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POETAS
Poetas
Ai almas dos poetas
Não as entende ninguém,
São almas de violeta
Que são poetas também.
Andam perdidas na vida,
Como estrelas no ar;
Sentem o vento gemer
Ouvem as rosas chorar!
Só quem embala no peito
Dores amargas secretas
É que em noites de luar
Pode entender os poetas.
E eu que arrasto amarguras
Que nunca arrastou ninguém
Tenho alma para sentir
A dos poetas também!
Florbela Espanca
A Autora:
Ai almas dos poetas
Não as entende ninguém,
São almas de violeta
Que são poetas também.
Andam perdidas na vida,
Como estrelas no ar;
Sentem o vento gemer
Ouvem as rosas chorar!
Só quem embala no peito
Dores amargas secretas
É que em noites de luar
Pode entender os poetas.
E eu que arrasto amarguras
Que nunca arrastou ninguém
Tenho alma para sentir
A dos poetas também!
Florbela Espanca
A Autora:
Florbela D´Alma da Conceição Espanca nasceu em 1894 na Vila Viçosa em Portugal. Era uma época em que a condição das mulheres era submeter-se aos homens. Nasceu de uma relacionamento clandestino entre João Maria Espanca (seu pai) e Antónia da Conceição Lobo (sua mãe). Seu pai era um homem casado e de posses, cuja esposa sabia da amante. Sua mãe Antónia fora abandonada por seus pais ainda criança, sendo criada por uma mulher que trabalhava nos correios. Antónia levava uma vida desregrada e teve outro filho com João, chamado Apeles Espanca, que foi um irmão muito querido por Florbela.
Após a morte de sua mãe natural, Florbela e Apeles foram morar com seu pai e sua madrasta.
Florbela vai estudar no Liceu André Gouveia, em Évora, para onde sua família tinha mudado. Em 8 de Dezembro de 1913, exatamente no dia de seu aniversário, Florbela casou-se com seu primeiro namorado, Alberto Moutinho. Mudaram-se para Redondo e Florbela passou a se corresponder com a diretora de "O Século" que ao ler os manuscritos de Florbela pensou que eram plágios. Florbela vai estudar Direito em Lisboa, a contra-gosto do marido. Com o relacionamento desgastado e encantada por Lisboa, Florbela decide ficar na cidade e conhece o alferes da artilharia, Antonio Guimarães por quem se apaixona.
Divorcia-se em 30 de Abril de 1921 e casa-se com Antonio Guimarães em 29 de Junho de 1921. Em 1923 é publicada a obra "Livro de Sóror Saudade" no qual as temáticas amorosas começam a se destacar.
Como Antonio é um homem habituado à disciplina militar, seu relacionamento com Florbela começa a desgastar-se. Sua personalidade violenta e rude mostra sua pouca capacidade de compreender a sensibilidade de Florbela, uma mulher que estava a frente de seu tempo. A vida de Florbela transforma-se num pesadelo e sua saúde fica debilitada.
É nesse momento em que conhece o Dr. Mário lage, médico que acompanhou seu tratamento. Após recuperar-se, em 23 de unho de 1925 Florbela divorcia-se alegando maus-tratos do marido. Esse segundo casamento desfeito abala o relacionamento de Florbela com sua família, especialmente com seu pai e o seu irmão.
Mário Lage assume seu amor pela poetisa e casa-se com ela em 29 de Outubro de 1925. Ambos mudam-se para Matosinhos.
Com a morte de seu irmão em 1927, Florbela fica novamente doente e começa a escrever uma obra narrativa, "As Máscaras do Destino", em homenagem a Apeles Espanca. Desiludida com seu casamento e debilitada com a morte de seu irmão Apeles, Florbela ingere uma quantidade excessiva de Veronal (um sonífero extremamente forte e nocivo para doentes pulmonares e cardíacos) e se suicida em 8 de Dezembro de 1930, exatamente no dia de seu aniverário de 36 anos.
Após a morte de sua mãe natural, Florbela e Apeles foram morar com seu pai e sua madrasta.
Florbela vai estudar no Liceu André Gouveia, em Évora, para onde sua família tinha mudado. Em 8 de Dezembro de 1913, exatamente no dia de seu aniversário, Florbela casou-se com seu primeiro namorado, Alberto Moutinho. Mudaram-se para Redondo e Florbela passou a se corresponder com a diretora de "O Século" que ao ler os manuscritos de Florbela pensou que eram plágios. Florbela vai estudar Direito em Lisboa, a contra-gosto do marido. Com o relacionamento desgastado e encantada por Lisboa, Florbela decide ficar na cidade e conhece o alferes da artilharia, Antonio Guimarães por quem se apaixona.
Divorcia-se em 30 de Abril de 1921 e casa-se com Antonio Guimarães em 29 de Junho de 1921. Em 1923 é publicada a obra "Livro de Sóror Saudade" no qual as temáticas amorosas começam a se destacar.
Como Antonio é um homem habituado à disciplina militar, seu relacionamento com Florbela começa a desgastar-se. Sua personalidade violenta e rude mostra sua pouca capacidade de compreender a sensibilidade de Florbela, uma mulher que estava a frente de seu tempo. A vida de Florbela transforma-se num pesadelo e sua saúde fica debilitada.
É nesse momento em que conhece o Dr. Mário lage, médico que acompanhou seu tratamento. Após recuperar-se, em 23 de unho de 1925 Florbela divorcia-se alegando maus-tratos do marido. Esse segundo casamento desfeito abala o relacionamento de Florbela com sua família, especialmente com seu pai e o seu irmão.
Mário Lage assume seu amor pela poetisa e casa-se com ela em 29 de Outubro de 1925. Ambos mudam-se para Matosinhos.
Com a morte de seu irmão em 1927, Florbela fica novamente doente e começa a escrever uma obra narrativa, "As Máscaras do Destino", em homenagem a Apeles Espanca. Desiludida com seu casamento e debilitada com a morte de seu irmão Apeles, Florbela ingere uma quantidade excessiva de Veronal (um sonífero extremamente forte e nocivo para doentes pulmonares e cardíacos) e se suicida em 8 de Dezembro de 1930, exatamente no dia de seu aniverário de 36 anos.
POLVO ASSADO À MODA DO PORTO
Polvo assado à moda do Porto
Receita enviada por Margareth
50min / 6 porções
Ingredientes
* 1 polvo grande
* 8 dentes de alho
* 4 batatas grandes cortadas ao meio
* 2 copos de azeite de oliva
* Sal a gosto
Modo de Preparo
1. Lave bem o polvo, limpe os tentáculos, coloque na panela de pressão coberto com água
2. Quando começar a ferver deixe mais 5 minutos, espere sair toda pressão e retire o polvo da panela
3. Coloque em uma forma refratária, coloque as batatas pré-cozidas, ao redor pique o alho em rodelas, para cada tentáculo 1 dente de alho
4. Salpique sal e por último o azeite de oliva
5. Leve ao forno coberto com papel alumínio por 30 minutos
Receita enviada por Margareth
50min / 6 porções
Ingredientes
* 1 polvo grande
* 8 dentes de alho
* 4 batatas grandes cortadas ao meio
* 2 copos de azeite de oliva
* Sal a gosto
Modo de Preparo
1. Lave bem o polvo, limpe os tentáculos, coloque na panela de pressão coberto com água
2. Quando começar a ferver deixe mais 5 minutos, espere sair toda pressão e retire o polvo da panela
3. Coloque em uma forma refratária, coloque as batatas pré-cozidas, ao redor pique o alho em rodelas, para cada tentáculo 1 dente de alho
4. Salpique sal e por último o azeite de oliva
5. Leve ao forno coberto com papel alumínio por 30 minutos
O ÚLTIMO ADEUS A PEPE
José Manuel Soares Louro, o famoso Pepe, o primeiro grande craque português, formado nas bases do Belenenses, nasceu a 30 de Janeiro de 1908 (embora certas fontes apontem o dia 29), filho de Maria José da Silva Soares e de Julião Soares Gomes. O local terá sido a casa da família, na Rua do Embaixador, nº17, em Belém (outras fontes referem – talvez por lapso – que teria nascido na Covilhã, terra de origem da família.
Foi em Belém que cresceu o “Pepe” (diminutivo de José - talvez por influência dos muitos galegos que viviam na zona de Belém, próximo ao Restelo onde fica o estádio do Belenenses. Sujeito a enormes vicissitudes, no seio de uma família pobre, num bairro à época pobre. O pai vendia hortaliça com uma carroça, de porta em porta. A mãe tinha uma banca de fruta no antigo Mercado de Belém (já desaparecido, situava-se em frente da atual Rua Vieira Portuense, sendo contíguo ao antigo Campo do Pau do Fio). E aqueles parcos rendimentos serviam para sustentar, para além do Pepe, mais cinco irmãos: Ana (a mais velha, que era quem tomava conta da casa e dos outros), Rogério, Suzana e ainda outros dois (mais novos).
Na mesma Rua do Embaixador, porém, tinha o Pepe ilustres vizinhos. Também de famílias humildes, mas que se iam tornando famosos por todo o país, graças ao que parecia uma brincadeira de crianças, mas que já animava multidões, o futebol. Ali viviam alguns dos melhores futebolistas, dos tempos do Sport Lisboa, das Terras do Desembargador (logo acima da rua)… e dos primeiros anos do Belenenses. Entre os quais, Artur José Pereira, então o melhor jogador de todo o País e principal fundador do Clube, cuja fama por certo não deixaria indiferente a miudagem da rua. Recorde-se que à data da fundação do Belenenses tinha o Pepe 11 anos.
Não terá sido assim surpreendente que José Manuel Soares, o Pepe, como tantos outros rapazes, viesse a engrossar as fileiras de jovens promessas do novo Clube (de antigas tradições). Em 1924, com 16 anos, começou a jogar na 4ª “categoria” (escalões jovens). A 18 de Outubro desse mesmo ano, foi promovido diretamente à 2ª categoria (logo abaixo da equipa de “honra”), o que demonstra bem a sua qualidade.
A estreia e conquista do primeiro Campeonato de Lisboa
O grande momento, a estreia pela equipa principal, aconteceu a 28 de Fevereiro de 1926, tinha o Pepe apenas 18 anos. É bastante conhecido o episódio, em que o capitão Augusto Silva chamou o rapazinho para entrar em campo, logo contra o Benfica. Mas já lá vamos. Menos conhecida é a verdadeira razão da chamada de José Manuel Soares à 1ª categoria. Assim a revelou Joaquim Dias, um dos sócios fundadores, em entrevista ao Jornal do Belenenses:
“- O Artur José Pereira, depois de aturada conversa comigo, na altura tesoureiro do clube, deliberou tomar tal decisão [de incluir o Pepe na 1ª categoria], apesar do receio que tinha em que a massa associativa não gostasse, devido à pouca idade do inesquecível atleta.”
Assim ficamos a saber que o grande mestre do futebol português, Artur José Pereira, que ajudou a formar tantos jogadores de excelência (até finais dos anos 30), também esteve ligado à progressão do Pepe - embora discretamente, como lhe era habitual.
Pepe, 1931: O adeus de um campeão
Homenagem por ocasião do 75º aniversário do falecimento de Pepe (24 de Outubro de 2006)
No final da manhã do dia 23 de Outubro de 1931 deu entrada no Hospital de Marinha um jovem torneiro de metais, de fato de ganga e bóina, queixando-se de violentas dores na barriga. Viria a falecer no dia seguinte, tendo sido em vão todos os esforços para o salvar.
Nos dias que se seguiram, a notícia da sua morte surge nas capas dos jornais; ao seu funeral acorre uma infindável multidão; de todo o país e do estrangeiro chegam manifestações de pesar. Mais tarde, erguem um monumento em sua memória e uma rua de Lisboa passa a ter o seu nome. Quem era, afinal?
Era José Manuel Soares, o “Pepe”, um dos melhores jogadores de sempre do Belenenses e da história do futebol português.
VICENTE CELESTINO
Vicente Celestino
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Informação geral
Nome completo: Antônio Vicente Filipe Celestino
Apelido: Voz Orgulho do Brasil
Nascimento: 12 de setembro de 1894
Origem: Rio de Janeiro, RJ
País: Brasil
Data de morte: 23 de agosto de 1968 (73 anos)
Gêneros: MPB
Extensão: vocal tenor
Período em atividade: 1915-1968
Gravadora(s): Odeon, Columbia, RCA Victor
Antônio Vicente Filipe Celestino (Rio de Janeiro, 12 de setembro de 1894 — São Paulo, 23 de agosto de 1968) foi um dos mais importantes cantores brasileiros do século XX.
Biografia
Nasceu no bairro de Santa Teresa, filho de italianos da Calábria. Dos seis homens (eram onze irmãos), cinco dedicaram-se ao canto e um ao teatro (Amadeu Celestino). Desde os 8 anos, por causa de sua origem humilde, Celestino teve de trabalhar: sapateiro, vendedor de peixe, jornaleiro e, já rapaz, chefe de seção numa indústria de calçados.
Começou cantando para conhecidos e era fã de Enrico Caruso. Antes do teatro cantava muito em festas, serenatas e chopes-cantantes. Estreou profissionalmente cantando a valsa Flor do Mal no teatro São José e fez muito sucesso e também entrou no seu primeiro disco vendendo milhares de cópias em 1916 na Odeon (Casa Edison).
Em 1920 montou uma companhia de operetas, mas sem nunca deixar o carnavalesco de lado, emplacando sucessos como Urubu Subiu. Rapidamente, depois de oportunidade no teatro, alcançou renome. Formou companhias de revistas e operetas com atrizes-cantoras, primeiro com Laís Areda e depois com Carmen Dora. As excursões pelo Brasil renderam-lhe muito dinheiro e só fizeram aumentar sua popularidade. Nos anos 20, reinava absoluto como ídolo da canção. Na década de 30 começou a demonstrar seus dotes como compositor resultando em clássicas de seu reportório, como 'O Ébrio', sua música mais lembrada até hoje (inclusive transformada em filme por sua esposa). Vicente Celestino teve uma das mais longas carreiras entre os cantores brasileiros. Quando morreu, às vésperas dos 74 anos, no Hotel Normandie, em São Paulo, estava de saída para um show com Caetano Veloso e Gilberto Gil, na famosa gafieira "Pérola Negra", que seria gravado para um programa de televisão.
Na fase mecânica de gravação, fez cerca de 28 discos com 52 canções. Com a gravação elétrica, em 1927, sentiu uma certa inaptação quanto ao rendimento técnico, logo superada. Aí recomeçaria os sucessos cantados em todo o Brasil. Em 1935 foi contratado pela RCA VICTOR, praticamente daí sua única gravadora até falecer. No total, gravou em 78 RPM cerca de 137 discos com 265 músicas, mais dez compactos e 31 LPs, nestes também incluídas reedições dos 78 RPM.
Vicente Celestino, que tocava violão e piano, foi o compositor inspirado de muitas das suas criações. Duas delas dariam o tema, mais tarde, para dois filmes de enorme público: O Ébrio (1946) e Coração Materno (1951). Neles Vicente foi dirigido por sua mulher Gilda Abreu (1904 - 1979), cantora, escritora, atriz e cineasta.
Celestino passaria incólume por todas as fases e modismos, mesmo quando, no final dos anos 50, fiel ao seu estilo, gravou "Conceição", "Creio em Ti" e "Se Todos Fossem Iguais a Você". Seu eterno arrebatamento, paixão e inigualável voz de tenor, fizeram com que o povo o elegesse como A Voz Orgulho do Brasil.
Nunca saiu do Brasil e manteve sua voz grave que era marca registrada independente do estilo musical que estava executando. Teve suas músicas regravadas por grandes nomes, como Caetano Veloso, Marisa Monte e Mutantes.
Sucessos
* Urubu Subiu, autor desconhecido (c/Bahiano; 1917)
* À Luz do Luar, de sua autoria (1928)
* Ai, Ioiô (Linda Flor), Cândido Costa e Henrique Vogeler
* Bem-Te-Vi, Melo Morais Filho e Emílio Pestana (1928)
* Caiuby (Canção da Cabocla Bonita), Pedro de Sá Pereira (1923)
* Coração Materno, de sua autoria (1937)
* Dileta, Índio (1933)
* Flor do Mal, Domingos Correia e Santos Coelho (1915)
* Malandragem, Ari Barroso (1933)
* Mia Gioconda, de sua autoria (1946)
* Nênias, Índio (1929)
* Noite Cheia de Estrelas, Índio (1932)
* O Cigano, Gastão Barroso e Marcelo Tupinambá (1924)
* O Ébrio, de sua autoria (1936)
* Ontem ao Luar, Catulo da Paixão Cearense e Pedro de Alcântara (1918)
* Ouvindo-Te, de sua autoria (c/Gilda de Abreu; 1935)
* Patativa, de sua autoria (1937)
* Porta Aberta, de sua autoria (1946)
* Serenata, de sua autoria (1940)
A HISTÓRIA DO CLUBE DE FUTEBOL OS BELENENSES
Clube de Futebol Os Belenenses
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Nome - Clube de Futebol Os Belenenses
Alcunhas - Azuis, Azuis do Restelo, Pastéis
Fundação - 23 de Setembro de 1919
Estádio - Estádio do Restelo,
Capacidade - 20300 cadeiras; pode levar até 32.000; lotação inicial: 44.000.
Presidente - João Almeida
Treinador - José Mota
Competição - Liga Orangina
2009/10 - 15.º na Primeira Liga (despromovido)
2008/09 - 15.º na Primeira Liga
2007/08 - 8.º na Primeira Liga
O Clube de Futebol Os Belenenses, é um clube português fundado em 1919, e tem sede em Lisboa, na freguesia de Belém.
Entre outras conquistas, para além de 3 Campeonatos de Portugal, 3 Taças de Portugal, e 6 Campeonatos de Lisboa, a vitória no Campeonato Nacional, em 1945/1946, foi o momento mais significativo da sua história. Durante décadas fez parte do quarteto dos "Grandes", juntamente com o Porto, Benfica e o Sporting. Até 82/83, estes foram os clubes que estiveram sempre na 1ª Divisão. Em 1933, o Belenenses era o mais poderoso clube de futebol em Portugal: tinha 3 Campeonatos de Portugal, tal como o F.C. Porto, contra 2 do Benfica, 1 do Sporting, 1 do Olhanense e 1 do Marítimo, e era também o clube com mais jogadores presentes na Seleção Nacional desde o início da atividade desta. Manteve esta posição até 1935, e a 2ª posição até 1951. Ainda hoje é o 4º clube com mais internacionalizações, com cerca do dobro dos 5º e 6º (Boavista e Vitória de Setúbal).
Modalidades Amadoras
Andebol
Atletismo
Basquetebol
Natação
Secção de Rugby
Triatlo e Duatlo
Futsal
Condecorações
Estádio do Restelo
Pavilhão Acácio Rosa e Piscinas Olímpicas
Jogadores históricos (Futebol)
Revelações recentes
Treinadores famosos (de Futebol)
Praticantes Famosos de Modalidades extra-Futebol
Dirigentes Históricos
Adeptos famosos
Dados Históricos e Relevantes
Banco de pedra com inscrição alusiva ao local de nascimento do Belenenses.
Apesar da sua massa associativa envelhecida, tem alguns simpatizantes noutros países (ex colónias portuguesas e comunidades emigrantes no estrangeiro). Prova disso são as suas casas e núcleos fora do país: Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Angola, São Tomé e Príncipe, Timor, Bélgica, Estados Unidos da América e Canadá. O Belenenses tem ainda cerca de 50 filiais e núcleos em Portugal continental e ilhas.
Por exemplo, na final da Taça de Portugal de 2007, havia faixas a assinalar presenças de adeptos de: Suíça, Canadá, Minho, Bragança, Vila Real, Porto, Ermesinde, Vila do Conde, Espinho, Estarreja, Viseu, Repeses, Covilhã, Coimbra, Tomar, Óbidos, Peniche, Elvas, Laranjeiro, Costa da Caparica/Trafaria, Litoral Alentejano, Santiago do Cacém, Faro… além dos núcleos da Fúria Azul, não só da grande Lisboa e Margem Sul, como ainda do Alentejo e de Ovar…
Ao final da Temporada 2006/2007 o Belenenses havia conquistado 2.197 pontos em 1900 partidas, com 811 vitórias, 445 empates, 634 derrotas, 3.109 golos a favor, 2.391 contra em 68 participações na primeira divisão do Campeonato Português, sendo este o quarto melhor retrospecto entre as equipas portuguesas, com larga distância do 5ª (Vitória de Guimarães).
«Digamos que o Belenenses, parecendo uma inevitabilidade, nasceu de um impulso. Mas, mais do que ter vindo ao mundo numa maternidade ao ar livre, surpreendeu pela robustez e, sobretudo, pela determinação dos seus fundadores que enfrentaram o dédalo formado por más vontades, intrigas e ausência total de desportivismo de várias forças. Chegou ao desporto português, à revelia dos interesses bizantinos de muitas e boas almas.
Ao longo da sua história, o Belenenses defrontou e venceu algumas das mais poderosas e conhecidas equipas do mundo: o Barcelona, o Valência, o Borussia Dortmund (na Alemanha), o Bayer Leverkusen, o Monaco, o Olympique Lyonnais, o Vasco da Gama , o Cruzeiro de Belo Horizonte, o Newcastle, o Deportivo de La Coruña,o Bayern de Munique, o Sevilha, o Stade de Reims, o Dínamo de Zagreb e... o Real Madrid (uma das vezes por 3-0!). Com o Real Madrid, o mais bem sucedido clube mundial do século XX, o Belenenses teve fortes ligações: foi especialmente convidado para inaugurar o Estádio daquele clube, e voltou a sê-lo quando o estádio fez as bodas de prata e houve a festa de homenagem ao hexacampeão europeu, Gento.
O Belenenses foi o primeiro clube português a participar na Taça UEFA, estreando-se com um empate 3-3 em casa dos escoceses do Hibernian.
Registo ainda para o fato de o Belenenses ter sido a equipa a marcar mais golos num só jogo de todos os campeonatos nacionais: 15-2 à Académica. Aliás, no espaço de uma semana ganhou também por 14-1 ao Salgueiros, ou seja, marcou 29 golos em duas jornadas. Na Taça de Portugal tem a segunda maior goleada de sempre com 17-0 ao GD Vila Franca. Entre os clubes que foram goleados pelo Belenenses, contam-se o Sporting (9-0, 6-0 e 5-0), o Benfica (8-3 em casa e 5-0 em campo neutro), o Futebol Clube do Porto (7-3 em casa e 6-2 e 4-0 fora) e o Sporting Clube de Braga (9-3), ou ainda o Vitória de Guimarães (12-1), o Boavista (10-0) e o Vitória de Setúbal (9-0), para referir alguns dos mais cotados.
Emblema
O emblema do Belenenses é relativamente simples e pouco se alterou do original, apenas com mudanças nas cores (e padrões) e no escudo.
O emblema atual é constituido por um escudo branco (com margens azuis), duas faixas azuis em X (com margens brancas), Cruz de Cristo ao centro e as iniciais do clube (CFB) foram postas em três dos quatro espaços brancos (em preto).
Ao longo do tempo o emblema foi gradualmente alterado até ao atual (que mesmo assim não difere muito do inicial), o original era parecido ao atual. diferindo apenas na forma do escudo, que era mais triângular e a cor que era um azul acinzentado, mais tarde o fundo do emblema foi arredondado e as margens do escudo e das faixas passaram a ser douradas. Em tempos mais recentes as margens (do escudo e das faixas) passaram a ser azuis, as iniciais passaram a ser douradas e mantiveram o escudo, as modificações seguintes iriam da origem ao emblema atual.
Variações históricas
Talvez a variação mais dramática do emblema em relação à evolução deste, foi um emblema usado pelo Belenenses na década de 70 que consistia num escudo branco com margens
douradas, a Cruz de Cristo ao centro e as iniciais (CFB) dentro do escudo por cima da cruz.
Futebol
Campeonato Nacional da 1ª Divisão
Campeonato Português - 1945/46
3 vezes Vice-Campeão Nacional da 1ª Divisão - 1936/37; 1954/55; 1972/73
14 vezes 3º classificado no Campeonato Nacional da 1ª Divisão - 1939/40; 1940/41; 1941/42; 1942/43; 1944/45; 1947/48; 1948/49; 1952/53; 1955/56; 1956/57; 1958/59; 1959/60; 1975/76; 1987/88;
9 vezes 4º classificado no Campeonato Nacional da 1ª Divisão - 1934/35; 1935/36; 1938/39; 1946/47; 1949/50; 1951/52; 1953/54; 1957/58; 1962/63;
6 vezes melhor defesa do Campeonato Nacional da 1ª Divisão - 1939/1940; 1940/1941; 1942/1943; 1945/1946; 1946/1947; 1947/1948
2 vezes melhor ataque do Campeonato Nacional da 1ª Divisão - 1940/1941; 1942/1943
2 vezes melhor diferença de golos do Campeonato Nacional da 1ª Divisão - 1940/1941; 1942/1943
8 vezes Invicto nos jogos em casa - 1934/1935; 1942/1943; 1945/1946; 1951/1952; 1956/1957; 1958/1959; 1975/1976; 1989/1990
3 prémios de melhor Marcador do Campeonato Nacional da 1ª Divisão ("Bola de Prata") - 1952/1953 (Matateu, 29 golos); 1954/1955 (Matateu, 32 golos); 2005/2006 (Meyong, 23 golos)
Campeonatos de Portugal: 3 : - 1926/1927; 1928/1929 e 1932/1933
Vice-Campeão de Portugal: 3 :- 1925/26; 1931/32; 1935/36
Taça de Portugal: 3 : - 1941/1942; 1959/1960; 1988/1989
6 vezes finalista vencido da Taça de Portugal - 1939/40; 1940/41; 1947/48; 1963/64; 1985/86; 2006/07
12 vezes semi-finalista da Taça de Portugal - 1950/51; 1953/54; 1955/56; 1960/61; 1961/62; 1962/63; 1969/70; 1971/72; 1974/75; 1980/81; 1989/90; 2003/04
Outros campeonatos e taças
1 Campeonato Nacional da 2ª Divisão - 1983/1984
6 Campeonatos de Lisboa - 1925/1926; 1928/1929; 1929/1930; 1930/1931; 1943/1944; 1945/1946
6 vezes Vice-Campeão de Lisboa - 1919/1920; 1924/1925; 1926/1927; 1930/1931; 1932/1933; 1938/1939
9 Taças de Honra da Associação de Futebol de Lisboa - 1943/1944; 1945/1946; 1959/1960; 1960/1961; 1969/1970; 1975/1976; 1989/1990; 1993/1994
1 Taça Intertoto - Vencedor de Série - 1974/1975 (não reconhecido pela UEFA)
1 Campeonato Nacional de Reservas - 1955/1956
1 Campeonato Nacional de Juniores - 1946/1947
2 vezes Vice-Campeão Nacional de Juniores - 1957/1958; 1981/1982
5 Campeonatos de Lisboa, em Juniores - 1936/1937; 1939/1940; 1946/1947; 1947/1948; 1952/1953
1 Campeonato de Lisboa, em Juvenis - 1983/1984
1 Campeonato Nacional de Iniciados - 1975/1976
Vencedor da Taça Beleneneses / Sporting / Porto - 1920/1921
Vencedor da Taça "Mutilados da Guerra" - 1922/1923
Vencedor da Taça "O Século" - 1922/1923
Vencedor da Taça Camões - 1923/1924
Vencedor da Taça Serra e Moura - 1931/1932
4 Taças Dr. Sá Oliveira - 1935/1936, 1936/1937, 1939/1940 e 1940/1941
2 Taças Engº Ávila Melo - 1946/1947 e 1947/1948
Vencedor da Taça Tamagnini Barbosa - 1949/1950
Vencedor da Taça Câmara Municipal do Porto - 1951/1952
Vencedor da Taça Lisboa - 1952/1953
Vencedor da Taça Frederico Louret - 1954/1955
Vencedor da Taça Dr. Oliveira Duarte - 1958/1959
Vencedor da Taça Tejo - 1969/1970
Vencedor da Taça Azul e Branco - 1981/1982
Vencedor do Torneio Guadiana - 2003/2004
Torneios Internacionais
* Vencedor do Torneio de Melila - 1969/1970
* Vencedor do Torneio Príncipe de Espanha - 1974/1975
* Vencedor do Troféu Presidente - 1975/1976
* Vencedor do Torneio Cidade Real - 1975/1976
* Vencedor do Torneio Cidade de Córdoba - 1975/1976
* Vencedor do Torneio Cidade de Marbella - 1983/1984
* Vencedor do Torneio 1º de Maio - 1986/1987
* Vencedor do Troféu T.A.P. - 1987/1988
* Vencedor do Troféu Internacional Cidade do Porto - 2002/2003
* Vencedor do Torneio de Casablanca - 2006/2007
Presenças em competições continentais
* 9 presenças na Taça UEFA
* 1 presença na Taça das Taças/Recopa Europeia
* 1 presença na Taça Latina
* 3 presenças na Taça Intertoto
Presença
* 5 Campeonatos Nacionais
* 1 Campeonato Nacional na variante de 11
* 1 Campeonato Metropolitano
* 4 Taças de Portugal
* 1 Taça da Liga
* 2 Supertaças de Portugal
* 1 Taça Presidente da República
* 4 Campeonatos de Lisboa
* 5 Campeonatos de Lisboa na variante de 11
* 6 Campeonatos Nacionais de Juniores
* 3 Campeonatos Nacionais de Juniores na variante de 11
* 1 Campeonato Nacional de Juvenis
* 8 Campeonatos de Lisboa, em Juniores
* 3 Campeonatos de Lisboa, em Juniores na variante de 11
* 6 Campeonatos de Lisboa, em Juvenis
* 1 Campeonato de Lisboa, em Iniciados
* 3 Campeonatos de Lisboa, em Infantis
* 1 Taça de Portugal, no Sector Feminino
* 1 Campeonato de Lisboa, no Sector Feminino
* 1 Campeonato de Lisboa, em Juniores Femininos
Atletismo
* 10 Campeonatos Nacionais em Equipas Femininas
* 13 Campeonatos de Lisboa em Equipas Femininas
* 3 Campeonatos Nacionais de Juniores em Equipas Femininas
* 4 Campeonatos de Lisboa de Juniores em Equipas Femininas
* 1 Campeonato Nacional de Juniores, em Equipas Masculinas
* 2 Campeonatos de Lisboa de Juniores, em Equipas Masculinas
* 1 Campeonato Nacional de Juvenis em Equipas Femininas
* 2 Campeonatos de Lisboa de Juvenis em Equipas Femininas
* 1 Campeonato Nacional de Juvenis em Equipas Masculinas
* 1 Campeonato de Lisboa de Juvenis em Equipas Masculinas
* 1 Campeonato Nacional de Iniciados, em Equipas Masculinas
* 1 Campeonato Regional de Iniciados, em Equipas Masculinas
* 1 Campeonato Regional de Infantis, em Equipas.
* 4 Campeonatos Nacionais de Corta Mato em Equipas Masculinas
* 3 Campeonatos Individuais de Corta Mato, no Sector Masculino
* 2 Campeonatos de Lisboa Corta Mato em Equipas Masculinas
* 2 Campeonatos Individuais de Lisboa de Corta Mato, no Sector Masculino
* 1 Campeonato Nacional de Corta Mato, em Juniores Masculinos
* 1 Campeonato Nacional de Corta Mato, em Juvenis Masculinos
* 1 Campeonato Nacional de Corta Mato, em Iniciados Masculinos
* 2 Campeonatos Individuais de Corta Mato, no Sector Feminino
* 2 Campeonatos Nacionais de Marcha Atlética por Equipas
* 1 Campeonato Nacional de Salto à Vara
* 8 Campeonatos Nacionais de Salto em Comprimento
* 3 Campeonatos Nacionais de Triplo Salto
* 1 Medalha de Ouro nos Campeonatos Mundiais de Juniores de Atletismo
* 2 Medalhas de Ouro nos Jogos Paraolímpicos
* 1 Medalha de Ouro no Campeonato Europeu de Atletismo – invisuais
* 1 Medalha de Prata no Campeonato Europeu de Atletismo - invisuais
* 1 Medalha de Prata no Campeonato Europeu de Triplo Salto
Basquetebol
* 2 Campeonatos Nacionais
* 2 Taças de Portugal
* 1 Taça "Federação"
* 1 Liga de Verão
* 4 Campeonatos de Lisboa
* 3 Campeonatos Nacionais, em Juniores
* 3 Campeonatos Nacionais, em Juvenis
* 2 Campeonatos Nacionais, em Infantis
* 8 Campeonatos de Lisboa, em Juniores
* 4 Campeonatos de Lisboa, em Juvenis
* 5 Campeonato de Lisboa, em Infantis
* 1 Campeonato Nacionais, no Sector Feminino
* 7 Campeonatos de Lisboa, no Sector Feminino
Natação
* 3 nadadores atravessaram o Estreito de Gibraltar (1962 e 2010).
* 1 participação nos Jogos Olímpicos em Águas Abertas (Beijing 2008)
* 2 Campeonatos Nacionais de Águas Abertas (Masters) 2009 e 2010
* Vencedor do Circuito Nacional de Águas Abertas 2009
* 2 Vitórias no Challenge Open Water 2009 e 2010.
Secção de Rugby
* 7 Campeonatos Nacionais (1955/56; 1957/58; 1962/63; 1972/73; 1974/75; 2002/03; 2007/2008)
* 3 Campeonatos Nacionais de "Sevens"
* 3 Taças de Portugal
* 4 Supertaças de Portugal
* 3 Taças de Honra
* 11 Campeonatos de Lisboa
* 13 Campeonatos Nacionais, em Juniores
* 3 Taças Ibéricas, em Juniores
* 8 Campeonatos Nacionais, em Juvenis
* 4 Taças de Portugal, em Juvenis
* 4 Supertaças de Portugal, em Juvenis
* 6 Campeonatos Nacionais de Iniciados
* 1 Taça de Portugal de Iniciados
* 1 Campeonato de Lisboa de Iniciados
Triatlo e Duatlo
Conquistas Internacionais:
* 1 Campeonato Mundial de Juniores Individuais em Triatlo
* 1 Campeonato Europeu de Juniores Individuais em Triatlo
* 1 Medalha de Bronze na Taça do Mundo de Triatlo.
* 1 Medalha de Prata na Taça da Europa de Triatlo.
* 1 Medalha de Prata no Campeonato Europeu de Juniores Femininos
* 1 Medalha de Bronze no Campeonato Europeu de Juniores Femininos
* 1 Medalha de Prata no Triatlo Internacional de Makuhari
* 1 Medalha de Prata nos Campeonatos Ibero-Americanos de Triatlo
* 1 Medalha de Bronze nos Campeonatos Ibero-Americanos de Triatlo
* 1 Medalha de Prata no Campeonato Europeu de Juniores de Duatlo
Futsal
* 1 Taça de Portugal
* 1 Campeonato Nacional da 3ª Divisão
* 1 Campeonato Nacional da 2ª Divisão
Condecorações
* Instituição de Utilidade Pública
* Comendador da Ordem Militar de Cristo
* Oficial da Ordem de Benemerência
* Ordem de Benemerência da Cruz Vermelha
* Benemérito da Cruz de Malta
* Medalha de Mérito Desportivo
* Medalha de Ouro da Cidade de Lisboa
Estádio do Restelo
O Estádio do Restelo foi inaugurado a 23 de Setembro de 1956, tendo feito em 2006, 50 anos, com o Clube a realizar uma série de eventos comemorativos. A lotação original era de 44.000 pessoas (com projeto para aumentar para 62.000), tendo esgotado pela 1ª vez em 1 de Fevereiro de 1959. Hoje, tem cerca de 22.000 cadeiras, num total de lugares para cerca de 32.000. Mas a maior assistência ter-se-á verificado em Outubro de 1975, quando 60.000 pessoas assistiram à vitória do Belenenses sobre o Benfica, por 4-2, alcançado os azuis a liderança do Campeonato Nacional. Geralmente considerado um dos mais belos estádios Portugueses, foi durante anos local de eleição para mostrar a ilustres visitantes estrangeiros, desde a Rainha de Inglaterra ao Imperador da Etiópia.
Pavilhão Acácio Rosa e Piscinas Olímpicas
Integram ainda o complexo desportivo do Restelo 2 campos relvados (um sintético) e 1 pelado, 1 Pavilhão Gimnodesportivo e umas Piscinas Olímpicas.
O Pavilhão foi inaugurado em 1977, com grandes sacrifícios, sendo-lhe 15 anos mais tarde dado o nome de "Acácio Rosa", um grande dirigente, historiador e amigo das modalidades no Belenenses. Inicialmente com lotação para mais de 3.000 pessoas, tem hoje capacidade para cerca de 1.700 lugares (com a colocação de cadeiras). É temido pelo ambiente nele gerado no apoio às equipas do Belenenses, sobretudo em Andebol.
As piscinas olímpicas, as únicas que um clube de futebol de topo possui em Portugal, foram inauguradas em 1993, depois de um longo processo. Já tiveram cerca de 3.000 utentes mas encontram-se em crise.
Jogadores históricos (Futebol)
O Belenenses teve nas suas fileiras alguns dos maiores jogadores portugueses de sempre. Entre estes, destacam-se:
* Artur José Pereira - Fundador do clube. 25 anos depois de ter posto termo à sua carreira, era ainda considerado o melhor jogador português de sempre. Como treinador, ganhou para o Belenenses 2 Campeonatos de Portugal e 3 Campeonatos de Lisboa. Incansavelmente, lançava e formava muitos dos grandes jogadores do Belenenses no primeiro quartel da sua existência. O seu corpo está depositado num mausoléu do Belenenses, no cemitério da Ajuda, juntamente com Pepe e Matateu.
* Augusto Silva - Juntamente com César de Matos, Pepe e Alfredo Ramos, fez do Belenenses o clube mais representado na seleção portuguesa na sua primeira grande participação internacional, nos jogos Olímpicos de Amsterdão. Augusto Silva foi um autêntico herói em Amsterdão. Em 1934, tornou-se o jogador português com mais internacionalizações de sempre, posição que manteve durante 16 anos. Como jogador, ganhou, sempre ao serviço do Belenenses, 3 Campeonatos de Portugal (e foi 2 vezes vice-Campeão) e 4 Campeonatos de Lisboa. Mais tarde, como treinador, conduziu o Belenenses à conquista do Campeonato Nacional de 1946 - foi o 1ª treinador lusitano a ser Campeão Nacional.
* Pepe - Seu nome próprio era José Manuel Soares. Apesar de ter morrido envenenado, aos 23 anos de idade, deixou marca no futebol, tornando-se uma lenda e um mito do futebol português e do Belenenses. Para o homenagear, o clube deu o seu nome ao Estádio das Salésias e erigiu-se um monumento com um magnífico baixo-relevo, depois levado para o Estádio do Restelo. Pepe detém ainda hoje o recorde de golos num jogo oficial: 10. Apesar da idade em que morreu, ganhou 2 Campeonatos de Portugal e 3 Campeonatos de Lisboa. Estreou-se no Belenenses, aos 18 anos de idade, em 28 de Fevereiro de 1926, num jogo épico, em que o Belenenses venceu o Benfica por 5-4, quando estava a perder a 15 minutos do fim. Pepe fez o golo da vitória, neste de um dos muitos "quartos de hora à Belenenses" que durante muitos anos foi marca distintiva do popular clube. Na seleção Nacional, estreou-se aos 19 anos e com tal brilho que, depois de marcar 2 golos à França, foi levado em triunfo pelo público. Foi-lhe dado o nome ao Estádio das Salésias e erigido uma baixo-relevo, depois transferido para o Restelo.
* Mariano Amaro - Capitão da equipa Campeã Nacional em 1946, jogador genial, chamado o "Einstein do futebol português", tornando-se durante décadas um modelo para os médios-ala. Foi também, durante muito tempo, um dos jogadores com mais internacionalizações. As suas disputas com o jogador Pinga, do F.C.Porto, outro grande jogador, marcaram uma época.Além do Campeonato Nacional de 1946, ganhou a Taça de Portugal de 1942 e os Campeonatos de Lisboa (ao tempo quase tão importantes como os Campeonatos Nacionais) de 1943/44 e 1945/46.
* As Torres de Belém - Esta era a denominação dada a Capela, Feliciano, Vasco, Francisco Gomes (esquecido porquê? Condecorado com a Medalha de Mérito Desportivo do C.F.B. em 1946) e, em algumas versões, Serafim das Neves. Todos foram campeões em 1946. Os três defesas e o Guarda-Redes Capela fizeram do Belenenses, várias vezes, a defesa menos batida do Campeonato. Destacavam-se pela sua altura, envergadura e pujança física, e ficaram célebres os seus duelos com o ataque do Sporting, os famosos "cinco violinos". Feliciano, em 1946, foi considerado o melhor defesa central da Europa. Serafim das Neves foi um dos jogadores com mais internacionalizações da sua época. Era o capitão da equipa que, em 1955, perdeu tragicamente o Campeonato a 4 minutos do fim, quando o Sporting fez o golo do empate e ofereceu o título ao Benfica. Foi um golpe duríssimo no clube de Belém, e um momento importante de fortuna para o Benfica, que vivia jejum de títulos, antes da sua fama europeia dos anos de 60. Além deste Campeonato de 1955, o Belenenses esteve perto de ser Campeão em 1935, 1937, 1943, 1945 e 1959 - seis títulos que poderia ter juntado ao Campeonato Nacional de 1946 e aos Campeonatos de Portugal de 1927, 1929 e 1933.
* Matateu - Foi, certamente, um dos maiores jogadores portugueses de sempre e indiscutivelmente o melhor de todos em potência de remate e finta curta e veloz dentro da grande área. Muitos dos que o viram jogar afirmam que era no mínimo um jogador de tanta classe como Eusébio. Recentemente, em votação promovida pelo jornal Record foi considerado, juntamente com Figo e Rosa Mota, o 4º melhor desportista português de sempre. À sua frente ficaram Eusébio, Carlos Lopes (que foi treinador um ou dois anos no Belenenses) e nos 10 primeiros ficaram ainda António Livramento (assumido adepto do Belenenses)e Jesus Correia (idem, pelo menos até acabar por ser um símbolo do Sporting). Porém, na votação feita apenas pelos leitores, Matateu ficou em 1º lugar, só descendo após a votação dos jornalistas.
* Vicente - Nascido em 24 de Setembro de 1935, é, talvez, a maior lenda viva do Belenenses. Além da grande carreira que teve, e da ininterrupta ligação ao Belenenses, desde 1954 até hoje, é irmão do grande Matateu. No Belenenses conquistou (e viu escapar), aliás, os mesmos títulos que o seu irmão. Foi ele, como capitão de equipa, que recebeu e ergueu a Taça de Portugal de 1960. Chegou a Portugal no início da época de 54/55, graças à intervenção de grandes belenenses radicados em Moçambique, como o Capitão Francisco Soares da Cunha. Estreou-se na festa de despedida de Feliciano (um dos campeões de 1946 ainda vivos, juntamente com Artur Quaresma, Andrade e Sério), marcando logo um golo ao F.C.Porto. De resto, em Moçambique jogava a avançado; mas, em Portugal e no Belenenses, fixou-se como médio e, depois, como defesa. Jogador fino e elegante, sempre correto, era, porém, de eficácia tremenda na marcação a jogadores adversários de pendor atacante. Ficou lendário por ter sido de todos os jogadores do mundo, o que melhor marcava o maior futebolista de todos os tempos, o brasileiro Pelé - fato reconhecido por este, que lhe tributava a maior admiração, expressa várias vezes (por exemplo, em entrevista ao jornal "Record" em 1963). Isso mesmo aconteceu no Mundial de 1966, onde, juntamente com José Perreira, foi um dos jogadores azuis ao serviço da Selecção de Portugal. Na altura, o jornal Inglês Daily Mail elegeu-o o defesa mais elegante do mundo. Envergou a camisola das quinas por 20 vezes. Em pleno apogeu da sua carreira individual, logo após o Mundial de 1966, sofreu um acidente de viação que lhe afetou gravemente um dos olhos, obrigando-o a pôr prematuramente termo à carreira. Pouco tempo depois, em 22 de Janeiro de 1967, foi alvo de uma homenagem ímpar: teve lugar em todos os campos onde se jogou, então, uma jornada dos Campeonatos Portugueses. Desde então para cá, permaneceu sempre ligado ao Belenenses, por vezes como Treinador Adjunto e também como técnico das escolas de jogadores com o seu nome.
* José Pereira - Defendeu as balizas do Belenenses durante quase 15 anos, desde 1953 a 1967. Venceu a Taça de Portugal de 1960 e as Taças de Honra de 1959/60 e 1960/61; foi Vice-Campeão Nacional em 1955. Ficou 5 vezes em 3º lugar e 2 vezes em 4º lugar. Os seus voos elegantes, que lhe permitiam defesas espectaculares, valeram-lhe o cognome de "O Pássaro Azul". Esteve presente no Mundial de 1966, alinhando em todos os jogos mesmo no primeiro, e contribuindo assim para o 3º lugar alcançado por Portugal. De resto, fora extremamente importante para garantir a qualificação de Portugal para a fase final disputada em Inglaterra, ao defender um penalty contra a Checoslováquia, garantindo a vitória de Portugal, reduzido a 10 jogadores, por 1-0 em casa do adversário, num dos jogos mais épicos da Seleção Nacional.
* César de Matos - Um dos mais represntativos jogadores de sempre do Belenenses. Foi Campeão de Portugal em 1927, 29 e 33 e Campeão de Lisboa em 26, 29, 31 e 32. Cognomimado "o médio que voa", representou 17 vezes a Seleção (era então o 4º jogador com mais internacionalizações), tendo estado nos Jogos Olímpicos de 1928 (ao tempo, a grande competição internacional de seleções, pois só 2 anos depois se iniciaram os Campeonatos do Mundo).
* Stoycho Mladenov - Um dos mais famosos jogadores búlgaros, possuía uma verdadeira classe mundial. Representou a seleção do seu país 59 vezes. Esteve presente na fase final do Campeonato Mundial de 1986. Foi 4 vezes campeão da Bulgária e chegou a uma meia-final da Taça dos Campeões Europeus pelo CSKA. Foi 1 vez o melhor marcador do Campeonato Búlgaro. Esteve no Belenenses entre 1986 e 1989. Foi 3º classificado em 87/88 e vencedor da Taça de Portugal em 89, além de ter estado presente nas vitórias sobre o Barcelona (87) e Bayer Leverkusen (88) para a Taça Uefa. Ao longo da sua carreira apontou 154 golos. Mladenov já foi treinador da seleção búlgara.
* Batista - Médio de classe mundial. Esteve no Belenenses na época de 87/88, já em fim de carreira, contribuindo para o 3º lugar. Esteve presente em duas fases finais do Campeonato Mundial (1978 e 1982) ao serviço da Seleção do Brasil. Jogou também nos campeonatos italiano e espanhol.
* Meyong - Internacional de Camarões, representou o Belenenses em 2005/2006, tendo sido o melhor marcador do Campeonato Português.
* Marco Aurélio - Guarda-redes brasileiro, que representou o Belenenses entre 1998 e 2007, se aposentando nesse mesmo ano. Por suas belas defesas, foi muitas vezes considerado o melhor ou um dos melhores guarda-redes do Campeonato Português.
* Henrique Guedes da Silva, o "Catanha" - Foi contratado pelo Belenenses a meio da época de 1995/96, num esforço para garantir a presença na Taça Uefa, que escapou por um lugar (o Belenenses ficou em 6º). Rapidamente mostrou a sua classe. Rumou a Espanha, onde representou o Salamanca, o Málaga e o Celta. Foi o 2º melhor marcador no Campeonato Espanhol em 2000. A sua eficácia continuou nos anos seguintes, tendo obtido a naturalidade espanhola, e representado esta seleção. Voltou ao Belenenses, onde esteva na 2ª metade da época 2004/05.
* José António - Capitão da equipa vencedora da Taça de Portugal em 1989. 3º lugar em 87/88. Vencedor da Taça de Honra de 89/90. Representou a seleção Nacional, tendo alinhado na fase final do Campeonato Mundial do México, em 1986. Atuou em 6 jogos da Taça Uefa e 2 jogos da Taça das Taças.
* Jaime - Esteve no Belenenses durante 6 anos, obtendo um 3º lugar e estando presente nas finais da Taça de Portugal de 1986 e 1989. Vencedor da Taça de Honra de 89/90. 9 vezes internacional pela seleção A.
* Jorge Martins - Um dos grandes guarda-redes da história do Belenenses. 3º lugar em 87/88, vencedor da Taça de Portugal de 1989, finalista vencido em 1986. Esteve presente nas fases finais do Campeonato da Europa de 1984 e do Campeonato do Mundo de 1986.
* Luís Sobrinho - Esteve 4 épocas ao serviço do Belenenses, de 1985 a 1989. Ganhou uma Taça de Portugal, foi finalista de outra e 3º classificado num Campeonato. Representou a seleção de Portugal 8 vezes, tendo sido selecionado para a fase final do Campeonato do Mundo de 1986.
* José Mário - Extraordinário Defesa Esquerdo brasileiro que representou o Belenenses desde 1987 a 1991. Também jogava a defesa central ou a extremo esquerdo. As suas arrancadas desde a sua área até à linha final ou à baliza contrária eram temíveis e ficaram famosas. Foi, por algum tempo, o melhor defesa esquerdo do Campeonato Português. Vencedor da Taça de Portugal em 1989 e 3º classificado em 1988.
* Alfredo Quaresma - Representou o Belenenses, na categoria principal, desde 61/62 até 76/77. Vice-Campeão em 1973, 3º lugar em 1976, 4º lugar em 1963. Vencedor da Taça de Honra de 1969. Foi 4 vezes internacional, apontando um golo. Era costume marcar em jogos decisivos ou importantes, quando avançou de defesa central para médio. Por exemplo, marcou no jogo com o Real Madrid em Dezembro de 1972, quando o Belenenses foi convidado para as Bodas de Pratas do estádio dos madrilenos e para a festa de despedida do hexacampeão europeu Paco Gento. Também brilhou nos jogos da Taça UEFA com o Barcelona de Cruyff, Neeskens e Heredía em 76/77 (2-2 no Restelo; 2-3 em Barcelona). Já falecido, é tio-avô de Ricardo Quaresma.
* Vítor Godinho - Vindo das camadas jovens, onde foi internacional, representou a 1ª categoria do Belenenses desde 1961 a 1977. Vice-Campeão em 1973, 3º lugar em 1976, 4º lugar em 1963. Vencedor da Taça de Honra de 1969. Internacional. Em 1973, a asa esquerda do Belenenses, com João Cardoso (ou Pietra), Godinho e Gonzalez foi considerada a melhor da Europa.
* Pietra - Jogador dos anos 70. Vice-Campeão-Nacional em 1973 e 3º classificado em 1976. Transferiu-se para o Benfica em 76/77. 28 vezes internacional.
* Fernando Freitas - Jogador dos anos 60 e 70. Vice-Campeão-Nacional em 1973 e 3º classificado em 1976. Transferiu-se para o F.C.Porto em 76/77. Foi 9 vezes internacional.
* Alfredo Murça - Vice-Campeão Nacional em 1973. Transferiu-se a seguir para o F.C.Porto. Foi 5 vezes internacional.
* Paco Gonzalez - Jogador paraguaio, internacional pelo seu país nos anos 70. O Belenenses foi buscá-lo ao Real Madrid. Com um pé esquerdo extraordinário, evidenciou classe mundial. Foi por várias vezes o melhor marcador da equipa. Exímio marcador de livres, dos quais resultaram muitos golos.
* Félix Mourinho - Pai do treinador José Mourinho, defendeu com muita eficácia as redes do Belenenses desde 1969 a 1974, tendo chegado a internacional. Enquanto jogador, chegou a ser adjunto do treinador (Homero Serpa, que serviu o clube dessa forma numa emergência). Ele foi vice-Campeão-Nacional em 1973.
* Alfredo Ramos - Esteve presente nos Jogos Olímpicos de 1928. o Belenenses, com 4 jogadores, foi a equipa mais representada na seleção de Portugal. Foi 3 vezes Campeão de Portugal e 4 vezes Campeão de Lisboa pela equipa azul.
* José Simões - Outro grande e malogrado jogador do Belenenses, pois morreu aos 31 anos. Foi titular da Seleção Nacional entre 1936 e 1941, jogando no setor defensivo. No clube, conquistou o Campeonato de Portugal de 32/33, a Taça de Portugal de 41/42 e o Campeonato de Lisboa de 43/44. Foi Vice-Campeão de Portugal em 1934 e Vice-Campeão Nacional em 1937.
* Raúl Figueiredo - Defesa dos anos 50. Capitaneou a equipa nos jogos de inauguração do Restelo. Vice-Campeão Nacional em 54/55, 3º classificado em 52/53, 55/56, 56/57 e 58/58 e 4º lugar (a pior classificação do clube na década) em 51/52, 53/54 e 57/58. Jogou 3 vezes na Seleção. Em 1984 foi adjunto do treinador Jimmy Meliá.
* Di Pace - Jogador argentino de grande classe, internacionalmente famoso, que representou o clube entre 1953 e 1958. De técnica refinada, as suas fintas e passes de mestre causaram sensação. No Belenenses obteve um 2º lugar, três 3ºs lugares e dois 4ºs lugares. Voltou à Argentina, mas veio visitar Portugal e o "seu" Belenenses em 1984 e 2004.
* Artur Quaresma - Um dos imortais do Belenenses que está ainda entre nós, como uma verdadeira lenda viva. Nasceu em 1917, tendo chegado ao Belenenses, vindo do Barreirense, na época de 36/37. A sua carreira regista a conquista de 1 Campeonato Nacional (46), 1 Taça de Portugal (42) e 2 Campeonatos de Lisboa (43/44 e 45/46). Foi vice-campeão Nacional em 1937. Ficou ainda 6 vezes em 3º lugar e 3 vezes em 4º lugar. Foi finalista em mais 3 Taças de Portugal. Marcou no jogo decisivo do Campeonato de 46, no qual assinou 14 golos, apesar de não ser ponta de lança, mas interior direito, na finbal da Taça de Portugal de 1942, e brilhou a grande altura nos jogos com o Real Madrid em 1845 e 1947. Depois da despedida como jogador, continuou o seu trabalho, já antes iniciado, nos escalões de formação do Belenenses.
* Rafael - Um dos campeões de 1946, marcando aliás o jogo decisivo, contra o SL Elvas, para onde o Benfica mandara um treinador (Valadas) tempo antes, a fim de evitar a conquista do título pelo Belenenses. Foi 1 vez Campeão Nacional, 1 vez vice-Campeão Nacional, ficou 6 vezes em 3º lugar, obteve 2 Campeonatos de Lisboa, ganhou 1 Taça de Portugal e esteve em mais 2 finais, foi ainda finalista vencido de um Campeonato de Portugal. Brilhou nos jogos com o Real Madrid, incluindo a inauguração do estádio do gigante espanhol. Pela Seleção A, foi internacional por 6 vezes. Na última das vezes, o Belenenses tinha 5 jogadores no Onze Nacional.
* Yaúca- Jogador do fim da década de 50 e princípio da década de 60. Vencedor da Taça de Portugal de 1960 e das Taças de Honra de 1959 e 60. 3º Lugar nos Campeonatos de 59 e 60, 4º lugar, em 63. Presente em jogos europeus com a Roma, o Barcelona, o Hibernian, etc., em que fez sensação. Avançado de grande qualidade, foi o 3º melhor marcador do Campeonato de 61/62. Representou a Seleção Nacional por 10 vezes, marcando 4 golos. Devido às tremendas dificuldades financeiras que o Belenenses passava, foi transferido para o Benfica em 64/65, o que, mesmo assim, provocou grande consternação e descontentamento entre largos setores de adeptos.
* Scopelli, Tárrio e Telechia - Trio de argentinos de grande classe, que chegaram ao Belenenses em 39/40 e introduziram novos conceitos tácticos em Portugal. Alejandro Scopelli, que particpara no Campeonato Mundial de 1934, como jogador, ao serviço da Argentina, foi também treinador do Belenenses, tanto no fim da década de 40, como na década de 70, obtendo um 2º e um 3º lugar.
* José Luís - Avançado e goleador que conquistou os 3 Campeonatos de Portugal e 4 Campeonatos de Lisboa, sendo ainda 1 vez Vice-Campeão de Portugal. Internacional.
* Rodolfo Faroleiro - Outro histórico do Belenenses. Como jogador, foi 2 vezes Campeão de Portugal e 3 vezes Campeão de Lisboa. Como treinador, conquistou a Taça de Portugal de 41/42.Em 31/32, nos 1/8 de final do Campeonato de Portugal, o Belenenses venceu o Sporting Fora por 6-0 e em Casa por 9-0 - Rodolfo marcou 5 dos 15 golos.
Revelações recentes
O Clube de Futebol os Belenenes está a apostar cada vez mais forte na formação de novos jogadores com a perspectiva de integrar a equipa sénior de futebol, como Adolfo, jovem guarda-redes que treina já com o plantel sénior, os jovens Fredy, Pelé, Abel Camará (emprestado ao plantel de seniores do Estrela da Amadora, e no juvenis "A" o jovem defesa-central Cláudio.
Treinadores famosos (de Futebol)
Pode dizer-se que passaram pelo Belenenses todos os mais famosos treinadores portugueses:
* Artur José Pereira - o grande mestre, fundador do Belenenses, o 1º cultor de tácticas Português.
* Augusto Silva - Primeiro treinador Português a ganhar o Campeonato Nacional.
* Cândido de Oliveira - um dos "pais" da seleção nacional e do desenvolvimento do futebol Português.
* José Maria Pedroto - Esteve no Belenenses nos anos 50, não como treinador, mas como jogador. Necessitado de dinheiro para construir o Restelo (visto ter sido despojado das Salésias), e num tempo em que as transferências internacionais eram raras, o Belenenses viu-se obrigado a vendê-lo ao F.C.Porto, por uma verba record. Em 1974, esteve quase a vir como treinador para o Belenenses, que nesse mesmo ano também tentou contratar Rinus Michels, Campeão Holandês e Europeu pelo Ajax, Campeão Espanhol pelo Barcelona e Vice-Campeão Mundial e Campeão Europeu pela Holanda, vencedor da Taça Uefa pelo Bayer Leverkusen (curiosamente, sendo na edição seguinte eliminado pelo Belenenses).
* Fernando Vaz - Treinou o Belenenses em 58/59 (3º lugar) e em 63/64.
* Mário Wilson - Treinador do Belenenses no fim dos anos 60.
* Artur Jorge - Acabando a sua carreira em Portugal, como jogador, no Belenenses, voltou ao clube como treinador em 81/82 mas não completando a época. O Clube viveu então momentos terríveis, com falta de dinheiro, tendo algumas atitudes de Artur Jorge sido muito questionadas.
* Carlos Queirós - O atual Seleccionador Nacional, que foi 2 vezes Campeão Mundial Juniores, bem como técnico do Real Madrid e adjunto de Sir Alex Ferguson no Manchester United iniciou-se como treinador no Belenenses, em 1982, com a equipa de Juniores.
* José Mourinho - o "Special One", vencedor da Taça UEFA em 2003, da Liga dos Campeões em 2004 e treinador (2 vezes Campeão Inglês) ao serviço do Chelsea, jogou no Belenenses, sendo, aliás, filho do guarda-redes Félix Mourinho.
Entre os treinadores estrangeiros, destacam-se:
* Fernando Riera - Vice-Campeão Nacional em 54/55 (o tal título perdido a 4 minutos do fim), ficou em 3º lugar no Campeonato Mundial de 1962, no comando do Chile.
* Helenio Herrera - Esteve no Belenenses em 57/58. Cognominado "o Mago". Tinha já treinado a selecção de França, conquistado 2 campeonatos de Espanha pelo Atlético de Madrid e sido Vice-Campeão pelo Sevilha. Depois do Belenenses, treinou o Barcelona (2 Taças Uefa e 2 Campeonatos e 1 Taça de Espanha); o Inter (2 Taças dos Campeões, 1 Taça Intercontinental, 3 Campeonatos e 1 Taça de Itália); a Roma (1 Taça de Itália); as seleções de Espanha e de Itália.
* Henry Depireux - Em 1986 e 1987, fez o Belenenses regressar à final da Taça de Portugal e às competições europeias. Foi o 1º, no final de 1985, a falar na existência de "um sistema" em Portugal. Entre outros, treinou o Metz, o FAR de Rabat (onde foi finalista da Taça Africana dos clubes Campeões) )e as seleções de Camarões (ao serviço da qual foi vice-Campeão africano) e do Congo.
* Alejandro Scopelli - 3º lugar em 47/48; 2º lugar em 72/73; 5º lugar em 73/74.
* Otto Glória - Ganhou a Taça de Portugal de 59/60 (ano em que o clube foi 3º no Campeonato) e as Taças de Honra de 59/60 e 60/61. Conduziu a Seleção de Portugal ao 3º lugar no Mundial de 66.
* Marinho Peres - Ganhou a Taça de Portugal de 1989. 3º lugar em 88.
* Abel Braga - Treinou o Belenenses na 2ª metade da época de 91/92, em 92/93 e começo de 93/94. Esteve 23 jogos sem perder. Recentemente, foi vencedor da Taça dos Liberdadores da América (equivalente à liga dos Campeões na Europa) e do Mundial Inter-Clubes pelo Internacional de Porto-Alegre. Treinou equipas como o Flamengo (tendo sido Campeão Carioca), Atlético Paranaense, Coritiba, Atlético Mineiro e Ponte Preta, Vasco da Gama e Marselha.
Praticantes Famosos de Modalidades extra-Futebol
* Alfredo Azinheira (andebol/basquetebol) mais títulos coletivos conquistados
* José Freitas (Nadador, atravessou o estreito de Gibraltar em 1962)
* João Silva Marques
* Rómulo Trindade
* Natividade
* Ana Linheiro
* Georgete Duarte
* Joaquim Branco
* Rui Ramos
* José Manuel
* Hernâni
* Franco
* Ferreira
* Espadinha
* Alberto Oliveira
* José Pinto (Atleta de Marcha, esteve presente nos Jogos Olímpicos de 1984, 1988 e 1992. Numa das provas obteve um 8º lugar.)
* Margarida Carmo
* Maria João Falcão
* Naide Gomes
* Francis Obikwelu
* Vanessa Fernandes
* Bruno Pais
* Alfredo Trindade
* Anaís Moniz (Campeã Mundial e Europeia de Juniores em Triatlo, também já participou em Campeonatos Mundiais de Duatlo e Ciclismo.)
* Diogo Mateus
* João Uva
* Sara Tenrinho (Triatleta) (Vice-Campeã Nacional Juvenil)
* Andreia Lopes (Triatleta) (Campeã Nacional Juvenil)
* Isabel Abreu (Nadadora de alta competição)
* Luisa Abreu (Nadadora de alta competição)
* Susana Oliveira (Nadadora de alta competição)
* Lara Pinheiro (Nadadora de alta competição)
* Miguel Saraiva (Nadador de alta competição)
* Miguel Quintas (Nadador de alta competição)
* Francisco Quintas (Nadador de alta competição)
* António Rebolo (Nadador de alta competição)
* André Santos (Nadador de alta competição)
* Madalena Lopes (Nadadora de alta competição)
* Rita Costa (Nadadora de alta competição)
* Diogo Teixeira (Nadador de alta competição)
* Afonso Ribeiro (Nadador de alta competição)
* Daniela Inácio (Nadadora, Olímpica Beijing 2008, Águas Abertas)
* Vítor Cunha (Nadador Master, vice-campeão Mundial)
* Isabel Ferreira (Nadadora Master, campeã e recordista nacional)
* Luís Cavaleiro Madeira (Nadador Master, campeão e recordista nacional)
* Alexandre Pereira (Nadador Master, atravessou o estreito de Gibraltar em 2010)
* Manuel Silva (Nadador Master, atravessou o estreito de Gibraltar em 2010)
Dirigentes Históricos
Reis Gonçalves Presidiu à Junta Diretiva logo aquando da fundação do clube, e foi Presidente entre 1920 e 1922. Foi Presidente da Assembleia-Geral entre 1934 e 1948 e entre 1950 e 1955.
José Luís Moura - Presidente entre 1925 e 1931. Durante os seus mandatos, obtiveram-se os terrenos e começou-se e inaugurou-se o Estádio das Salésias. Conquistou-se 2 Campeonatos de Portugal (mais uma vez Vice-Campeão) e 3 Campeonatos de Lisboa.
José Rosa - Presidente entre 1932 e 1934, esteve ligado à conquista de 1 Campeonato de Portugal (sendo Vice-Campeão no ano anterior) e de 1 Campeonato de Lisboa e ao início de expansão das Salésias, que se viriam a tornar no maior e melhor complexo desportivo Português.
Francisco Mega - Foi o dirigente que foi mais anos Presidente: entre 1935 e 1938; entre 1939 e 1941 e entre 1950 e 1954. Nos seus dois primeiros mandatos, arrelvaram-se as Saleias, e cobriu-se a bancada dos sócios, bem como construiu-se um Campo de treinos, tudo coisas então únicas em Portugal. Esteve-se presente em 2 finais da Taça de Portugal e numa final do Campeonato de Portugal. no último mandato, lutou duramente pela construção do Restelo, e viu chegar jogadores como Matateu e Di Pace.
Coelho da Fonseca - Presidente em 1938, permitiu a continuação dos trabalhos de expansão das Salésias. Entre 1967 e 1969, integrou uma Junta Directiva, que fez trabalho de grande relevo num momento difícil do clube, juntamente com Acácio Rosa e Fernando Olavo Gouveia da Veiga.
Em 1956 foi o Presidente da Comissão de cativação de lugares para o Estádio do Restelo, medida original e "futurista" na época, que mais tarde viria a ser imitada por todos os outros clubes.
Salvador do Carmo - Na sua Presidência conquistou-se a Taça de Portugal de 1942. Veio a ser Selecionador Nacional.
Constantino Fernandes - Presidente entre 1942 e 1944, ficando ligado à conquista do Campeonato de Lisboa de 43/44 e em 1946, ano em que o Belenenses foi Campeão Nacional.
Octávio de Brito- Presidente da época de 45/46, em que se conquistou o Campeonato de Lisboa e, embora já depois da sua saída, o Campeonato Nacional. Voltou em 47/48, e continuando a prestigiar o clube, e na sequência das ligações que no anterior mandato encetara com o Real Madrid, o Belenenses foi convidado para inaugurar o Estádio dos madrilenos.
Acácio Rosa - Foi eleito Presidente do Belenenses aos 36 anos. Mas, antes disso, já tinha já tinha recebido a Cruz de Cristo de Ouro, a mais alta distinção do Clube. Foi uma distinção bem merecida, pois, entre outros trabalhos: introduziu no clube o Andebol e o Voleibol; esteve, como Vice-Presidente, com a nossa equipa que inaugurou o Estádio do Real Madrid e participou na escolha do local para a construção do Estádio do Restelo; pagou do seu bolso a iluminação do Campo de Basquetebol nas Salésias e, durante anos, as despesas de 5 modalidades amadoras. Incondicionalmente apaixonado do Belenenses, esteve sempre presente nas horas dramáticas e para tributar gratidão a quem a merecia. Escreveu vários livros, alguns deles muito volumosos, com a história do Belenenses desde 1919 a 1994, ano anterior ao da sua morte. Foi o 1º selecionador Nacional de Andebol. Foi galardoado pelos governos Português e Francês. Atualmente é perpetuado entre os azuis dando o nome ao Pavilão Gimnodesportivo.
Pascoal Rodrigues - O Presidente aquando da Inauguração do Estádio do Restelo. Vice-Campeão Nacional em 1955.
Francisco Soares da Cunha - - Presidente em 1957. O grande dinamizador da construção e acabamento do Estádio do Restelo.Esteve ligado à vinda para o clube de jogadores como Matateu, Vicente e Yaúca.
Vale de Guimarães- Presidente em 1960, aquando da conquista da 2ª Taça de Portugal e em 1964 (corte de relações com o Sporting, por causa do caso Carlitos).
Baptista da Silva - Longa dedicação ao clube, no qual tem ocupado vários cargos em órgãos sociais, foi Presidente entre 1972-74, num período de ressurgimento do Belenenses, que foi Vice-Campeão em Futebol e Campeão em Andebol e Rugby, além de se estrear em provas europeias de Ténis e Andebol.
Mário Rosa Freire - Presidente de 1982 a 1990, o maior número de anos seguidos. Nos seus mandatos, conquistou-se uma Taça de Portugal, esteve-se em outra final e obteve-se um 3º lugar, além de participações na Taça das Taças e Taça Uefa. Venceu-se ainda 1 Campeonato e 2 Taças de Portugal em Andebol.
Adeptos famosos
Clube de grande implantação popular, o Belenenses tem tido adeptos em todos os estratos da sociedade portuguesa. Entre os mais conhecidos, destacam-se:
Músicos:
Amália Rodrigues (sem dúvida a mais famosa cantora portuguesa de sempre); Lucinda do Carmo; Carlos do Carmo; João Pedro Pais; Luís Represas (ex-Trovante); Frederico de Freitas (Maestro); Gonçalo da Câmara Pereira; Mirita Casimiro; Paco Bandeira; Pedro Barroso; Tony de Matos.
Atores, escritores, jornalistas ou figuras do Espectáculo:
Albano Homem de Mello, José António Saraiva (ex-Director do Expresso); Badaró; Baptista Bastos; Fernando Ferrão; Francisco Nicholson; Henrique Mendes; Homero Serpa; Humberto Madeira; Jacinto Ramos; João Villaret; Marina Tavares Dias; Pedro Homem de Mello; Raúl Solnado; João Didelet; Sónia Brazão; Sara Santos (Miss Playboy TV Portugal 2006); Filipa Paixão (vencedora do casting FHM de 2006); Hugo Sequeira (Actor de teatro, cinema e televisão); Vítor Ennes (Actor e Modelo); Margarida Pinto Correia (Jornalista e Escritora); Cristina Areia (Atriz); Hélder Agapito (Ator); Pedro Barroso (Ator) ; Samanta Castilho (Modelo); Nuno Perlouro (Jornalista e Pivô da RTP).
Políticos:
- Américo Tomás (ex-Presidente da República); Teixeira Gomes (ex-Presidente da República).
Nota: O fato de um Presidente da República do Estado Novo e de um Presidente da I República terem sido adeptos e sócios do Belenenses desde logo desmente a alegada relação privilegiada do Belenenses com o Estado Novo. De resto, o Belenenses foi 3 vezes Campeão de Portugal antes de Salazar se ter tornado presidente do Conselho, não se conhecendo, aliás, qualquer simpatia clubística da sua parte. Figuras gradas do regime caído em 25 de Abril existiram nos quadros dirigentes de todos os principais clubes portugueses. De resto, o modo como o Belenenses obteve e perdeu tanto as Salésias como o Restelo mostram que foi preterido - e não beneficiado - em comparação com os outros maiores clubes lisboetas (Benfica e Sporting). Também foram seus e só seus os três jogadores que se recusaram a fazer a saudação fascista num jogo com a Espanha: Mariano Amaro, Artur Quaresma e José Simões. Clube plural, há no Belenenses pessoas de direita como de esquerda, como das diferentes opções religiosas e filosóficas ou de distintos estratos sociais.
Outras figuras da política:
António Pinto Leite (ex-deputado pelo PSD); Baltasar Rebelo de Sousa (Ex-Ministro); Carlos Sousa (ex-Presidente da Câmara de Setúbal e antes de Palmela pelo PCP - CDU); Idália Moniz (Secretária de Estado); João Luís Moura (Governador Civil de Lisboa); João Pinho de Almeida (deputado da Assembleia da República pelo CDS e actual presidente do clube); Luís Nobre Guedes (ex-Ministro e ex-deputado pelo CDS); Manuel Sérgio (deputado da Assembleia da República pelo PSN); Marcelino Marques (da Comissão Coordenadora que preparou o 25 de Abril); Mário Duarte (embaixador); Soares Carneiro (candidato à Presidência da República e ex-Chefe do Estado Maior das Forças Armadas); Vale Guimarães (Governador Civil de Aveiro); António Nunes (Presidente da ASAE); António Filipe (Deputado na Assembleia da República pelo PCP - CDU); João Soares (Ex-Presidente da Câmara Municipal de Lisboa)
Desporto:
António Livramento (melhor jogador do mundo de Hóquei em Patins de todos os tempos) Filipe Gaidão (Hóquei em Patins); João Pinto (Andebol); Paulo Simão (jogador com mais internacionalizações em Basquetebol); Salvador do Carmo (Selecionador Nacional e Presidente do Clube); José Maria Antunes (Selecionador Nacional); Gomes da Silva (Coordenador da Seleção Nacional no Mundial de 1966); Humberto Fraga Fernandes (Presidente do Odivelas FC); Décio de Freitas (árbitro); Jorge Coroado (árbitro internacional); Luís Santos (ex-Presidente da Federação Portuguesa de Andebol e da Confederação Portuguesa de Desportos); Homero Serpa (Jornalista do Jornal "A Bola"); Vítor Serpa (Diretor do jornal "A Bola"); Alexandre Pais (Diretor do jornal "Record"); Hélio Nascimento (jornalista do Jornal "Record").
Musa do Belenenses
Matéria em construção...
ARROZ DE SARRABULHO
Arroz de Sarrabulho
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Arroz de sarrabulho acompanhado por rojões à moda do Minho
O Arroz de sarrabulho é um prato de cozinha tipicamente português, da região do Minho. É confeccionado com diversos tipos de carne (porco, vaca e galinha), sangue de porco e diversas especiarias. É servido com algumas carnes desfiadas, ainda "malandrinho", ou seja, com o molho da cozedura ainda muito líquido. É frequentemente acompanhado por Rojões à moda do Minho.
Em 2006, foi criada a confraria do arroz de sarrabulho à moda de Ponte de Lima, como forma de divulgar e realçar o valor gastronómico e histórico deste prato.
RECEITA
VIANA DO CASTELO
Ingredientes:
Para 15 pessoas
* 1250 kg de arroz ;
* 350 g de carne de vaca ;
* meia galinha ;
* 500 g de costela de porco (entrecosto) ;
* 2 ossos frescos da suã (espinhaço) ;
* 500 g de carnes ensanguentadas pertencentes à colada do porco ;
* 1 lombelo (lombo escuro) ;
* 1 chouriço de carne ;
* 2,5 dl de sangue de porco ;
* 1 ramo de salsa ;
* 1 casco de cebola ;
* um quarto de folha de louro ;
* 2 cebolas ;
* 3 dl de azeite ;
* sal ;
* pimenta
Confecção:
Cozem-se as carnes em água abundante com a salsa, o casco de cebola, o louro e o sal.
À parte, prepara-se um refogado pouco puxado com a cebola picada, o azeite, salsa e louro. Rega-se com um pouco da água em que as carnes cozeram e deixa-se ferver.
Quando a calda estiver bem apurada e temperada, introduz-se o arroz. A calda deve ter cerca de três vezes o volume do arroz. Reserva-se a restante para acrescentar se for necessário.
A meio da cozedura do arroz, junta-se o sangue e as carnes, que entretanto se desfiaram (com excepção das da colada). Mexe-se muito bem e deixa-se acabar de cozer.
Serve-se o arroz assim que estiver pronto, enfeitado com as carnes da colada cortadas em bocados e algumas carnes desfiadas que se reservaram para o efeito.
Fonte: Editorial Verbo
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Arroz de sarrabulho acompanhado por rojões à moda do Minho
O Arroz de sarrabulho é um prato de cozinha tipicamente português, da região do Minho. É confeccionado com diversos tipos de carne (porco, vaca e galinha), sangue de porco e diversas especiarias. É servido com algumas carnes desfiadas, ainda "malandrinho", ou seja, com o molho da cozedura ainda muito líquido. É frequentemente acompanhado por Rojões à moda do Minho.
Em 2006, foi criada a confraria do arroz de sarrabulho à moda de Ponte de Lima, como forma de divulgar e realçar o valor gastronómico e histórico deste prato.
RECEITA
VIANA DO CASTELO
Ingredientes:
Para 15 pessoas
* 1250 kg de arroz ;
* 350 g de carne de vaca ;
* meia galinha ;
* 500 g de costela de porco (entrecosto) ;
* 2 ossos frescos da suã (espinhaço) ;
* 500 g de carnes ensanguentadas pertencentes à colada do porco ;
* 1 lombelo (lombo escuro) ;
* 1 chouriço de carne ;
* 2,5 dl de sangue de porco ;
* 1 ramo de salsa ;
* 1 casco de cebola ;
* um quarto de folha de louro ;
* 2 cebolas ;
* 3 dl de azeite ;
* sal ;
* pimenta
Confecção:
Cozem-se as carnes em água abundante com a salsa, o casco de cebola, o louro e o sal.
À parte, prepara-se um refogado pouco puxado com a cebola picada, o azeite, salsa e louro. Rega-se com um pouco da água em que as carnes cozeram e deixa-se ferver.
Quando a calda estiver bem apurada e temperada, introduz-se o arroz. A calda deve ter cerca de três vezes o volume do arroz. Reserva-se a restante para acrescentar se for necessário.
A meio da cozedura do arroz, junta-se o sangue e as carnes, que entretanto se desfiaram (com excepção das da colada). Mexe-se muito bem e deixa-se acabar de cozer.
Serve-se o arroz assim que estiver pronto, enfeitado com as carnes da colada cortadas em bocados e algumas carnes desfiadas que se reservaram para o efeito.
Fonte: Editorial Verbo
MÚSICA CLÁSSICA LUSO/BRASILEIRA
Música erudita brasileira
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Música erudita brasileira é a música que é fruto da erudição e não das práticas musicais populares ou folclóricas brasileiras, que teve seu início no séc XVI com as composições do Padre José Maurício Nunes Garcia, ainda fortemente influenciado pela música produzida na Europa da época.
Genuínamente brasileira, a música erudita tem destaque com a presença de Heitor Villa-Lobos, Camargo Guarnieri, Claudio Santoro e outros, apenas a partir da segunda metade do século XIX.
Na contemporâneidade se produz música erudita brasileira (MEB) em larga escala tanto em nível composicional quanto interpretativo, sendo seus principais representantes os compositores Osvaldo Lacerda, Ronaldo Miranda, Gabriel de Paula Machado e José Penalva, e também os maestros Alceo Bocchino e John Neschling.
Períodos
Primórdios
O que se conhece dos primeiros tempos da música erudita no Brasil é muito pouco. Não se pode pintar um panorama musical nacional durante os dois primeiros séculos de colonização sem sermos obrigados a deixar amplos espaços em branco.
Os primeiros registros de atividade musical consistente no Brasil provêm da atividade dos padres Jesuítas, estabelecidos aqui desde 1549. Dez anos depois já haviam fundado aldeamentos para os índios (as chamadas Reduções) com uma estrutura educativa musical. Neste início, ainda com escasso número de cidades, mesmo as mais importantes não passando de pequenos povoados, também é lembrada a atividade de Francisco de Vaccas como mestre-de-capela e Pedro da Fonseca como organista, ambos ativos na Sé de Salvador.
Ruínas de São Miguel das Missões, no Rio Grande do Sul, um dos aldeamentos Jesuítas onde se praticava música com alto grau de complexidade e refinamento.
Um século mais tarde as Reduções do sul do Brasil, fundadas por Jesuítas espanhóis, conheceriam um florescimento cultural vigoroso e exuberante, onde funcionaram verdadeiros conservatórios musicais, e relatos de época atestam a fascinação do índio pela música da Europa e sua competente participação tanto na construção de instrumentos como na prática instrumental e vocal. Os padrões de estilo e interpretação eram naturalmente todos da cultura da Europa, e o objetivo desta musicalização do gentio era acima de tudo catequético, com escassa ou nula contribuição criativa original de sua parte. Com o passar dos anos os índios remanescentes dos massacres e epidemias foram se retirando para regiões mais remotas do Brasil, fugindo do contato com o branco, e sua participação na vida musical nacional foi decrescendo até quase desaparecer por completo.
O mesmo caso de dominação cultural ocorreu no caso do negro, cuja cultura foi tão decisiva para a formação da música brasileira atual, especialmente a popular. Mesmo com a vinda de maciços contingentes de escravos da África a partir do século XVI, sua raça era considerada inferior e desprezível demais para ser levada a sério pela cultura oficial. Mas seu destino seria diferente do do índio. Logo sua musicalidade foi notada pelo colonizador, e sendo uma etnia mais prontamente integrável à cultura dominante do que os arredios índios, grande número de negros e mulatos passaram a ser educados musicalmente - dentro dos padrões portugueses, naturalmente - formando orquestras e bandas que eram muito louvadas pela qualidade de seu desempenho. Mas a contribuição autenticamente negra à música erudita brasileira teria de esperar até o século XX para poder se manifestar em toda sua riqueza.
É importante assinalar ainda a formação de irmandades de músicos a partir do século XVII, algumas integradas somente por negros e mulatos, irmandades estas que passariam a monopolizar a escrita e execução de música em boa parte do Brasil.
O século XVIII e a Escola Mineira
Chegando ao século XVIII já vemos uma atividade musical bastante intensa em todas as partes do país, dotadas de uma estrutura institucional e educacional mais ou menos estabilizada, formando-se um público apreciador em todas as classes sociais. As pequenas orquestras privadas se multiplicam, as irmandades atuam intensamente, as igrejas apresentam rica variedade de música, as corporações militares possuem suas bandas estáveis e a ópera de matriz napolitana torna-se verdadeira mania. As salas de concerto e teatros aparecem em diversas cidades, especialmente em Salvador, São Paulo, Recife e no Rio de Janeiro - algumas bastante luxuosas.
São de lembrar, na primeira metade do século, os nomes de Luís Álvares Pinto, mestre de capela da Igreja de São Pedro dos Clérigos em Recife, do padre Caetano de Mello de Jesus, compositor e insigne teórico na Bahia, e Antônio José da Silva, o Judeu, que fez sucesso em Lisboa como autor de libretos mordazes, escritos para comédias de costumes que seriam muito encenadas também no Brasil até o Império, e cuja parte musical era do compositor Antônio Teixeira.
Ouro Preto, importante centro musical no século XVIII.
Na segunda metade do século XVIII um grande florescimento musical aconteceu na Capitania das Minas Gerais, especialmente na região de Vila Rica, atual Ouro Preto, de Mariana e do Arraial do Tejuco, hoje Diamantina, onde a extração de grandes quantidades de ouro e diamantes destinados à metrópole portuguesa atraiu uma população considerável, que deu origem a uma próspera urbanização. Ali a vida musical, tanto pública como privada, religiosa ou secular, foi muito privilegiada, registrando-se a importação de grandes órgãos para as igrejas (incluindo um fabricado por Arp Schnitger hoje na Catedral de Mariana) e de partituras de Luigi Boccherini e Joseph Haydn pouco tempo após sua publicação na Europa.
Neste período surgiram os primeiros compositores importantes naturais do Brasil, muitos deles mulatos, escrevendo em um estilo com elementos rococós mas principalmente derivado de uma matriz clássica. Alguns dos autores mais dignos de nota nesta região foram José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita, talvez o mais importante deste grupo, Manoel Dias de Oliveira, Francisco Gomes da Rocha, Marcos Coelho Neto (pai) e Marcos Coelho Neto (filho), todos muito ativos, embora em muitos casos poucas peças de sua produção tenham chegado até nós. Mas dentre o que restou são exemplos notáveis um Magnificat de Manuel Dias de Oliveira e a célebre Antífona de Nossa Senhora, de Lobo de Mesquita. Impressionam as estatísticas da época do apogeu mineiro: no Tejuco existiriam dez regentes em atividade, o que implica um corpo de músicos profissionais de pelo menos 120 pessoas; em Ouro Preto teriam atuado cerca de 250 músicos, e mais de mil em toda a Capitania, sem contar os diletantes, que deveriam compor uma legião adicional, uma quantidade maior do que a que existia na metrópole portuguesa na mesma época.
Com o esgotamento das minas no fim do século o foco da atividade musical se deslocaria para outros pontos, especialmente o Rio de Janeiro e São Paulo, onde merece menção André da Silva Gomes, de origem portuguesa, Mestre de Capela da Catedral, deixando bom número de obras e dinamizando a vida musical da cidade.
Até há pouco tempo em grande parte desconhecido, este acervo de música colonial, quase em totalidade no gênero sacro, vêm recebendo mais atenção no Brasil e também no exterior especialmente após as pesquisas realizadas por Francisco Curt Lange nos anos 40, e hoje está sendo mais amplamente estudado e divulgado.
O Classicismo
Fator crucial para a transformação da vida musical e dos parâmetros estéticos brasileiros seria a chegada da corte portuguesa ao Rio de Janeiro em 1808. Até então o Rio não se distinguia em nada de outros centros culturais do país, sendo mesmo inferior a Minas e aos centros nordestinos, mas a presença da corte alterou radicalmente a situação, concentrando todas as atenções e servindo como grande estímulo a um outro florescimento artístico, já de molde claramente classicista.
Dom João VI havia trazido consigo a vasta biblioteca musical dos Bragança - uma das melhores da Europa na época - e rapidamente mandou vir músicos de Lisboa e castrati da Itália, reorganizando a Capela Real agora com cerca de 50 cantores e uma centena de instrumentistas, e mandou construir um suntuoso teatro, chamado de Real Teatro de São João. A música profana contou com a presença de Marcos Portugal, nomeado Compositor da Corte e Mestre de Música dos Infantes, e de Sigismund von Neukomm, que contribuíram com apreciável quantidade de obras próprias e também para divulgar na capital o trabalho de importantes autores europeus, como Mozart e Haydn.
Padre José Maurício Nunes Garcia.
Neste ambiente atuou o primeiro grande compositor brasileiro, o padre José Maurício Nunes Garcia. Homem de grande cultura para sua origem - era mulato e pobre - foi um dos fundadores da Irmandade de Santa Cecília no Rio, professor de muitos alunos, Pregador Régio e Mestre da Capela Real da Sé durante a estada de Dom João VI no Brasil. Deixou extensa obra de alta qualidade, onde se destacam a Missa Pastoril, a Missa de Santa Cecília, o Officium de 1816, e as intensamente expressivas Matinas de Finados, para coro a capella, além de alguma música instrumental e obras teóricas.
São interessantes neste período também as figuras de Gabriel Fernandes da Trindade, compositor de modinhas e das únicas peças camerísticas remanescentes do início do século XIX, um conjunto de refinados Duos Concertantes para violinos, e João de Deus de Castro Lobo, que atuou nas já decadentes Mariana e Ouro Preto, mas deixando obra de grande qualidade.
Este período de brilho não duraria muito. Em 1821 o rei foi obrigado a retornar a Lisboa, levando consigo a corte, e a vida cultural no Rio esvaziou-se de súbito. Apesar do entusiasmo de Dom Pedro I pela música, sendo ele mesmo autor de algumas peças e da música do Hino da Independência, a difícil situação financeira gerada pela independência não permitia muitos luxos. O incêndio do Teatro de São João em 1824 foi outro golpe, apesar de ter sido restaurado e reinaugurado sob o nome de Teatro de São Pedro de Alcântara e continuar com suas récitas operísticas. Com a abdicação de Dom Pedro em 1831 e a conseqüente instabilidade política e social durante a menoridade de seu sucessor, o cenário se estreitou ainda mais e foi dissolvida a Capela Imperial, permanecendo um punhado de músicos.
Romantismo
A figura central nestes tempos difíceis foi Francisco Manuel da Silva, discípulo do Padre José Maurício e sucessor de seu mestre na Capela. Apesar de ser compositor de escassos recursos, merece crédito por sua importante atividade organizadora, fundando o Conservatório de Música do Rio de Janeiro e sendo o regente do Teatro Lírico Fluminense e depois da Ópera Nacional. Também foi o autor do Hino Nacional Brasileiro. Sua obra refletiu a transição do gosto musical para o Romantismo, quando o interesse dos compositores nacionais recaiu principalmente sobre a ópera. Neste campo a maior figura foi sem dúvida Antônio Carlos Gomes, que compôs óperas com temas nacionalistas mas com estética européia, tais como Il Guarany e Lo Schiavo, que conquistaram sucesso em teatros europeus exigentes como o La Scala, em Milão.
Carlos Gomes
O bel canto estava em seu auge na Europa, e era apreciadíssimo no Brasil, especialmente na capital, mas também em Recife, São Paulo e Salvador. Há registro de inúmeras representações de obras de Rossini, Bellini, Donizetti e mesmo Verdi, além de compositores franceses como Meyerbeer, Adam e Hérold. Em 1857 foi criada a Ópera Nacional, sob inspiração de José Amat, e logo a iniciativa foi respaldada pelo governo. De início dedicada a apresentação de zarzuelas e óperas cômicas, logo passou a incorporar ao repertório obras sérias brasileiras de José Ferreira, Elias Álvares Lobo e Carlos Gomes, e algumas óperas estrangeiras foram encenadas no vernáculo. A voga da ópera perduraria até meados do século XX e seria o motivo para a construção de uma série de teatros importantes, como o Amazonas de Manaus, o Municipal do Rio, o São Pedro em Porto Alegre, o da Paz em Belém e diversos outros, todos de proporções majestosas e decorados com requintes de luxo.
Apesar da primazia da ópera a música instrumental também era praticada, sendo o piano o instrumento privilegiado. Alguns pianistas importantes realizaram recitais aqui, como Sigismond Thalberg em 1855, e Gottschalk fez furor com sua Fantasia Triunfal sobre o Hino Nacional Brasileiro. Nesta época algumas associações privadas se organizaram para realização de recitais e concertos destinados a sócios em São Paulo, onde Alexandre Levy criou o Clube Haydn, e no Rio, onde o Clube Mozart, fundado em 1867, e o Clube Beethoven, de 1882, realizaram centenas de concertos.
Entre os meados do século XIX e o início do século XX tiveram um papel importante através de sua produção com características progressistas Leopoldo Miguez, seguidor da escola wagneriana, Glauco Velásquez, de curta e brilhante aparição, e Henrique Oswald, que empregava elementos do impressionismo musical francês.
Nacionalismo
Após Carlos Gomes passou-se a prestar mais atenção ao que poderia constituir uma música autenticamente brasileira. Neste sentido o rico folclore nacional foi a peça-chave, e compositores utilizaram seus temas para elaborações eruditas, embora ainda seguidoras em linhas gerais de escolas estrangeiras. Brasílio Itiberê da Cunha também foi um dos precursores desta corrente, com sua rapsódia A Sertaneja, para piano, escrita entre 1866 e 1869. Outros nomes importantes são Luciano Gallet e Alexandre Levy, de escola européia, mas que uma forma ou outra buscaram incorporar elementos tipicamente nacionais em sua produção. O caminho estava aberto, e um sabor definitivamente brasileiro pode ser encontrado na obra de Antônio Francisco Braga, e especialmente em Alberto Nepomuceno, que empregou largamente ritmos e melodias do folclore em uma síntese inovadora e efetiva com as estruturas formais de matriz européia. A atuação de Nepomuceno também foi importante por ter ele sido presidente da primeira associação brasileira dedicada a concertos sinfônicos públicos.
Um momento importante foi a realização da Semana de Arte Moderna de 1922. Apesar de ter incluído relativamente pouca música em sua programação, o movimento teria impacto na reformulação dos conceitos sobre a arte nacional. Naquela ocasião se apresentou Heitor Villa Lobos, que viria a ser a figura maior do nacionalismo musical brasileiro.
Villa Lobos.
Villa Lobos empreendeu aprofundadas pesquisas sobre o folclore musical brasileiro, que incorporou largamente em sua produção, e era dono de uma inspiração enérgica e apaixonada. Soube fazer seus elementos nacionais e estrangeiros, eruditos e populares, criando um estilo próprio de grande força e poder evocativo, em uma produção caudalosa que empregava desde instrumentos solo, onde o violão teve um papel de destaque, até grandes recursos orquestrais em seus poemas sinfônicos, concertos, sinfonias, bailados, e óperas, passando pelos múltiplos gêneros da música de câmara vocal e instrumental. Villa Lobos também desempenhou um papel decisivo na vida musical do país em virtude de sua associação com o governo central, conseguindo introduzir o ensino do canto orfeônico em todas as escolas de nível médio. Das suas obras são notáveis a série dos Choros, das Bachianas Brasileiras, as suites intituladas A Prole do Bebê, o Rudepoema, os bailados Uirapuru e Amazonas, e o Noneto.
Outros compositores de gabarito também abordaram em maior ou menor grau o nacionalismo, como Oscar Lorenzo Fernández, Francisco Mignone, Camargo Guarnieri, Luís Cosme, Osvaldo Lacerda e José de Lima Siqueira, e traços desta tendência podem ser encontrados até a contemporaneidade.
Vanguardas e sínteses posteriores
Como reação à escola nacionalista, identificada como servil à política centralizadora de Getúlio Vargas, ergueram-se alguns músicos em 1939 criando o Movimento Música Viva, liderado pelo compositor, professor e musicólogo Hans Joachim Koellreutter, advogando a adoção de uma estética internacionalizante derivada do dodecafonismo. Faziam parte deste grupo Claudio Santoro, César Guerra Peixe, Eunice Catunda e Edino Krieger.
Koellreutter adotava métodos revolucionários de ensino, respeitando a individualidade do aluno e estimulando a livre criação antes mesmo do conhecimento aprofundado das regras tradicionais de composição (harmonia, contraponto e fuga). O Movimento editou uma revista e apresentava uma série de programas radiofônicos divulgando seus princípios e obras de música contemporânea. Em 1946 foi publicado um Manifesto, expressando sua negação do academismo e do formalismo, e sua defesa de uma música excercida conscientemente e com compromisso social, e que refletisse a sociedade e pensamento contemporâneos, mas flexibilizando suas posturas em direção a uma recuperação de elementos diatônicos e populares ainda considerados capazes de veicular a verdade musical da sua época. O movimento encontrou continuidade, embora numa interpretação peculiar, em um núcleo formado em torno da Universidade Federal da Bahia, com Ernst Widmer e Lindembergue Cardoso, dentre outros.
Mais adiante Guerra Peixe e Santoro seguiriam um caminho independente e centrado em regionalismos, influenciando a música popular brasileira instrumental. Outros autores, em busca de um pluralismo idiomático, que fizeram uma utilização livre de materiais tradicionais ou progressistas, folclóricos ou tonais, foram Marlos Nobre, Almeida Prado, e Armando Albuquerque, criadores de estilos muito característicos.
Nos anos 60 um novo impulso criativo apareceu com o movimento Música Nova, liderado por Gilberto Mendes e Willy Corrêa de Oliveira, fundado em 1963 buscando sintetizar o serialismo com as pesquisas mais recentes sobre microtonalidade, processos eletroacústicos e a música concreta, empregando novos recursos notacionais e reavaliando conceitos da semiótica musical, com grande influência sobre a música para teatro. A paradigmática peça Beba Coca-Cola, de Gilberto Mendes sobre texto de Décio Pignatari, causou sensação em sua estréia em 1968 e inaugurou uma tendência multimedia e performática no panorama musical brasileiro.
Os contemporâneos
Atualmente todas as correntes contemporâneas encontram representantes brasileiros, e a música erudita no país segue a tendência mundial de usar livremente tanto elementos experimentais quanto consagrados. Um dado importante foi a introdução da música eletrônica, apesar da relativa defasagem existente no Brasil com relação aos estúdios de criação da Europa e Estados Unidos.
O cenário atual da música erudita no Brasil
Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo em concerto em Campos do Jordão.
Em termos de ensino musical e grupos de interpretação o Brasil encontra-se em posição relativamente boa, dada sua história de poucos séculos, embora não se possa comparar aos países mais desenvolvidos do mundo ocidental. A música erudita ainda recebe escasso apoio oficial, a despeito do crescente número de escolas e de novos músicos ali formados, e do público apreciador. Diversas capitais estaduais e outras tantas cidades do interior dispõem de pelo menos uma orquestra sinfônica estável e uma escola superior de música, mas grupos de nível realmente internacional ainda são poucos, podendo-se citar a Orquestra Sinfônica da USP (OSUSP), a Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB), a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP), Orquestra Sinfônica do Paraná e a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA), além de poucas outras mantidas por grandes empresas como a Orquestra Petrobras Sinfônica. Grupos de câmara são mais numerosos e qualificados, e intérpretes solo já contam-se em milhares, muitos deles de carreira consolidada fora do país. Existem temporadas regulares de ópera em São Paulo e Rio de Janeiro; eventos como o Festival de Inverno de Campos do Jordão tornam-se uma referência nacional, e maestros como Roberto Minczuk, John Neschling, Eleazar de Carvalho, Isaac Karabtchevsky, Gabriel de Paula Machado e José Penalva são respeitados internacionalmente.
Dentre os instrumentistas, são nomes notórios Roberto Szidon, Antonio Meneses, Cussy de Almeida, Gilberto Tinetti, Arnaldo Cohen e Nelson Freire, além das veneradas Eudóxia de Barros, Guiomar Novais e Magdalena Tagliaferro, das primeiras a conquistarem o público estrangeiro. Dos cantores tivemos Zola Amaro, Constantina Araújo, Bidu Sayão. Se destacam atualmente Eliane Coelho, Adélia Issa, Kismara Pessatti, Maria Lúcia Godoy, Sebastião Teixeira e Marília Vargas que hoje se destacam internacionalmente.
Matéria em construção...
Música erudita brasileira é a música que é fruto da erudição e não das práticas musicais populares ou folclóricas brasileiras, que teve seu início no séc XVI com as composições do Padre José Maurício Nunes Garcia, ainda fortemente influenciado pela música produzida na Europa da época.
Genuínamente brasileira, a música erudita tem destaque com a presença de Heitor Villa-Lobos, Camargo Guarnieri, Claudio Santoro e outros, apenas a partir da segunda metade do século XIX.
Na contemporâneidade se produz música erudita brasileira (MEB) em larga escala tanto em nível composicional quanto interpretativo, sendo seus principais representantes os compositores Osvaldo Lacerda, Ronaldo Miranda, Gabriel de Paula Machado e José Penalva, e também os maestros Alceo Bocchino e John Neschling.
Períodos
Primórdios
O que se conhece dos primeiros tempos da música erudita no Brasil é muito pouco. Não se pode pintar um panorama musical nacional durante os dois primeiros séculos de colonização sem sermos obrigados a deixar amplos espaços em branco.
Os primeiros registros de atividade musical consistente no Brasil provêm da atividade dos padres Jesuítas, estabelecidos aqui desde 1549. Dez anos depois já haviam fundado aldeamentos para os índios (as chamadas Reduções) com uma estrutura educativa musical. Neste início, ainda com escasso número de cidades, mesmo as mais importantes não passando de pequenos povoados, também é lembrada a atividade de Francisco de Vaccas como mestre-de-capela e Pedro da Fonseca como organista, ambos ativos na Sé de Salvador.
Ruínas de São Miguel das Missões, no Rio Grande do Sul, um dos aldeamentos Jesuítas onde se praticava música com alto grau de complexidade e refinamento.
Um século mais tarde as Reduções do sul do Brasil, fundadas por Jesuítas espanhóis, conheceriam um florescimento cultural vigoroso e exuberante, onde funcionaram verdadeiros conservatórios musicais, e relatos de época atestam a fascinação do índio pela música da Europa e sua competente participação tanto na construção de instrumentos como na prática instrumental e vocal. Os padrões de estilo e interpretação eram naturalmente todos da cultura da Europa, e o objetivo desta musicalização do gentio era acima de tudo catequético, com escassa ou nula contribuição criativa original de sua parte. Com o passar dos anos os índios remanescentes dos massacres e epidemias foram se retirando para regiões mais remotas do Brasil, fugindo do contato com o branco, e sua participação na vida musical nacional foi decrescendo até quase desaparecer por completo.
O mesmo caso de dominação cultural ocorreu no caso do negro, cuja cultura foi tão decisiva para a formação da música brasileira atual, especialmente a popular. Mesmo com a vinda de maciços contingentes de escravos da África a partir do século XVI, sua raça era considerada inferior e desprezível demais para ser levada a sério pela cultura oficial. Mas seu destino seria diferente do do índio. Logo sua musicalidade foi notada pelo colonizador, e sendo uma etnia mais prontamente integrável à cultura dominante do que os arredios índios, grande número de negros e mulatos passaram a ser educados musicalmente - dentro dos padrões portugueses, naturalmente - formando orquestras e bandas que eram muito louvadas pela qualidade de seu desempenho. Mas a contribuição autenticamente negra à música erudita brasileira teria de esperar até o século XX para poder se manifestar em toda sua riqueza.
É importante assinalar ainda a formação de irmandades de músicos a partir do século XVII, algumas integradas somente por negros e mulatos, irmandades estas que passariam a monopolizar a escrita e execução de música em boa parte do Brasil.
O século XVIII e a Escola Mineira
Chegando ao século XVIII já vemos uma atividade musical bastante intensa em todas as partes do país, dotadas de uma estrutura institucional e educacional mais ou menos estabilizada, formando-se um público apreciador em todas as classes sociais. As pequenas orquestras privadas se multiplicam, as irmandades atuam intensamente, as igrejas apresentam rica variedade de música, as corporações militares possuem suas bandas estáveis e a ópera de matriz napolitana torna-se verdadeira mania. As salas de concerto e teatros aparecem em diversas cidades, especialmente em Salvador, São Paulo, Recife e no Rio de Janeiro - algumas bastante luxuosas.
São de lembrar, na primeira metade do século, os nomes de Luís Álvares Pinto, mestre de capela da Igreja de São Pedro dos Clérigos em Recife, do padre Caetano de Mello de Jesus, compositor e insigne teórico na Bahia, e Antônio José da Silva, o Judeu, que fez sucesso em Lisboa como autor de libretos mordazes, escritos para comédias de costumes que seriam muito encenadas também no Brasil até o Império, e cuja parte musical era do compositor Antônio Teixeira.
Ouro Preto, importante centro musical no século XVIII.
Na segunda metade do século XVIII um grande florescimento musical aconteceu na Capitania das Minas Gerais, especialmente na região de Vila Rica, atual Ouro Preto, de Mariana e do Arraial do Tejuco, hoje Diamantina, onde a extração de grandes quantidades de ouro e diamantes destinados à metrópole portuguesa atraiu uma população considerável, que deu origem a uma próspera urbanização. Ali a vida musical, tanto pública como privada, religiosa ou secular, foi muito privilegiada, registrando-se a importação de grandes órgãos para as igrejas (incluindo um fabricado por Arp Schnitger hoje na Catedral de Mariana) e de partituras de Luigi Boccherini e Joseph Haydn pouco tempo após sua publicação na Europa.
Neste período surgiram os primeiros compositores importantes naturais do Brasil, muitos deles mulatos, escrevendo em um estilo com elementos rococós mas principalmente derivado de uma matriz clássica. Alguns dos autores mais dignos de nota nesta região foram José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita, talvez o mais importante deste grupo, Manoel Dias de Oliveira, Francisco Gomes da Rocha, Marcos Coelho Neto (pai) e Marcos Coelho Neto (filho), todos muito ativos, embora em muitos casos poucas peças de sua produção tenham chegado até nós. Mas dentre o que restou são exemplos notáveis um Magnificat de Manuel Dias de Oliveira e a célebre Antífona de Nossa Senhora, de Lobo de Mesquita. Impressionam as estatísticas da época do apogeu mineiro: no Tejuco existiriam dez regentes em atividade, o que implica um corpo de músicos profissionais de pelo menos 120 pessoas; em Ouro Preto teriam atuado cerca de 250 músicos, e mais de mil em toda a Capitania, sem contar os diletantes, que deveriam compor uma legião adicional, uma quantidade maior do que a que existia na metrópole portuguesa na mesma época.
Com o esgotamento das minas no fim do século o foco da atividade musical se deslocaria para outros pontos, especialmente o Rio de Janeiro e São Paulo, onde merece menção André da Silva Gomes, de origem portuguesa, Mestre de Capela da Catedral, deixando bom número de obras e dinamizando a vida musical da cidade.
Até há pouco tempo em grande parte desconhecido, este acervo de música colonial, quase em totalidade no gênero sacro, vêm recebendo mais atenção no Brasil e também no exterior especialmente após as pesquisas realizadas por Francisco Curt Lange nos anos 40, e hoje está sendo mais amplamente estudado e divulgado.
O Classicismo
Fator crucial para a transformação da vida musical e dos parâmetros estéticos brasileiros seria a chegada da corte portuguesa ao Rio de Janeiro em 1808. Até então o Rio não se distinguia em nada de outros centros culturais do país, sendo mesmo inferior a Minas e aos centros nordestinos, mas a presença da corte alterou radicalmente a situação, concentrando todas as atenções e servindo como grande estímulo a um outro florescimento artístico, já de molde claramente classicista.
Dom João VI havia trazido consigo a vasta biblioteca musical dos Bragança - uma das melhores da Europa na época - e rapidamente mandou vir músicos de Lisboa e castrati da Itália, reorganizando a Capela Real agora com cerca de 50 cantores e uma centena de instrumentistas, e mandou construir um suntuoso teatro, chamado de Real Teatro de São João. A música profana contou com a presença de Marcos Portugal, nomeado Compositor da Corte e Mestre de Música dos Infantes, e de Sigismund von Neukomm, que contribuíram com apreciável quantidade de obras próprias e também para divulgar na capital o trabalho de importantes autores europeus, como Mozart e Haydn.
Padre José Maurício Nunes Garcia.
Neste ambiente atuou o primeiro grande compositor brasileiro, o padre José Maurício Nunes Garcia. Homem de grande cultura para sua origem - era mulato e pobre - foi um dos fundadores da Irmandade de Santa Cecília no Rio, professor de muitos alunos, Pregador Régio e Mestre da Capela Real da Sé durante a estada de Dom João VI no Brasil. Deixou extensa obra de alta qualidade, onde se destacam a Missa Pastoril, a Missa de Santa Cecília, o Officium de 1816, e as intensamente expressivas Matinas de Finados, para coro a capella, além de alguma música instrumental e obras teóricas.
São interessantes neste período também as figuras de Gabriel Fernandes da Trindade, compositor de modinhas e das únicas peças camerísticas remanescentes do início do século XIX, um conjunto de refinados Duos Concertantes para violinos, e João de Deus de Castro Lobo, que atuou nas já decadentes Mariana e Ouro Preto, mas deixando obra de grande qualidade.
Este período de brilho não duraria muito. Em 1821 o rei foi obrigado a retornar a Lisboa, levando consigo a corte, e a vida cultural no Rio esvaziou-se de súbito. Apesar do entusiasmo de Dom Pedro I pela música, sendo ele mesmo autor de algumas peças e da música do Hino da Independência, a difícil situação financeira gerada pela independência não permitia muitos luxos. O incêndio do Teatro de São João em 1824 foi outro golpe, apesar de ter sido restaurado e reinaugurado sob o nome de Teatro de São Pedro de Alcântara e continuar com suas récitas operísticas. Com a abdicação de Dom Pedro em 1831 e a conseqüente instabilidade política e social durante a menoridade de seu sucessor, o cenário se estreitou ainda mais e foi dissolvida a Capela Imperial, permanecendo um punhado de músicos.
Romantismo
A figura central nestes tempos difíceis foi Francisco Manuel da Silva, discípulo do Padre José Maurício e sucessor de seu mestre na Capela. Apesar de ser compositor de escassos recursos, merece crédito por sua importante atividade organizadora, fundando o Conservatório de Música do Rio de Janeiro e sendo o regente do Teatro Lírico Fluminense e depois da Ópera Nacional. Também foi o autor do Hino Nacional Brasileiro. Sua obra refletiu a transição do gosto musical para o Romantismo, quando o interesse dos compositores nacionais recaiu principalmente sobre a ópera. Neste campo a maior figura foi sem dúvida Antônio Carlos Gomes, que compôs óperas com temas nacionalistas mas com estética européia, tais como Il Guarany e Lo Schiavo, que conquistaram sucesso em teatros europeus exigentes como o La Scala, em Milão.
Carlos Gomes
O bel canto estava em seu auge na Europa, e era apreciadíssimo no Brasil, especialmente na capital, mas também em Recife, São Paulo e Salvador. Há registro de inúmeras representações de obras de Rossini, Bellini, Donizetti e mesmo Verdi, além de compositores franceses como Meyerbeer, Adam e Hérold. Em 1857 foi criada a Ópera Nacional, sob inspiração de José Amat, e logo a iniciativa foi respaldada pelo governo. De início dedicada a apresentação de zarzuelas e óperas cômicas, logo passou a incorporar ao repertório obras sérias brasileiras de José Ferreira, Elias Álvares Lobo e Carlos Gomes, e algumas óperas estrangeiras foram encenadas no vernáculo. A voga da ópera perduraria até meados do século XX e seria o motivo para a construção de uma série de teatros importantes, como o Amazonas de Manaus, o Municipal do Rio, o São Pedro em Porto Alegre, o da Paz em Belém e diversos outros, todos de proporções majestosas e decorados com requintes de luxo.
Apesar da primazia da ópera a música instrumental também era praticada, sendo o piano o instrumento privilegiado. Alguns pianistas importantes realizaram recitais aqui, como Sigismond Thalberg em 1855, e Gottschalk fez furor com sua Fantasia Triunfal sobre o Hino Nacional Brasileiro. Nesta época algumas associações privadas se organizaram para realização de recitais e concertos destinados a sócios em São Paulo, onde Alexandre Levy criou o Clube Haydn, e no Rio, onde o Clube Mozart, fundado em 1867, e o Clube Beethoven, de 1882, realizaram centenas de concertos.
Entre os meados do século XIX e o início do século XX tiveram um papel importante através de sua produção com características progressistas Leopoldo Miguez, seguidor da escola wagneriana, Glauco Velásquez, de curta e brilhante aparição, e Henrique Oswald, que empregava elementos do impressionismo musical francês.
Nacionalismo
Após Carlos Gomes passou-se a prestar mais atenção ao que poderia constituir uma música autenticamente brasileira. Neste sentido o rico folclore nacional foi a peça-chave, e compositores utilizaram seus temas para elaborações eruditas, embora ainda seguidoras em linhas gerais de escolas estrangeiras. Brasílio Itiberê da Cunha também foi um dos precursores desta corrente, com sua rapsódia A Sertaneja, para piano, escrita entre 1866 e 1869. Outros nomes importantes são Luciano Gallet e Alexandre Levy, de escola européia, mas que uma forma ou outra buscaram incorporar elementos tipicamente nacionais em sua produção. O caminho estava aberto, e um sabor definitivamente brasileiro pode ser encontrado na obra de Antônio Francisco Braga, e especialmente em Alberto Nepomuceno, que empregou largamente ritmos e melodias do folclore em uma síntese inovadora e efetiva com as estruturas formais de matriz européia. A atuação de Nepomuceno também foi importante por ter ele sido presidente da primeira associação brasileira dedicada a concertos sinfônicos públicos.
Um momento importante foi a realização da Semana de Arte Moderna de 1922. Apesar de ter incluído relativamente pouca música em sua programação, o movimento teria impacto na reformulação dos conceitos sobre a arte nacional. Naquela ocasião se apresentou Heitor Villa Lobos, que viria a ser a figura maior do nacionalismo musical brasileiro.
Villa Lobos.
Villa Lobos empreendeu aprofundadas pesquisas sobre o folclore musical brasileiro, que incorporou largamente em sua produção, e era dono de uma inspiração enérgica e apaixonada. Soube fazer seus elementos nacionais e estrangeiros, eruditos e populares, criando um estilo próprio de grande força e poder evocativo, em uma produção caudalosa que empregava desde instrumentos solo, onde o violão teve um papel de destaque, até grandes recursos orquestrais em seus poemas sinfônicos, concertos, sinfonias, bailados, e óperas, passando pelos múltiplos gêneros da música de câmara vocal e instrumental. Villa Lobos também desempenhou um papel decisivo na vida musical do país em virtude de sua associação com o governo central, conseguindo introduzir o ensino do canto orfeônico em todas as escolas de nível médio. Das suas obras são notáveis a série dos Choros, das Bachianas Brasileiras, as suites intituladas A Prole do Bebê, o Rudepoema, os bailados Uirapuru e Amazonas, e o Noneto.
Outros compositores de gabarito também abordaram em maior ou menor grau o nacionalismo, como Oscar Lorenzo Fernández, Francisco Mignone, Camargo Guarnieri, Luís Cosme, Osvaldo Lacerda e José de Lima Siqueira, e traços desta tendência podem ser encontrados até a contemporaneidade.
Vanguardas e sínteses posteriores
Como reação à escola nacionalista, identificada como servil à política centralizadora de Getúlio Vargas, ergueram-se alguns músicos em 1939 criando o Movimento Música Viva, liderado pelo compositor, professor e musicólogo Hans Joachim Koellreutter, advogando a adoção de uma estética internacionalizante derivada do dodecafonismo. Faziam parte deste grupo Claudio Santoro, César Guerra Peixe, Eunice Catunda e Edino Krieger.
Koellreutter adotava métodos revolucionários de ensino, respeitando a individualidade do aluno e estimulando a livre criação antes mesmo do conhecimento aprofundado das regras tradicionais de composição (harmonia, contraponto e fuga). O Movimento editou uma revista e apresentava uma série de programas radiofônicos divulgando seus princípios e obras de música contemporânea. Em 1946 foi publicado um Manifesto, expressando sua negação do academismo e do formalismo, e sua defesa de uma música excercida conscientemente e com compromisso social, e que refletisse a sociedade e pensamento contemporâneos, mas flexibilizando suas posturas em direção a uma recuperação de elementos diatônicos e populares ainda considerados capazes de veicular a verdade musical da sua época. O movimento encontrou continuidade, embora numa interpretação peculiar, em um núcleo formado em torno da Universidade Federal da Bahia, com Ernst Widmer e Lindembergue Cardoso, dentre outros.
Mais adiante Guerra Peixe e Santoro seguiriam um caminho independente e centrado em regionalismos, influenciando a música popular brasileira instrumental. Outros autores, em busca de um pluralismo idiomático, que fizeram uma utilização livre de materiais tradicionais ou progressistas, folclóricos ou tonais, foram Marlos Nobre, Almeida Prado, e Armando Albuquerque, criadores de estilos muito característicos.
Nos anos 60 um novo impulso criativo apareceu com o movimento Música Nova, liderado por Gilberto Mendes e Willy Corrêa de Oliveira, fundado em 1963 buscando sintetizar o serialismo com as pesquisas mais recentes sobre microtonalidade, processos eletroacústicos e a música concreta, empregando novos recursos notacionais e reavaliando conceitos da semiótica musical, com grande influência sobre a música para teatro. A paradigmática peça Beba Coca-Cola, de Gilberto Mendes sobre texto de Décio Pignatari, causou sensação em sua estréia em 1968 e inaugurou uma tendência multimedia e performática no panorama musical brasileiro.
Os contemporâneos
Atualmente todas as correntes contemporâneas encontram representantes brasileiros, e a música erudita no país segue a tendência mundial de usar livremente tanto elementos experimentais quanto consagrados. Um dado importante foi a introdução da música eletrônica, apesar da relativa defasagem existente no Brasil com relação aos estúdios de criação da Europa e Estados Unidos.
O cenário atual da música erudita no Brasil
Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo em concerto em Campos do Jordão.
Em termos de ensino musical e grupos de interpretação o Brasil encontra-se em posição relativamente boa, dada sua história de poucos séculos, embora não se possa comparar aos países mais desenvolvidos do mundo ocidental. A música erudita ainda recebe escasso apoio oficial, a despeito do crescente número de escolas e de novos músicos ali formados, e do público apreciador. Diversas capitais estaduais e outras tantas cidades do interior dispõem de pelo menos uma orquestra sinfônica estável e uma escola superior de música, mas grupos de nível realmente internacional ainda são poucos, podendo-se citar a Orquestra Sinfônica da USP (OSUSP), a Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB), a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP), Orquestra Sinfônica do Paraná e a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA), além de poucas outras mantidas por grandes empresas como a Orquestra Petrobras Sinfônica. Grupos de câmara são mais numerosos e qualificados, e intérpretes solo já contam-se em milhares, muitos deles de carreira consolidada fora do país. Existem temporadas regulares de ópera em São Paulo e Rio de Janeiro; eventos como o Festival de Inverno de Campos do Jordão tornam-se uma referência nacional, e maestros como Roberto Minczuk, John Neschling, Eleazar de Carvalho, Isaac Karabtchevsky, Gabriel de Paula Machado e José Penalva são respeitados internacionalmente.
Dentre os instrumentistas, são nomes notórios Roberto Szidon, Antonio Meneses, Cussy de Almeida, Gilberto Tinetti, Arnaldo Cohen e Nelson Freire, além das veneradas Eudóxia de Barros, Guiomar Novais e Magdalena Tagliaferro, das primeiras a conquistarem o público estrangeiro. Dos cantores tivemos Zola Amaro, Constantina Araújo, Bidu Sayão. Se destacam atualmente Eliane Coelho, Adélia Issa, Kismara Pessatti, Maria Lúcia Godoy, Sebastião Teixeira e Marília Vargas que hoje se destacam internacionalmente.
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