterres e  José Sócrates, que investiram muito em tecnologia de ponta, trazendo para Portugal quase todos os cientistas portugueses que se encontravam trabalhando noutros países, aproximando o país do meio da Europa em tecnologia de ponta e de energias renováveis e batendo recordes sucessivos de exportações. Esquecendo-se porém, de controlar a dívida interna, provocada por obras desnecessárias e não prioritárias, o empreguismo público e não combatendo o consumismo exagerado do seu povo.

Agora veio a fatura, mas endereçada aos que menos podem pagá-la e que menos participação tiveram no seu total. 
E pior que isso, ninguém sabe ao certo quem são os credores dessa dívida, quem a fez e o montante da mesma. Fala-se em aproximadamente 198 bilhões de euros em junho de 2012, maior que o próprio PIB (Produto Interno Bruto) calculado em 172 bilhões de euros em 2011. 
Uma dívida que se acentuou após a descolonização, mas que se acelerou com as obras da EXPO - 98 , a compra de submarinos - sucata à Alemanha por Paulo Portas, com  mais empreguismo, com o desastrado governo de Durão Barroso, 2002-2004, etc., além do consumismo exagerado incentivado pelos meios de comunicação a serviço dos grandes grupos econômicos estrangeiros... 

E AGORA O OUE FAZER ? QUAL A SOLUÇÂO?

A primeira coisa a fazer será apresentar ao povo português numa linguagem popular quem são nossos credores e onde foi investido o dinheiro que gerou essa dívida?
A segunda coisa é saber o valor dessa dívida e negociar com os credores e dizer-lhes: "devo e não nego, mas pago quando puder".
A terceira coisa é fazer com que os encargos dessa dívida sejam destribuidos de maneira equitativa por todas as classes sociais, inclusivamente os banqueiros, proporcionalmente aos ganhos de cada uma, pois no momento quem paga o pato é somente a classe média, principalmente os funcionários públicos, diretamente com reflexos também sobre as demais classes populares.
A quarta coisa é impedir a todo custo a entrega das rentosas estatais, pertencentes ao povo português, como TAP, RTPi, EDP, etc.,  a esse capital migrante internacional, cuja pátria é a mão de obra barata e o lucro fácil.    
A quinta coisa é buscar o apoio de um país amigo, como por ex. a China para que estas sugestões possam ser levadas à prática já que esta dependência do capitalismo liberal, causador de todas estas crises até hoje,  nunca o permitirá.

A China tem se mostrado um velho amigo de Portugal através dos séculos e ainda faz pouco tempo, oficializou o uso da língua portuguesa em seu território. Sem falar no seu esforço para realização dos jogos da lusofonia realizados de dois em dois anos em um país lusófono. Agora mesmo declarou estar disposta a ajudar Portugal a sair desta crise!  

Talvez esta ligação afetiva a Portugal tenha a ver com a ajuda dada pelos portugueses ao combate à pirataria em suas costas em tempos longíncuos.

A China atualmente é a potência da esperança dos povos oprimidos, pois não invade o país de ninguém para tomar suas riquezas ou impor sua cultura, além de alimentar e educar seu povo calculado em 1.300.000.000 de pessoas em pleno emprego, enquanto Portugal com apenas 12.000.000 aproximadamente. tem 20% de desempregados! O mesmo acontece em todos os países ocidentais!

A questão que se coloca não é negar nossa identidade ocidental. A questão é saber para onde vão os lucros produzidos pelo povo português? Como é que do dia para a noite, os bens produzidos por esse mesmo povo, representados em moedas, desaparecem sem que ninguém saiba o seu paradeiro! Paraísos fiscais? bancos Suiços? Bancos ingleses? Bolsas de valores? Fábricas de armas? investimentos em mídia? A verdade é que ninguém sabe para onde foi essa riqueza produzida pelo povo português e demais povos em igual situação. 

E agora vêm estes senhores que desgovernam Portugal falar e enfatizar esses  mesmos investidores, que pressionam e ameçam governos que não rezem na sua cartilha liberal desnacionalizante e privatizante, esquecendo-se de defender os interesses maiores de seu povo, que é o direito à sua cidadania!     

Estes senhores que atualmente desgovernam Portugal não têm nenhuma identidade com o povo português,  porque se a tivessem, não teriam cortado de cara, logo ao assumirem seus mandatos, a verba para a educação e a saúde, duas das principais alavancas da cidadania e desenvolvimento de qualquer país. Suas preocupações com os investidores e credores internacionais, são muito mais importantes que as preocupações com o desemprego, com a fuga de jovens cientistas para o exterior, com a destruição da família, das crianças famintas, dos velhinhos hospitalizados e asilados, das mães solteiras, etc. 
Fazem toda esta maldade com o "seu" povo, porque sentem-se seguros pelos grandes monopólios liberais a quem sempre serviram com grande ênfase e dedicação! São verdadeiros bonecos de um teatro de marionetes, exibindo-se para um povo, que às vezes por falta de informação política até lhe bate palmas.

 MAS O POVO NÃO TEM NENHUMA PARCELA DE CULPA NA CRISE? 
Tem, e muita, pois nada faz para sair  dessa domesticação, desinformação e conformismo com que o sistema o mantém há tantos séculos!












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