OMELETES DE OVOS




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A HISTÓRIA DO BOTAFOGO DE FUTEBOL E REGATAS

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Nome: Botafogo de Futebol e Regatas Alcunhas: Estrela Solitária, O Glorioso, Fogão, Alvinegro, Fogo, Time de General Severiano, Bota Torcedor: Botafoguense ou alvinegro Mascote: Manequinho, Pato Donald, Cão (Biriba) Fundação: 1º de julho de 1894 (116 anos) (Regatas) 12 de agosto de 1904 (106 anos) (Futebol) 8 de dezembro de 1942 (67 anos) (Fusão) Mando de jogo em: Stadium Rio Capacidade (mando): 46.953 Presidente: Maurício Assumpção Treinador: Joel Santana Patrocinador: Neo Química Genéricos, Bozzano Material esportivo: Fila Divisão 2010: Campeão estadual, Campeonato Brasileiro, 16 avos de final (Copa) Divisão 2009: Vice-campeão estadual 15º colocado 16 avos de final (Copa) Quartas de Final Ranking nacional 12º lugar, 1615 pontos Website: botafogo.com.br Botafogo de Futebol e Regatas é um clube socioesportivo com sede no bairro homônimo, na capital do Rio de Janeiro. Suas maiores glórias esportivas vêm principalmente do futebol, mas também do remo, voleibol, basquete, esportes aquáticos e outros mais. Fundado para o remo em 1 de julho de 1894 sob o nome de Club de Regatas Botafogo, fundiu-se com o Botafogo Football Club, outro clube, fundado oficialmente em 12 de agosto de 1904, do mesmo bairro, que levava uma trajetória paralela, em 8 de dezembro de 1942. O Botafogo tem como cores o preto e o branco (atualmente o clube também utiliza em seu uniforme a cor intermediária entre o branco e o preto, a cor cinza) e seus torcedores são denominados botafoguenses. Um dos clubes mais tradicionais do Rio de Janeiro e do Brasil, comemorou seu centenário em 1 de julho de 1994 (é o clube mais antigo a disputar a série A do Campeonato Brasileiro de Futebol). Apelidado de o Glorioso pelas goleadas aplicadas no início do século XX, é a equipe de futebol responsável pelo placar mais elástico da história do futebol brasileiro: 24 a 0 sobre o Mangueira. O alvinegro foi muitas vezes base da Seleção Brasileira e é o recordista de convocações, tendo 97 jogadores chamados no geral e também 46 convocações para Copas do Mundo. Depois de viver um próspero momento logo após sua fundação e ter dominado o futebol carioca no início da década de 1930, viveu seu auge nas décadas de 1950 e 1960. Detém o recorde de maior sequência invicta do futebol nacional: 52 partidas sem derrotas entre 1977 e 1978. Após ter vencido a Copa Conmebol (precursora da atual Copa Sul-Americana) de 1993 e o Campeonato Brasileiro de 1995, foi eleito pela FIFA o 12° maior clube de futebol do século XX. Disputou a Série B em 2002 e retornou à Série A no ano seguinte, o Botafogo sagrou-se a única entidade esportiva brasileira campeã em três séculos distintos, XIX, XX e XXI ao vencer o Campeonato Carioca de Futebol em 2006. O Fogão também é o único clube campeão de terra, mar e ar em um mesmo ano. Venceu, entre outras competições, os estaduais de futebol, remo e aeromodelismo em 1962. O time serviu de inspiração para a fundação de outros clubes homônimos, como por exemplo o Botafogo da Paraíba, o Botafogo de Brasília, o Botafogo de Cabo Verde, na África, entre outros. O time já jogou em mais de 100 cidades pelo mundo todo, em quatro continentes. É conhecido pela estrela de cinco pontas em seus distintivos, que lhe dá a alcunha de Estrela Solitária. O Dia do Botafogo é o dia 16 de maio, sancionado pelo Governo de estado do Rio de Janeiro. A data foi escolhida em homenagen ao ex-jogador Nilton Santos, nascido em 16 de maio de 1925. História Em 1891, sob a liderança de Luiz Caldas, foi fundado o Grupo de Regatas Botafogo. O grupo de remo ganhou esse nome em homenagem à enseada do bairro onde competiam seus barcos. Esta associação contava em sua gênese com a participação de membros vindos do Clube Guanabarense, criado em 1874. No contexto da Revolta da Armada, dois líderes revolucionários, o almirante Custódio de Melo e o comandante Guilherme Frederico de Lorena, tinham, respectivamente, dois filhos como sócios do grupo, João Carlos de Melo (John) e Frederico Lorena (Fritz). Esta ligação dos jovens com o grupo levantou suspeitas do governo sobre o Botafogo, que foi obrigado a interromper suas atividades. Por conta da perseguição, John e Fritz deixaram o Rio de Janeiro, e Luiz Caldas foi preso. Luiz Caldas viria a falecer pouco tempo depois, ao final de junho de 1894. Então, os sócios restantes do Grupo de Regatas Botafogo reuniram-se para regulamentar a criação do clube. Com quarenta sócios, em 1 de julho de 1894 era fundado o Club de Regatas Botafogo. Criação do clube Primeira sede do Club de Regatas Botafogo.

A sede do clube era em um casarão, atualmente demolido, no sul da praia de Botafogo, encostado ao Morro do Pasmado, onde hoje termina a avenida Pasteur. Os fundadores do Club de Regatas Botafogo foram Alberto Lisboa da Cunha, Arnaldo Pereira Braga, Arthur Galvão, Augusto Martins, Carlos de Souza Freire, Eduardo Fonseca, Frederico Lorena, Henrique Jacutinga, João Penaforte, José Maria Dias Braga, Julio Kreisler, Julio Ribas Junior, Luiz Fonseca Quintanilha Jordão, Oscar Lisboa da Cunha e Paulo Ernesto de Azevedo. A embarcação botafoguense Diva tornou-se uma lenda nas águas da Baía de Guanabara, tendo vencido todas as 22 regatas que disputou, sagrando-se campeão carioca de 1899. Apesar da larga tradição no esporte, o Club de Regatas Botafogo só foi esta vez campeão carioca de remo (os outros títulos estaduais vieram após a fusão). O Club de Regatas Botafogo foi o primeiro clube carioca campeão brasileiro de alguma modalidade esportiva: de remo, em campeonato realizado no Rio de Janeiro em outubro de 1902, com a vitória do atleta Antônio Mendes de Oliveira Castro, que anos mais tarde viria a se tornar presidente do clube. Na primeira regata disputada pelo recém-fundado Clube de Regatas do Flamengo, os remadores deste bateram em uma boia de sinalização e adernaram, tendo sido salvos por uma guarnição do Botafogo, que rebocou o barco rubro-negro até a linha de chegada. Uma curiosidade na história do Club de Regatas é que seus atletas já haviam se arriscado a praticar o futebol. Isto aconteceu em 25 de outubro de 1903, antes da fundação do Botafogo Football Club. Os remadores botafoguenses reuniram-se com os colegas de esporte do Flamengo para a disputa de um amistoso. O time do Botafogo, formado por W. Schuback, C. Freire e Oscar Cox; A. Shorts, M. Rocha e R. Rocha; G. Masset, F. Frias Júnior, Horácio Costa Santos, N. Hime e H. Chaves Júnior, goleou o Flamengo por 5 a 1 no campo do Paissandu. Alguns dos atletas do Botafogo integravam o time de futebol do recém-fundado Fluminense. Botafogo Football Club A fundação O bairro de Botafogo foi o local onde se fundou para o futebol o Electro Club, primeiro nome dado ao Botafogo Football Club. A ideia surgiu a partir de Flávio Ramos e Emmanuel Sodré, que estudavam juntos no Colégio Alfredo Gomes. Durante uma aula cansativa de álgebra ministrada pelo general Júlio Noronha, um bilhete passado por Flávio a Emmanuel dizia: "O Itamar tem um clube de football na rua Martins Ferreira. Vamos fundar outro no Largo dos Leões? Podemos falar aos Werneck, ao Arthur César, ao Vicente e ao Jacques". Emmanuel aguardou o fim da aula para expressar seu entusiasmo. Os meninos, que residiam no bairro de Botafogo, próximo ao Largo dos Leões, logo convenceram outros colegas de que não surgiria opção melhor para preencher o vazio daqueles dias de começo de século XX no Rio de Janeiro, em que eram raras as atrações para os adolescentes. Na tarde de sexta-feira, 12 de agosto de 1904, Flávio, Emmanuel e alguns amigos, todos com idades entre catorze e quinze anos, reuniram-se em um velho casarão localizado nas esquinas da rua Humaitá com o Largo dos Leões para oficializar a fundação do clube. Electro Club foi o primeiro nome dado ao Botafogo, já que os meninos decidiram cobrar mensalidade e acharam um talão de um extinto grêmio de pedestrianismo com esse nome, que resolveram então adotar. O uniforme de listras verticais em preto e o branco também foi aclamado por unanimidade. A sugestão partiu de Itamar Tavares. Ele estudara na Itália, onde torcia para a Juventus, criada em 1897 e que, hoje, é um dos clubes mais populares da Europa. A primeira diretoria do Electro, que não teve ata de fundação, era composta por Flávio da Silva Ramos (presidente), Octávio Werneck (vice-presidente), Jacques Raymundo Ferreira da Silva (secretário) e Álvaro Werneck (tesoureiro). Flávio e Emmanuel não gostariam de ver o clube tomar o destino de tantos outros, que desapareceram sem deixar vestígio. Logo, procuraram gente com mais idade e mais experiência para administrá-lo, como Alfredo Guedes de Mello e Alfredo Chaves. O nome Electro Club permaneceu apenas até o dia 18 de setembro. Neste dia, foi realizada outra reunião na casa de Dona Chiquitota, avó do Flávio, que se assustou ao saber o nome do clube: "Afinal, qual é o nome deste clube?", perguntou. "Electro", respondeu Flávio, que então resolveu seguir o conselho de sua avó: "Meu Deus. Que falta de imaginação! Ora, morando onde vocês moram, o clube só pode se chamar Botafogo." —Francisca Teixeira de Oliveira, a Dona Chiquitota. E assim foi feito, o Electro passou a se chamar Botafogo Football Club. Neste mesmo dia, tomou posse a nova diretoria, composta por Alfredo Guedes de Mello (presidente), Itamar Tavares (vice-presidente), Mário Figueiredo (secretário) e Alfredo Chaves (tesoureiro). Os primeiros treinos aconteceram no Largo dos Leões, e as palmeiras imperiais serviram de balizas. Assim, nascia o Botafogo Football Club. Seus fundadores: Álvaro Cordeiro da Rocha Werneck, Arthur César de Andrade, Augusto Paranhos Fontenelle, Basílio Vianna Junior, Carlos Bastos Neto, Emmanuel de Almeida Sodré, Eurico Parga Viveiros de Castro, Flávio da Silva Ramos, Jacques Raymundo Ferreira da Silva, Lourival Camargo da Costa, Octávio Cordeiro da Rocha Werneck e Vicente Licínio Cardoso. O primeiro amistoso ocorreu no dia 2 de outubro de 1904, contra o Football and Athletic Club, na Tijuca: derrota por 3 a 0. O time que entrou em campo usava o esquema 2-3-5 e era composto por: Flávio Ramos; Victor Faria e João Leal; Basílio Vianna, Octávio Werneck e Adhemaro de Lamare; Normann Hime, Ithamar Tavares, Álvaro Soares, Ricardo Rego e Carlos Bittencourt. A primeira vitória viria no segundo jogo, em 21 de maio de 1905, sobre o Petropolitano, 1 a 0, gol de Flávio Ramos. Ainda neste ano, foi criado o Carioca Futebol Clube no bairro de Botafogo. Este clube era destinado a ensinar às crianças as bases do futebol, sendo a primeira escolinha do esporte no Brasil. A escolinha foi desativada em 1908 e absorvida pelo Botafogo Football Club, que buscou nos jogadores do Carioca a intenção de fundar o seu próprio time infantil. O Glorioso Em 1906, o Botafogo venceu seu primeiro título, a Taça Caxambu, o primeiro torneio do futebol do Rio de Janeiro, disputado pelas equipes de segundo-quadro. O time participou ainda do primeiro Campeonato Carioca ficando em quarto lugar. A primeira vitória da equipe no campeonato, por 1 a 0, foi contra o Bangu em 27 de maio. No ano seguinte, terminou empatado o Carioca em pontos com o Fluminense numa grande polêmica só resolvida nove décadas depois. O Botafogo teria de enfrentar o Internacional, lanterna da competição, na última rodada. Porém, o Internacional, que também não tinha enfrentado o Fluminense, não compareceu ao jogo. O Botafogo venceu o jogo por W.O., mas não teve gols acrescentados na tabela. Enquanto isso, o Fluminense venceu o Paissandu por 2 a 0 e empatou na classificação final do campeonato com o alvinegro. Como tinha saldo melhor, o Fluminense reivindicou o título. Prejudicado por não ter a oportunidade de marcar gols na última partida, o Botafogo pedia um jogo extra, maneira considerada pelos diretores alvinegros justa de decidir a disputa, o que não foi aceito. O regulamento da competição não especificava nenhum critério de desempate além do número de pontos. Os dois clubes não chegaram a um acordo sobre como decidir o campeonato. A Liga não conseguiu encontrar uma solução e se dissolveu, ficando o campeonato sem um campeão até 1996, quando Eduardo Viana, presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, decidiu dividir o título de 1907 entre ambos os clubes. Em 1910, o Botafogo consagrar-se-ia definitivamente. Ao vencer o Campeonato Carioca de 1910, o time realizou uma campanha marcada por sete goleadas aplicadas sobre os adversários na competição, fato este que lhe rendeu o apelido de O Glorioso. O alvinegro, que naquele campeonato marcara 66 gols, já demonstrava aptidão para marcar várias vezes anteriormente. No ano anterior, aplicou 24 a 0 sobre o Sport Club Mangueira (até hoje a maior goleada da história do futebol brasileiro em jogos oficiais). Nesta mesma época de transição de décadas, o Botafogo ainda fez 15 a 1 sobre o Riachuelo, 13 a 0 e 11 a 0 no Haddock Lobo, 9 a 0 contra o Internacional, entre outras goleadas mais. Em 1911, o clube desligou-se da Liga Metropolitana de Sports Athleticos (LMSA) após uma confusão num jogo contra o América. O incidente foi iniciado quando o jogador do time rubro Gabriel de Carvalho fez falta violenta em Flávio Ramos, que revidou, originando uma briga generalizada. Insatisfeita com as punições que foram impostas aos jogadores alvinegros envolvidos na briga (Adhemaro e Abelardo de Lamare receberam seis e doze meses de suspensão respectivamente), a diretoria solicitou o desligamento do próprio clube da LMSA e, em seguida, passou uma longa fase realizando apenas amistosos contra equipes paulistas. No final do mesmo ano, o Botafogo perdeu a sua sede na rua Voluntários da Pátria, onde realizava seus jogos. Teve de disputar o campeonato de 1912, organizado pela Associação de Football do Rio de Janeiro, em um modesto campo na rua São Clemente. Nesta competição, o alvinegro sagrou-se campeão. Em 1913, o Botafogo retornou à Liga Metropolitana de Sports Athleticos. E, em 1915, voltou à liga municipal renovado com a concessão do terreno da rua General Severiano pela prefeitura em 1912. Entressafra alvinegra A fase entre 1912 e 1930 pode ser considerada como o primeiro período de jejum de títulos do Botafogo. Todavia, foram conquistados dois Campeonatos Cariocas de Segundos Quadros, em 1915 e 1922. O clube ainda foi vice-campeão carioca por quatro vezes, 1913, 1914, 1916 e 1918, e fez vários artilheiros do torneio até 1920, entre eles Mimi Sodré, Aluízio Pinto, Luiz Menezes e Arlindo Pacheco. Nesta época, o Botafogo contribuiu para a criação de um termo bastante comum nos dias atuais do esporte brasileiro: cartola. Em 1917, os dirigentes do Botafogo trajaram-se de fraque e cartola para receber o time uruguaio do Dublin FC no gramado. A intenção era imitar os políticos da República Velha, mas o resultado acabou sendo o nome, adotado pela imprensa, de cartola para os dirigentes esportivos. Antes de ser formado o time do início da década de 1930, o Botafogo, nos anos 1920, obteve como melhor resultado um terceiro lugar no Campeonato Carioca de 1928. De resto, foram cinco quartas colocações e outras classificações inferiores. Em 1923, o time quase foi rebaixado, ficou em 8° lugar (último) no Carioca. Teve de disputar um partida eliminatória para não cair, contra o Vila Isabel, vencida por 3 a 1. Este período também foi marcado por um série de problemas internos na cúpula do clube. Tanto que o atacante Nilo, que viria a ser um dos destaques do time de 30, foi para o Fluminense devido a problemas com a diretoria. Só retornou ao alvinegro em 1927, para ser o artilheiro do Carioca do mesmo ano. Geração de 30: o Tetracampeonato Na década de 1930, liderado pelos atacantes Nilo e Carvalho Leite, entre outros craques, o Botafogo conquistou o Carioca de 1930 e o inédito tetracampeonato em 1932, 1933, 1934 e 1935. Nesta época, o campeonato do Rio de Janeiro era dividido em duas ligas, a profissional e a amadora, homologada pela CBD e pela FIFA e da qual o Botafogo participava. Em 1931, problemas internos envolvendo diretores e futebolistas atrapalharam o time durante a campanha. Nessa mesma era, nove jogadores do Botafogo foram convocados para a Copa do Mundo de 1934 na Itália: Carvalho Leite, Waldyr, Áttila, Canalli, Ariel, Martim Silveira, Octacílio e os goleiros Germano e Pedrosa. Durante a campanha dos cinco títulos o clube realizou 113 jogos, vencendo 75, empatando 22 e perdendo 16. Marcou 320 gols (sendo 79 marcados por Carvalho Leite) e sofreu 176. Leônidas da Silva, ídolo do Flamengo, atuou antes pelo alvinegro na conquista de 1935 e chegou a jogar pelo time em 1936, entretanto, logo foi negociado com o rival rubro-negro. No mesmo ano, o clube realizou sua primeira excursão ao exterior: foi jogar no México e nos Estados Unidos. Em nove partidas, venceu seis. No ano de 1938, o Botafogo reinaugurou seu estádio em General Severiano com novas arquibancadas de cimento. No Campeonato Carioca e no Torneio Municipal, o clube ficou em terceiro lugar. Cedera, durante as competições, cinco jogadores para a disputa da Copa da França. No ano seguinte, surgiu no clube o craque Heleno de Freitas, que viria a substituir o ídolo Carvalho Leite. Durante os oito anos seguintes, Heleno foi o maior ídolo do clube e, por conseguinte, o primeiro craque do recém-criado Botafogo de Futebol e Regatas. Botafogo de Futebol e Regatas A fusão O Botafogo de Futebol e Regatas nasceu oficialmente no dia 8 de dezembro de 1942 (mesmo dia de homenagem à santa padroeira do clube, Nossa Senhora da Conceição.[10]), resultado da fusão dos dois clubes de mesmo nome: o Club de Regatas Botafogo e o Botafogo Football Club. Os dois clubes tinham suas sedes no bairro de Botafogo, na zona sul do Rio de Janeiro. A fusão já era estudada desde 1931, mas durante muitos anos foi combatida porque gente ligada aos dois clubes, como o historiador Antônio Mendes de Oliveira Castro, do remo, e João Saldanha, do futebol, garantiam que o Regatas estava "infiltrado de torcedores do Fluminense", que, dos cinco grandes clubes da cidade, é um dos dois (junto com o América) que nunca tiveram um departamento ligado a esse esporte. A união foi apressada por uma tragédia: no dia 11 de junho de 1942, os dois clubes, que também tinham atividades em outros esportes, disputavam uma partida de basquete pelo Campeonato Carioca, no Mourisco Mar, sede do Club de Regatas Botafogo. Nesse dia, o jogador Armando Albano, do Football Club, chegou atrasado ao jogo que já havia começado, entrando com o jogo em andamento. Durante o intervalo, Armando Albano abaixou-se para pegar uma bola e caiu desfalecido. Os médicos correram, fizeram todos os atendimentos possíveis, mas o jogador havia sido fulminado por um infarto. Depois de confirmada a morte do jogador, a partida foi interrompida faltando dez minutos para o final, quando o placar marcava 21 pontos para Club de Regatas e 23 para Football Club. O corpo de Albano saiu da sede de General Severiano e, quando passava em frente ao Mourisco Mar, houve uma parada. Os presidentes dos clubes fizeram um pronunciamento:[11] "E comunico nesta hora a Albano que a sua última partida resultou numa nítida vitória. O tempo que resta do jogo interrompido, os nossos jogadores não disputarão mais. Todos nós queremos que o jovem lutador desaparecido parta para a grande noite como um vitorioso. E é assim que o saudamos." —Augusto Frederico Schmidt, presidente do Club de Regatas Botafogo. "Nas disputas entre os nossos clubes só pode haver um vencedor: o Botafogo!" —Eduardo Góes Trindade, presidente do Botafogo Football Club. "O que mais é preciso para que os nossos dois clubes sejam um só?" —Augusto Frederico Schmidt, selando a fusão. A partir dessa data, começou o procedimento para a fusão dos clubes, nascendo o Botafogo de Futebol e Regatas. Com a fusão foram feitas algumas alterações: a bandeira perdeu o escudo com letras entrelaçadas do B.F.C., e ganhou um retângulo preto com a Estrela Solitária branca, do Club de Regatas, ao alto. O escudo incorpora ao distintivo a Estrela Solitária branca, num fundo preto com contorno branco, no lugar das letras entrelaçadas. Além disso, a equipe de futebol passou a usar calções pretos. Retomada de títulos Fundado o Botafogo atual em 1942, apesar dos craques que desfilaram com a sua camisa, como Gérson dos Santos, Zezé Procópio, Sarno, Tovar e Heleno de Freitas, o alvinegro só conseguiu reconquistar o título carioca em 1948. Curiosamente, no ano em que Heleno, o principal artilheiro do time então, havia sido vendido para o argentino Boca Juniors. Após quatro vice-campeonatos seguidos nos anos de 1944 a 1947, em 1948, foi conquistado o primeiro título no futebol sob o novo nome. Aquele campeonato traria ainda uma novidade: era a primeira vez que o clube utilizaria numeração nas camisas de seus uniformes. O Botafogo estreou no campeonato perdendo por 4 a 0 para o São Cristóvão. Ao fim de jogo, o presidente Carlito Rocha garantiu que o time não perderia mais e que seria o campeão. O clube havia acabado de efetivar o ex-centro-médio Zezé Moreira como técnico para tentar acabar com a série de 12 anos sem o título. Mas, guiado pelos gols de Octávio de Moraes e de Sylvio Pirillo, pela fé e superstição de Carlito Rocha e por Biriba, um cãozinho preto e branco adotado como mascote, o time obteve 17 vitórias e dois empates nos outros 19 jogos. Resultado: ganhou o título, derrotando na final o apelidado Expresso da Vitória do Vasco. A decisão foi em General Severiano, no dia 12 de dezembro de 1948, e o Botafogo venceu por 3 a 1. O Botafogo jogou com Osvaldo Baliza, Gérson dos Santos e Nílton Santos; Rubinho, Ávila e Juvenal; Paraguaio, Geninho, Pirillo, Octávio e Braguinha. Foi o primeiro título de Nílton Santos, que logo se transformaria em lenda do futebol brasileiro. Em 1951, o time preto e branco triunfou pela primeira vez no Torneio Municipal, justamente na última edição da competição. Época de ouro Nas décadas de 1950 e 1960, o Botafogo viveu um dos seus períodos mais áureos, tendo contado com a participação de craques como Garrincha, Nilton Santos (melhores do século XX suas posições de acordo com a FIFA), Didi, Zagallo, Amarildo, Quarentinha, Manga, entre outros. O time notabilivaza-se também pelas muitas excursões que fazia pelo exterior, disputando competições extra-oficiais e amistosos, grande parte na América e na Europa. Em 1957, o alvinegro venceu o Campeonato Carioca ao derrotar na final o Fluminense por 6 a 2, tendo Paulinho Valentim marcado 5 gols na maior goleada da história das finais da competição. No ano seguinte, o Botafogo cedeu para a Seleção Brasileira, que seria Campeã do Mundo pela primeira vez, seus principais jogadores: Garrincha, Nílton Santos e Didi. Novas vitórias vieram no Carioca de 1961 e 1962 e no Torneio Rio-São Paulo também deste último ano. Ainda em 1962, na Copa do Mundo realizada no Chile, novamente, o time da Estrela Solitária ajudou fundamentalmente a Seleção Brasileira que conquistaria o bicampeonato com cinco titulares, Garrincha, Nilton Santos, Didi, que após a Copa foi negociado com o Real Madrid, Zagallo e Amarildo. Em 1963, decidiu com o Santos, maior rival a nível nacional da época, a Taça Brasil de 1962 que se prolongou até aquele ano. Derrotado no primeiro jogo no Pacaembu por 4 a 3, venceu o segundo no Maracanã por 3 a 1. Um terceiro jogo teve de ser realizado para decidir o campeão. E, numa noite inspirada de Pelé, o time paulista aplicou 5 a 0, em pleno Maracanã, no Botafogo. As duas equipes ainda disputaram a Taça Libertadores da América de 1963, o Santos por ter sido o campeão da edição anterior entraria apenas na semifinal. Justamente nessa fase, ocorreu o encontro com o Botafogo, que até então mantinha-se invicto (primeira vez em que uma equipe chegava a esta etapa do torneio sem derrotas). Entretanto, o alvinegro carioca acabou sendo eliminado. Porém, a oportunidade da revanche viria no Torneio Rio-São Paulo de 1964. Os dois times chegaram à decisão, e, no primeiro jogo, o Botafogo derrotou o rival por 3 a 2 no Maracanã. Todavia, não foi realizado o segundo jogo da final por falta de datas, uma vez que ambas as equipes foram excursionar. Como resultado, houve a divisão do título entre as duas equipes. O Botafogo venceu, pela terceira vez, o Rio-São Paulo em 1966, porém outra vez com divisão de título. Devido aos treinamentos para a [Copa do Mundo FIFA de 1966Copa do Mundo de 1966], que envolveram mais de quarenta atletas, o clubes que deveriam disputar o quadrangular final, Botafogo, Santos, Vasco e Corinthians, foram declarados campeões, mesmo desejando utilizar alguns jogadores reservas. Em 1967 e 1968, o alvinegro triunfou duplamente na Taça Guanabara, que era um torneio independente até então, e no Campeonato Carioca, além ter sido o primeiro clube carioca campeão nacional, com a conquista da Taça Brasil de 1968. Em seu plantel, atuavam craques como Jairzinho, Gérson, Paulo Cézar Caju, Rogério, Roberto Miranda, o zagueiro Leônidas e Carlos Roberto. No ano seguinte, o clube boicotou a Libertadores sob o pretexto de ser contra a violência aplicada pelos outros times. Não só o Botafogo, mas outras equipes brasileiras foram solidárias e não disputaram o torneio daquele ano. 21 anos de drama

Entre 1968 e 1989, o Botafogo não conquistou nenhum título oficial. Desde a Taça Brasil de 1968 (cuja final realizou-se em 1969) o clube não soube aproveitar as oportunidades que teve. Neste período de tempo, o clube da Estrela Solitária pôde colecionar diversas quartas colocações no torneio estadual. A final do Campeonato Carioca de 1971 foi marcante negativamente para o clube. O Botafogo, que jogava pelo empate, perdeu por 1 a 0 para o Fluminense, com um polêmico gol sofrido aos 42 minutos do segundo tempo validado pelo árbitro José Marçal Filho. No mesmo ano, o Botafogo classificou-se para o triangular final do primeiro Campeonato Brasileiro de Futebol organizado pela CBF, ficando em 3° lugar. Naquela ocasião, o time perdeu para o São Paulo por 4 a 1 no Morumbi e, no último jogo, para o campeão Atlético Mineiro, no Maracanã, por 1 a 0, dois jogos marcados por diversas expulsões de botafoguenses. No ano seguinte, mesmo fazendo mais pontos que o campeão, foi vice do Brasileiro, perdendo a final para o Palmeiras com um empate de 0 a 0. Neste Campeonato Brasileiro, o time aplicou 6 a 0 no rival Flamengo no dia de seu aniversário, 15 de novembro. Em 1973, na Copa Libertadores, liderou seu grupo, de uruguaios e brasileiros, na primeira fase, empatando no final com o Palmeiras. Venceu o jogo-extra por 2 a 1 contra a equipe paulista e, assim, classificou-se para um dos grupos da semifinal. Porém, não voltou a ter a mesma sorte, sendo desclassificado neste triangular pelo paraguaio Cerro Porteño e pelo chileno Colo Colo, que viria a ser o vice-campeão. Anos mais tarde, foi vendo a qualidade de seu plantel ir se deteriorando ano a ano. O Botafogo não era mais o celeiro de tantos craques como antes, o número de talentos criados pelas divisões de base clube também foi diminuindo com o tempo. Entretanto, alguns jogadores ainda conseguiram se destacar com a camisa do time nesse período, como Marinho Chagas, Wendell, Dirceu, Mendonça, Nílson Dias, Fischer, Gil, Rodrigues Neto, Paulo Sérgio, Dé, Alemão, Josimar, entre outros. Alguns desses jogadores não atuaram juntos, mas foram alguns dos ídolos do Botafogo em uma de suas épocas mais amargas, onde as maiores conquistas foram o segundo turno do Estadual (a Taça Augusto Pereira da Mota em 1975 e a Taça José Vander Rodrigues Mendes em 1976). Logo, o Botafogo viu-se envolvido numa grave crise financeira e, em 1977, teve de vender a sede de General Severiano para pagar dívidas. O clube ficou sem campo até para treinar. Só no dia 12 de agosto de 1977, quando o futebol botafoguense completou 73 anos de idade, conseguiu transferir suas atividades para o subúrbio da cidade, no bairro de Marechal Hermes, onde construiu um outro estádio, inaugurado no ano seguinte. Porém, nesta fase o Botafogo, que chegou a receber o apelido de o Time de Camburão devido à rebeldia extra-campo de alguns de seus jogadores, conseguiu estabelecer dois recordes dentro do futebol do país. É o detentor da maior sequência de invencibilidade da história do futebol brasileiro, 52 partidas, num período de 10 meses (entre 1977 e 1978). Com esta sequência, o clube também conseguiu a maior série invicta do Campeonato Brasileiro, 42 jogos. Nestes dois anos, o alvinegro ficou, respectivamente, em 5° e 8° lugar no torneio nacional. No ano seguinte, no entanto, o Botafogo conseguiu sua pior colocação na história do Brasileirão: 53°. Isto se deve aos fatos de o campeonato ter sido disputado por 94 clubes e de sua fórmula prever a eliminação precoce de alguns times. Foram apenas 7 os jogos disputados pela equipe botafoguense. Já em 1981, o clube voltou a fazer campanha de destaque. Ficou na 4ª colocação do Brasileiro, sendo eliminado numa semifinal com o São Paulo. No primeiro jogo, no Maracanã, o time carioca venceu por 1 a 0. No segundo duelo, no Morumbi, o Botafogo chegou a abrir 2 a 0 frente ao tricolor paulista. Mas, no segundo tempo, o São Paulo virou para 3 a 2, conquistando a vaga para a final. Esta partida foi marcada por algumas confusões, como a volta atrasada dos times ao campo após o intervalo, expulsão e infrações duvidosas interpretadas pelo árbitro Bráulio Zannoto, além de atraso na reposição de bolas por conta dos gandulas. Até 1989, os melhores resultados obtidos pelo Botafogo foram quatro torneios de verão conquistados no exterior, como o de Palma de Mallorca, na Espanha em 1988. Já o Campeonato Carioca daquele ano foi determinante para a retomada de glórias do clube na década de 1990. Em 21 de junho de 1989, o Botafogo conseguiu vencer o título estadual, de forma invicta, sobre o Flamengo, que tinha Zico, Bebeto e Leonardo. O primeiro jogo da final encerrou-se empatado em 0 a 0. Já o segundo, e último, teve o placar final de 1 a 0 para o Botafogo, com gol de Maurício. Este jogo foi marcado por diversas coincidências: o Botafogo não era campeão havia 21 anos. O jogo foi disputado no dia 21. O gol foi marcado aos 12 minutos do segundo tempo (21 ao contrário). O time também utilizou-se de 12 jogadores na partida. A bola do gol foi cruzada por Mazolinha, no vigésimo primeiro cruzamento dado à área pelo time, e chutada por Maurício. Os números das camisas deles eram, respectivamente, 14 e 7, que somados dão 21. A temperatura no estádio do Maracanã marcava 21 °C. Ou seja, tudo levava ao número 21, e para os botafoguenses, bastante supersticiosos, isso foi um sinal de que aquele era o dia em que o time que começara desacreditado sairia campeão invicto. Anos 1990 e a "Tuliomania" No ano seguinte a um dos títulos mais importantes de sua história, o alvinegro repetiu o triunfo no torneio estadual. Desta vez, numa polêmica final contra o Vasco, sagrando-se Bicampeão Carioca pela terceira vez seguida. Passados vinte anos, o clube voltou, em 1992, a uma final de Campeonato Brasileiro. Disputou com o rival Flamengo o título nacional daquele ano em duas partidas no Estádio do Maracanã. O primeiro jogo foi marcado em suas vésperas por uma polêmica: o então craque o time Renato Gaúcho fez uma aposta com os jogadores do time adversário em que, caso perdesse, faria um churrasco com eles. O Botafogo foi derrotado no primeiro jogo por 3 a 0 e Renato cumpriu sua aposta. Este fato não foi bem visto pela diretoria alvinegra que afastou o jogador do elenco, e, desta forma, Renato não pôde participar da segunda partida da final. Nesta partida, o Botafogo saiu perdendo, mas bravamente conseguiu empatar em 2 a 2, placar final. O Botafogo sagrava-se vice-campeão e conseguia uma vaga na Copa Conmebol do ano seguinte. Porém, uma tragédia marcaria definitivamente aquela partida: a arquibancada do estádio cedeu e dezenas de pessoas caíram sobre o antigo setor da Geral, matando três torcedores do Flamengo. Por medidas de segurança, nunca mais o Maracanã receberia um público tão grande quanto aquele de 122 mil pagantes. Em 1993, treinado por Carlos Alberto Torres, o Botafogo conquistou seu primeiro título internacional oficial da história. Apesar do time fraco tecnicamente, que terminou o Brasileirão em 31° lugar, ganhou do uruguaio Peñarol a Copa Conmebol (precursora da atual Copa Sul-Americana) nos pênaltis. No ano seguinte, habilitado para a disputa da Recopa Sul-Americana contra o vencedor da Libertadores de 1993, o alvinegro perdeu para o São Paulo o título, numa partida no Japão, com placar de 3 a 1. Este ano de 1994 ficou marcado ainda pelo regresso do Botafogo à sua sede histórica de General Severiano na administração do presidente Carlos Augusto Montenegro. Em 1995, o Botafogo conquistou o seu único Campeonato Brasileiro desde que a competição passou a ser organizada pela CBF em 1971. Com uma equipe onde alinhavam o ídolo Túlio Maravilha, Gonçalves, Donizete, Sérgio Manoel, Wilson Gottardo, Wágner, entre outros, treinada por Paulo Autuori, o time bateu o Santos em dois jogos finais bastante polêmicos referentes à arbitragem. Neste ano, graças ao carisma de Túlio, que foi artilheiro dos campeonatos nacionais e estaduais de 1994 e 1995, houve um elevado crescimento de torcedores do clube que não se via há muito tempo. No ano seguinte, o clube conquistou a Taça Cidade Maravilhosa e, numa excursão internacional, o Botafogo venceu o Troféu Teresa Herrera, na Espanha, a Copa Nippon Ham, em Osaka, no Japão, e o Torneio Pres. da Rússia, vencendo clubes como Juventus, La Coruña, Valencia e Auxerre. Na Libertadores, foi eliminado nas oitavas-de-final pelo Grêmio. Em 1997, o Botafogo ganhou mais um campeonato estadual do Rio de Janeiro, novamente contra o Vasco, com um gol de Dimba na final vencida por 1 a 0. E, no ano seguinte, conquistou o Torneio Rio-São Paulo pela quarta vez, recorde entre os clubes cariocas, batendo o São Paulo. O vice-campeonato da Copa do Brasil contra o Juventude em 1999 ficou marcado pelos 101.581 pagantes presentes a final, que foram contagiados pela campanha do time de Bebeto na competição. O segundo jogo da final foi a última vez que um dos grandes clubes cariocas colocou, em jogo contra equipes de fora da cidade, mais de 100.000 torcedores no Estádio do Maracanã. Na virada do século, o clube foi incluído pela FIFA como um dos maiores clubes do século XX (o terceiro do Brasil), atrás apenas de clubes como o Real Madrid, Manchester United, Bayern Munique, Barcelona, Santos, Flamengo etc. A crise e a Segunda Divisão Desde o início dos anos 2000, o Botafogo flertou com o rebaixamento no campeonato nacional. Campanhas pífias foram realizadas em 1999, quando o clube escapou graças a pontos conquistados no STJD devido ao "Caso Sandro Hiroshi", 2000, 2001 e na culminação do rebaixamento em 2002. Elencos frágeis, sálarios atrasados, má gestão administrativa, baixa atendência aos estádios e início de movimentos de repressão de torcidas organizadas foram marcas desse período dramático da história do alvinegro. No Carioca, o clube ficou várias vezes fora das semifinais da Taça Guanabara e Taça Rio no início do década de 2000. A equipe era frequentemente eliminada na primeira fase da competição pelo Americano de Campos, o que criou por parte dos rivais a alcunha de "quinta força" do futebol do Rio de Janeiro. Para o Campeonato Brasileiro de 2002, a equipe sofreu com saída de vários jogadores do plantel antes do início da competição. O time que nos outros anos era liderado por Rodrigo, Dodô, Alexandre, entre outros, tinha como destaques os zagueiros Sandro e Odvan, o goleiro Carlos Germano, o volante Galeano e os atacantes Ademílson e Lúcio. Treinado a maior parte do campeonato por Ivo Wortmann, a equipe não conseguiu se consolidar e, já sob o comando de Carlos Alberto Torres, que assumiu nos últimos jogos da competição, perdeu para o São Paulo por 1 a 0, com gol de Dill, no Caio Martins. Ao final daquele ano, terminava a gestão presidencial de Mauro Ney Palmeiro. O substituto era Bebeto de Freitas, ex-atleta e treinador de vôlei, que efetivara Levir Culpi para ser o técnico do alvinegro. O clube estava repleto de dívidas, com jogadores de empresários nas divisões de base, sem um lugar para treinar, sem patrocínios, sem um estádio que suportasse toda a sua torcida e com jogadores pedindo para não atuar mais pelo clube devido aos salários atrasados. O Campeonato Carioca de 2003 foi usado como "laboratório", mas sem sucesso. O time não se classificou para as semifinais, nem da Taça Guanabara, nem da Taça Rio. O Botafogo iniciou o Campeonato Brasileiro Série B perdendo para o Vila Nova, em Goiás, por 2 a 1. Após um empate em 1 a 1 com o Avaí, a primeira vitória só viria na terceira rodada, fora de casa, contra o CRB, 3 a 0. Com o decorrer da competição o clube chegou a liderar o campeonato por várias rodadas, o que gerou por parte de torcedores rivais a alcunha de "25° colocado", já que, na Série A, 24 equipes disputavam a competição. Ao final da primeira fase, o time se classificou em segundo lugar para a disputa da segunda fase. Novamente, ficou em segundo lugar, atrás do Marília em seu grupo, classificando-se para o quadrangular final contra Palmeiras, Marília e Sport. Na terceira fase, o Glorioso conseguiu o acesso à Primeira Divisão com uma rodade de antecipação, ao derrotar por 3 a 1 o Marília no reformado Caio Martins. Ao final da competição, foi o segundo colocado na classificação, atrás do Palmeiras, outro clube que havia caído no ano anterior e retornou para a Séria A. O time base botafoguense durante a competição era: Max, Jorginho Paulista (ou Rodrigo Fernandes), Sandro, Edgar e Daniel; Fernando, Túlio, Valdo e Camacho; Dill (ou Almir) e Leandrão. Os artilheiros da equipe foram Almir, com 12 gols, e Leandrão, com 11. Dill, o mesmo que levou o clube a Segunda Divisão fazendo o gol pelo São Paulo em 2002, fez 8 gols. O presidente Bebeto de Freitas, durante esse ano de 2003, reestruturou o clube, pagou parte das dívidas, manteve arduamente o salário em dia, assinou com dois patrocinadores: Finta, para confeccionar os uniformes, e a rede de lanchonetes Bob’s, para estampar suas marca nas mangas da camisa e ajudar a construir arquibancadas temporárias no Estádio Caio Martins, e dispensou todos os jogadores de empresários das divisões de base do clube. Também foi criado o Botafogo no Coração, projeto de sócio-torcedor para angariar mais fundos para o clube e identificar seus torcedores. De volta à elite Comemoração do título estadual de 2006, no Maracanã.Na sua volta à elite em 2004, o ano do centenário do futebol do clube, a equipe voltou a fazer uma má campanha no Campeonato Brasileiro e só escapou de um novo rebaixamento na última rodada, ao empatar em 1 a 1 com o Atlético Paranaense, em Curitiba, e graças a uma combinação de resultados. Para celebrar o centenário, foram realizados uma série de eventos comemorativos e, também, um jogo festivo contra o Grêmio, por idealização da Kappa. As duas equipes utilizaram uniformes retrô, embora atuassem com times reservas por estarem disputando o Brasileirão. O jogo terminou com vitória por 4 a 1 do Botafogo, no Estádio Caio Martins. A partir de 2005, o Botafogo, presidido por Bebeto de Freitas, iniciou um processo de estabilização administrativa que se refletia, paulatinamente, em campo. Em 2006, a equipe de futebol profissional encerrou um período de oito anos sem títulos, conquistando suas primeiras taças no século XXI. Venceu a Taça Guanabara e, posteriormente, o Campeonato Carioca, tendo como destaques do time, comandado pelo ex-jogador alvinegro Carlos Roberto, Dodô, artilheiro da competição com 9 gols, Lúcio Flávio, Zé Roberto e o capitão Scheidt. Ainda em 2006, Cuca assumiria o cargo de técnico. Seu trabalho daria bons frutos no ano seguinte, quando, jogando um futebol moderno que lhe rendeu o apelido de Carrossel Alvinegro, o Botafogo, guiado por Dodô, Zé Roberto, Lúcio Flávio, Jorge Henrique e Túlio, chamava a atenção. Em 2007 venceu a Taça Rio, porém, foi vice-campeão do Carioca nos pênaltis, após dois empates em 2 a 2, contra o Flamengo. Apontado como favorito em todas as competições que disputou, o Botafogo acabou não insurgindo em glórias. Na Copa do Brasil, o time foi eliminado nas semifinais pelo Figueirense, em um polêmico jogo, em que teve dois gols seus anulados pela auxilar Ana Paula Oliveira, que viria a ser afastada do esporte. No Brasileiro, a equipe iniciou a campanha bem e liderou o torneio por 11 rodadas, terminando o primeiro turno na segunda colocação, mas problemas internos geraram uma grande queda de rendimento que fez o alvinegro cair pela tabela, terminando na nona colocação, garantindo, pelo terceiro ano consecutivo, a vaga para a Copa Sul-americana. Pela edição desta copa, a equipe caiu nas oitavas-de-final, para o River Plate. O grande marco de 2007 para o Botafogo, porém, foi a conquista do Estádio Olímpico João Havelange. A concessionária Companhia Botafogo, do clube, arrendou a arena, construída para os Jogos Pan-americanos de 2007, até 2027. Em 2008, o Botafogo foi campeão internacional da Copa Peregrino em meio à pré-temporada. No entanto, nos torneios oficiais, o alvinegro obteve resultados semelhantes aos do ano anterior. Venceu a Taça Rio frente ao Fluminense, porém, foi vice-campeão carioca novamente. Na Copa do Brasil, o Botafogo foi eliminado, pela segunda vez seguida, nas semifinais, desta vez sendo derrotado para o Corinthians, nos pênaltis. O Glorioso caiu para outro argentino na Copa Sul-americana, o Estudiantes de La Plata, agora, nas quartas-de-final. Já no Campeonato Brasileiro, após um mal momento inicial, com a contratação de Ney Franco para o cargo de treinador, a equipe subiu de rendimento, chegando a flettar com as posições superiores. Todavia, o Botafogo terminou o ano na 7ª colocação do campeonato nacional. Maurício Assumpção foi escolhido como presidente do clube em 2009 e, imediatamente, encontrou sérias restrições orçamentárias no decurso de reformulação de elenco. Mas, mesmo desacreditado, o time foi campeão da Taça Guanabara. Na Taça Rio, classificou-se para a final, mas deixou escapar a chance de levantar o troféu do Carioca 2009 antecipadamente ao perder por 1 a 0 para o Flamengo devido a um gol contra de Emerson. Durante o primeiro jogo da finalíssima, sofreu um duro baque ao ver seus dois melhores jogadores, Maicosuel e Reinaldo, lesionarem-se em um mesmo lance e serem substituídos enquanto vencia a partida. O Botafogo acabou sucumbindo pela terceira vez seguida na final para o Flamengo, após dois empates em 2 a 2, de novo, nos pênaltis. Na Copa do Brasil, o time sofreu uma eliminação precoce, já na 2ª fase da competição, perante ao Americano, nos pênaltis, após cada time vencer uma partida por 2 a 1. No Brasileirão, o começo ruim e o fato de a equipe ter ficado durante todo o primeiro turno na zona de rebaixamento ou próximo a ela, acabou custando o emprego do técnico Ney Franco, que acabou substituído por Estevam Soares. A campanha continuou irregular, mas o alvinegro garantiu-se na Série A de 2010, com uma vitória sobre o Palmeiras na última rodada. Para a temporada seguinte, o clube trouxe o uruguaio Loco Abreu, cuja contratação animou a torcida. No Estadual, porém, a equipe sofreu, já na terceira rodada da Taça Guanabara, uma pesada goleada no clássico contra o Vasco, o que custou o emprego de Estevam Soares, sendo trocado por Joel Santana. Joel já comandara o time em 1997 e 2000, sendo campeão estadual em sua primeira passagem. Ao chegar ao Botafogo, Joel trabalha a autoestima dos jogadores, e o time vai, aos poucos, subindo de produção. O gol do jovem Caio, contra o Flamengo, pôs o Botafogo na final da Taça Guanabara, que seria conquistada após vitória contra o Vasco, por 2 a 0. Na Taça Rio, o Botafogo terminou em primeiro em seu grupo, e, por isso, enfrentou o Fluminense na semifinal. Bateu o tricolor por 3 a 2, e confrontou-se, na final, com o Flamengo. Contra o rubro negro, com gols de Herrera e Abreu e com Jefferson defendendo um pênalti cobrado por Adriano, o alvinegro venceu por 2 a 1 e garantiu-se campeão estadual, por antecipação, vencendo os dois turnos. Símbolos Estrela Solitária A Estrela Solitária.A Estrela Solitária, presente no escudo, na bandeira e na flâmula do clube, era originalmente o símbolo máximo do Club de Regatas Botafogo. De cinco pontas, ela era originalmente em um formato diferente que se consagrou. Tinha em cada ponta uma tonalidade, dividindo-as em preto e branco, dando efeito de sombra. Contudo, foi substituída nos primeiros anos pelo famoso modelo da estrela de cinco pontas branca em um fundo preto. A Estrela Solitária representava a estrela D'alva e foi adotada por ter sido a primeira estrela a aparecer no céu no dia da fundação do clube. Na verdade, anos depois, após pesquisas, foi se descobrir que aquela estrela era o planeta Vênus. Com a fusão dos dois clubes, a estrela apontada para o Zênite também foi adotada como símbolo do futebol. O Botafogo de Futebol e Regatas recebeu como um dos apelidos o de clube (ou time) da Estrela Solitária, pois ela passava a estar estampada no escudo das camisas, no peito dos jogadores. Escudo O Club de Regatas Botafogo não possuía um escudo oficial. Os estatutos especificavam apenas que a Estrela Solitária seria o símbolo maior. Havia, porém, um escudo não-oficial de uso popular. Ele trazia a Estrela Solitária, remos e o monograma do clube. No uniforme, o clube usava um monograma encimado pela Estrela. Em 1919, a Estrela cresceu e o monograma passou a estar dentro dela. O escudo do Botafogo Football Club foi desenhado a nanquim por um de seus fundadores, Basílio Viana Júnior. Era um escudo no estilo suíço, tendo o seu contorno em preto. Sobre um fundo branco, havia, ao centro, as iniciais do clube: B F C, entrelaçadas, em preto. Em 1942, com a fusão dos dois clubes, manteve-se o formato do escudo do Botafogo Football Club, com a Estrela Solitária branca, do Club de Regatas, no lugar das letras, em um fundo preto. Além disso, o escudo recebeu dois contornos: de dentro para fora, o primeiro branco e o segundo preto. No ano de 2009, foi considerado como o escudo de time mais bonito do mundo. A tarefa de pesquisa e divulgação foi realizada pelo site esportefino.net e contou com a participação de jornalistas, designers e historiadores na eleição dos 50 mais belos do mundo. Estrelas Em 1981, o Botafogo traria uma novidade em seu uniforme: quatro estrelas amarelas estavam acima do escudo do clube. Elas representavam o tetracampeonato carioca do clube nos anos de 1932, 1933, 1934 e 1935. No começo da década de 2000, mais uma estrela foi incluída acima das que já estavam. Dessa vez, a quinta estrela era na cor branca e lembrava o título brasileiro de 1995. Em 2003, todas as cinco estrelas foram retiradas, deixando apenas a Estrela Solitária do escudo, pois o departamento de marketing do clube afirmava que essa é a única estrela que representa o Botafogo. Bandeira A bandeira do Botafogo de Futebol e Regatas surgiu após a fusão do Botafogo Football Club com o Club de Regatas Botafogo. O Football Club possuía uma bandeira com faixas horizontais pretas e brancas, com o escudo do clube ao centro. Foi bordada pela primeira vez pelas irmãs do ex-presidente Edwin Elkin Hime Júnior: Ruth, Hilda, May, Leah e Miriam. Já a bandeira do Club de Regatas era branca, com um quadrilátero preto no canto superior esquerdo e a tradicional Estrela Solitária em branco. Com a fusão, em 1942, permaneceram as faixas horizontais e o quadrilátero preto, com a Estrela Solitária branca no canto superior esquerdo. O formato oficial da bandeira é de 1,28 metro de largura e 90 centímetros de altura. As listras horizontais têm 10 centímetros de largura cada. São cinco listras pretas e quatro brancas. O retângulo preto, que contém a Estrela Solitária (em branco), mede 56 x 40 cm. Camisa 7 A camisa 7 é considerada a mais importante da história do Botafogo. Vestindo a camisa 7 atuaram diversos jogadores que se destacaram tanto pelo alvinegro quanto pela Seleção Brasileira de Futebol. O primeiro jogador a utilizá-la foi o ponta Paraguaio em 1948, ano em que foi adotado a numeração das camisas do clube. No final da década seguinte, Garrincha foi o responsável por imortalizá-la definitivamente com seus dribles. Ao deixar o time, o substituto de Garrincha como ídolo com a camisa 7 foi Jairzinho. Anos depois, o Furacão da Copa passaria a usar a 10. A camisa ainda vestiria inúmeros jogadores que atuavam como atacantes ou meia-de-ligação, como Helinho por exemplo, mas só voltaria a ter destaque decisivo em 1989. Após 21 anos sem vencer o Campeonato Carioca, Maurício, com a camisa 7, fez o gol da vitória por 1 a 0 sobre o Flamengo que garantiu o título daquele ano para o Glorioso. Em 1995, foi a vez de Túlio Maravilha, que usava a camisa 9 até ser contratado como garoto-propaganda do refrigerante Seven Up (patrocinador do clube naquele ano), fazer sucesso com a camisa, levando o Botafogo à conquista do Brasileirão. Depois de ser usado por alguns jogadores com pouca relevância, Dodô, que anteriormente atuava no próprio Botafogo com a 10, passou a jogar com o mítico número em 2007, sendo artilheiro do Estadual daquele ano. Na temporada 2010 o dono da camisa é Maicosuel, candidato a ídolo que moveu um grupo de investimentos para a sua contratação. Uniforme O Club de Regatas Botafogo dispunha, inicialmente, de dois uniformes diferentes. O primeiro, com camisetas e calções inteiramente negros, era utilizado para as competições em si. O segundo, com camisa alvinegra listrada na horizontal e calções negros, era utilizado somente nos treinamentos. Posteriormente, o clube passou a utilizar como segundo uniforme o traje inteiramente branco. Nos primeiros anos, o Botafogo Football Club usava camisas e calções brancos, com meias pretas. O uniforme inteiro era feito na Inglaterra, então a capital mundial do futebol, até em figurinos de material esportivo. Em 1906, para estrear seu novo uniforme, também encomendado na Inglaterra, na fábrica Benetfink & Co., o clube fez um jogo festivo contra o Fluminense. Surgia, pela primeira vez diante dos olhos de seus torcedores, a camisa alvinegra em listras verticais. Só que com botões na frente feita de tecido. Completavam esse uniforme calções brancos e meias pretas. A camisa listrada é uma homenagem a Juventus de Turim, clube pelo qual torcia Itamar Tavares, um dos fundadores do clube. Em junho de 1909, o Botafogo passaria a utilizar-se de uniformes confeccionados em malha. Mas os escudos só estariam presentes a partir de 1913. O Botafogo só adotou os calções pretos como titular pela primeira vez em 1935. Com a fusão entre os dois clubes, predominou, no remo, o Botafogo de Futebol e Regatas manteve o uniforme inteiramente negro, e, no futebol, a camisa alvinegra listrada, com golas e calções negros e meiões pretos. Porém, em 1948, o Botafogo voltou a utilizar-se de calções brancos e meiões de mesma cor, fato que durou até 1954. Devido ao suicídio do presidente do Brasil Getúlio Vargas, o Botafogo usou novamente calção e meias negras. Em 1956, atuou rapidamente com os dois equipamentos inferiores em branco novamente. Mas, em 1957, passou a usar meiões na cor cinza, com calção preto. Ao final da década de 1970, o time passou a atuar com meiões brancos, tradição só quebrada em 1993, quando o meião cinza voltou a ser usado. Entre meados de 2003 a maio de 2009, a base de seu uniforme principal do futebol possuia meias pretas, quando o acessório voltou a ser cinza. O número total de listras da camisa do Botafogo deve ser de sete a nove, conforme o estatuto do clube. Normalmente, a listra central é da cor preta, porém, em algumas opurtunidades, foram utilizadas na cor branca. Detalhes nas mangas e na altura do ombro também são aceitos para facilitar a diversidade ano a ano. De acordo com o estatuto do clube, o uniforme deve ser nas cores alvinegras. Portanto, suas camisas reservas são predominantemente brancas ou pretas, tal qual são as cores dos calções e das meias. O uniforme de goleiro não precisa seguir o regulamento do clube. Temporada 2010-11 1º - Camisa com listras verticais em branco e preto, calção preto e meias cinzas; 2º - Camisa preta, calção e meias pretas; 3º - Camisa branca, calção e meias brancas. Uniformes de goleiro Camisa bege, calção e meias beges; Camisa verde, calção e meias verdes; Camisa preta, calção e meias pretas. Uniformes de treino Camisa amarela, calção e meias pretas; Camisa cinza, calção azul e meias brancas.

CULINÁRIA LUSO BRASILEIRA

DOBRADA À MODA DA COVILHÃ




...E ASSIM NASCEU RECIFE






Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

DadosAniversário: 12 de março
Fundação: 12 de março de 1537 (473 anos)
Gentílico: recifense
Lema: Ut luceat omnibus (Que a luz brilhe para todos)
Prefeito(a): João da Costa Bezerra Filho (PT)
(2009 – 2012)
Localização: Pernambuco

Características geográficas
Área: 217,494 km²
População: 1 561 659 hab. est. IBGE/2009
Densidade: 7 180,24 hab./km²
Altitude: 4 m
Clima: tropical Aw
Fuso horário: UTC-3

Indicadores
IDH: 0,797 médio PNUD/2000
PIB: R$ 20 718 107 mil (BR: 18º) – IBGE/2007
PIB per capita: R$ 13 510 IBGE/2007

Recife é um município brasileiro, capital do estado de Pernambuco. Localizado às margens do oceano Atlântico, o município possui uma área de 217,494 km² e uma população de 1.561.659 de pessoas. É a sede da área metropolitana que leva seu nome: a Região Metropolitana do Recife, com 3,73 milhões de habitantes. É classificada pelo IBGE como uma metrópole nacional.
Em recente estudo do instituto, o Recife aparece como metrópole da quarta maior rede urbana do Brasil em população. O Recife, das capitais estaduais atuais, é a mais antiga do Brasil.

Desempenha um forte papel de centralizador econômico em seu estado e região, com uma área de influência que abrange inclusive outras capitais, como João Pessoa, Maceió, Natal e Aracaju. Sua área metropolitana inclui, além da capital pernambucana, mais 14 cidades do Grande Recife, concentrando 65% do PIB estadual.

Destaca-se por possuir o mais importante pólo médico do Norte/Nordeste; um grande pólo tecnológico, o Porto Digital, que abriga várias empresas multinacionais; uma forte indústria de construção civil: a cidade detém grande número de arranha-céus em comparação a outras capitais do país.

Com um grande potencial turístico e forte vocação para o turismo de negócios, frequentemente é escolhida como sede de diversos eventos, como simpósios, jornadas e congressos. O Aeroporto Internacional do Recife é o maior da região em capacidade anual de passageiros e está entre os mais modernos do país, tendo sido eleito um dos 5 melhores aeroportos do mundo pelas companhias de aviação. Em seu sistema de transporte público, conta com uma frota de 4.600 ônibus, que transportam 1,7 milhão de passageiros por dia e um eficiente sistema de Metrô, onde embarcam 210 mil pessoas diariamente.

O nome "Recife" provém da palavra arrecife, grande barreira rochosa de arenito (recifes) que se estende por toda a sua costa, formando piscinas naturais.

Geralmente, o nome do município dentro de frases é acompanhado de artigo masculino, como acontece com os municípios do Rio de Janeiro, do Crato, do Cabo de Santo Agostinho e outros. A esse respeito, muitos intelectuais recifenses e pernambucanos já se pronunciaram, entre eles Gilberto Freyre, em seu livro O Recife, sim! Recife, não!, em 1960. Sobre o tema se pronunciou o historiador pernambucano José Antônio Gonçalves de Melo: "Porque se originou de um acidente geográfico - o recife ou o arrecife - a designação do Recife não prescinde do artigo definido masculino: O Recife e nunca Recife."

Por outro lado, o gramático Napoleão Mendes de Almeida afirma em longo arrazoado, que não se deve usar o artigo definido para fazer referência à cidade, mas apenas ao bairro homônimo: "o bairro do Recife na cidade de Recife".

Para falar de Recife e Pernambuco, sem falar de Duarte Coelho, da Família Albuquerque e de Felipe Camarão, é o mesmo que ir a Roma e não ver o Papa.


DUARTE COELHO PEREIRA
Primeiro donatário da Capitania Hereditária de Pernambuco e fundador de Olinda. Duarte Coelho Pereira nasceu na província portuguesa de Miragaia; estima-se que seu nascimento ocorreu em 1485. Faleceu em Portugal em 7 de agosto de 1554.

Era fidalgo, militar e administrador. Era bastardo na família Coelhos da região Entre-Douro e Minho. Filho de Gonçalo Coelho, escrivão da Fazenda Real, e de Catarina Ana Duarte. Acompanhou o pai numa expedição que partiu em direção ao Brasil em 1503 e logo depois se alistou na marinha portuguesa. Em 1506, partiu para a Índia e China. No ano de 1521, foi responsável pela construção da igreja de Nossa Senhora do Outeiro em Málaca. Esteve na Índia novamente em 1531. Em 1532 recebeu o comando da frota para expulsar os franceses do litoral brasileiro. Dois anos depois, recebeu de D. João III, sob doação, pelos serviços prestados, sessenta léguas de costa do território colonial do Brasil, que atualmente abrangem os estados de Pernambuco e Alagoas. Em 1535, Duarte Coelho volta ao Brasil para assumir pessoalmente a Capitania doada. Porém, antes, em 10 de março de 1534, pelos serviços prestados à Coroa, havia recebido a doação da capitania de Pernambuco, quando já tinha sessenta anos de idade. Mesmo podendo administrá-la remotamente de Portugal, preferiu mudar-se para o Brasil, no intuito de administrá-la pessoalmente. Chegou ao Brasil em 1535, acompanhado de sua mulher, Brites de Albuquerque, e de seu cunhado, Jerônimo de Albuquerque. Junto deles vieram alguns cristãos-novos para ajudar na montagem dos engenhos de açúcar.

Por questões de segurança, afastou a sede da capitania, do mar, estabelecendo sua sede na atual área de Olinda, isto, antes de 12 de março de 1537, data da Carta de Doação referida como Foral de Olinda, que coincidentemente, é também a data de fundação da cidade de Recife.

Na época, a Capitania de Pernambuco era denominada pelo próprio Duarte Coelho de “Nova Lusitânia”, região que abrangia todo o atual estado de Alagoas e rio São Francisco, a maior área territorial da época.

Foi um administrador patriarcal, monocultor. Incentivava o plantio da cana em troca de isenção de taxas de moagem. Era pacífico com os índios, apesar de enfrentar conflitos com algumas tribos.

Além da produção de cana, incentivou o comércio e construiu estaleiros. Devido a intrigas de invejosos, retornou a Portugal, e não sendo bem recebido pelo rei, ficou amargurado, fator que o levou à morte em 7 de agosto de 1554.

Contrariando a maioria dos aventureiros da época, Coelho veio com um propósito diferente: veio pra ficar e sonhar com uma nova nação. Fixou-se no sítio Marcos, onde antes Cristóvão Jacques havia fincado marcos de posse portuguesa. Fundou a primeira vila pernambucana: São Cosme e Damião, que era localizada numa antiga propriedade rural. Lá, hoje Cidade de Igarassu, existe a Igreja mais antiga do Brasil: Igreja de Cosme e Damião.

Um dos grandes problemas que os donatários enfrentavam era os constantes ataques dos índios. Em determindas áreas existiam tribos mais amigáveis, entretanto, em outras haviam verdadeiros canibais. Desse modo, provavelmente para se livrar desses ataques, se dirigiu para o Sul onde fundou a Vila de Olinda no ano de 1536. Nascia a história de Pernambuco...Recife estava em gestação!!! Foi Duarte Coelho, que financiou a incursão, que descobriu a hoje chamada Cachoeira de Paulo Afonso, nome dado ao seu descobridor.

Sua administração era um tanto diferente do sentimento ganacioso dos demais desbravadores dessa terra. Uma vez que, na sua luta de fixar "a população à terra" contribuiu para a formação de uma sensação de liberdade, ou melhor de independência. Criava-se uma identidade.


JERÔNIMO DE ALBUQUERQUE ( O ADÃO PERNAMBUCANO)
Jerônimo de Albuquerque, nasceu em Lisboa em 1510, falecendo em Olinda em 25 de dezembro de 1584. Veio para o Brasil na esquadra que trouxe Duarte Coelho e sua esposa Brites de Albuquerque, irmã de Jerônimo, em 1535.
Recém-chegado, teve que lutar contra os índios tabajaras e numa dessas lutas levou uma flechada, que lhe custou a perda de um olho. Após esse incidente, ficou conhecido pelo apelido de "Torto". Ferido, prisioneiro e condenado à morte, acabou sendo salvo pela intervenção da filha do cacique Uirá Ubi (Arco Verde), chamada de Tindarena ou Tabira, que se apaixonou por ele e o quiz como marido. O casamento selou a paz entre os portugueses e os tabajaras.
Batizada, posteriormente, Tabira recebeu o nome de Maria do Espírito Santo Arco Verde em homenagem à festa de Pentecostes, que se celebrava no dia de seu batismo. Dessa união nasceram oito filhos, todos reconhecidos por Jerônimo. Destes oito, houve um que se destacou mais tarde na luta contra os franceses e que acabou também por ser um dos fundadores da cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, que foi Jerônimo de Albuquerque Maranhão.
Depois, Jerônimo de Albuquerque, teve ainda mais cinco filhos com outras mulheres, índias e brancas, que motivou a revolta da rainha de Portugal, dna. Catarina de Áustria e que resultou na "carta-intimação" por ela enviada a Jerônimo, obrigando-o a casar com Fellipa de Melo. Segundo ela, sendo ele descendente de reis, não deveria seguir a "Lei de Moisés", isto é, manter trezentas concubinas.
Deste casamento nasceram mais onze filhos, somando um total de vinte e quatro, o que lhe valeu o apelido de "Adão Pernambucano".


FELIPE CAMARÃO
Antônio Filipe Camarão foi um indígena brasileiro da tribo potiguar, nascido no início do século XVII no bairro de Igapó, na cidade de Natal, na então Capitania do Rio Grande (hoje o estado do Rio Grande do Norte) ou, de acordo com alguns historiadores, na Capitania de Pernambuco (hoje o estado de Pernambuco). Tendo como nome de nascença Poti ou Potiguaçu que significa camarão. Ao ser batizado e convertido ao catolicismo em (1614) recebeu o nome de Antônio e adotou Filipe Camarão em homenagem ao soberano D. Filipe II (1598-1621).

Educado pelos jesuítas, era ele, segundo Frei Manuel Calado, "destro em ler e escrever e com algum princípio de latim"; considerava de suma importância a correção gramatical e a pronúncia do português, "era tão exagerado em suas coisas, que, quando fala com pessoas principais, o fazia por intérprete (posto que falava bem o português) dizendo que fazia isto porque, falando em português, podia cair em algum erro no pronunciar as palavras por ser índio". Seu trato era comedido e "mui cortesão em suas palavras e mui grave e pontual, que se quer mui respeitado".

Uma visão romântica de Filipe Camarão, por Victor Meirelles de Lima.No contexto das invasões holandesas do Brasil, auxiliou a resistência organizada por Matias de Albuquerque desde 1630, como voluntário para a reconquista de Olinda e do Recife. À frente dos guerreiros de sua tribo organizou ações de guerrilha que se revelaram essenciais para conter o avanço dos invasores.

Sempre acompanhado de sua esposa, Clara Camarão, tão combatente quanto ele, destacou-se nas batalhas de São Lourenço (1636), de Porto Calvo (1637) e de Mata Redonda (1638). Nesse último ano participou ainda da defesa de Salvador, atacada por Maurício de Nassau.

Distinguiu-se na primeira comandando a ala direita do exército rebelde na Primeira Batalha dos Guararapes (1648), pelo que foi agraciado com a mercê de Dom, o hábito de cavaleiro da Ordem de Cristo, o foro de fidalgo com brasão de armas e o título de Capitão-Mor de Todos os índios do Brasil.

Faleceu no Arraial (novo) do Bom Jesus (Pernambuco), em 24 de agosto de 1648, em conseqüência de ferimentos sofridos no mês anterior, durante a Batalha dos Guararapes. Após a sua morte foi sucedido no comando dos soldados insurgentes indígenas por seu sobrinho D. Diogo Pinheiro Camarão.

O Palácio Felipe Camarão, sede da prefeitura de Natal, e um bairro da mesma cidade, homenageiam o seu nome. Da mesma forma, o Exército Brasileiro denomina a Sétima Brigada de Infantaria Motorizada como Brigada Felipe Camarão.

Numa das muitas refregas que teve com os holandeses, estes tentaram corromper Camarão, pedindo-lhe, que assinasse a rendição de suas tropas. Revoltado, Camarão, pegou os papéis, rasgou-os, e voltando-se para Von Schkoppe, gritou!.. "A esses papéis corruptos eu respondo com a moral das balas de meus canhões"! Filipe Camarão viria a falecer nesse mesmo ano, agosto de 1648. Foi o único índio a receber o título de fidalguia.

Fontes:http://www.fundaj.gov.br/notitia/servlet/newstorm.ns.presentation.NavigationServlet?publicationCode=16&pageCode=301&textCode=4894&date=currentDate
http://pt.wikipedia.org/wiki/Duarte_Coelho_Pereira

Mat. em construção...

QUE POVO É ESSE?


QUE POVO É ESSE? BRASIL PRÉ-CABRALINO

A diversidade de culturas já era um dado vigente no Brasil antes da chegada de Cabral.
Antes dos portugueses alcançarem terras brasileiras, nosso território já era ocupado por uma infinidade de povos, que rompiam as compreensões de mundo do homem europeu. De forma equivocada, ao chegarem aqui, os portugueses, acreditavam que os índios formavam uma cultura comum, portadora de pequenas variações de comportamento e costume. Ainda hoje, essa primeira constatação de nossos colonizadores está bem afastada das atuais 218 etnias e 218 línguas e dialetos proferidos por nossos indígenas. Alguns historiadores falam em mais de 1000!
Segundo alguns estudos, as migrações pioneiras para o continente americano, vindas da Ásia, através do Estreito de Bering, foram encerradas há cerca de cinco mil anos. A partir desse momento, temos o desenvolvimento de diferentes grupos humanos, da atividade coletora, da agricultura e a formação de sociedades complexas dotadas de vários centros urbanos.
Entre os coletores, os sambaquis aparecem em diferentes pontos do litoral brasileiro, principalmente em Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Sambaqui é o nome utilizado para nomear os grandes depósitos de detritos ósseos e orgânicos, que se formaram nas proximidades das regiões ocupadas por grupos humanos coletores. Entre os nativos brasileiros, os índios Pataxó e Nambikwara eram os que frequentemente adotavam esse tipo de vida.
Já na parte norte do Brasil, os povos ceramistas se destacaram pelo desenvolvimento de uma rica cultura material, marcada pela presença de vasos, urnas funerárias, bacias e outros utensílios. Habitando a ilha de Marajó, entre os anos 500 e 1300 d.C., os povos marajoaras foram um dos mais proeminentes representantes do trabalho com artefatos em cerâmica. Entretanto, antes que os colonizadores europeus surgissem no continente, essa civilização já havia desaparecido completamente.
Na totalidade do território brasileiro, a família linguística tupi-guarani era a que se encontrava em maior número. Presentes em variadas porções do sub-continente sul-americano, os tupis eram conhecidos pelo desenvolvimento de aldeias compostas por uma população variando entre 500 e 800 habitantes. Além disso, praticavam a agricultura, como, a plantação de batata-doce, milho, pacova, abacaxi, mandioca, entre outras culturas.
De fato, entre os tupis, englobamos uma infinidade de povos, que podem ser distinguidos por costumes bastante específicos. Paralelamente, também devemos citar os grupos humanos, que se inserem nos grupos linguísticos aruaque, jê e xavante. Sem dúvida, percebemos que a diversidade de culturas é uma realidade que antecede a chegada das caravelas de Pedro Álvares Cabral.

Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola


QUE POVO É ESSE? BRASIL COLONIAL


Até agora, vimos a diversidade de línguas e culturas do Brasil nativo: agora veremos como esta diversidade cultural se comportou perante a presença de uma nova cultura, a cultura lusíada, a partir de 1500. Para entendermos melhor esta fusão étnica e cultural, precisamos, também, buscar a origem do homem português.

ORIGEM DO POVO PORTUGUÊS






Após a primeira vitória contra os Árabes na Península Ibérica nasceram os reinos de Leão, de Castela, de Navarra e de Aragão.

Durante a Reconquista Cristã, Afonso VI, rei de Castela e Leão, foi ajudado por cruzados franceses, entre os quais D. Henrique.

Por essa ajuda de D. Henrique, Afonso VI recompensou-o dando-lhe duas coisas: o Condado Portucalense e a sua filha D. Teresa, futura mãe de D. Afonso Henriques, que viria a ser o primeiro rei de Portugal e acabaria por libertar Portugal dos mouros.
Desde aí o Condado Portucalense começou a ser governado por D. Henrique, agora já casado com D. Teresa. Este novo senhor do Condado Portucalense desejou e quis que este condado tivesse a sua própria independência, mas não o conseguiu fazer, morrendo em 1114.
Daí para a frente o Condado foi governado não pelo filho de D. Henrique, D. Afonso Henriques, porque este era muito novo, mas pela mãe dele, D. Teresa.
Os nobres, a partir daí, convenceram D. Afonso Henriques a tomar o poder do Condado pela força. Para o conseguir teve que lutar contra as tropas de sua própria mãe, que ao contrário de seu marido D. Henrique, era a favor que o Condado ficasse sob o domínio de Castela. D. Afonso Henriques que também era contrário a essa proposta, foi à luta, conseguindo derrotá-la na famosa batalha de S. Mamede em Guimarães em 1128.
Mais tarde, D. Afonso Henriques para fazer do Condado Portucalense um reino independente entrou em guerra com os reinos de Castela e de Leão, governados por Afonso VII. Só no ano de 1143, com a assinatura do Contrato de Zamora, é que Afonso VII aceitou a independência do Condado Portucalense, que passou a ser chamado por, "O Reino de Portugal," reconhecendo que o rei era D. Afonso Henriques. Posto isto, acho que já sabem quem foi o primeiro rei de Portugal. Foi D. Afonso Henriques, que, prosseguiu a luta contra os Mouros, conquistando Santarém e Lisboa em 1147.
Em 1185 quando D. Afonso Henriques morreu, já tinham sido conquistadas terras a sul do rio Tejo. Com alguns avanços e recuos, os seus descendentes acabaram por conquistar o território aos muçulmanos, até ao Algarve, em 1249, no reinado de D. Afonso III.
Agora, depois desta resumida história de como nasceu o primeiro reinado de Portugal, iremos mostrar alguns dos grupos étnicos, que se fundiram na Península Ibérica e que ajudaram no perfil do homem português.

VEJAMOS OS POVOS QUE HABITARAM A PENÍNSULA IBÉRICA ANTES DA OCUPAÇÃO ÁRABE E DA FORMAÇÃO DE PORTUGAL


A Península Ibérica era o que nós chamamos hoje de Portugal e Espanha. Depois com o decorrer dos séculos, foram chegando outros povos: celtas, fenícios, gregos, romanos, cartagineses, judeus, árabes, etc. Dessa mistura, surgiu o povo lusitano. Os lusitanos tiveram grande influência no desenvolvimento da Península Ibérica e sua pátria era a Lusitânia, pertecente é claro, à Península Ibérica. Seus meios de sobrevivência eram, a pesca e a criação de animais. Vestiam-se de peles de animais e tecidos grosseiros de lã. Sua alimentação era à base de carne, peixe, leite de cabra, castanhas moídas, etc. Não faziam uso do dinheiro, já que o comércio era feito através da troca de produtos.

ROMANIZAÇÃO DA PENÍNSULA IBÉRICA

Os romanos, naturais de Roma, com um poderoso exército, não conseguiram vencer os lusitanos, embora dominassem com alguma facilidade o resto da Península. Os lusitanos, querendo defender as suas terras e os seus animais, travaram renhidas guerras com os romanos. Seu chefe,Viriato, destemido pastor e caçador na Serra da Estrela, na época chamada de Montes Hermínios, a qual conhecia como ninguém, armava-lhes eficientes armadilhas. Como os romanos não conseguiam vencer Viriato, armaram-lhe uma traição: pagaram a três amigos deste para matá-lo numa emboscada. Porém, a luta continuou e os lusitanos nomearam outro chefe para guiá-los. Nomearam Sertório, também valente guerreiro para continuar a comandar sua defesa. Só que os romanos, que também não conseguiam vencê-lo, acabaram por matá-lo durante um banquete, colocando veneno na sua comida. Apesar dos esforços dos lusitanos, que resistiram bravamente, os romanos acabaram por vencer e conquistar a Península Ibérica. Aos poucos os povos da Península começaram a aceitar as tradições, os costumes, a religião e a língua, no caso o latim, que daria origem à nossa língua. Os romanos deixaram numerosos vestígios de sua presença na Península, como templos, estradas, pontes, aquedutos, cultura, etc, etc.
Após muitos anos de domínio, aconteceu aos romanos o mesmo que aconteceu aos lusitanos; foram atacados por outros povos, a que chamaram de bárbaros, que eram os suevos e os visigodos. Mais tarde apareceram os árabes do norte de África, também chamados de mouros e muçulmanos, que também deixaram forte influência de sua cultura nos povos peninsulares.
Após análise resumida do Brasil pré-Cabralino e da origem do povo português, podemos entender com maiores detalhes a formação do povo brasileiro a partir de 1500.

O POVO BRASILEIRO
Nossos primeiros habitantes, os índios, teriam aqui chegado 5000 anos antes dos portugueses. Vieram da Ásia através do Estreito de Bering em frágeis embarcações. Bem entendido, esta é a hipótese mais aproximada dessa versão, pois existem outras versões. Nesta hipótese de Bering, com curiosidade, podemos observar a semelhança física de nossos índios com os asiáticos!...
Em 1500 chegaram os portugueses, mas, como Portugal estava envolvido com o comércio da Índia, que gerava enormes lucros para a coroa portuguesa, o Brasil só começou mesmo em 1549 com a chegada de Tomé de Sousa. Antes disso o Brasil teve as expedições guarda-costas, que custavam muito dinheiro à Coroa e acabaram por ser postas de lado. Depois viriam as Capitanias Hereditárias, doadas em sua maioria aos cristãos-novos, (judeus nascidos em Portugal) que também acabaram não dando certo, pois estes, estavam mais preocupados com a descoberta de ouro e prata, do que com a agricultura. Apenas algumas poucas capitanias, tais como as de Pernambuco entregue a Duarte Coelho e a de Porto Seguro entregue a Pero do Campo Tourinho, cristãos-velhos, deram certo. Finalmente, com a chegada dos cristãos-velhos, em 1549, comandados por Tomé de Sousa e Nóbrega, começa oficialmente a colonização do Brasil. Mas, ainda nos tempos das Capitanias hereditárias, houve uma importante contribuição à formação da nova família luso-brasileira. A coroa portuguesa se preocupava tanto com a degeneração dos costumes, que a rainha dna. Catarina passou a tornar obrigatória, a presença das mulheres nas embarcações com destino ao Brasil. Até mesmo o grande Jerônimo de Albuquerque, que era cunhado de Duarte Coelho, foi obrigado a casar-se com uma mulher escolhida pela rainha, que acabou lhe dando 11 filhos e que chamava-se Felipa....... Jerônimo de Albuquerque, porém, já tivera antes, com outras mulheres brancas e índias, 13 filhos, num total de 24 filhos, daí o apelido de "Adão Pernambucano". E assim ía nascendo o perfil da nova família luso-brasileira, moldada nos princípios cristãos da metrópole, mas sofrendo a influência de outros princípios e costumes, trazidos por toda a sorte de aventureiros, que infernizavam a costa brasileira. Naquele começo, Portugal, estava mais preocupado com o comércio com a Índia, que lhe proporcionava grandes lucros, do que com o povoamento do Brasil. Apesar de alguns avanços nos primeiros 49 anos, a coroa-portuguesa, resolve finalmente, assumir de vez o Brasil. Isso começa a acontecer em 1549 com a chegada da esquadra de Tomé de Sousa a Salvador, onde vinha também o grande padre Nóbrega e mais de 700 trabalhadores de diferentes profissões para construirem aquela que seria a primeira capital do Brasil.
Daí em diante, mesmo tendo que lutar contra a pirataria externa, que não dava tréguas, o Brasil foi crescendo, fundando vilas, monumentos, igrejas, arraiais, cidades e o que é mais importante adquirindo esta maneira de ser, que o distingue dos demais povos, que é receber e integrar com a maior naturalidade as mais diversas e diferentes culturas, características que herdou de seus antepassados.
Mas se este separatismo existente nas relações luso brasileiras, foi contido nos primeiros duzentos anos de nossa história-comum, o mesmo não se pode afirmar a partir da revolução industrial e do advento liberalista. Revolução esta, que poderia ter sido feita por Portugal e Espanha, que há época, já conheciam todas as técnicas para fazê-la, mas cujos reis, num cochilo histórico imperdoável, resolveram deixar de fazer...
Mas, ainda, para reforçar mais este cochilo, D. Sebastião, resolve, em 1578, ou seja, mais de 400 anos após os árabes terem sido expulsos de Portugal, combatê-los em Alcácer-Quibir. Parte com 10000 cavalos, 8000 homens, quase todos mercenários de diferentes países, muitos poucos portugueses, pois as cortes não concordaram com tal aventura. A partir daí, a florescente economia portugesa mergulha em depressão, e já em 1580, com sua morte, Portugal passa para o domínio espanhol, onde permaneceu até 1640, pois D. Sebastião, por ser muito novo, não deixara herdeiros para assumir o trono português. Após a Restauração da soberania portuguesa em 1640, Portugal com sua Economia muito arruinada passa a perder terreno para a Inglaterra. Esta, que, através da rainha Elizabete II, filha de Eduardo VII, oficializara a pirataria, passa a superar os portugueses nos mares do mundo e sua Economia, que D. Sebastião ajudara a arruinar com a aventura de Quibir, entra em acelerada depressão! Portanto, o tratado de Methuen, assinado em 27 de dezembro de 1703, nada mais era que o reconhecimento dessa triste realidade! Daí até aos nossos dias, passando pela revolução industrial, nunca mais nos encontramos e nossa dependência econômica e cultural tem sido tão humilhante, que se reflete neste estado atual de coisas deprimentes que assistimos diariamente em "nossa mídia", fazendo-nos crer, que somos todos corruptos por culpa de nossa ascendência e que por isso o Brasil não tem mais jeito! Uma grande mentira, imposta pelo separatismo nacional e internacional ao nosso povo para que ele não se conheça e se assuma...
Mas qem sabe, encarnando os espíritos guerreiros de Viriato e Sertório ou repetindo o estridente grito de Nóbrega, naquela tarde noite de 20 de janeiro de 1567, ali em plena praça XV de novembro, não possamos encontrar a fórmula para a cura de tão devastadora doença?! Ao ver o seu Brasil tomado do Maranhão ao Rio de Janeiro pelos calvinistas franceses, Nóbrega, soltou o famoso e estridente grito de desespero... "Ó Deus fazei com que esta Terra continue sempre católica e lusitana"!.. E Deus ouviu o seu grito! E em poucas horas o Brasil voltava a ser lusitano!
E Deus também, certamente, muito em breve haverá de ouvir o grito deste povo, que continua à espera de sua verdadeira libertação, cultural e econômica!!!
O Brasil de hoje está novamente à beira da ruptura! A enxurrada de lixo-cultura despejada pelas parabólicas diariamente em nossos lares, impede o grito deste povo. Os heróis de hoje nada têm a ver com aqueles heróis verdadeiros daqueles tempos distantes!
Mas então que povo é esse que não homenageia seus heróis? A verdade é que eles existem e são muitos e poderiam servir de exemplo para nossos filhos, se fossem incluídos nos currículos escolares e tivessem o apoio de "nossa mídia"...
Nosso povo é bom e gostaria certamente de conhecer e homenagear estes personagens, construtores da "Unidade Nacional", mas o separatismo presente em todas as camadas de nossa sociedade rouba-lhe esse desejo. E para confundi-lo , inventa síglas que diz serem as únicas saídas para sua libertação. Monarquia, república, liberalismo, socialismo, comunismo, anarquismo e outras...
A CONSTRUÇÃO DO POVO BRASILEIRO
Não é uma construção recente! Sua construção começa com Viriato, Sertório, passa por D. Afonso Henriques, D. Diniz, D. Manuel "O venturoso", Tomé de Sousa, Nóbrega, Anchieta, Felipe Camarão, Henrique Dias, Araribóia e tantos outros luso brasileiros, que com tanto heroísmo enfrentaram e venceram este separatismo perverso e covarde infiltrado em todas as camadas de nossa sociedade. É com este homem de tantos séculos de nossa História-Comum e recentemente enriquecido com a contribuição de outros homens de outras procedências, que haveremos de contar para fazer nossa revolução cultural e industrial e continuar a manter sempre unido o Brasil, receptivo e fraterno para com todos os povos da Terra!
Esta fusão de povos de etnias diversas, que começa com a chegada dos asiáticos, (nossos atuais índios) há milhares de anos, através do Estreito de Bering, dos portugueses em 1500, dos africanos logo a seguir e dos demais europeus e asiáticos a partir do final do século XIX, é que vai definir o perfil do homem brasileiro, às vezes tão idolatrado e por vezes tão questionado em sua capacidade e caráter.
UNIDADE AMEAÇADA
Com o advento da "Revolução Industrial" e do "Liberalismo", porém, essa unidade ficou ameaçada, já que Portugal e Espanha perderam sua hegemonia nos mares do mundo e ficaram dependentes do novo sistema político-econômico emergente, o liberalismo. Daí em diante, o separatismo ditou as normas sociais e culturais, transformando-nos em robôs de um sistema que não aceitamos, mas que temos que engolir por força de um conformismo, imposto principalmente pela desinformação política e cultural de nosso povo, descaracterizando e atrazando o perfil do "novo homem brasileiro".
PERFIL DO NOVO HOMEM LUSO BRASILEIRO
Nesta diversidade étnica e cultural, será impossível falar-se em "raça brasileira", sob risco de provocar-mos vários movimentos separatistas, que como em outras regiões do mundo, como por exemplo nos Balcãs, onde tanto sangue inocente foi derramado! A palavra cultura brasileira seria mais aceitável, mas fica a indagação! Que é cultura brasileira? Será ela será capaz de integrar e manter unido e em paz um país das dimensões do Brasil? É o que vamos tentar entender a seguir.
CULTURA BRASILEIRA
É sabido, que, quando os portugueses aqui chegaram em 1500, encontraram uma "Terra" dividida por mais de 1000 dialetos e terríveis confrontos tribais, posteriormente muito bem explorados pelo separatismo internacional, que jogava pesado contra os descobridores portugueses e os obrigava a enormes gastos com a defesa do litoral. Só para termos uma idéia desses gastos, nos dois primeiros séculos de nossa colonização foram construídos ao longo da costa brasileira aproximadamente 350 Fortes, muitos dos quais ainda hoje podemos visitar. A demarcação de fronteiras, a pé e a cavalo, acabando com os conflitos de fronteiras também teve um custo alto tanto no aspecto financeiro como no aspecto de saúde, ceifando muitas vidas. Depois a construção de estradas e cidades como Rio de Janeiro, São Paulo e quase todas as outras cidades brasileiras, também foram obras admiráveis de nossos descobridores, sem falar dos gastos materiais e humanos com sua defesa. Mas a obra da "Unidade Nacional" não ficaria perfeita sem a unidade linguística e religiosa, onde a Igreja Católica da época teve grande participação, através de Nóbrega, Anchieta e tantos outros jesuítas daqueles tempos distantes.
LUSO BRASILIDADE---VACINA ANTI---SEPARATISTA
Nesta fusão de povos e culturas ao longo destes mais de cinco séculos é que nasce o "Homem Brasileiro". Um homem fundamentado nos alicerces da universalidade integracionista e humanística da cultura lusíada, que ao contrário das demais, recebe e integra com facilidade as mais diversas culturas e etnias. Num mundo cada dia mais mergulhado em conflitos étnicos, religiosos, de fronteiras, de interesses econômicos, etc., etc., o Brasil ainda continua a manter a sua "Unidade Nacional" e portanto a paz entre toda essa diversidade cultural, mesmo debaixo de toda a pressão "globalizante" exercida por certos setores dominantes de nossa sociedade. Mas, para que não se repitam os derramamentos de sangue de outros períodos de nossa "História Comum" e os conflitos étnicos e religiosos, que infernizam tantos povos irmãos por esse mundo afora, temos que ficar alerta... Temos que nos vacinar contra esse vírus separatista. E até agora a melhor vacina, chama-se luso brasilidade!!!
E para que seus efeitos sejam ainda mais benéficos, necessário se faz, que em sua fórmula se acrescentem mais alguns elementos, que aliás há muito tempo, nela já deveriam ter sido incorporados, como por exemplo um currículo escolar luso-brasileiro, uma maior aproximação, cultural, comercial, industrial e social entre todos os países de expressão lusófona, uma mudança radical nas instituições luso brasileiras, sempre tão perdidas em faustosos almoços de confraternização, ao invés de racionalizar suas atividades, possibilitando por ex. a criação de uma poderosa estação de TV, rádios, revistas, jornais etc., etc., que divulguem nossa cultura-comum, inclusive para outros países. Quantas vezes nossos irmãos portugueses são discriminados, sem que tenham o direito a defender-se!?...Enfim, somos uma comunidade forte, mas que tal como o boi não sabe a força que tem... Até os clubes de expressão luso brasileira sofrem essa pressão separatista! Quantas vezes ligamos um receptor e destruímos seu dial à procura de notícias dessas agremiações, que nunca chegam.....
Enfim, só nos resta melhorar, divulgar e levar a todos os povos lusófonos a consciência da importância desta vacina. Este blog está fazendo a sua parte e só espera que as demais instituições e governos, façam o mesmo, com a máxima urgência, antes que seja tarde demais!!!
Eu, particularmente, acredito que o novo "Homem Brasileiro", já está tomando a nova vacina, pois o separatismo já dá ares de derrota...
Jorge Pedroso de Lima