GENEALOGIA

Genealogia

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A genealogia é uma ciência auxiliar da história que estuda a origem, evolução e disseminação das famílias e respectivos sobrenomes ou apelidos.

A definição mais abrangente é "estudo do parentesco". Como ciência auxiliar, desenvolve-se no âmbito da "História de Família", onde é a peça fundamental subsidiada por outras ciências, como a sociologia, a economia, a história da arte ou o direito.

É também conhecida como "ciência da História da Família" pois tem como objetivo desvendar as origens das pessoas e famílias por intermédio do levantamento sistemático de seus antepassados ou descendentes, locais onde nasceram e viveram e seus relacionamentos inter-familiares.

Tal levantamento pode ser estendido aos descendentes como aos ascendentes de uma determinada figura histórica, sendo muitas vezes difícil classificar os nomes de família por causa das mudanças de ortografia e pronúncia com o passar do tempo. Várias palavras antigas, tinham significados diferentes na época, ou hoje em dia não são mais usadas. Muitos nomes de família dependeram da competência e discrição de quem os fez no ato do registro.

Formação e evolução dos sobrenomes em Portugal e no Império Português

Desde a Idade Média e até ao século XVIII, em algumas zonas rurais portuguesas as pessoas eram conhecidas pelo nome próprio, ao qual era acrescentado o patronímico, para os rapazes, e o matronímico, para as raparigas. Em casos mais raros, podiam os rapazes ser conhecidos pelo matronímico, por exemplo, se não tivessem pai, ou as raparigas pelo patronímico, no caso, por exemplo, de o pai ser de uma família mais distinta do que a da mãe. A partir do fim da Idade Média, numa lenta transição das urbes para o campo, e do litoral para o interior, os patronímicos tendem a fixar-se, transmitindo-se sempre o mesmo, já como sobrenome de uma dada família que o usa em comum.

Nos documentos oficiais em Portugal, por exemplo, na chancelaria régia portuguesa, os registos mencionam sempre o nome da pessoa, seguido do nome do pai dela, de forma a impedir confusões entre homónimos.

A necessidade de adicionar outro nome para distinguir as pessoas de mesmo nome veio a partir de certa altura a ganhar popularidade. Então elas passaram a adicionar ao nome que declaravam, ou que assinavam, o apelido (sinónimo em português de alcunha) por que os outros as distinguiam, ou então a sua terra de origem, por exemplo. Assim, o João Anes, filho do ferreiro, se diria João Anes Ferreiro, podendo passar essa alcunha/apelido aos seus descendentes. O filho de João Anes, de Guimarães, que passasse a residir em Barcelos, dir-se-ia João Anes de Guimarães. Este processo é paralelo e análogo ao da nobreza, que em muitos conhecidos se assina pelo nome das terras de senhorio da respectiva família (João Anes de Sousa, ou seja: João, filho de João, senhor ou dono das Terras de Sousa), ou Afonso Vaz Correia (Afonso, filho de Vasco, da linhagem tornada conhecida pelo epíteto/alcunha/apelido Correia).

Assim há dois tipos básicos de sobrenomes, os que eram dados, ou chamados pelos de fora a alguém, para o distinguir (apelido, o mesmo que alcunha), e aqueles que são escolhidos pelo próprio para se afirmar, ou distinguir perante os outros (toponímicos).

No século XI, época da Revolução Urbana na Europa, com a explosão da população nas até então pequenas cidades medievais, pouco mais do que aldeias, o uso de um segundo nome se tornou tão comum nessas urbes subitamente crescidas, e onde as pessoas passaram a ter mais dificuldade em conhecerem-se todas, que em alguns lugares era mal considerado não se ter um sobrenome. Mas mesmo tendo sido este fenómeno o começo para todos os sobrenomes que existem atualmente, grande parte dos nomes usado nas Idades Média e Moderna não tem a ver com a família, isto é, nenhum era obrigatoriamente hereditário, até à implantação do registo civil com força de lei em Portugal, no ano de 1911. Note-se que até ao século XVII nem sequer a Família Real dispunha de sobrenome, sendo apenas os seus membros tratados pelos seus nomes próprios e seus respectivos títulos distintivos.

Até 1911, com efeito, a adopção dos sobrenomes era liberal, isto é, as pessoas eram apenas batizadas com o nome próprio, e escolhiam livremente mudar esse nome próprio ao entrar na adolescência, época em que recebiam o sacramento do Crisma, considerado um novo batismo, e que permitia, e permite, mudar o nome próprio, ou acrescentar-lhe outro. Até 1911, pois, por conselho da família ou vontade própria, o crismado escolhia qual ou quais os sobrenomes de família que iria assinar como adulto. Esses registos eram exclusivamente os da Igreja Católica, que serviam oficialmente quando preciso na vida civil.

No século XIV é adotada em Portugal a língua portuguesa para os registos oficiais, abandonando-se o latim bárbaro até então utilizado para esse efeito. Isto paralelamente a outras nações europeias, onde pelos anos de 1370 já se encontra a palavra "sobrenome" em documentos, nas respectivas línguas locais. Mas sobrenome significando ainda e apenas, então, um segundo nome mais distintivo, livremente atribuído ou escolhido, não necessariamente transmissível. Ou seja, não o sobrenome no sentido contemporâneo do termo.

À medida que os governantes passaram a usar cada vez mais documentos escritos e a deixar registrados seus atos legais, foi-se tornando mais importante identificar com exatidão as gentes. Em algumas comunidades nos centros urbanos, os nomes próprios eram insuficientes para distinguir as pessoas. No campo, com o direito de sucessão hereditária de terras, era preciso algo que indicasse vínculo com o dono da terra, para que os filhos ou parentes pudessem adquirir a herança, já que qualquer pessoa com o mesmo nome poderia tentar se passar por filho. Acredita-se que na Europa, só depois de terminado o século XIX, a maior parte das pessoas de qualquer nível social tinha um sobrenome, ou sobrenomes, hereditários, fixos nalguns casos. Fora da cultura lusófona, este sobrenome tendia a ser patrilinear, único, e identificava a família como primado de identidade masculina, provendo assim uma ligação com o passado, e preservando sua identidade no futuro.

No mundo fora da Lusofonia não é surpresa o fato de que antigamente a prioridade das famílias mais importantes fosse ter filhos homens, para manter o nome, afinal, os filhos homens eram quem passava o sobrenome para as novas gerações, e por essa razão era desgostoso para uma família não ter nenhum descendente masculino. Já em Portugal vigorava o conceito de casa, tanto entre a nobreza quanto entre o povo, constituído pela noção de património familiar comum partilhado, no qual, na ausência de varões, sucediam as mulheres como senhoras da casa, que em muitos casos transmitiram, e transmitem ainda, esse sobrenome da casa à sua descendência. É o chamado sistema misto. Este costume português explica porque é que atualmente são raríssimas, se é que ainda existem, as famílias portuguesas, ou de origem portuguesa, que mantenham a varonia do sobrenome, ou sobrenomes usados na atualidade. Ao contrário da França, por exemplo, aonde se sabe que as famílias se consideram extintas na falta de homens que lhes transmitam o nome, em Portugal elas sobreviveram, bem como o uso dos sobrenomes antigos, através da transmissão por via feminina.

Além disto, convém ainda ter em conta que durante a profunda vivência religiosa dos tempos antigos, a noção de parentesco e de família, mais do que carnal, era considerada espiritual, pelo que as pessoas com larga vivência comum numa mesma casa, aonde a família se considerava constituída por amos, parentes, filhos, criados, e até os escravos, todos podiam ser conhecidos pelo sobrenome principal da casa, mesmo os escravos batizados, que recebiam no baptismo os nomes e sobrenomes dos seus senhores. E o parentesco espiritual era tão forte que, por exemplo, padrinhos eram considerados como pais dos seus afilhados, impedidos de casar, por exemplo, etc. Assim, muitas vezes os afilhados, sobretudo quando herdavam dos padrinhos, tomavam os seus sobrenomes, especialmente se estes fossem seus parentes, mesmo que remotos, sem outra razão para tal que não fosse manter um mesmo sobrenome ligado aos mesmos bens transmitidos. Este aspeto esteve mesmo muitas vezes consignado nas escrituras de instituição de vínculos temporais, em que os instituidores obrigavam todos os sucessores a usarem o sobrenome ligado aos bens, o que explica o costume formado em Portugal de utilização oficial de cada vez mais sobrenomes, de maneira a não poder perder esses bens que tinham essa cláusula.

Lista dos sobrenomes das primeiras famílias que povoaram os Açores
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Lista de apelidos de família da onomástica dos primeiros povoadores dos Açores.
Índice: Top - 0–9 A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z

A

* Abarca - Pedro Abarca Fidalgo de Tuy
* Albernaz - João Gonçalves Albernaz, o Tangedor, da Biscaia
* Albuquerque - António Maria de Albuquerque do Couto e Brito
* Alcântara
* Almeida - Miguel Cardoso de Almeida
* Andrade
* Antunes
* Alpoim - Pedro Anes
* Ávila - Antão Gonçalves de Ávila
* Azevedos - Afonso Vaz de Azevedo
* Avelar
* Arantes
* Araújo

B

* Baldaya - Afonso Gonçalves de Antona Baldaya
* Barros - Lançarote Gonçalves Doraço de Barros
* Bettencourt - Francisco de Bettencourt
* Barcelos – Pinheiros de Barcelos
* Boins - Diogo Fernandes de Boim
* Borges - João Borges
* Brito do Rio - Luís de Brito do Rio
* Bruges - Jacome de Bruges
* Brum - António de Brum

C

* Cabral - Violante Cabral
* Cacena - André de Cacena
* Câmara - Pedro Alvares da Câmara
* Camelo - Fernão Camelo Pereira
* Campo - João Ferreira de Campos
* Canto - Pedro Anes do Canto
* Cardoso - Inês Martins Cardoso
* Carvalhal - Francisco Dias do Carvalhal
* Carvalho
* Carvão - Baltazar Gonçalves Carvão
* Castelo Branco - Gaspar Munhoz de Castil Blanque
* Castro - Garcia de Castro
* Chave - Catarina Gonçalves Chaves
* Coelho - João Coelho
* Coelho Borges - António Coelho da Costa
* Cordeiros - Pedro Cordeiro
* Coronel - António Rodrigues Coronel
* Correia - Pedro Correia
* Corte Real - Vasco Anês Corte Real
* Cota da Malha - Pedro Cota da Malha
* Coutinho - Pedro Nunes da Fonseca Coutinho
* Correa

D

* Diniz
* Drummond
* Dutra
* Dias
* Duarte
* Dornelles
* Damasceno
* Dias

E

* Enes
* Escobar
* Espínola
* Espinoza
* Estaco
* Evangelho
* Esteves
* Estrada

F

* Fagundes
* Falcão
* Faria
* Farinha
* Fagundes
* Ferraz
* Ferreira
* Ferro
* Festa
* Figueira
* Figueiredo
* Flores
* Fonseca
* Fournier
* Fontes
* Fraga
* Fragoso
* França
* Franco
* Furtado de Mendonça
* Freitas
* Freire
* Furtado
* Fortunato

G

* Godinho
* Gois, Góis, Goes e Góes
* Gomes
* Gonçalves
* Goulart
* Gouveia
* Guedes
* Guerra
* Guilherme da Silveira
* Guimarães
* Gusmão
* Guterres

H

* Henriques
* Hipólito
* Homem - Álvaro Martins Homem
* Horta

I

* Inácio

J

* Jardim
* Jesus
* Junqueira
* Lima
* Luchini
* Lacerda
* Lago
* Laranjeira
* Leal
* Leão
* Leitão
* Leite
* Leme
* Lemos
* Lima
* Linhares
* Lira
* Lisboa
* Lobato
* Lobo
* Lopes
* Lousada
* Luz

M

* Macedo
* Machado
* Maciel
* Malory
* Madeira
* Madruga
* Magalhães (sobrenome)|Magalhães
* Maia
* Marques
* Martins
* Matos
* Marinho
* Mariz
* Mascarenhas
* Medeiros
* Meira
* Meireles
* Melo
* Mendes
* Mendonça
* Meneses
* Merens
* Mesquita
* Mesquita Pimentel
* Miranda
* Moita
* Moniz
* Monjardino
* Monteiro
* Morais (sobrenome)|Morais
* Moreira
* Mota
* Moura
* Muniz
* Mercado

N

* Nascimento
* Negreiro
* Neto
* Neves
* Nóbrega
* Noleto
* Noronha
* Nunes

O

* Oliveira
* Ornelas
* Ortins
* Osório
* Van Olm - Fernão Dulmo

P

* Pacheco
* Pais
* Paim
* Palhinha
* Pamplona
* Parreira
* Paiva
* Paranhos
* Paredes
* Passos
* Paz
* Pedroso
* Peixoto
* Pereira - Álvaro Nunes Pereira
* Pereira Marramaque
* Pessoa
* Pimenta
* Pimentel
* Pinheiro
* Pires
* Pires Toste
* Pita
* Pinheiro de Barcelos
* Pontes
* Porto

Q

* Quadros
* Quaresma
* Queiroga
* Queirós
* Quintanilha

R

* Ramalho
* Ramires
* Ramos
* Rebelo
* Rêgo
* Reis
* Resende
* Ribeiro
* Rico
* Rio
* Rocha
* Rodovalho
* Rodrigues
* Rosa
* Rua
* Ramalho

S

* Sá
* Sacadura
* Salazar — Sebastião Dias e Salazar
* Sales
* Salgado
* Salgueiro
* Sampaio
* Sá
* Sanches
* Sanfelicce
* Santos
* Sardinha(Sardina)
* Saraiva
* Sarmento
* Seabra
* Séguier
* Seixas
* Sequeira
* Serpa
* Silva (sobrenome)|Silva
* Silveira
* Silveira de Bettencourt
* Siuve
* Silvano
* Simões
* Soares
* Sousa (sobrenome)|Sousa
* Souto Mayor

T

* Tavoras
* Tavares
* Teixeira - Jerónimo Gonçalves Teixeira
* Teixeira de Sampaio
* Teles
* Terra - Joss van Aard
* Teive
* Tevês
* Toledo
* Torres

U

* Uchoa
* Utra - Joss van Hurtere

V

* Valente
* Vargas
* Vasconcelos
* Vaz
* Veiga
* Veloso
* Ventura
* Venturoso
* Viana
* Viegas
* Vieira

W

* Willem van der Hagen

X

* Xavier
* Ximenes

Z

* Zarco

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