A vida de Francisco Alves





Francisco de Morais Alves nasceu no Rio de Janeiro RJ em 19 de Agosto de 1898. Filho de portugueses, nasceu na rua Conselheiro Saraiva, no centro, sendo criado nos bairros da Saúde, Estácio e Vila Isabel. Seu pai tocava alguns instrumentos e era dono de botequim, mas não fez fortuna. Cursou apenas a escola primária e desde cedo interessou-se pela música. Teve três irmãs: Ângela, Carolina e Lina, esta com o pseudônimo de Nair Alves, que atuou no teatro revista e como rádio-atriz. José, seu único irmão, dotado também de uma bela voz, morreu em 1918, com 17 anos. Francisco Alves teve uma infância livre e feliz dos meninos de rua nos bairros da Saúde, Estácio e Vila Isabel, jogando futebol com bola de meia, assistindo aulas e engraxando sapatos. Era pouco afeito aos livros, claudicante na gramática, habilidoso nos cálculos de aritmética e sempre inclinado para a música.
Com 18 anos empregou-se como operário em fábricas de confecções de chapéus. Primeiro na fábrica Mangueira e depois na fábrica Júlio Lima, ambas ali perto onde hoje é o estádio do Maracanã. Foi também motorista de táxi. Seu primeiro teste no teatro foi com o maestro Antônio Lago, pai do compositor e ator Mário Lago. Tomou aulas particulares de canto com o barítono italiano Sante Athos, durante três meses. Trabalhou na companhia de circo Spinelli, de Afonso Spinelli no bairro do Meier. Frequentando a Lapa - bairro boêmio carioca, enamorou-se de uma de suas alegres moradoras, Perpétua Guerra Tutoya, a Ceci, num momento de loucura, conforme declarou mais tarde. Casou-se com ela, aos 21 anos, em 24 de maio de 1920, sem festa nem nada. O incompreensível casamento durou apenas sete dias. Nesse mesmo ano de 1920, Francisco Alves ligar-se-ía a Célia Zenatti, atriz e dançarina, o grande amor de sua vida, em uma feliz união de 28 anos. Chico tornou-se o maior cantor nacional, sem discussão e sem concorrentes. Um gênio vocal, que clareava o som dos discos e não escolhia gêneros musicais. Um intérprete completo.
Excursionou três vezes a Buenos Aires: em 1930 com a companhia de Jardel Jércolis. Em 1931 com Carmem Miranda e Mário Reis. Em 1936 com Alzirinha Camargo e o regional de Benedito Lacerda. Na excursão de 1931, entrou em cena, após Carlos Gardel, cantando o tango mais em moda do ídolo latino. Francisco Alves não bebia, mas fumava e tinha o sestro nervoso de cuspir no chão. Tocava violão com muita competência e teve o privilégio de gravar na Odeon, em dueto com Rogério Guimarães, célebre violinista da época.
Da irmã Lina, apelidada de Nair Alves, ganhou uma guitarra e as primeiras lições. Começou sua carreira de cantor em abril de 1918, na Companhia de João de Deus-Martins Chaves. Depois ingressou na Companhia de Teatro São José, do empresário José Segreto.

Em 1919, para o Carnaval de 1920, levado por Sinhô, gravou na etiqueta Popular (recém-fundada por Paulo Lacombe e João Batista Gonzaga, (suposto filho de Chiquinha Gonzaga) dois discos com a marcha O pé de anjo e os sambas Fala meu louro e Alivia estes olhos, todas de Sinhô. apresentando-se como cantor-ator secundário de revistas musicais. Em 1924 gravou para o Carnaval dois discos na Odeon, com o samba Miúdo (Sebastião Santos Neves) e as marchas Não me passo pra você e M.lle. Cinema (ambas de Freire Júnior). Voltou em 1927 a Odeon na qual rapidamente gravou 11 discos com 19 músicas ainda no sistema mecânico, com destaque para Cassino Maxixe (primeira versão de Gosto que me enrosco) e Ora vejam só, sambas de Sinhô. Em julho de 1927, quando a Odeon inaugurou no Brasil o sistema elétrico de gravações, foi o interprete da marcha Albertina e do samba Passarinho do má (ambas de Duque), as duas faces do primeiro disco produzido eletricamente, o Odeon 10.001. Em 1928 passou a gravar concomitantemente na Parlophon, subsidiaria da Odeon, utilizando o apelido de Chico Viola. Em fevereiro de 1929 fez sua estreia no radio, apresentando-se na Rádio Sociedade. Seus discos começaram a sair em profusão e sem tardar alcançou o topo do qual jamais saiu até falecer. Só em 1928 e 1929 gravou quase 300 musicas de reconhecida qualidade. Interpretou todos os gêneros e foi quem mais gravou em toda a historia dos discos de 78 rpm no Brasil: 526 discos com 983 musicas. Como compositor deixou cerca de 132 musicas, sendo seu forte a melodia.

Em 1928 fez na Parlophon o primeiro registro da canção, A voz do violão, melodia sua e versos de Horácio Campos, grande sucesso, tanto que a regravou em 1929, 1939 e 1951. Nesse ano também lançou de Sinhô os sambas A favela vai abaixo, Ora vejam só (segunda matriz) e Não quero saber mais dela, em dueto com Rosa Negra, e de Pixinguinha com letras de Cícero de Almeida os sambas Festa de branco e Samba de nego, bem como a modinha Malandrinha, de Freire Júnior, e a canção Lua nova, sua e de Luís Iglesias. Nos anos de 1929 e 1930, de campanha presidencial, foi quem mais gravou canções de conteúdo político, como em 1929, o samba É sim senhor e a marcha Seu doutor (ambos de Eduardo Souto), a marcha Seu Julinho vem (Freire Júnior), e, em dueto com Araci Cortes, o samba É no toco da goiaba (Eduardo Souto e José Jannyni). No Carnaval de 1930 obteve notável êxito com a marcha Dá nela (Ary Barroso). Outro sucesso memorável foi sua gravação do Hino a João Pessoa (Eduardo Souto e Osvaldo Santiago), antes da revolução de outubro desse ano, durante o qual também excursionou pela primeira vez ao exterior, apresentando-se em Buenos Aires, Argentina, com a companhia de revistas musicais de Jardel Jercolis.

Na volta, a Odeon reuniu-o a Mário Reis, por sugestão sua, para cantarem em dupla, estreando com os sambas Deixa essa mulher chorar (Brancura) e Qua-qua-quá (Lauro dos Santos), êxitos no Carnaval de 1931. A dupla durou até o final de 1932 e deixou 12 discos com 24 gravações importantes, entre as quais o samba Se você jurar (1931), com Ismael Silva e Nilton Bastos, Marchinha do amor (1932), de Lamartine Babo, a marcha Formosa (Carnaval de 1933), de Nássara e J. Rui, e Fita amarela (Carnaval de 1933), de Noel Rosa.

Em 1931 gravou entre outros sucessos a versão da valsa Dançando com lagrimas nos olhos (Joe Burke e Lamartine Babo), a modinha Deusa (Freire Júnior) e o samba Mulher de malandro (Heitor dos Prazeres), no Carnaval de 1932, primeiro prêmio no primeiro concurso oficial de musicas carnavalescas. Ainda nesse ano lançou o samba Gandaia (seu com Ismael Silva) e Para me livrar do mal (Ismael e Noel Rosa) e começou sua parceria com Orestes Barbosa, apenas letrista, com a canção Meu companheiro, que produziu 14 composições ate 1934. Em 1933 gravou de Noel Rosa os sambas Fita amarela, já referido, Pra esquecer, Feitio de oração (com Vadico) em dueto com Castro Barbosa, Não tem tradução, entre outros, bem como a marcha junina Cai, cai balão (Assis Valente), com Aurora Miranda em sua estreia no disco, a rumba Garimpeiro do Rio das Garças (João de Barros), a canção Pálida morena (Freire Júnior). Nesse ano, o locutor César Ladeira deu-lhe o slogan de Rei da Voz. Em 1934 transferiu-se para a RCA Victor, na qual ficou ate 1937. Passou a dirigir um programa na Radio Cajuti, nele 1ançando o cantor Orlando Silva, que se tornaria seu grande rival junto ao publico. Ainda em 1934 gravou a valsa A mulher que ficou na taça (sua com Orestes) e fez aquele que seria seu único disco com Carmen Miranda, com a marcha Retiro da saudade (Noel Rosa e Nássara). Tinha se iniciado de certa forma no cinema em Voz do Carnaval (1933), de Ademar Gonzaga, no qual foi aproveitada apenas sua voz tirada de discos. Em 1935 estreia de fato na tela em Alô, alô Brasil, de Wallace Downey, João de Barro e Alberto Ribeiro, a que se seguiriam os filmes Alo, alo Carnaval, de Ademar Gonzaga (1936), Laranja da China (1940), de J. Rui, e Samba em Berlim (1943), Berlim na batucada (1944), Pif-paf (1945), Caídos do céu (1946) e Esta e fina (1948), todos de Luís de Barros.

No Carnaval de 1935 lançou o samba Foi ela (Ary Barroso) e a marcha Grau dez (Ary e Lamartine) e depois o samba Na virada da montanha (mesma parceria). Depois de vários anos, e pela ultima vez, atuou no teatro musicado na bem sucedida burleta Da favela ao Catête, de Freire Júnior. No Carnaval de 1936 lançou as marchas Manhas de sol (João de Barro e Alberto Ribeiro), Uma porta e uma janela (Nássara e Roberto Martins), A.M.E.I. (Nássara e Frazão), os sambas É bom parar (Rubens Soares) e Me queimei (Nássara e Valfrido Silva) e no meio do ano o samba Favela (Roberto Martins e Valdemar Silva). Nas festas juninas foi muito cantada a marcha Pula a fogueira (Getúlio Marinho e João Bastos Filho). Nesse ano apresentou-se na Radio El Mundo, de Buenos Aires, por dois meses, tendo levado Alzirinha Camargo e Benedito Lacerda, e também publicou sua autobiografia Minha vida, minha vida. Em 1937 gravou o samba-canção Serra da Boa Esperança (Lamartine Babo). Em 1938, no Carnaval pernambucano, marcou sucesso com as gravações dos frevos Ui, que medo eu tive! (Anibal Portela e José Mariano) e Júlia (Capiba) e, no Carnaval carioca, com os sambas Ando sofrendo (Roberto Martins e Alcebíades Barcelos) e Vão pro Scala de Milão (Ary Barroso). Nos gêneros sentimentais, lançou o samba-canção A única lembrança (Ary Barroso) e a canção Meu romance (Saint-Clair Senna).

Em 1939 registrou as valsas Diga-me e Minha adoração (ambas de Nelson Ferreira) e Valsa dos namorados (Silvino Neto) e o gênero a que se chamou "samba-exaltação" com Aquarela do Brasil (Ary Barroso), designado no selo do disco "cena brasileira". Transferiu-se para a Columbia e gravou nesse gênero Brasil! (Benedito Lacerda e Aldo Cabral), em dueto com Dalva de Oliveira, 1939; Onde o céu azul e mais azul (João de Barro, Alberto Ribeiro e Alcir Pires Vermelho), 1940; Canta Brasil! (Alcir e Davi Nasser), 1941; Bahia com H (Denis Brean), 1947; São Paulo, coração do Brasil (com Davi Nasser), 1951, e outros. Em 1940 lançou no Carnaval a marcha Dama das Camélias (Alcir e João de Barro) e os sambas Solteiro e melhor (Rubens Soares e Felisberto Silva) e Despedida de Mangueira (Benedito Lacerda e Aldo Cabral). Em 1941 lançou os sambas carnavalescos Poleiro de pato e no chão (Rubens Soares) e Eu não posso ver mulher (Osvaldo Santiago e Roberto Roberti) e a valsa Eu sonhei que tu estavas tão linda (Francisco Matoso e Lamartine Babo).

Depois de atuar em diversas emissoras, fixou-se a partir de 1941 na Radio Nacional até falecer. Seu programa dos domingos ao meio-dia, Quando os Ponteiros se Encontram, apresentado pela locutora Lúcia Helena, obteve maciça audiência em todo o Brasil. Em 1942 foi um dos vencedores do Carnaval com Sandália de prata (Alcir e Pedro Caetano) e, na musica romântica, lançou as valsas Carnaval da minha vida (Benedito Lacerda e Aldo Cabral) e Capela de São José (Marino Pinto e Herivelto Martins). Em 1943 gravou as versões dos foxes-canções Beija- me muito (Consuelo Velasques e Davi Nasser) e O amor e sempre amor (Hupfeld e Jair Amorim), e a valsa- bolero A mulher e a rosa (Alcir e Davi Nasser) e, em 1944, no Carnaval, a marcha Eu brinco (Pedro Caetano e Claudionor Cruz) e o samba Odete (Herivelto Martins e Waldemar de Abreu), com o Trio de Ouro.

Em tempo de guerra gravou Canção do expedicionário (Espártaco Rossi e Guilherme de Almeida) e varias versões. Em 1945 seus sucessos no Carnaval foram o samba Isaura (Herivelto Martins e Roberto Roberti) e Que rei sou eu? (Herivelto e Valdemar da Ressurreição); em 1946, a marcha Palacete no Catête (Herivelto e Ciro de Sousa) e o samba Vaidosa (Herivelto e Artur Morais); depois, o samba Fracasso (Mário Lago) e as regravações da canção Minha terra (Valdemar Henrique) e do fox-canção O cigano (Marcelo Tupinambá e Gastão Barroso). Em 1947, no Carnaval, fez sucesso com o samba Palhaço (Herivelto e Benedito Lacerda) e depois com Cinco letras que choram (Adeus) (Silvino Neto), Bahia com H, já referido, e os sambas-canções Nervos de aço (Lupicínio Rodrigues) e Caminhemos (Herivelto Martins); em 1948, o samba Falta um zero no meu ordenado (Ary Barroso e Benedito Lacerda). Vieram então os sambas-canções Quem ha de dizer (Lupicínio e Alcides Gonçalves), Esses moços (Lupicínio) e Madrugada (Herivelto e Evaldo Rui). Em 1949 foram sucessos carnavalescos os sambas Maior e Deus (Felisberto Martins e Fernando Martins) e a marcha Pode matar que e bicho (sua com Haroldo Lobo e Nilton de Oliveira) e, em 1950, foi muito cantado o samba A Lapa (Herivelto e Benedito Lacerda); lançou ainda os sambas-exaltação Forasteiro e Aquarela mineira (ambos de Ary Barroso) e o samba Maria Rosa (Lupicínio Rodrigues). Em 1951, foi a vez dos sambas Deus lhe pague (Polera, André Penazzi e Davi Nasser) e Lili (Haroldo Lobo e Davi Nasser), das marchas Holandesa (Davi Nasser e Haroldo Lobo), com Dalva de Oliveira e Retrato do velho (Haroldo Lobo e Marino Pinto) e do samba-exaltação São Paulo, coração do Brasil (com Davi Nasser). A parceria com Davi Nasser, iniciada em 1940, resultou em 20 composições e um livro de bolso biográfico, escrito por Davi, Chico Viola, publicado em 1966. Em 1952, no Carnaval, teve muito êxito com a marcha Confete (Jota Júnior e Davi Nasser).

Faleceu em Pindamonhangaba SP em 27 de Setembro de 1952, num desastre de automóvel na Via Dutra, quando o Buick que dirigia recebeu o choque de um caminhão na contramão. Foi um dia de muita tristeza para o Brasil, a morte desse luso-brasileiro, cuja voz até hoje ainda sentimos saudade...

Biografia: Enciclopédia da Música Brasileira
Art Editora e PubliFolha

PELOS CAMINHOS DA POESIA



"Meu Amor, me abraça agora!
Hoje o mundo é de nós!
Põe teus sonhos para fora...
Cuida do resto depois!"

Luís Cláudio Costa Freitas

Barra do Piraí - RJ - Brasil



"O povo, muito imprudente,
não vê, nas lições, valia:
Depois que ocorre o acidente,
se lembra da ecologia!...

Jussara de Almeida Taveira
Barra do PIraí - RJ - Brasil


VINGANÇA

Quero sentir-te nos meus braços presa,
e dizer bem baixinho ao teu ouvido
um segredo de amor terno e sentido
que guardo no meu peito, com avareza...

Quero ter afinal certeza
deste amor que na vida me tem sido,
o meu sonho mais lindo e mais querido,
a luz de uma esperança sempre acesa...

Nesta rosa que tens, viva e vermelha,
esmigalhada em tua boca, -- a abelha
do meu beijo algum dia há de pousar

Quero unir minha vida à tua vida,
sentir que és minha só, ter-te possuída,
para então, só depois, te abandonar...

J. G. DE ARAÚJO JORGE


ONDE TE ENCONTRAREI?

Procuro-te insistentemente mas não te encontro. Não vejo-te nos caminhos do meu caminhar.
Onde te escondes? A procurar-te, a buscar-te, a desejar-te. Um dia nos vimos na estrada que conduz ao vilarejo.
Te vi, te amei e te desejei.
A alegria, o coração.
A imagem envolvente das noites infindas e insones eras tu.
A imagem dos sonhos de amor!
Prosseguiste no teu caminhar, e desapareceste na penumbra da neblina matutina invernal.
Jamais a esqueci.
Procuro-te insistentemente, mas não te encontro.
Não vejo-te nos caminhos do meu caminhar.
Onde te escondes? A procurar-te, a buscar-te, a desejar-te
-Na trilha da floresta dos avinhedos as suaves marcas dos passos teus se me deparei.
Elas perdiam-se nas rasas águas do rio das flores,
Penetravam na lagoa dos peixes bravios.
A recordação do teu olhar, a serena imagem da beleza
intocável.
O ardente desejo de ver-te e amar-te.
Prossigo na infrutífera busca pelos caminhos do meu caminhar.
Pés cansados e doloridos. Procuro-te insistentemente mas não te encontro.
Nas noites infindas e insones a imagem tua permanece em meus sonhos.
Onde te escondes? A procurar-te, a buscar-te a desejar-te!

Wálter Di Biase
Barra do Piraí - RJ - Brasil


MAR PORTUGUÊS

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

Fernando Pessoa


POR QUÊ ?

Foi tudo uma surpresa, tudo de repente,
talvez nenhum de nós saiba explicar por quê,
- você deixou de ser o que era antigamente
e o que era antigamente eu já não sou, se vê...

Eu era um amigo. E para mim, você
por muito tempo foi a amiga e confidente,
-deixei-a ler, assim como um cigano lê
nas mãos, toda a minha alma indiferentemente...

Por muito tempo, os dois, felizes nos julgamos,
até que certo dia... (e eu não lhe disse nada nem você disse nada) nós nos afastamos...

Hoje, você me evita... Hoje, evito a você...
E seguimos então, cada um por sua estrada
sem que nenhum de nós saiba explicar por quê...

J. G. de Araújo Jorge

E ASSIM NASCEU O RIO DE JANEIRO







HISTÓRIA DO RIO DE JANEIRO

No dia 1º de janeiro de 1502, navegadores portugueses, comandados por Gaspar de Lemos, avistaram a Baía de Guanabara e acreditando que se tratava da foz de um grande rio, deram-lhe o nome de Rio de Janeiro, dando origem ao nome da cidade. O município em si foi fundado em 1º de março 1565 por Estácio de Sá, com o nome de São Sebastião do Rio de Janeiro, em homenagem ao então Rei de Portugal, D. Sebastião.

Fonte(s): Grandes Personagens de Nossa História

Rio de Janeiro (Cidade) Não confundir com Rio de Janeiro (Estado)

A cidade do Rio de Janeiro foi a 2ª capital do Brasil, até 21/4/1965, até à transferência desta para Brasília. A primeira foi Salvador. A partir da transferência da capital federal para Brasília, a cidade do Rio de Janeiro passou a ser capital do estado do Rio de Janeiro, que antes era Niterói.

"Cidade Maravilhosa"
"Rio"

Do alto, da esquerda para a direita:
Cristo Redentor, Ponte Rio-Niterói,
Ce
ntro a partir da Baía de Guanabara,
Estádio do
Maracanã, Bondinho do Pão de Açúcar,
calçada da Praia de
Copacabana
e visão
geral da cidade a partir do Corcovado.

Bandeira do Rio de Janeiro

Brasão do Rio de Janeiro

Aniversário: 1° de março
Fundação: 1 de março de 1565 (446 anos)
Gentílico: carioca
Prefeito: Eduardo Paes (PMDB)
(2009–2012)

Rio de Janeiro (cidade) está localizada no Brasil

Localização no Brasil
22° 54' 10" S 43° 12' 28" O22° 54' 10" S 43° 12' 28" O
Unidade federativa: Rio de Janeiro
Mesorregião: Metropolitana do Rio de Janeiro IBGE/2008
Microrregião Rio de Janeiro IBGE/2008
Região metropolitana: Rio de Janeiro
Municípios limítrofes: Duque de Caxias, Itaguaí, Seropédica, Mesquita, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu e São João de Meriti
Distância até a capital federal: 1 148 km

Características geográficas

Área 1 182,296 km²
População 6 323 037 hab. – IBGE/2010
Densidade 5 348,1 hab./km²
Altitude 2 m
Clima Tropical Atlântico Aw
Fuso horário: UTC−3
Indicadores
IDH 0,842 (RJ: 2º) – elevado PNUD/2000
PIB: R$ 154 777 300,500 mil (BR: 2º) – IBGE/2008
PIB per capita: R$ 25 121,92 IBGE/2008

Latina - e o Jardim Botânico. O primeiro jornal impresso do Brasil, a Gazeta do Rio de Janeiro, entrou em circulação nesse período. Foi a única cidade no mundo a sediar um império europeu fora da Europa.

Foi a capital do Brasil de 1763 a 1960, quando o governo transferiu-se para Brasília. Atualmente é a segunda maior cidade do país, depois de São Paulo. Entre 1808 e 1815, foi capital do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, como era oficialmente designado Portugal na época. Entre 1815 e abril de 1821, sediou o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, após elevação do Brasil à parte integrante do Reino Unido.

Período imperial

Panorama da cidade em 1889.

Após a independência, a cidade tornou-se a capital do Império do Brasil, enquanto a província enriquecia com a agricultura canavieira da região de Campos e, principalmente, com o novo cultivo do café no Vale do Paraíba. De modo a separar a província da capital do Império, a cidade foi convertida, no ano de 1834, em Município Neutro, passando a província do Rio de Janeiro a ter Niterói como capital.

Como centro político do país, o "Rio" concentrava a vida político-partidária do império. Foi palco principal dos movimentos abolicionista e republicano na metade final do século XIX. Durante a República Velha, com a decadência de suas áreas cafeeiras, o estado perdeu força política para São Paulo e Minas Gerais.

Período republicano

Com a Proclamação da República, nas últimas décadas do século XIX e início do XX, o Rio de Janeiro enfrentava graves problemas sociais advindos do crescimento rápido e desordenado. Com o declínio do trabalho escravo, a cidade passara a receber grandes contingentes de imigrantes europeus e de ex-escravos, atraídos pelas oportunidades que ali se abriam ao trabalho assalariado. Entre 1872 e 1890, sua população duplicou, passando de 274 mil para 522 mil habitantes.

Planta da zona da enseada
de Botafogo na década de 1970:
diversas obras já modificaram
o traçado urbanístico desde então.

 O aumento da pobreza agravou a crise habitacional, traço constante na vida urbana do Rio desde meados do século XIX. O epicentro dessa crise era ainda, e cada vez mais, o miolo central - a Cidade Velha e s
Rio de Janeiro, capital do estado homônimo, é a segunda maior metrópole do Brasil, situada no Sudeste do país. Cidade brasileira mais conhecida no exterior, maior rota do turismo internacional no Brasil e principal destino turístico na América Latina e em todo Hemisfério Sul, a capital fluminense funciona como um "espelho", ou "retrato" nacional, seja positiva ou negativamente.

É um dos principais centros econômicos, culturais e financeiros do país, sendo internacionalmente conhecida por diversos ícones culturais e paisagísticos, como o Pão de Açúcar, o Morro do Corcovado com a estátua do Cristo Redentor, as praias dos bairros de Copacabana, Ipanema e Barra da Tijuca (entre outros), o Estádio do Maracanã, o Estádio Olímpico João Havelange, o Estádio de São Januário do Clube de regatas Vasco da Gama, as florestas da Tijuca e da Pedra Branca, a Quinta da Boa Vista, a ilha de Paquetá, o Réveillon de Copacabana e o Carnaval.

Representa o segundo maior PIB do país (e o 30º maior do mundo, estimado em cerca de 140 bilhões de reais (IBGE/2007), e é sede das duas maiores empresas brasileiras - a Petrobras e a Vale, e das principais companhias de petróleo e telefonia do Brasil, além do maior conglomerado de empresas de mídia e comunicações da América Latina. Contemplado por grande número de universidades e institutos, é o segundo maior polo de pesquisa e desenvolvimento do Brasil, responsável por 17% da produção científica nacional - segundo dados de 2005. Rio de Janeiro é considerada uma cidade global beta - pelo inventário de 2008 da Universidade de Loughborough (GaWC).

Foi capital do Brasil Colônia a partir de 1763, capital do Império Português na época das invasões de Napoleão, capital do Império do Brasil, e capital da República até a inauguração de Brasília, na década de 1960. É também conhecida por Cidade Maravilhosa, e aquele que nela nasce é chamado de carioca.

História

Descoberta

Primeiro brasão da cidade (1565-1826).

A Baía de Guanabara, à margem da qual a cidade se organizou, foi descoberta pelo explorador português Gaspar de Lemos em 1º de janeiro de 1502. Embora se afirme que o nome Rio de Janeiro tenha sido escolhido em virtude de os portugueses acreditarem tratar-se a baía da foz de um rio, na verdade, à época, não havia qualquer distinção de nomenclatura entre rios, sacos e baías - motivo pelo qual foi o corpo d'água corretamente designado como rio. Os franceses estabeleceram-se na região em 1555 e foram expulsos pelos portugueses em 1567.

Período francês

França Antártica

Em 1 de novembro de 1555, os franceses, capitaneados por Nicolas Durand de Villegagnon, apossaram-se da Baía da Guanabara, estabelecendo uma colônia na ilha de Sergipe (atual ilha de Villegagnon). Lá, ergueram o Forte Coligny, enquanto consolidavam alianças com os Tamoios e Tupinambás. Foi também com o auxílio dos outros povos autóctones, que os portugueses atacaram e destruíram este agrupamento em 1560.

Período colonial

Mapa da baía de Guanabara de 1555.

Persistindo a presença francesa na região, os portugueses, sob o comando de Estácio de Sá, desembarcaram num istmo entre o morro Cara de Cão e o Pão de Açúcar, fundando, a 1 de março de 1565, a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.Uma vez conquistado o território, em uma pequena praia protegida pelo Pão de Açúcar, edificaram uma fortificação de faxina e terra, o embrião da Fortaleza de São João.

A expulsão e derrota definitiva dos franceses e seus aliados indígenas, no entanto, só se deu em janeiro de 1567.
Fundação da cidade do Rio de Janeiro
por Estácio de Sá.
A vitória de Estácio de Sá, subjugando elementos remanescentes franceses (os quais, aliados aos tamoios, dedicavam-se ao comércio e ameaçavam o domínio português na costa do Brasil), garantiu a posse do Rio de Janeiro, rechaçando a partir daí novas tentativas de invasões estrangeiras e expandindo, à custa de guerras, seu domínio sobre as ilhas e o continente. A povoação foi refundada no alto do morro do Castelo (completamente arrasado em 1922 pelo então prefeito Pereira Passos), no atual centro histórico da cidade. O novo povoado marca, de fato, o começo da expansão urbana da mesma, embora tenha destruído grande parte da memória luso-católica da cidade, à época.



Vista do Rio de Janeiro defronte
à igreja do mosteiro de
São Bento entre 1820 e 1825,
por Johann Moritz Rugendas.
Durante quase todo o século XVII a cidade acenou com um desenvolvimento lento. Uma rede de pequenas ruelas conectava entre si as igrejas, ligando-as ao Paço e ao Mercado do Peixe, à beira do cais. A partir delas, nasceram as principais ruas do atual centro. Com cerca de 30 mil habitantes na segunda metade do século XVII, o Rio de Janeiro tornara-se a cidade mais populosa do Brasil, passando a ter importância fundamental para o domínio colonial.


Essa importância tornou-se ainda maior com a exploração de jazidas de ouro em Minas Gerais, no século XVIII: a proximidade levou à consolidação da cidade como proeminente centro portuário e econômico. Em 1763, o ministro português Marquês de Pombal transferiu a sede da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro.



A invasão de Duclerc (1710)

No contexto de hostilidades entre a França e a Inglaterra, o rei Luís XIV de França autorizou o corso aos domínios ultramarinos de Portugal, tradicional aliado dos britânicos. Por essa razão, em meados de Agosto de 1710, Jean-François Duclerc, no comando de seis navios e cerca de 1 200 homens, surgiu na barra da baía de Guanabara hasteando pavilhões ingleses como disfarce. As autoridades no Rio de Janeiro, alertadas pela Metrópole, já aguardavam a vinda do corsário francês, razão pela qual o fogo combinado da Fortaleza de Santa Cruz da Barra e da Fortaleza de São João repeliu a frota que tentava forçar a barra (16 de agosto).
Os franceses navegaram pelo litoral para Sudoeste, rumo à baía da Ilha Grande, saqueando fazendas e engenhos. Lá, aportaram à barra de Guaratiba, onde desembarcaram, marchando por terra para a cidade do Rio de Janeiro. No percurso passaram pelo Camorim, por Jacarepaguá, pelo Engenho Novo e pelo Engenho Velho dos Padres da Companhia de Jesus, descansando neste último. No dia seguinte prosseguiram pela região do Mangue, alcançando a falda do morro de Santa Teresa (depois rua de Mata-Cavalos, atual rua do Riachuelo), até ao morro de Santo Antônio, que contornaram até à Lagoa do Boqueirão. Pela rua da Ajuda (atual Melvin Jones) e de São José, alcançaram o Largo do Carmo (atual Praça XV de Novembro), onde encontraram a resistência dos habitantes em armas, tendo se destacado a ação dos estudantes do Colégio dos Jesuítas, liderados por Bento do Amaral da Silva, que desceram o morro do Castelo. Nesta escaramuça, afirma-se que os franceses perderam 400 homens. Duclerc, que os comandava, foi detido em prisão domiciliar à atual rua da Quitanda, vindo a ser assassinado em condições misteriosas por um grupo de encapuzados, alguns meses mais tarde, a 18 de março de 1711, alguns autores, supondo que o crime fora por questões passionais.
A população da cidade festejou entusiasticamente a vitória durante vários dias. Infelizmente, as autoridades coloniais superestimaram a capacidade do sistema defensivo da barra, difundindo-se a crença generalizada de que, após tamanha derrota, corsário algum voltaria tentar forçá-la, o que se mostrou dramaticamente incorreto.
 
Vinda da corte portuguesa e período imperial

Desembarque da princesa Leopoldina
em 1817 no Morro de São Bento, por Debret.
A família real portuguesa estabeleceu-se
no Brasil para fugir da invasão da
Península Ibérica pelas tropas de Napoleão.
A vinda da corte portuguesa, em 1808, marcaria profundamente a cidade, então convertida no centro de decisão do Império Português, debilitado com as guerras napoleônicas. Após a Abertura dos Portos, tornou-se um proeminente centro comercial. Nos primeiros decênios, foram criados diversos estabelecimentos de ensino, como a Academia Militar, a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios e a Academia Imperial de Belas Artes, além da Biblioteca Nacional - com o maior acervo da América Latina - e o Jardim Botânico. O primeiro jornal impresso do Brasil, a Gazeta do Rio de Janeiro , entrou em circulação nesse período. Foi a única cidade no mundo a sediar um império europeu fora da Europa.
Foi a capital do Brasil de 1763 a 1960, quando o governo transferiu-se para Brasília. Atualmente é a segunda maior cidade do país, depois de São Paulo. Entre 1808 e 1815, foi capital do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, como era oficialmente designado Portugal na época. Entre 1815 e abril de 1821, sediou o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, após elevação do Brasil à parte integrante do reino unido supracitado.
Após a Independência do Brasil (1822), a cidade tornou-se a capital do Império do Brasil, enquanto a província enriquecia com a agricultura canavieira da região de Campos e, principalmente, com o novo cultivo do café no Vale do Paraíba. De modo a separar a província da capital do Império, a cidade foi convertida, no ano de 1834, em Município Neutro, passando a província do Rio de Janeiro a ter Niterói como capital.
Como centro político do país, o "Rio" concentrava a vida político-partidária do Império. Foi palco principal dos movimentos abolicionista e republicano na metade final do século XIX. Durante a República Velha (1889-1930), com a decadência de suas áreas cafeeiras, o estado do Rio de Janeiro perdeu força política para São Paulo e Minas Gerais.

A invasão de Duguay-Trouin (1711)



 Nova invasão - Corsário René Duguay-Trouin
 
À iniciativa de Duclerc, seguiu-se outra, maior e mais bem equipada, no ano seguinte.
Esquadra de Duguay-Trouin.
Em 12 de setembro de 1711, a coberto pela bruma da manhã, aproveitando um vento favorável, uma esquadra de 17 ou 18 navios, artilhada com 740 peças e 10 morteiros, com um efetivo de 5 764 homens, sob o comando do corsário francês René Duguay-Trouin ousadamente entrou em linha pela barra da baía de Guanabara, furtando-se ao fogo das fortalezas, desguarnecidas três dias antes, graças a uma notícia recebida pelo então Governador da Capitania do Rio de Janeiro, Francisco de Castro Morais (1699-1702), que dava como falsa a notícia da chegada desta esquadra francesa.
Duguay-Trouin enfrentou apenas a resistência de três habitantes inconformados com as decisões do governador Francisco de Castro Morais, apelidado de "o Vaca": o normando naturalizado português, Gil du Bocage, Bento do Amaral Coutinho, que lutara contra os paulistas na guerra dos Emboabas, e seu companheiro frei Francisco de Menezes, ao lado dos alunos dos frades beneditinos, filhos de Domingos Leitão, de Rodrigo de Freitas, de Gurgel do Amaral, Teles de Menezes, Martim Clemente e Aires Maldonado.
O sucesso do corsário custou caro à cidade, que necessitou pagar valioso resgate pela liberdade (novembro de 1711): 610.000 cruzados em moeda, 100 caixas de açúcar e 200 cabeças de gado bovino.

A vinda da corte portuguesa, em 1808, marcaria profundamente a cidade, então convertida no centro de decisão do Império Português, debilitado com as guerras napoleônicas. Após a Abertura dos Portos, tornou-se um proeminente centro comercial. Nos primeiros decênios, foram criados diversos estabelecimentos de ensino, como a Academia Militar, a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios e a Academia Imperial de Belas Artes, além da Biblioteca Nacional - com o maior acervo da América
uas adjacências -, onde se multiplicavam as habitações coletivas e eclodiam as violentas epidemias de febre amarela, varíola, cólera-morbo, que conferiam à cidade fama internacional de porto sujo.

Muitas campanhas de erradicação, perpetradas pelos governos da época, não foram bem recebidas pela população carioca. Houve muitas revoltas populares, entre elas, a Revolta da Vacina, de 1904, que também teve como causa a tomada de medidas impopulares, como as reformas urbanas do centro, executadas pelo engenheiro Pereira Passos. Vários cortiços foram demolidos e a população pobre da região central deslocada para as encostas de morros, na zona portuária e no Caju, sobretudo os morros da Saúde e da Providência. Tais povoamentos cresceram de maneira desordenada, dando início ao processo de favelização (ainda não muito preocupante na época) - o que não impediu a adoção de várias outras reformas urbanas e sanitárias que modificaram a imagem da então capital da República. Data desse período a abertura do Theatro Municipal e da Avenida Rio Branco, com os edifícios inspirados em elementos da Belle Époque parisiense, e a inauguração, em 1908, do Bondinho do Pão de Açúcar, um dos marcos da engenharia brasileira, em comemoração aos 100 anos da Abertura dos Portos.

Vista da avenida Rio Branco em 1909.
À esquerda, vê-se a Praça Marechal Floriano Peixoto
e o Theatro Municipal do Rio de Janeiro; à direita,
a Escola Nacional de Bela
s Artes. Foto de Marc Ferrez.


A ocupação da atual zona sul efetivou-se com a abertura do Túnel Velho, que fazia a conexão entre Botafogo e Copacabana. O surgimento do Copacabana Palace, em 1923, consagrou definitivamente o processo de ocupação e o turismo na região, que experimentou uma explosão demográfica. O Cristo Redentor seria inaugurado em 1931, tornando-se um dos cartões-postais do Rio e do Brasil.

Fotografia da Enseada de Botafogo em 1921.
Após a transferência da Capital Federal para Brasília em 1960, o Rio foi transformado numa cidade-estado com o nome de Guanabara. Em 15 de março de 1975 ocorreu a fusão com o antigo estado do Rio de Janeiro e, em 23 de julho, foi promulgada a Constituição do Rio de Janeiro.

Em 1992, sediou a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUCED), mais conhecida como Rio-92, ou ECO-92 - a primeira conferência internacional de peso realizada após o fim da Guerra Fria, com a presença de delegações de 175 países.

O Bondinho do Pão de Açúcar
entre as décadas de 1940 e de 1950.
Foi sede dos Jogos Pan-Americanos de 2007, ocasião à qual realizou investimentos em estruturas esportivas (incluindo a construção do Estádio Olímpico João Havelange) e nas áreas de transportes, segurança pública e infraestrutura urbana. Ainda no âmbito esportivo, a cidade irá sediar alguns jogos da Copa do Mundo de 2014 inclusive a final e os Jogos Olímpicos de Verão de 2016.

Entre a noite de sábado, 20 de novembro, até o dia 27 de novembro de 2010, sucederam-se na Região Metropolitana do Rio de Janeiro vários atos de violência organizada. Durante os ataques e depois, durante as operações, registrou-se que pelo menos 181 veículos teriam sido incendiados pelos criminosos. Nesse período, ocorreram ainda 39 mortes, cerca de duzentas detenções para averiguação e quase setenta prisões.
Vista da cidade do Rio de Janeiro em 1967.
No dia 25 de novembro, deu-se a maior ofensiva da Polícia Militar do Rio de Janeiro, com seu Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) atuando ao lado da Polícia Civil do Rio de Janeiro, encabeçada pela Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) e em parceria com o Corpo de Fuzileiros Navais, que disponibilizou seis blindados e um grupamento de fuzileiros navais da mesma unidade para apoio logístico da operação, que resultou na tomada do território da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão, regiões da cidade que até então estava em poder dos narcotraficantes do Comando Vermelho.

Geografia

Relevo

A Pedra da Gávea, na Barra da Tijuca,
uma das maiores elevações rochosas da cidade,
é o maior bloco de pedraà beira-ma
r do planeta,
com 842 metros de altitude.

A cidade ocupa a margem ocidental da baía de Guanabara e algumas de suas respectivas ilhas (como Governador e Paquetá), e desenvolveu-se sobre estreitas planícies aluviais comprimidas entre montanhas e morros. A serra do Mar, rebordo do planalto Atlântico, ergue-se a noroeste, distando cerca de 40 quilômetros do litoral, e divisa a metrópole do interior.

O Rio de Janeiro está assentado sobre três grandes maciços: o da Pedra Branca, que atravessa a cidade no sentido leste-oeste (onde se encontra o ponto culminante do município, o pico da Pedra Branca, de 1 024 metros); o de Gericinó, ao norte (com o pico do Guandu, de 900 metros); e o da Tijuca ou da Carioca, sobre o qual irrompem morros e picos, alguns cobertos por exuberante vegetação, de grande interesse turístico: o pico da Tijuca (1.022 m), o Bico do Papagaio (975 m), o Andaraí (900 m), a Pedra da Gávea (842 m), o Corcovado (704 m), o Dois Irmãos (533 m) e o Pão de Açúcar (395 m), que se encontra à entrada da baía.

Urca e Copacabana vistas do Pão de Açúcar.


Seu litoral tem 197 quilômetros de extensão, inclui mais de 100 ilhas que ocupam 37 km², e desdobra-se em três partes, voltadas à baía de Sepetiba, ao oceano Atlântico e à baía de Guanabara. O litoral da baía de Sepetiba tem como único acidente geográfico de expressão a Restinga da Marambaia e é arenoso, baixo e pouco recortado.[livro 2]O litoral da baía de Guanabara é recortado, baixo, abarca muitas ilhas (como a do Governador, de 29 km², local do Aeroporto Internacional do Galeão) e, em suas margens, situam-se o centro comercial e os subúrbios industriais. O litoral Atlântico expressa alternâncias consideráveis, apresentando-se ora alto, quando em contato com as ramificações costeiras dos maciços da Pedra Branca e da Tijuca, ora baixo, trecho pelo qual se estendem as praias de Copacabana, Ipanema, Leblon, Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes, todas integradas à paisagem urbana.

Diversas lagoas, como as da Tijuca, Marapendi, Jacarepaguá e Rodrigo de Freitas formaram-se nas baixadas, muitas de terreno pantanoso a ainda não completamente drenado.

Clima
Nuvens sob a estátua do Cristo Redentor: uma das imagens
brasileiras mais conhecidas no mundo.

O clima é tropical atlântico, classificado como Aw segundo o modelo de Köppen, e a média anual das temperaturas é de 23,1 °C.

Por se tratar de uma cidade litorânea, o efeito da maritimidade é bastante perceptível, traduzindo-se em amplitudes térmicas relativamente baixas. A média anual das temperaturas médias máximas mensais é 26,1 °C, e das médias mínimas mensais, 20 °C. Já as médias anuais das temperaturas máximas e mínimas absolutas aferidas em cada mês ficam, respectivamente, em 36,2 °C e 13,8 °C.Julho é o mês mais frio, com médias máxima e mínima de 24 °C e 17 °C, e janeiro, o mais quente (29 °C e 23 °C).

Os verões são marcados por dias quentes e úmidos, eventualmente suplantando a barreira dos 40 °C em pontos isolados, enquanto os invernos apresentam-se amenos e com regime de chuvas mais restrito, com mínimas raramente inferiores a 10 °C. De modo geral, o ano pode ser dividido em duas estações: uma quente e relativamente chuvosa, e outra de temperaturas amenas; desta forma, primavera e outono agregam-se às características das demais, tratando-se mais de intervalos de transição do que estações propriamente definidas. Até hoje, o recorde oficial de menor temperatura já registrada deu-se no Campo dos Afonsos (4,8 °C), em julho de 1928, e o de maior, em Bangu (43,2 °C), em janeiro de 1984.

Devido à altíssima concentração de edifícios nas regiões urbanas centrais, mais afastadas do litoral, é comum o surgimento de ilhas de calor, com termômetros superando a marca dos 40 °C nos meses mais quentes do ano. Nessas áreas e em outras, é possível verificar disparidades de alguns graus com relação às zonas costeiras, em razão das brisas marítimas.

O volume pluviométrico acumulado anual é de 1 086 mm. As chuvas concentram-se nos meses de dezembro, janeiro, fevereiro e março, tornando-se mais esparsas no período de junho a agosto. Abril e novembro apresentam números razoáveis, ainda que menores que os dos meses de maior pluviosidade. Em cerca de um terço dos dias (128), chove. Os meses de outubro, novembro e janeiro têm, em média, 13 dias nos quais se verifica a ocorrência de precipitações; dezembro, 14; fevereiro e setembro, 11; e junho, julho e agosto, 7. Todavia, o maior volume é observado em dezembro (137 mm), janeiro (125 mm), fevereiro (122 mm) e março (130 mm). Temporais não são incomuns no verão, os quais invariavelmente ocasionam vítimas, fatais ou não, sendo o motivo maior os deslizamentos nas encostas da cidade.

A umidade relativa do ar denota índices aceitáveis durante todo o ano. A média no período que antecede o meio-dia fica em 84,6% e, após às doze horas, 70,8%. Junho, julho e agosto apresentam os menores percentuais no período vespertino: 69, 68 e 66%, respectivamente.
Panorama da Zona Sul da cidade.

Parques e espaços públicos

Palmeiras Imperiais
da Aleia Barbosa
Rodrigues,
no Jardim Botânico.


A cidade conta com importantes parques e reservas ecológicas, como o Parque Nacional da Tijuca, considerado "Patrimônio Ambiental e Reserva da Biosfera" pela UNESCO, o Parque Estadual da Pedra Branca, o Complexo da Quinta da Boa Vista e o Jardim Botânico, o mais antigo do Brasil), o Jardim Zoológico do Rio, o primeiro zoológico nacional, o Parque Estadual da Pedra Branca, que abriga o ponto culminante do Rio de Janeiro: o pico da Pedra Branca, o Passeio Público.

Poluição ambiental

Em razão da alta concentração de indústrias na região metropolitana, o Rio de Janeiro, como a maioria das grandes metrópoles brasileiras, tem enfrentado sérios problemas de poluição ambiental. A baía de Guanabara, vitimizada pela perda secular das áreas de mangue, agoniza com resíduos provenientes de esgotos domiciliares e industriais, além dos derrames de óleo e da crescente presença de metais pesados. Não obstante suas águas se renovem ao confluírem para o mar, a baía é receptora final de todos os afluentes gerados nas suas margens e nas bacias dos muitos rios e riachos que nela deságuam. Mais de 14 mil estabelecimentos industriais e quatorze terminais marítimos de carga e descarga de produtos oleosos estão entre os principais causadores da poluição. Os níveis de material particulado no ar também se encontram duas vezes acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde, em parte devido à numerosa frota de veículos em circulação. Em uma pesquisa divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo, o Rio de Janeiro foi apontado como a quinta capital mais poluída do Brasil, atrás apenas de São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte e Curitiba.

Lagoa Rodrigo de Freitas, atualmente em processo de despoluição.

As águas da baía de Sepetiba seguem lentamente o caminho traçado pela baía de Guanabara, embora com características de degradação distintas. Esgotos domiciliares produzidos por uma população da ordem de 1,29 milhão de habitantes degradam diretamente a qualidade sanitária das águas quando lançados sem tratamento em valões, córregos ou rios. Com relação à poluição industrial, rejeitos de grande toxicidade, dotados de altas concentrações de metais pesados - principalmente zinco e cádmio -, já foram despejados ao longo dos anos por fábricas dos distritos industriais de Santa Cruz, Itaguaí e Nova Iguaçu, implantados sob orientação de políticas estaduais voltadas, sobretudo, à polarização da expansão fabril em áreas menos congestionadas.

A lagoa de Marapendi e a lagoa Rodrigo de Freitas têm sofrido com a leniência das autoridades e o avanço dos condomínios no local. O despejo de esgoto por ligações clandestinas e a consequente proliferação de algas diminuem a oxigenação das águas, ocasionando a mortandade de peixes. Estima-se que, a contar do início do século passado até os dias atuais, o espelho d'água da lagoa tenha perdido 40% de sua cobertura original.

Algumas praias da orla carioca, na maior parte do ano, encontram-se impróprias para o banho. É comum após um grande temporal a formação de "línguas negras" nas areias das praias, originadas de detritos trazidos dos morros pelas chuvas.

Segundo boletim da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, parte de Ipanema, Arpoador e Praia Vermelha, além de Bica, Guanabara e Central (Urca), são consideradas impróprias para o banho, haja visto que suas areias têm alta concentração de coliformes e da bactéria Escherichia coli, que indica a presença de lixo e fezes.

Há, por outro lado, sinais de despoluição na lagoa Rodrigo de Freitas, um dos principais cartões-postais do Rio de Janeiro. Uma parceria público-privada estabelecida em 2008 visa garantir que, até 2011, as águas da lagoa estejam próprias para o banho. As ações de despoluição envolvem a planificação do leito, com transferência de lodo para grandes crateras presentes na própria lagoa, e a criação de uma nova ligação direta e subterrânea com o mar, que contribuirá no sentido de aumentar a troca diária de água entre os dois ambientes.

Demografia

Imagem de satélite da Região
Metropolitana do Rio de Janeiro.

Crescimento populacional

A população do Rio de Janeiro segundo IBGE é de 6 323 037 habitantes na cidade e 11 711 233 na região metropolitana (2010), o que o torna a segunda maior aglomeração urbana do Brasil, terceira da América do Sul e 24ª do mundo.

As taxas de incremento médio anual da população foram de 0,8% (2000-2006) e 0,75% (1991-2000) na cidade, e 1,43% (2000-2006) e 1,18% (1991-2000) na região metropolitana - o que indica, de modo geral, uma aceleração na taxa de crescimento dos demais municípios do Grande Rio, e um pequeno aumento na taxa da capital.

Evolução demográfica da cidade do Rio de Janeiro

Composição étnica

Na região metropolitana, a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, realizada pelo IBGE, revelou as seguintes proporções no tipo físico da população: brancos, 53,6% (6.207.702); pardos, 33,6% (3.891.395); pretos, 12,3% (1.424.529); e amarelos ou indígenas, 0,5% (57.908).

Dentre os fluxos migratórios mais significativos, destacam-se os de portugueses e demais povos europeus, nordestinos e afro-brasileiros.

De acordo com estudos genéticos autossômicos recentes, a herança europeia é a dominante tanto entre "brancos" quanto entre "pardos", respondendo, então, pela maior parte da ancestralidade dos habitantes do Rio de Janeiro. A contribuição africana encontra-se presente, em alto grau, sendo maior entre os "negros". Também a ancestralidade ameríndia encontra-se presente, embora em grau menor.

Imigração portuguesa

Interior do Real Gabinete Português de Leitura,
fundado em 1837 por um grupo de quarenta e três imigrantes
portugueses, refugiados políticos, para promover a cultura
entre a comunidade portuguesa na então capital do Império.
É a maior biblioteca de autores portugueses fora de Portugal.

Tal fluxo migratório deflagrou-se no século XVI e atingiu seu auge no início do século XX, constituindo uma das maiores massas de imigrantes já recebidas pelo país. Entretanto, foi particularmente em 1808, com o estabelecimento da Família Real Portuguesa no Rio de Janeiro, e a relativa proximidade das jazidas mineiras (descobertas no século XVIII), que a cidade beneficiou-se da onda lusitana. Somente naquele ano, aportaram em território brasileiro 15 mil nobres e pessoas da alta-sociedade portuguesa - a grande maioria, na então capital da Colônia.

Após a Independência, os fluxos migratórios apresentaram uma redução paulatina, em razão da lusofobia inerente à época. Porém, com o passar dos anos a carência de mão-de-obra ocasionada pelo fim do tráfico negreiro e os frequentes revezes sócio-econômicos enfrentados por Portugal fariam a imigração portuguesa tornar a crescer no Rio e no Brasil. A partir de 1850, a imigração portuguesa tomou caráter quase que exclusivamente urbano e, ao contrário de alemães e italianos que vinham para trabalhar na agricultura, os portugueses rumavam a dois destinos preferenciais: as cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Entre 1881 e 1991, mais de 1,5 milhão de pessoas migraram de Portugal para o Brasil. Em 1906, 133.393 portugueses viviam no Rio de Janeiro - 16% da população da época. Apesar das taxas migratórias terem-se reduzido drasticamente a partir da década de 1930 (e, com maior ênfase, após 1960), ainda hoje, a cidade é considerada como tendo a segunda maior população portuguesa do mundo, depois de Lisboa.

A presença númerica portuguesa na cidade se fez notar especialmente a partir do final do século XIX. No ano de 1890, imigrantes portugueses compunham 20,36% da população da cidade do Rio de Janeiro (106.461 pessoas). Brasileiros filhos de pai ou mãe portugueses compunham 30,84% da população carioca (161.203 pessoas). Ou seja, portugueses natos ou seus filhos perfaziam, naquele ano, 51,2% dos habitantes do Rio, um total de 267.664 pessoas. Se se incluírem os netos, bisnetos e outros descendentes de portugueses, torna-se mais notória a maciça presença portuguesa no Rio de Janeiro. "Os Portugueses e os seus descendentes representam mais da metade da população carioca, ainda em 1890, sendo um total de 267664 numa população de 522651 habitantes. Os emigrantes lusos totalizam 106461 moradores, 77954 homens e 28507 mulheres" ("Açorianos no Brasil", Vera Lúcia Maciel Barroso, p. 89, 1ª ed. 2002). No século XX, ainda chegaram ao Rio contingentes enormes de portugueses, mas com o passar das décadas, a presença portuguesa na cidade foi sendo diluída, pois a imigração passou a diminuir e a população nascida na cidade crescia rapidamente. Em 1890, de acordo com outra fonte, os portugueses compunham 24% da população carioca e 68% da população estrangeira residente. Em 1920, os portugueses compunham 15% da população da cidade e 71% dos estrangeiros. Em 1950, os lusitanos se reduziram a 10% da população, apesar da presença de 196 mil residentes portugueses, sendo então a terceira cidade do mundo com mais portugueses, atrás somente de Lisboa e do Porto. Mais recentemente, a presença portuguesa na cidade é pouco expressiva, embora ainda seja notável: no censo de 2000, com mais de 5.8 milhões de habitantes, em torno de 1% da população do Rio ainda era nascida em Portugal.

Migrantes de outros estados do Brasil

É possível notar um respeitável contingente de pessoas de outros estados, sobretudo nordestinos. Paraibanos e pernambucanos fazem-se bastante presentes. No auge da industrialização, entre as décadas de 1960 e 1980, passaram a migrar para a região Sudeste em busca de melhores condições de vida e trabalho. Com a melhoria estrutural de outras regiões do país, e os problemas resultantes da superpopulação nas grandes cidades, a migração nordestina diminuiu consideravelmente. Embora Rio de Janeiro e São Paulo continuem sendo importantes polos de atração, a migração "polinucleada" ganhou contornos mais acentuados.

Afro-brasileiros

Também existem muitos afro-brasileiros desde o período colonial - a maioria descendente de escravos trazidos de Benim, Angola e Moçambique.[46] Com importantes contribuições de seu sincretismo religioso e musical, elementos remanescentes da cultura africana encontram-se hoje emaranhados à cultura brasileira e da cidade.

No início do século XIX, o Rio de Janeiro tinha a maior população urbana de escravos nas Américas, superando inclusive Salvador e Nova Orleães. Os africanos provinham de diferentes regiões do continente africano, mas no Rio predominaram os oriundos de Cabinda, do Congo Norte, Benguela, Moçambique, Luanda e de Angola. Os afrodescendentes nascidos no Brasil se diferenciavam dos africanos e poderiam ser dividos em três grupos. O primeiro era de crioulos, negros filhos de pais africanos nascidos no Brasil. Os pardos, já miscigenados, sobretudo com portugueses. Por fim, os cabras, resultado de outras miscigenações, inclusive com índios. Em 1849, 43,51% da população carioca era denominada preta e 80 mil escravos habitavam a cidade.

Em 1859, o médico e explorador alemão Robert Christian Avé-Lallemant, após visitar o Rio de Janeiro, fez o seguinte relato: "Se não soubesse que ela fica no Brasil poder-se-ia tomá-la sem muita imaginação como uma capital africana, residência de poderoso príncipe negro, no qual passa inteiramente despercebida uma população de forasteiros brancos puros. Tudo parece negro."

Demais imigrantes

Alemães, italianos, russos, suíços, libaneses, judeus, espanhóis, franceses, argentinos, chineses e seus respectivos descendentes compõem uma parcela considerável dos povos estrangeiros radicados na cidade. Entre 1920 e 1935, aportaram na cidade dezenas de milhares de imigrantes judeus do Leste Europeu, sobretudo da Ucrânia e da Polônia.

Religião

Religião no Rio de Janeiro
Religião

Porcentagem
Catolicismo romano
  
60,71%
Protestantismo
  
17,65%
Sem religião
  
13,33%
Espiritismo
  
3,44%
Umbanda
  
1,25%
Outros
  
1,83%


São diversas as doutrinas religiosas manifestas na cidade. Tendo-se expandido sobre uma matriz social de predominância católica - em virtude do processo colonizador e imigratório e da ausência de um estado laico que, à época, preconizava o catolicismo - a maioria dos cariocas ainda hoje se declara como tal. No entanto, é substancial a presença de dezenas de denominações protestantes (cerca de 18% da população residente), além do Espiritismo, que apresenta uma penetração considerável, com mais de 200 mil adeptos. As religiões afro-brasileiras (Umbanda e Candomblé) encontram respaldo em vários segmentos sociais, embora professadas por menos de 2% da população.

Segundo o último censo do IBGE, o percentual dos que não possuem filiação religiosa alguma é expressivo - superior à média nacional, de 7,3% -, sobrestando, inclusive, ao das comunidades espírita e umbandista. Testemunhas de Jeová, judeus e budistas são grupos minoritários, mas em ascensão.


Igreja Católica Romana

Vista do centro do Rio de Janeiro,
com a edificação cônica da Catedral Metropolitana
em destaque.


A Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, Sé Metropolitana da respectiva Província Eclesiástica, pertence ao Conselho Episcopal Regional Leste I da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) (instalada no Rio até 1977). Fundada em 1676, abrange um território de 1 721 km², organizado em 252 paróquias.

Estátua do Cristo Redentor,
no Corcovado,
desde 2006 considerada
santuário católico.
A Catedral de São Sebastião do Rio de Janeiro, ou Catedral Metropolitana, foi inaugurada em 1979, na região central da cidade. Suas instalações guarnecem um acervo de grande valor histórico e religioso: o Museu Arquidiocesano de Arte Sacra e o Arquivo Arquidiocesano. Lá também estão sediados o Banco da Providência e a Cáritas Arquidiocesana. Em estilo contemporâneo, apresenta formato cônico, com 96 metros de diâmetro interno e capacidade para receber até 20 mil fiéis. O esplendor da edificação, de linhas retas e sóbrias, deve-se aos cambiantes vitrais talhados nas paredes até à cúpula. Seu projeto e execução foram coordenados pelo Monsenhor Ivo Antônio Calliari (1918-2005).


São Sebastião é reconhecido como o padroeiro da cidade, razão pela qual esta recebeu o nome canônico de "São Sebastião do Rio de Janeiro".

Igrejas protestantes e evangélicas

Na cidade coexistem vários credos protestantes ou reformados, exemplificados pelas Igrejas Evangélicas Batista, Presbiteriana, Metodista, Congregacional, Adventista do Sétimo Dia e Luterana, e pelas de origem pentecostal: Universal do Reino de Deus, Assembleia de Deus, Congregação Cristã no Brasil, Evangelho Quadrangular, Casa da Bênção, Deus é Amor, Cristã Maranata e Nova Vida. Nas últimas décadas, cominou-se um avanço suplementar dessas igrejas, essencialmente nas regiões periféricas e no centro.

Criminalidade

Desde meados dos anos 1990, em decorrência da violência urbana, o Rio vem conquistando espaço na imprensa nacional e (nos últimos anos) internacional. A cidade apresenta índices elevados de criminalidade, em especial, o homicídio.[56] Até o ano de 2007, na região metropolitana contabilizavam-se quase 80 mortos por semana - a maioria vítimas de assaltos, balas perdidas e do narcotráfico. Entre 1978 e 2000, 49.900 pessoas foram mortas no Rio, mais do que em toda a Colômbia no mesmo período.

Policiais do BOPE
atuando em uma favela carioca.

A polícia do Rio de Janeiro também é demasiadamente violenta; em 2006 executou 1.063 pessoas no estado, sendo 1.195 apenas em 2003. Até abril de 2007, a média era de 3,7 por dia. A título de comparação, a polícia dos Estados Unidos matou apenas 347 pessoas em todo o território estadunidense ao longo de 2006. Os policiais recebem em média R$ 874 por mês, ou o equivalente R$ 10.488 em um ano. Baixos salários e equipamentos insuficientes fazem com que a polícia carioca consiga resolver apenas 3% de todos os assassinatos ocorridos na cidade.

Entretanto, pesquisas recentes demonstram que a violência vem caindo na cidade, sobretudo nos últimos anos. O "Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros 2008", estudo realizado conjuntamente pela Rede de Informação Tecnológica Latino Americana (RITLA) e pelo Instituto Sangari, com o aval dos Ministérios da Saúde e da Justiça, divulgado em janeiro deste ano, revela que no Rio de Janeiro a taxa geral de homicídios por 100 mil habitantes retrocedeu 40% entre 2002 e 2006, levando-o da 4ª para a 14ª posição no ranking das capitais mais violentas do país. Em 2002, a capital fluminense registrava 62,8 casos de homicídio para cada 100 mil pessoas. Em 2006, após quedas anuais sucessivas, esta taxa chegou a 37,7 - abaixo da aferida para cidades menores como Recife (90,9), Vitória (88,6), Curitiba (49,3), Belo Horizonte (49,2), Salvador (41,8) e Florianópolis (40,7). No entanto, apesar da salutar redução dos índices de criminalidade, o Rio ainda ocupa o segundo lugar com relação ao total de homicídios ocorridos em 2006, atrás apenas de São Paulo. Um relatório anterior, divulgado em outubro de 2007, também com a chancela dos Ministérios da Saúde e da Justiça, apontava uma redução inferior (17,5%) nos índices de homicídio entre 2003 e 2006, período no qual a capital respectivamente teria oscilado da 3ª a 5ª colocação entre as mais violentas do Brasil.

Segundo o Mapa da Violência de 2008, a taxa de óbitos por armas de fogo também apresentou retração considerável (da ordem de 30%) no período analisado. Em 2002, foram computadas 52,7 mortes para cada grupo de 100 mil, ao passo que, em 2006, o número caiu para 37,1. Em decorrência, o Rio deixou de ostentar a terceira colocação na lista das capitais com maior número de mortes desta categoria, caindo para o 8º lugar.

Taxas de homicídios e de mortes por armas de fogo por 100 mil habitantes na cidade do Rio de Janeiro

Levando-se em consideração, para as todas as capitais, somente a média das taxas entre 2002 e 2006, a cidade fica na 9ª posição (44,8) quanto aos homicídios da população em geral, e na 7ª (42) com relação aos óbitos por armas de fogo. Dentro do universo dos 5.564 municípios pesquisados, operou-se uma queda do 124º (2002) para o 445º lugar (2006) quanto à taxa de homicídios, e do 105º (2002) para o 243º (2006) no índice de mortes por armas de fogo.

Porém, em um relatório recente sobre o Índice de Homicídios na Adolescência (IHA), divulgado em 2009, o Rio de Janeiro ocupou a 21ª posição entre 267 municípios com mais de cem mil habitantes, registrando um índice duas vezes superior à média dos municípios pesquisados. O tráfico de drogas e a violência policial estão entre os fatores preponderantes à concentração dos homicídios nessa faixa etária.

Contrastes socioeconômicos

O Rio de Janeiro é uma cidade de fortes contrastes econômicos e sociais, apresentando grandes disparidades entre ricos e pobres. Enquanto muitos bairros ostentam um Índice de Desenvolvimento Humano correspondente ao de países nórdicos (Gávea: 0,970; Leblon: 0,967; Jardim Guanabara: 0,963; Ipanema: 0,962; Barra da Tijuca: 0,959), em outros, observam-se níveis bem inferiores à média municipal, como é o caso do Complexo do Alemão (0,711) ou da Rocinha (0,732).

Embora classificada como uma das principais metrópoles do mundo, uma porção significativa dos 6,1 milhões de habitantes da cidade vive em condições de pobreza. Parte de seus numerosos subúrbios é composta por favelas, aglomerados urbanos normalmente construídos sobre morros, onde as condições de moradia, saúde, educação e segurança são extremamente precárias.

Um aspecto original das favelas do Rio é a proximidade aos distritos mais valorizados da cidade, simbolizando a forte desigualdade social, característica do Brasil. Alguns bairros de luxo, como São Conrado, onde se localiza a favela da Rocinha, encontram-se "espremidos" entre a praia e os morros. Nas favelas, ensino público e sistema de saúde deficitários ou inexistentes, aliados à saturação do sistema prisional, contribuem com a intensificação da injustiça social e da pobreza.

Panorama da favela da Rocinha.
Panorama da favela da Rocinha.

Política

Palácio Pedro Ernesto,
na Cinelândia,
onde está instalada a
Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
No Rio de Janeiro, o Poder Executivo é representado pelo prefeito e gabinete de secretários, em conformidade ao modelo proposto pela Constituição Federal. A Lei Orgânica do Município e o atual Plano Diretor, porém, preceituam que a administração pública deve conferir à população ferramentas efetivas ao exercício da democracia participativa. Deste modo, a cidade é dividida em subprefeituras, cada uma delas dirigida por um submandatário nomeado diretamente pelo prefeito.

O Poder Legislativo é constituído à câmara municipal, composta por 50 vereadores eleitos para mandatos de quatro anos (em observância ao disposto no artigo 29 da Constituição, que disciplina um número mínimo de 42 e máximo de 55 para municípios com mais de cinco milhões de habitantes). Cabe à casa elaborar e votar leis fundamentais à administração e ao Executivo, especialmente o orçamento participativo (Lei de Diretrizes Orçamentárias). Conquanto seja o poder de veto assegurado ao prefeito, o processo de votação das leis que se lhe opõem costuma gerar conflitos entre Executivo e Legislativo.

Palácio Tiradentes,
sede da Assembleia Legislativa
do Rio de Janeiro.
Conselhos municipais há, entretanto, que atuam em complementação ao processo legislativo e ao trabalho engendrado nas secretarias. Obrigatoriamente formados por representantes de vários setores da sociedade civil organizada, acenam em frentes distintas - embora sua representatividade efetiva seja por vezes questionada. Encontram-se atualmente em atividade: Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural (CMPC), de Defesa do Meio Ambiente (CONDEMAM), de Saúde (CMS), dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), de Educação (CME), de Assistência Social (CMAS) e Antidrogas.

Por ser a capital do estado, a cidade também é sede do Palácio Laranjeiras (Poder Executivo) e da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ), localizada no Palácio Tiradentes - edifício que já foi ocupado pelo Congresso Nacional, entre 1926 e 1960.

Cidades-irmãs

O Rio de Janeiro possui as seguintes cidades-irmãs:

* Argentina Buenos Aires, Argentina (1996)
* Brasil São Borja, Brasil (Lei nº 4.158/2005)
* Coreia do Sul Seul, Coreia do Sul (Lei nº 4.023/2005)
* Costa Rica São José, Costa Rica (Lei nº 4.173/2005)
* Espanha Barcelona, Espanha (1972)
* Estados Unidos Atlanta, EUA (1972)
* Estados Unidos Newark, EUA (Lei nº 4.351/2006)
* França Nantes, França (Lei nº 2.127/1994)
* França Saint-Tropez, França (Lei nº 4.366/2006)
* Israel Jerusalém, Israel (Lei nº 4.315/2006)
* Japão Kobe, Japão (1969)
* Estado da Palestina Ramallah, Palestina (Lei nº 3.464/2002)
* Portugal Arganil, Portugal (Lei nº 2.831/1999)
* Portugal Cabeceiras de Basto, Portugal (Lei nº 2.927/1999)
* Portugal Coimbra, Portugal (Lei nº 4.817/2008)
* Portugal Espinho, Portugal (Lei nº 2.653/1998)
* Portugal Guimarães, Portugal (Lei nº 2.643/1998)
* Portugal Olhão, Portugal (Lei nº 4.912/2008)
* Portugal Santo Tirso, Portugal (Lei nº 3.062/2000)
* Portugal Vila Nova de Gaia, Portugal (Lei nº 4.397/2006)
* Reino Unido Liverpool, Reino Unido (Lei nº 3.793/2004)
* Roménia Bucareste, Romênia (Lei nº 3.467/2002)
* Rússia São Petersburgo, Rússia (1986)
* Senegal Rufisque, Senegal (Lei nº 3.152/2000)
* Tunísia Túnis, Tunísia (Lei nº 2.003/1993)
* Turquia Istambul, Turquia (1965)
* Ucrânia Kiev, Ucrânia (Lei nº 4.917/2008)
* Venezuela Caracas, Venezuela (Lei nº 4.260/2006)
* Espanha Santa Cruz de Tenerife, Espanha (1984)
* Marrocos Casablanca, Marrocos (2010)

São também consideradas cidades parceiras:

* Brasil Natal, Brasil (2008)
* Brasil Salvador, Brasil (2008)
* Estados Unidos Oklahoma City, EUA (2007)
* Canadá Vancouver, Canadá (2010)

Empresas públicas ou de economia mista

Riocentro, maior centro
de convenções da América Latina.
Pertencem à prefeitura - ou, é esta sócia (majoritária ou não) em seus capitais sociais - diversas empresas responsáveis por serviços públicos ou aspectos econômicos do município:

Interior do Palácio do Catete, que hoje abriga as instalações do Museu da República e já sediou o Governo Federal de 1897 a 1960.

* Centro de Feiras, Exposição e Congressos (Riocentro): sob administração da multinacional de origem francesa GL Events desde 2006, organiza tradicionalmente eventos de grandes proporções, tendo em seu histórico a ECO-92 e os Jogos Pan-americanos de 2007. Maior centro de convenções da América Latina, com uma área total de 571 mil metros quadrados e cinco pavilhões para feiras, exposições e congressos, foi eleito em 2006 e 2007 o melhor da América do Sul pelo World Travel Awards.

* Companhia Municipal de Energia e Iluminação (Rioluz): vinculada à Secretaria de Obras, gerencia a iluminação pública no município. Entre suas principais atribuições estão a elaboração de projetos e a execução de obras de instalação de novos pontos de luz nos logradouros públicos e em monumentos e prédios que fazem parte do patrimônio natural, histórico, arquitetônico e cultural da cidade. Também coordena a iluminação do carnaval carioca.

* Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb): tendo a prefeitura como acionista majoritária, é uma sociedade anônima de economia mista e a maior organização de limpeza pública na América Latina. Atua nos serviços de coleta domiciliar, na limpeza dos logradouros públicos, praias e mobiliário urbano e na higienização dos hospitais municipais. A empresa também dispõe de um centro de pesquisas aplicadas, em Jacarepaguá.

* Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-RIO): sociedade anônima de economia mista controlada pela prefeitura e vinculada à Secretaria Municipal de Transportes, é responsável pela fiscalização do trânsito, aplicação de multas e manutenção do sistema viário e de circulação da cidade. Elabora e divulga relatórios periódicos sobre acidentes e a fluidez nas vias urbanas.

* Empresa Distribuidora de Filmes (Riofilme): criada em novembro de 1992, tem contribuído para a revitalização do cinema nacional ao correr dos anos, carreando verbas à produção e distribuição de filmes de curta, média e longa-metragem e à expansão dos liames do mercado exibidor. Situa-se no bairro das Laranjeiras, em um casarão do final do século XIX conhecido como "Casas Rosadas".

* Empresa Municipal de Artes Gráficas (Imprensa Oficial): primeira imprensa oficial de nível municipal, atende a todas as necessidades de serviços gráficos de 54 órgãos municipais de administração direta, indireta e fundacional, e edita o Diário Oficial do Município e seus suplementos. Ademais, confecciona livros, panfletos, boletins, cartazes e impressos destinados a escolas e hospitais municipais e ao funcionamento de todos os serviços do Rio de Janeiro.

* Empresa Municipal de Informática (IplanRio): fundada em 1979, administra os recursos de tecnologia da informação da prefeitura.

* Empresa Municipal de Multimeios Ltda. (MultiRio): parte integrante da Secretaria Municipal de Educação (SME), concebe e produz mídias para crianças e adolescentes, alunos de escolas municipais e seus professores e familiares, além de promover vinhetas, séries e programas educativos para a TV.

* Empresa Municipal de Urbanização (Riourbe): encarrega-se do desenvolvimento de projetos e obras públicas de infraestrutura, urbanização, reformas, construções, conservação e manutenção preventiva de prédios públicos. Também elabora orçamentos, projetos de arquitetura e realiza licitações. É uma empresa pública de capital fechado, tendo a Prefeitura do Rio de Janeiro como único acionista.

* Empresa Municipal de Vigilância (Guarda Municipal): como força de segurança comunitária da prefeitura, tem por missão asseverar a integridade de bens, serviços e instalações municipais. Foi instituída a 27 de setembro de 1992, e oficialmente implantada pelo Decreto Municipal n.º 12.000, de 30 de março de 1993.

* Empresa de Turismo (Riotur): é o órgão executivo da Secretaria Especial de Turismo que atua na organização de grandes eventos e na promoção turística da cidade, observando a superveniência das diretrizes e programas da Administração Municipal.


Avenida Rio Branco, no centro do Rio de Janeiro,
onde funcionam alguns dos principais órgãos públicos da cidade.



Autarquias municipais

* Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos (IPP): vinculado à Secretaria Municipal de Urbanismo, encarrega-se das atividades correlatas ao planejamento urbano, à produção de informações geográficas, cartográficas e estatísticas e ao desenvolvimento de projetos estratégicos que subsidiam estudos sócio-econômicos e políticas setoriais. Tem sua origem na Fundação RioPlan, da qual se desmembrou em 1998. Criada em 1979 e convertida posteriormente em Empresa Municipal de Informática e Planejamento, a IplanRio conduzia projetos urbanísticos e a produção de estatísticas gerenciais, além de ser responsável pela base cartográfica do Rio de Janeiro.

* Instituto de Previdência e Assistência do Município do Rio de Janeiro: autarquia voltada ao gerenciamento do Regime Próprio de Previdência do Município - Fundo Especial de Previdência do Município do Rio de Janeiro (FUNPREVI) - e à concessão de benefícios assistenciais e prestação de serviços a seus segurados.

Subdivisões

O município do Rio de Janeiro é dividido em 160 bairros, agrupados em 34 regiões administrativas. A cidade conta com 19 subprefeituras.

Subdivisões de bairros da cidade do Rio de Janeiro.
  Zona Oeste
  Zona Norte
  Zona Sul
  Zona Central


Economia

Composição do PIB

Vista aérea do Aterro do Flamengo
com o centro da cidade ao fundo.

O Rio de Janeiro é a cidade com o segundo maior PIB no Brasil, superada apenas por São Paulo. Detém também o 30º maior PIB do planeta, o qual, segundo dados do IBGE, foi de cerca de R$ 139.559.354.000 em 2007 - equivalente a 5,4% do total nacional.

Segundo pesquisa da consultoria Mercer sobre o custo de vida para funcionários estrangeiros, o Rio de Janeiro está entre as cidades mais caras do mundo, colocada na posição 12 em 2011, 17 postos acima de sua clasificação de 2010, e superada por São Paulo (posição 10), mas na frente de cidades como Londres, Paris, Milão e Nova Iorque. O Rio também tem as diárias de hotel mais caras do Brasil, e ocupa a segunda colocação no ranking de hotéis cinco estrelas mais caros do mundo, superada apenas pelos hoteis da cidade de Nova Iorque.

Barra da Tijuca, uma importante
região nobre da cidade.
O setor de serviços abarca a maior parcela do PIB (65,52%), seguido pela arrecadação de impostos (23,38%), pela atividade industrial (11,06%) e pelo agronegócio (0,04%).

Beneficiando-se da posição de capital federal ocupada por um longo período (1763-1960), a cidade transformou-se em um dinâmico centro administrativo, financeiro, comercial e cultural. A Região Metropolitana do Rio de Janeiro, tal como considerada pelo IBGE, ostenta um PIB de R$ 187.374.116.000, constituindo o segundo maior polo de riqueza nacional. Concentra 68% da força econômica do estado e 7,91% de todos os bens e serviços produzidos no país. Levando-se em consideração a rede de influência urbana exercida pela metrópole (e que abrange 11,3% da população brasileira), esta participação no PIB sobe para 14,4%, segundo o estudo divulgado em outubro de 2008 pelo IBGE. Há muitos anos congrega o segundo maior polo industrial do Brasil, contando com refinarias de petróleo, indústrias navais, siderúrgicas, metalúrgicas, petroquímicas, gás-químicas, têxteis, gráficas, editoriais, farmacêuticas, de bebidas, cimenteiras e moveleiras. No entanto, as últimas décadas atestaram uma nítida transformação em seu perfil econômico, que vem adquirindo, cada vez mais, matizes de um grande polo nacional de serviços e negócios.

A Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ), que atualmente negocia apenas títulos públicos, foi a primeira bolsa fundada no Brasil, em 1845, e localiza-se na região central.

Setores em destaque



O edifício sede da Petrobras.
No Rio estão sediadas as duas maiores empresas brasileiras - a Petrobras e a Vale -, o maior grupo de mídia e comunicações da América Latina - as Organizações Globo - e grandes empresas do setor de telecomunicações, como: Oi, TIM, Embratel, Intelig, Net (maior empresa multisserviços via cabo da América Latina) e Star One (maior empresa latino-americana de gerenciamento de satélites).

No setor de petróleo, verifica-se um arranjo consentâneo de mais de 700 empresas, dentre as quais as maiores do Brasil (Shell, Esso, Ipiranga, Chevron Texaco, El Paso, Repsol YPF). A maioria mantém centros de pesquisa espalhados por todo o estado e, juntas, produzem mais de 4/5 do petróleo e dos combustíveis distribuídos nos postos de serviço do território nacional. A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) (maior siderúrgica da América Latina) e a filial brasileira da BHP Billiton exercem papel de destaque no setor de mineração.

O Rio de Janeiro herdou de seu passado uma forte vocação cultural. Atualmente, aglutina os principais centros de produção da TV brasileira: o Projac da Rede Globo de Televisão, o RecNov da Rede Record e o Polo de Cinema de Jacarepaguá - responsáveis pela geração de cerca de 10 mil empregos diretos e 30 mil indiretos. Em 2006, 65% da produção do cinema nacional foi realizada exclusivamente por estúdios cariocas, captando R$ 91 milhões em recursos federais através de leis de incentivo fiscal.

Praia de Copacabana.
O turismo representa uma importante
parcela da economia da cidade.
Coca-Cola Brasil, Michelin, PSA Peugeot Citroën, Xerox do Brasil, GE Oil & Gás, Light, Chemtech, Transpetro, Souza Cruz (British American Tobacco), Previ, Grupo SulAmérica, Grupo Queiroz Galvão, Ponto Frio e Lojas Americanas compõem a lista das grandes companhias sediadas na cidade. Segundo dados da Associação Comercial do Rio de Janeiro, dos cerca de 250 laboratórios existentes no país, 80 operam no estado do Rio, sendo a maior parte na capital. Ênfase para Schering-Plough, GlaxoSmithKline, Sanofi-Aventis, Roche e Merck.

A cidade reúne os principais grupos nacionais e internacionais do setor naval e os maiores estaleiros do país e do estado - o qual detém cerca de 90% da produção de navios e de equipamentos offshore no Brasil.


O turismo confere mais do que um mero adendo à economia local, uma vez que muitos turistas são atraídos por uma miríade de ícones culturais e paisagísticos - o que leva à criação de diversos postos de trabalho, robustecendo os setores comercial e de hotelaria. De acordo com um levantamento recente da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) para 2008, existem 30 estabelecimentos da categoria (segundo lugar no ranking), ou 8,2% do total nacional).

Uma parcela significativa do parque gráfico-editorial brasileiro faz-se presente. Quanto à indústria fonográfica, figuram gigantes como EMI, Universal Music, Sony BMG, Warner Music e Som Livre.

Muitas empresas estatais, fundações públicas e autarquias federais possuem suas sedes estabelecidas na cidade, com destaque o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Eletrobrás (maior companhia do setor de energia elétrica da América Latina), a Casa da Moeda do Brasil, as Indústrias Nucleares do Brasil (INB), a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA-Rio), o Inmetro, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Escritório-Central da Agência Nacional do Petróleo (ANP), a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), a Confederação Nacional do Comércio (CNC; também sediada em Brasília), a Agência Nacional do Cinema (ANCINE) e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Panorama da cidade vista do Corcovado. O turismo representa uma importante parcela da economia do município.


Panorama da Zona Sul, a principal região turística da cidade.
Panorama da Zona Sul, a principal região turística da cidade.


Educação e ciência

O Palácio Universitário,
edificação em estilo neoclássico
do século XIX, sedia o campus
Praia Vermelha da UFRJ.

Com 1.718 estabelecimentos de ensino fundamental, 1.492 unidades pré-escolares, 566 escolas de nível médio e 66 instituições de nível superior, a rede de ensino carioca é a segunda mais extensa do país. Ao total, são 1.414.048 matrículas e 73.508 docentes registrados.

O fator "educação" do IDH no município atingiu em 2000 a marca de 0,933 - patamar consideravelmente elevado, em conformidade aos padrões do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) - ao passo que a taxa de analfabetismo indicada pelo último censo demográfico do IBGE foi de 4,4% (superior apenas às das capitais da região Sul).
Bondinho do Pão de Açúcar subindo o morro da Urca, com a praia Vermelha, a praça Gen. Tibúricio e o Instituto Militar de Engenharia (IME) ao fundo.

Sede do Instituto Militar de Engenharia (IME).
Tomando-se por base o relatório do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) de 2007, o Rio obteve a terceira melhor colocação dentre as capitais brasileiras. Na classificação geral do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) de 2005, três escolas cariocas ocuparam os primeiros lugares: o Colégio de São Bento, o Colégio Santo Agostinho e o Colégio PH. A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, da Fundação Oswaldo Cruz, foi a instituição pública de nível médio a alçar a maior nota no quadro nacional, conquistando a quinta posição. Em 2007, oito escolas da cidade figuraram entre as 20 melhores do ranking, sendo os colégios São Bento e Santo Agostinho os respectivos primeiro e segundo colocados. Em 2008, sete escolas apareceram na lista. Contudo - e em consonância aos grandes contrastes verificados na metrópole -, em regiões periféricas e empobrecidas, o aparato educacional público de nível médio e fundamental é ainda deficitário, dada a escassez relativa de escolas ou recursos. Nesses locais, a violência costuma impor barreiras ao aproveitamento escolar, constituindo-se numa das causas preponderantes à evasão.

Entre as muitas instituições de ensino superior, podem-se destacar a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Instituto Militar de Engenharia (IME) e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Na capital fluminense também se encontra a sede da União Nacional dos Estudantes (UNE), fundada em 1937 com apoio do Centro Acadêmico Cândido de Oliveira (CACO) da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Transportes
  
Rodoviário

A Ponte Rio-Niterói, parte da BR-101.

A cidade do Rio de Janeiro é um dos mais importantes entrepostos rodoviários do Brasil. Dentre as autoestradas e vias expressas que dão acesso à cidade, destacam-se sobretudo a BR-116 (também chamada localmente de Rodovia Presidente Dutra e de Rodovia Rio-Teresópolis), a BR-040, a BR-101, a RJ-071 (mais conhecida como Linha Vermelha) e a Avenida Brasil. Estas cinco vias formam o grande complexo rodoviário que dá acesso à cidade do Rio de Janeiro, sendo utilizadas diariamente por milhares de pessoas que entram e saem da cidade.  Além destas, também existem outras vias de menor importância que ligam a cidade aos municípios vizinhos da Baixada Fluminense, tais como a BR-465 (antiga Estrada Rio-São Paulo).

Primeiros ônibus da cidade do Rio de Janeiro
O transporte público por ônibus é o mais utilizado no Rio de Janeiro. Nos últimos dez anos, houve perda de usuários para demais meios, especialmente o transporte alternativo. Ainda assim, são cerca de 2,5 milhões de usuários/dia apenas nas linhas municipais, cujo número fica em torno de 440, distribuídas entre 4 consórcios de empresas.   Na cidade e nas viagens intermunicipais, as empresas de ônibus encontram-se interligadas ao metrô, visando transportar os passageiros que desembarcam nas linhas finais deste, mas ainda necessitam de um ônibus para chegar ao seu destino. Tais passageiros podem utilizar o chamado "bilhete único", através do qual pagam pelo metrô e ainda têm direito a utilizar ônibus, barcas, trens, metrô e vans (regularizadas). A frota do Rio de Janeiro é a segunda maior do país, composta por 1 396 083 automóveis, 123 612 motocicletas, 17 216 motonetas, 51 884 caminhonetes, 12 515 ônibus, 11 943 micro-ônibus e 27 190 caminhões (IBGE/2007).
O Rio de Janeiro detém 140 km de ciclovias, a maior metragem do país e a segunda maior da América Latina, perdendo apenas para Bogotá, com 250 km. Segundo estimativas do Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos (IPP), cerca de 320 mil pessoas utilizam bicicletas na cidade. A malha está espalhada por toda a orla, do Leme à praia do Pontal, na Lagoa, no centro, e em outras áreas das zonas Sul e Oeste.

Porto

 O navio de cruzeiro Costa Serena
atracado no Porto do Rio de Janeiro.
O Porto do Rio de Janeiro localiza-se na costa oeste da baía de Guanabara, próximo à região central, e atende aos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e sudoeste de Goiás, entre outros.

É um dos mais movimentados do país quanto ao valor das mercadorias e à tonelagem. Minério de ferro, manganês, carvão, trigo, gás e petróleo são os principais produtos escoados.

Administrado pela Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ), conta com 6.740 metros de cais contínuo e um píer de 883 metros de perímetro, que compõem os seguintes trechos: Cais Mauá (35.000 m² de pátios descobertos), Cais da Gamboa (60.000 m² de área coberta em 18 armazéns e pátios com áreas descobertas de aproximadamente 16.000 m²), Cais de São Cristóvão (12.100 m² em dois armazéns cobertos e uma área de pátios com 23.000 m²), Cais do Caju e Terminal de Manguinhos. Existem ainda dez armazéns externos, totalizando 65.367 m², e oito pátios cobertos (11.027 m²), com capacidade de estocagem para 13.100 toneladas, além de outros terminais de uso privativo na ilha do Governador (exclusivo de Shell e Esso), na baía de Guanabara (Refinaria de Manguinhos) e nas ilhas d’Água e Redonda (Petrobras).

Aeroportos

Resultado de imagem para Aeroporto Internacional do Galeão, (Tom Jobim)localizado na zona norte do Rio de Janeiro
Aeroporto Internacional do Galeão,
(Tom Jobim)localizado na zona norte do Rio de Janeiro



Vista aérea do Aeroporto Santos Dumont,
com a Ponte Rio-Niterói ao fundo.


A cidade conta com três aeroportos comerciais: Aeroporto Santos-Dumont, localizado em pleno centro da cidade, serve principalmente à ponte aérea Rio-São Paulo e a vôos estaduais e regionais. Foi o primeiro aeroporto civil do país, construído na década de 1930. Projetado pelos irmãos Roberto, o terminal de passageiros é considerado um ícone da arquitetura modernista brasileira, e entrou na lista de construções tombadas pelo Instituto Estadual do Patrimônio Artístico e Cultural (Inpac) em agosto de 1998. Recentemente passou por uma grande reforma que incluiu a ampliação e remodelagem do terminal de embarque; Aeroporto Internacional do Galeão, ou Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim - em homenagem ao renomado maestro, compositor e cantor brasileiro falecido em 1994. Situado na ilha do Governador, zona norte, é o principal portal de entrada para o Brasil - segundo a Infraero -, haja visto que cerca de 40% dos turistas estrangeiros que visitam o país escolhem o Rio como destino, desembarcando neste aeroporto. Com capacidade para atender até 15 milhões de usuários ao ano, o complexo aeroportuário é servido por dois terminais de passageiros e oferece conexões para 19 países. Conta também com um dos maiores, mais modernos e bem aparelhados Terminais de Logística de Carga do Continente, além da maior pista de aterrissagem do Brasil, com quatro mil metros de extensão. É o segundo aeroporto mais movimentado do país em vôos internacionais de passageiros, concentrando 16,7% do movimento operacional em 2008, e conta com o quarto maior terminal de cargas; Aeroporto de Jacarepaguá, instalado na zona oeste, destina-se sobretudo a vôos particulares e regionais com aeronaves de pequeno porte. A única atividade comercial intensa nesse aeroporto é a do taxi-aéreo.

Além destes, há os aeroportos militares: a Base Aérea do Galeão, em espaço contíguo ao aeroporto internacional, a Base Aérea dos Afonsos (conhecida como Campo dos Afonsos) e a Base Aérea de Santa Cruz, importante centro de defesa da Aeronáutica e maior complexo de combate da Força Aérea Brasileira.

Também existe no Rio um aeroporto reservado à operação de ultraleves, o Clube Ceu (Clube Esportivo de Ultraleves), situado ao sul do Autódromo Internacional Nelson Piquet. Trata-se de um dos mais bem aparelhados clubes dentre as agremiações esportivas do mundo todo, considerado pelas autoridades aeronáuticas brasileiras um padrão na aviação esportiva.

Heliportos

Existem vários heliportos e helipontos. Além da possibilidade de pousar nos aeroportos, também se pode contar com o heliporto da Lagoa.

Metrô


O Rio de Janeiro é servido por uma rede metroviária que integra bairros e municípios distantes, conectando desde o bairro da Pavuna, na zona norte, até Ipanema. Estes são então integrados por ônibus especiais, que passam por, Leblon, Botafogo, Humaitá, Jardim Botânico, Gávea, São Conrado e vão até a Barra da Tijuca. Também há integrações específicas da Pavuna para cidades da Baixada Fluminense como Duque de Caxias, Mesquita, Nilópolis e Nova Iguaçu. Futuramente também serão implantadas conexões para Belford Roxo. Ao longo da rede metroviária há outras pequenas integrações. Recentemente, foi aberta a terceira estação de Copacabana, Cantagalo. Em 2008/2009, segundo o cronograma, entrará em funcionamento a estação General Osório, no bairro de Ipanema.

Possui 42 quilômetros de extensão distribuídos em duas linhas e 38 estações e é a terceira mais extensa rede metroviária do Brasil. Diariamente, o Metrô do Rio de Janeiro transporta 550 mil passageiros.

Ônibus


Este é o transporte público mais utilizado no Rio de Janeiro. A qualidade do transporte coletivo de passageiros é reflexo de um trabalho de planejamento estratégico pouco azeitado. Tal como a maioria das grandes metrópoles brasileiras - a despeito de algumas exceções que lograram certo êxito no planejamento do transporte rodoviário urbano (como Curitiba, por exemplo) -, a cidade carece de transporte em massa sobre trilhos, o que também corrobora, não raro, com o aumento do consumo de combustíveis fósseis e, sobretudo, com os congestionamentos nas principais artérias da cidade, além de muitas vias auxiliares.

Contando com um sistema de ônibus insuficiente às suas dimensões de metrópole, e que sofre com carência de integração, sobreposição de linhas, concorrência direta e indireta com os transportes de massa, regulamentação e fiscalização ainda deficitárias e excesso de poder dos operadores, a cidade necessita, atualmente, de uma eficiente reestrututação e ampliação em seu sistema de transporte coletivo.
Ponte Rio-Niterói.

Nos últimos dez anos, houve perda de usuários para demais meios, especialmente o transporte alternativo. Ainda assim, são cerca de quatro milhões de usuários/dia apenas nas linhas municipais, cujo número orbita em torno de 440, e 50 empresas atuantes no setor.

Na cidade, as empresas de ônibus encontram-se interligadas ao metrô, visando transportar os passageiros que desembarcam nas linhas finais deste, mas ainda necessitam de um ônibus para chegar ao seu destino. Tais passageiros podem utilizar o chamado "bilhete integração", através do qual pagam pelo metrô e ainda têm direito ao ônibus de integração.

A frota do Rio de Janeiro é a segunda maior do país, composta por 1.396.083 automóveis, 123.612 motocicletas, 17.216 motonetas, 51.884 caminhonetes, 12.515 ônibus, 11.943 micro-ônibus e 27.190 caminhões (IBGE/2007).

Trens urbanos

Além do metrô, o Rio de Janeiro conta com um sistema de trens urbanos. Sob direção da concessionária Supervia, constitui, juntamente com os ônibus, um amplo conjunto de transporte popular. Os veículos partem da Estação Ferroviária Central do Brasil em direção aos subúrbios, à zona oeste e à Baixada, cruzando bairros como Méier, Penha, Bangu e Madureira, e as cidades de Nova Iguaçu e Duque de Caxias.


Existem três linhas férreas principais, as quais possuem ramificações denominadas linhas auxiliares.

Ciclovias

Ciclovia da praia de Ipanema, no bairro de Ipanema, na zona sul do Rio
Ciclovia na praia de Ipanema, na zona sul.
O Rio de Janeiro detém 140 km de ciclovias, a maior metragem do país e a segunda maior da América Latina, perdendo apenas para Bogotá, com 250 km. Segundo estimativas do Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos (IPP), cerca de 320 mil pessoas utilizam bicicletas na cidade.

A malha está espalhada por toda a orla, do Leme à praia do Pontal, na Lagoa, no centro, e em outras áreas das zonas Sul e Oeste.

Projetos de infraestrutura

Em 2008 foram iniciadas as obras de urbanização de favelas e saneamento na Região Metropolitana do Rio de Janeiro e em três municípios do interior do estado, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A intervenção urbanística perpetrada pelos governos conta com orçamento geral de R$ 3,8 bilhões (R$ 3,23 bilhões do Governo Federal, sendo R$ 2,15 bilhões do Orçamento Geral da União e R$ 1,08 bilhão de financiamentos, contrapartida de R$ 404,9 milhões do Governo Estadual e R$ 238,3 milhões provenientes dos 15 municípios contemplados), e visa mitigar os problemas de ordem social e econômica que afligem as regiões mais pobres há décadas, integrando-as ao tecido urbano da metrópole, com a implantação de redes de esgotamento sanitário, creches, centros comunitários, equipamentos urbanos, melhorias nas habitações e no sistema viário de acesso às favelas.

Em saneamento, entre as ações previstas estão as obras de despoluição das baías de Guanabara e Sepetiba, a revitalização do rio Paraíba do Sul, o sistema de abastecimento na Baixada Fluminense e região Leste e a melhoria na drenagem dos rios Sarapuí e Iguaçu.

Para o Rio de Janeiro estão no cronograma obras de urbanização nos complexos do Alemão e de Manguinhos, Rocinha, Cantagalo, Pavão e Pavãozinho - localidades que mais carecem de infraestrutura, e são frequentemente palco de confrontos armados entre policiais e traficantes. No Conjunto do Alemão será erguido um grande teleférico, espelhado na experiência colombiana de Medellín. O engenho conectará a região à estação ferroviária de Bonsucesso. Novas ruas e unidades habitacionais e um parque de 300 hectares terão a primazia no local. No caso de Manguinhos, está prevista a criação do "Parque Metropolitano", com a elevação da linha férrea. A linha, que atua como fator limitante à comunidade, passará por um processo de modernização, com a construção de um terminal intermodal e a instalação de vários quiosques de serviços públicos, a construção de uma escola de ensino médio e uma área esportiva com três quadras e três campos de futebol. O projeto da Rocinha, escolhido em concurso nacional, trará a inclusão de uma passarela projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer sobre a Auto Estrada Lagoa-Barra. A estrutura assemelha-se ao arco da Praça da Apoteose, no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, e unir-se-á a um centro esportivo e aos novos conjuntos habitacionais que serão construídos na parte baixa da favela.

Até janeiro de 2009, apenas 30% das obras com término previsto para março nas comunidades de Manguinhos e no conjunto de favelas do Alemão - que incluíam a entrega de unidades habitacionais, centros esportivos, equipamentos urbanos e pavimentação -, haviam sido concluídas. Após paralisações, atrasos decorrentes da guerra do tráfico e contratempos ocasionados pela falta de qualificação profissional de uma parcela dos contratados, foram inauguradas diversas obras nas respectivas comunidades em maio de 2009.

No passado, a cidade já foi alvo de propostas de intervenção pouco exitosas, como o "Favela-Bairro", que, apesar da dotação orçamentária mais restrita, não alcançou parte de suas metas - embora haja controvérsias acerca da efetividade e dos resultados obtidos com o programa, o primeiro de urbanização em grande escala já implantado.

Também estão sendo beneficiados pelo PAC os municípios de Belford Roxo, Duque de Caxias, Itaboraí, Magé, Mesquita, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Queimados, São Gonçalo, São João de Meriti, Nova Friburgo, Barra Mansa e Volta Redonda.

Cultura


Vista aérea da Biblioteca Nacional,
que conta com o maior acervo da América Latina.

O Rio de Janeiro herdou de seu passado uma forte vocação cultural. No final do século XIX, foram ali realizadas as primeiras sessões de cinema tupiniquins e, desde então, descortinaram-se vários ciclos de produção, os quais acabaram por inserir a produção cinematográfica carioca na vanguarda experimental e na liderança do cinema nacional. Atualmente, o Rio aglutina os principais centros de produção da TV brasileira: o Projac da Rede Globo, o RecNov da Rede Record e o Pólo de Cinema de Jacarepaguá, os quais são responsáveis pela geração de cerca de 10 mil empregos diretos e 30 mil indiretos. Em 2006, 65% da produção do cinema nacional foi realizada exclusivamente por produtoras sediadas na cidade (que abriga muitas das empresas existentes no ramo, inclusive centrais de dublagem, como a Delart, maior empresa de tradução e dublagem do país), captando R$ 91 milhões em recursos federais através da Lei Rouanet, Lei de Produção Audiovisual e Artigo 39 da MP 2228-1. A Agência Nacional do Cinema (ANCINE), organismo regulador do governo federal instituído com objetivo de fomentar e fiscalizar as indústrias cinematográfica e videofonográfica, tem seu escritório-central na cidade.

Frontispício do Theatro Municipal do
Rio de Janeiro, na região da Cinelândia.

A cidade foi, e ainda é, palco de muitas das principais manifestações culturais ocorridas ao longo da história do Brasil. Desde a primeira metade do século XIX, estabeleceu-se como o principal centro difusor das tendências musicais pelo país. Data dessa época a fundação do extinto "Conservatório Nacional", em 1848. A partir da década de 1920, surgiram as primeiras escolas de samba, e, com a popularização do rádio, os artistas consolidaram suas carreiras. O samba urbano e as marchinhas, que incorporaram, com graça e verve, elementos do cotidiano carioca, floresceram e perpetuaram-se através de compositores como Noel Rosa e Ary Barroso. O samba de morro alçou vôos maiores nas composições de Cartola e Ataulfo Alves. Há de se notar, além, a influência de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira na popularização do baião e do xaxado, e Dorival Caymmi, em cuja obra elementos do folclore baiano coadunavam-se à cultura brasileira em geral. Todavia, foi no final dos anos 50, quando irrompeu o movimento da bossa nova, que a música brasileira projetou-se, definitivamente, no exterior, tornando-se conhecida em diversas partes do mundo. À época, na condição de centro político e cultural do Brasil, circulavam pela cidade músicos como Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Ronaldo Bôscoli, Nara Leão, Roberto Menescal, Maysa, Luís Bonfá, entre outros.

Arcos da Lapa.

Na arquitetura, despontaram, na ribalta das tendências vanguardistas, nomes como Oscar Niemeyer e Lucio Costa, além dos irmãos Roberto e Afonso Eduardo Reidy.

Na literatura, cuja expressividade remonta, efetivamente, aos primeiros decênios do século XVIII, quando da instalação das "academias" e "associações" com finalidades eruditas, a cidade - como centro colonial mais expressivo - testemunhou, desde então, a gênese e consolidação de diversas escolas e movimentos.[livro 3]Escritores como Machado de Assis, Olavo Bilac, Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Guimarães Rosa, Cecília Meireles, Graciliano Ramos, Nélida Piñon - entre outros - conduziram parte significativa de suas carreiras no Rio de Janeiro. A Academia Brasileira de Letras (ABL), fundada em 1896, segundo o modelo da Academia Francesa, teve, em sua concepção, a atuação de Medeiros e Albuquerque, Lúcio de Mendonça e Machado de Assis.

Contemplada por diversos museus, teatros e casas de espetáculos, e passagem obrigatória das grandes mostras internacionais de artes ou cinema, a capital fluminense é o destino mais procurado pelos turistas estrangeiros que visitam o Brasil a lazer, e o segundo colocado no ranking de negócios e eventos, segundo a Embratur.

Entre os maiores eventos do calendário carioca, destacam-se o Carnaval, o Festival Internacional de Cinema, a Mostra do Filme Livre, a Bienal do Livro, o Fashion Rio, o Anima Mundi e a festa do réveillon em Copacabana. Quanto aos pontos de referência do turismo cultural, podem-se elencar, entre tantos, o Museu Histórico Nacional, o Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (mais antiga instituição científica do Brasil, o Museu Casa do Pontal e o maior museu de história natural e antropológica da América Latina), o Museu Nacional de Belas Artes, a Biblioteca Nacional (sétima biblioteca nacional do mundo, com o maior acervo da América Latina), o Museu de Arte Moderna (MAM), o Real Gabinete Português de Leitura, o Palácio do Catete, o Riocentro, o Canecão e o Theatro Municipal (considerado uma das principais casas de espetáculos da América do Sul).

Atualmente, o Festival do Rio, importante mostra internacional de cinema do país, consolidou-se como a principal plataforma de lançamento de filmes brasileiros e o maior evento cinematográfico da América Latina.

Carnaval





Carnaval do Rio de Janeiro, considerado uma das maiores festas do planeta.





A cidade do Rio de Janeiro possui o maior evento a céu aberto do planeta: o desfile das escolas de samba do Grupo Especial cujos desfiles acontecem na Passarela do Samba Darcy Ribeiro (Sambódromo da Marquês de Sapucaí)

Passarela Professor Darcy Ribeiro
Passarela Professor Darcy Ribeiro





Obra inicial da  Passarela Professor Darcy Ribeiro
Obra inicial da Passarela Professor Darcy Ribeiro
 Além disso, existem os grupos de acesso, os desfiles dos blocos de rua, que ressurgiram após longo tempo, os blocos de enredo, que passaram a valer vaga para desfilar como escolas de samba, no qual acontecem no centro da cidade e no subúrbio.


Esportes

Estádio Maracanã (Jornalista Mário Filho)


Os eventos esportivos mais conhecidos do Rio de Janeiro são a etapa brasileira de MotoGP e as finais mundiais de vôlei de praia. Jacarepaguá era o local onde se realizava a etapa brasileira do Grande Prêmio de Fórmula 1, entre os anos de 1978 e 1990, e Champ Car (1996-1999). Os circuitos WCT e WQS de Surf foram disputados em praias cariocas entre 1985 e 2001.

Recentemente, a cidade construiu um novo e moderno estádio no bairro do Engenho de Dentro, com capacidade para mais de 46 mil pessoas. Foi batizado de Estádio Olímpico João Havelange, em homenagem ao brasileiro que presidiu durante muitos anos a FIFA, e ainda hoje é considerado seu presidente de honra.

A prática de esportes é um passatempo muito comum no Rio de Janeiro, sendo o futebol o mais popular deles. O Rio abriga cinco clubes brasileiros bastante tradicionais: América, Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco. A sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) localiza-se em um edifício da Barra da Tijuca, zona oeste.


Dentre as modalidades esportivas mais praticadas estão o futebol de areia, o vôlei de praia, o surfe, o kitesurf, o voo livre, o jiu-jitsu e o remo. A capoeira, mistura de dança, esporte e arte marcial, também aparece com alguma frequência. Outro esporte altamente popular nas areias do Rio é o "frescobol", espécie de tênis de praia.

No Rio de Janeiro é recorrente a prática do alpinismo (ou escalada), havendo centenas de rotas espalhadas pela cidade. O ponto mais famoso é o do Pão de Açúcar, no qual os esportistas arrostam desafios em vários graus de dificuldade, desde o nível 3 até o 9, acima de 280 metros.

O vôo livre começou a ser exercitado no início da década de 1970, e adequou-se rapidamente ao gosto de inúmeros praticantes e às características da cidade, em razão de suas peculiaridades geográficas: no encontro das montanhas com o oceano Atlântico, surgem excelentes posições para decolagem, podendo-se contar com vastas porções desocupadas de areia para aterrissar. De início majoritariamente encenada por amadores, a atividade verteu-se em uma lucrativa indústria que atualmente oferece vôos com pilotos experientes a preços acessíveis.

A pesca é uma atividade que também pode ser observada em algumas regiões.

Em 4 de junho de 2008, o Rio de Janeiro foi anunciado pelo Comitê Olímpico Internacional como uma das quatro candidatas finalistas a sediar os Jogos Olímpicos de 2016, após se tornar uma cidade postulante oficialmente em 16 de maio de 2007.

Em 2 de outubro de 2009, a cidade foi escolhida pelos membros do COI, reunidos em Copenhague, para ser a sede dos Jogos Olímpicos de 2016 e dos Jogos Paraolímpicos de Verão de 2016, derrotando as cidades de Madri, Tóquio e Chicago.


Jogo entre Brasil e Inglaterra em junho de 2013 no Estádio Jornalista Mário Filho (popularmente conhecido como "Maracanã"), uma das sedes da Copa das Confederações FIFA de 2013 e da Copa do Mundo FIFA de 2014.


Campeonato Carioca de Futebol

O Campeonato Carioca de Futebol adquiriu tradição e importância nos tempos em que a cidade era a capital da República e, mais tarde, capital (e única cidade) do estado da Guanabara. Até a fusão da Guanabara com o estado do Rio de Janeiro em 1975, o Campeonato Carioca era disputado apenas pelos clubes da cidade, exceção feita aos niteroienses Canto do Rio (1941-1964) e Rio Cricket (1906-1916) e ao Petropolitano (1912) que, mesmo sendo de outros municípios, participaram como convidados do certame carioca. Dentre os clubes da cidade destacam-se:


* América
* Bangu
* Bonsucesso
* Botafogo
* Campo Grande
* Flamengo
* Fluminense
* Madureira
* Olaria
* Portuguesa
* São Cristóvão
* Vasco da Gama

Estádios de futebol

A cidade conta com três grandes estádios:

Cerimonial da abertura dos Jogos Pan-americanos de 2007, no Estádio do Maracanã.

* Estádio Jornalista Mário Filho (Maracanã): com o epíteto de "templo do futebol brasileiro", é o maior estádio do Brasil - capacidade para 92 mil espectadores -, e pertence ao Governo Estadual do Rio de Janeiro. Projetado para a Copa do Mundo de 1950, testemunhou momentos antológicos do futebol brasileiro e mundial (como o milésimo gol de Pelé), além das finais do Campeonato Brasileiro e Carioca de Futebol, competições internacionais e partidas da Seleção Brasileira. Ao longo do tempo adquiriu um caráter multiuso, sediando espetáculos e partidas de outros esportes, e até mesmo eventos de natureza distinta, como apresentações musicais de grandes proporções. Em 2007, recebeu o futebol e as cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos Pan-Americanos.

* Estádio Olímpico João Havelange (Engenhão): planejado pelo arquiteto Carlos Porto, foi especialmente construído para sediar as provas de atletismo e futebol dos Jogos Pan-americanos de 2007, no bairro do Engenho de Dentro. Em recente pesquisa divulgada por um veículo de imprensa britânico especializado, o estádio foi o único da América Latina e do Hemisfério Sul a figurar entre as dez melhores instalações esportivas dos últimos anos, destacando-se por seu projeto inovador e pela setorização das arquibancadas. Pertence à Prefeitura do Rio de Janeiro e encontra-se sob administração do Clube Botafogo de Futebol e Regatas.

Estádio de São Januário.jpg
Estádio do Club de Regatas Vasco da Gama
* Estádio São Januário: de propriedade do Club de Regatas Vasco da Gama, é o maior estádio privado carioca. Foi inaugurado em 21 de abril de 1927, conta com dois ginásios poliesportivos e um parque aquático, e é capaz de receber um público de até 36 mil pessoas. No dia 30 de abril de 2002, o Travel Channel, canal de televisão especializado em turismo, incluiu o São Januário entre os sete melhores estádios do planeta para se assistir a uma partida de futebol.

Além destes, existem outros estádios menores:

Estádio Proprietário Localização Capacidade
Estádio de General Severiano Clube Botafogo de Futebol e Regatas Botafogo 20 mil
Estádio Ítalo del Cima Campo Grande Atlético Clube Campo Grande 18 mil
Estádio Luso-Brasileiro Associação Atlética Portuguesa ilha do Governador 12 mil
Estádio Proletário Guilherme da Silveira Bangu Atlético Clube Bangu 12 mil
Estádio Mourão Filho Olaria Atlético Clube Olaria 11 mil
Estádio Aniceto Moscoso Madureira Esporte Clube Madureira 10 mil
Estádio Figueira de Melo Clube São Cristóvão de Futebol e Regatas São Cristóvão 9,5 mil
Estádio José Bastos Padilha Clube de Regatas do Flamengo Gávea 8 mil
Estádio das Laranjeiras Fluminense Football Club Laranjeiras 8 mil
Estádio João Francisco dos Santos Céres Futebol Clube Bangu 3 mil
Arquibancadas do Estádio Olímpico João Havelange, mais conhecido como "Engenhão".

Feriados municipais
* 20 de janeiro - dia de São Sebastião (padroeiro da cidade);
* 23 de abril - dia de São Jorge;
* 20 de novembro - dia de Zumbi dos Palmares e dia da Consciência Negra.


No dia 10 de novembro de 1556, chegava à baía de Guanabara, perto do morro do Pão de Açúcar, chamado pelos franceses de Pote de Manteiga, uma esquadra francesa composta de dois navios bem armados, uma chalupa de mantimentos, armas, munições, ferramentas, material de construção e seiscentos homens comandados por Villegaignon e com muito dinheiro para as despesas. Villegaignon, apesar de ser amigo de Calvino, não tinha preferências religiosas, pois, na sua expedição vinham católicos e protestantes. Desde 1553, Villegaignon e o almirante Coligny, tramavam a ocupação do Rio de Janeiro e a fundação de uma "França Antártica", sendo suas motivações de ordem comercial. Assim, a coroa francesa, a todos acena com a perspectiva de grandes lucros no novo mundo. Organiza-se então a esquadra-empresa, composta de militares, artesãos, gente saída das prisões e pequenos comerciantes católicos e protestantes.
Ao desembarcar, em 1556, Villegaignon iniciou a construção de um forte na ilha que teria o seu nome e ali projetou a fundação de um povoado, núcleo inicial da sua "França Austral". Ao forte deu o nome de Coligny, enquanto o povoado deveria chamar-se Henriville em homenagem ao rei da França.
Nos primeiros tempos as coisas correram bem. Os índios tamoios, inimigos das tribos leais aos portugueses, logo foram conquistados pela gentileza dos comandantes franceses, passando a ajudá-los.
Após dois anos da chegada dos franceses é que Mem de Sá foi informado com detalhes da pretensão destes.
Imediatamente pede reforços a Lisboa e já em 1559 chega à Bahia uma esquadra portuguesa comandada por Bartolomeu Vasconcelos. Mem de Sá, aproveita a escala desta esquadra em Salvador e manda que padre Nóbrega vá à Capitania de São Vicente arregimentar índios, que deveriam juntar-se aos portugueses na Guanabara para o ataque final aos franceses.
Mas, antes do confronto, que aconteceria em 1560, a esquadra lusa aprisiona uma nau de Villegagnon.
Pelo relato dos prisioneiros, descobriu-se que essa nau ía para a França em busca de reforços. Notificado do ocorrido, o rei de Portugal, protestou junto ao rei da França pela usurpação de uma "Terra" que era de Portugal. O rei da França respondeu, que sendo assim lhes fizessem guerra e os botassem para fóra.
Mas, os franceses, desobedecendo às ordens do seu rei, retrucaram, dizendo, que quem tinha que sair eram os portugueses. Então, Mem de Sá, não encontrou outra solução a não ser a guerra. O combate pela posse do forte Coligny durou dois dias e terminou no dia 15/03/1560, com muitas perdas de ambos os lados. Quando já ía acabando a munição dos luso brasileiros, dois deles, Manuel Coutinho e Afonso Martins Diabo, auxiliares de Mem de Sá, conseguem entrar na fortaleza e tomar a reserva de pólvora e as balas do inimigo. Desnorteados, os franceses abandonaram a ilha e fugiram para os seus navios. Mais tarde, enquanto parte dos homens de Villegaignon fugia para a França, outros, juntando-se aos índios tamoios, começam a planejar a vingança.
Do lado português, Mem de Sá resolve destruir o forte e mandar um mensageiro a Lisboa para contar à Côrte, que Villegaignon fora vencido. Esse mensageiro é seu sobrinho Estácio de Sá. Enquanto isso, aqueles franceses, que não haviam fugido para a França, resolveram continuar a luta e retornaram à ilha, agora, comandados por Bois le Comte, sobrinho de Villegaignon.
Em 1562, Brás Cubas, escreve à rainha-regente D. Catarina, pedindo-lhe, que esta envie mais pólvora e chumbo para o Brasil, porque é medo de todos, que esta terra seja perdida. A rainha aproveita a presença de Estácio de Sá em Lisboa e confia-lhe o comando de dois galeões de guerra e ordena-lhe, que tome posse definitiva da baía do Rio de Janeiro. Estácio de Sá chega à Bahia em fins de 1563. Mem de Sá, aproveita e junta à expedição do sobrinho mais sete navios. Reúne homens armados e colonizadores do que deveria ser uma nova cidade. Mas, faltam-lhes moradores. Ordena então a Estácio, que, durante sua viagem para o Rio vá recolhendo quem queira colonizar a nova cidade, brancos ou índios. Do Espírito Santo, consegue o apoio do lugar-tenente Belchior de Azevedo e do chefe Araribóia e seus índios. Depois, só em janeiro de 1565 viriam os reforços de São Vicente. A demora se justificaria, por tratar-se da fundação de uma cidade! De São Vicente vieram, 200 índios armados, dois galeões, um navio francês capturado, cinco embarcações pequenas, oito canoas e alimentos para três meses.
Finalmente, com mais três navios enviados da Bahia, reunem-se as forças colonizadoras dentro da baía do Rio de Janeiro, no ponto onde hoje é a praia vermelha. Quem comanda todo aquele complexo militar é Estácio de Sá, o jovem sobrinho do governador geral do Brasil, Mem de Sá. No dia 1º de março de 1565, após sangrenta batalha e mais uma vez a vitória das forças luso-brasileiras, Estácio de Sá dá nome à povoação de São Sebastião do Rio de Janeiro. O santo mártir, crivado de flexas, iria simbolizar bem as lutas dos fundadores da nova cidade.
A povoação que se erguia era uma mistura de arraial de guerra e vila portuguesa; brasão de armas, juízo ordinário, alçadaria-mor, muros de ripado e cal em toda a volta, torres de madeira cobertas com telhas de São Vicente.
Para tirar a esperança de outra salvação, que não a da vitória, Estácio de Sá, dispensa os navios que haviam transportado a expedição colonizadora e durante dois anos faz construir a cidade, quase sem auxílio de fora. Todos os dias, porém, havia emboscadas, mas raramente uma batalha!
Mas, em junho de 1566, chegam novamente ao Rio, navios franceses bem armados, ao mesmo tempo que a baía da Guanabra fica repleta de canoas tamoias, transportando um exército de guerreiros pintados de cores berrantes.
Trava-se então a mais violenta batalha, mas, Estácio de Sá mais uma vez leva a melhor. O inimigo se retira, mas, não é ainda a vitória! Os franceses aguardam reforços.
Em começo de janeiro de 1567, chegam à cidade três navios vindos da Bahia. Em um deles está Mem de Sá. Imediatamente reune-se um Conselho, que determina, que Mem de Sá vá combater o inimigo onde quer que ele esteja. Mem de Sá e seus homens dirijem-se então à foz do ribeiro da carioca, num lugar chamado Uruçumirim. Era o dia 20 de janeiro desse mesmo ano. A luta é violenta, mas, as tropas luso-brasileiras mais uma vez acabam vencendo, apesar de algumas perdas e um ligeiro ferimento de flexa no rosto de Estácio de Sá.
E assim acabou definitivamente a longa e penosa campanha pela expulsão dos franceses e pela fundação do Rio de Janeiro.
Mem de Sá, por sugestão de Araribóia e por medidas de segurança, transfere a cidade para o morro do Castelo, onde consegue que umas 150 pessoas de disponham a ficar morando no Rio. Nomeia vereadores, tesoureiros e magistrados, concede sesmarias e doa terras para o colégio jesuíta. Mas a cidade não faz festa: Estácio de Sá está cada vez pior com o rosto marcado pela infecção provocada pelo ferimento de uma flecha tamoia e acaba por falecer a 20 de fevereiro, um mês após o grande feito.
Expulsos os franceses, lançadas as bases do Rio de Janeiro, morto seu sobrinho, Mem de Sá volta para a Bahia, aos 68 anos de idade. Velho, cansado e sozinho, pensa apenas voltar para Portugal. Para isso escreve muitas cartas à coroa, pedindo sua volta à terra. E alegava sempre:- "eu nela gasto muito mais do que tenho de ordenado"! Mais tarde, defendendo-se e defendendo o Brasil, escreve:- Não parece justo, que, por servir bem, a paga seja terem me degredado em terra de que tão pouco fundamento fazem. Quanto tenho feito em todo o tempo que estou no Brasil, desfaz um filho da terra em uma hora! Queixava-se do rei de Portugal D. Sebastião, que subira ao trono em 1568, com apenas 14 anos e que não ouvia seus rogos.
Mem de Sá passava o fim da vida na esperança de ver chegar o navio, que traria seu sucessor. Já desesperançado, em 1569, faz seu testamento. E acrescenta: se eu morrer no Brasil, quero ser sepultado no Mosteiro de Jesus de Salvador, sob uma pedra de seis palmos de largura e oito de comprimento, com uma inscrição que diga que sob ela eu estou sepultado. Finalmente em 1570 o rei nomeia seu sucessor, o novo governador-geral, Luís de Vasconcelos. Mas o navio que o trazia, naufragou, e Mem de Sá continuou a olhar o mar esperando as velas com a Cruz de Cristo, que lhe trariam o sucessor para poder voltar à pátria e obter o sossêgo que merecia e talvez as honras que lhe deviam.
Nos anos de seu governo, o Brasil muito mudara, enquanto haviam sido muitas as tristezas de Mem de Sá! Seu filho Fernão, morrera em combate no Espírito Santo. Seu sobrinho Estácio fora vítima de uma flecha. Seu outro filho João Roiz, perdera a vida em Ceuta na África. Sua filha Beatriz se fora com 12 anos e sua esposa Guiomar Faria também já falecera. Restavam-lhe ainda, dois filhos, ambos vivendo em Portugal.
Seus restos mortais repousam no mosteiro de Jesus em Salvador.........

Fontes de consulta:---Grandes Personagens de Nossa História
Abril Cultural

Porque até hoje os construtores desta História não são conhecidos de nossas crianças ???!!!

10-11-1556---Villegaignon e Coligny fundam o povoado de Henriville e o forte Coligny.

15-03-1560--Mem de Sá destrói o povoado de Henriville e o forte Coligny.

01-03-1565--Estácio de Sá, cumprindo ordens de Mem de Sá, funda a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.

20-01-1567--Mem de Sá acaba de vez com o sonho da França Antártica, mas, não comemora! Uma flexa tamoia tira a vida de seu sobrinho Estácio!

01-03-1567--Por sugestão de Araribóia, Mem de Sá, transfere a cidade p/o morro de São Januário, entregando seu comando a Salvador Correia de Sá.

 16-10-1710-- Jean-François Duclerc, no comando de seis navios e cerca de 1200 homens, surge de surpresa na baía de Guanabara.

 12-09-1711-- René Duguay-Trouin, beneficiado por forte nevoeiro da manhã e forte vento favorável, invade a baía da Guanabara, comandando uma esquadra de 18 navios com 740 peças de artilharia, 10 morteiros e um efetivo de 5764 homens.

1º DE MARÇO -- PARABÉNS RIO DE JANEIRO!



Estácio de Sá

Você, que morreu por esta cidade, tão bonita e tão brasileira, receba os parabéns e as homenagens deste blog, neste 1º de março! Lá onde você estiver, não fique triste por ninguém se lembrar de você e de sua obra! Mas, o separatismo que levou sua vida e ameaça de novo a "Unidade Nacional", jamais triunfará nesta Terra de Santa Cruz! Fique certo, que, por vontade dos cariocas da "Gema", o senhor também teria, tal como outras personalidades, o seu dia assinalado na História da cidade maravilhosa e do Brasil! Mas conforme-se, pois, este amafranhamento da luso brasilidade é quase geral em todas as datas de nossa lusofonia! Nem o descobrimento do Brasil e os primeiros duzentos anos de sua colonização são lembrados; nem nas escolas, nem na mídia,  nem na Igreja e pasmem nem na própria cúpula da Comunidade Luso Brasileira daqui e de Além Mar! Inclusive a nível oficial! Mas gasta-se uma fortuna com desfiles militares para comemorar uma "Independência" que bem poderia ser transformada numa grande festa de aproximação, de atividades culturais entre artistas e intelectuais e a participação das crianças de ambos os lados!
Enfim, resta-nos a esperança, que um dia bem próximo esta secular ingratidão
para com as coisas da luso brasilidade, dêem lugar a uma nova mentalidade de reconhecimento da obra de nossos antepassados! Uma obra tão sólida, que apesar desse bombardeio separatista a que vem resistindo desde o advento da Revolução Industrial para cá, ainda consegue resistir e ficar de pé!
E esta ingratidão é ainda maior, levando-se em conta ser o Rio de Janeiro uma das cidades mais portuguesas do Brasil!
Quanto sangue luso brasileiro não foi derramado nessa Baía de Guanabara nesse dia 20 de Janeiro de 1567! E ao longo dos 350 fortes espalhados por esse Brasil afora!
Eu sei que o senhor não gostaria que sua cidade parasse por um dia em cada 1º de Março para presta-lhe uma justa e grata homenagem, porque o senhor foi nos seus 47 anos de vida um homem que nunca parou de trabalhar! Mas que pelo menos, num gesto de carinho e gratidão, os sinos das catedrais do Rio de Janeiro, por alguns minutos badalassem! Que as crianças das escolas cantassem o hino da cidade durante suas aulas! Que todas as repartições públicas parassem por alguns minutos seus expedientes para uma rápida homenagem! Que a grande mídia pelo menos lembrasse a seu público que a data existe! Que a cúpula das associações Luso Brasileiras, em seus fartos almoços de confraternização também se lembra-se da data.
Enfim, quem pode afirmar, não ser esta ingratidão das elites do Rio de Janeiro para com Estácio de Sá, a causa da degeneração desta cidade, que um dia já foi pacífica e mais generosa...




?/?/1520, (?), Portugal
20/2/1567, Rio de Janeiro (RJ)
Quem se depara com a natureza exuberante da cidade do Rio de Janeiro dificilmente pode imaginá-la palco de lutas tão ferozes! No entanto, a cidade maravilhosa foi fundada por Estácio da Sá sob a marca dos combates entre franceses, índios tamoios e portugueses.
Filho de Gonçalo Correia (1510 - ?) e Filipa de Sá (1515 - ?), sua primeira esposa. Da segunda esposa, Maria Rodrigues (1529 - ?) Gonçalo Correia teria outros filhos. Eram seus irmãos Salvador Correia de Sá, nascido em 1540, e Francisco de Sá. Alguns historiadores dizem que da segunda esposa, Gonçalo Correia teve um filho, Manuel Correia Vasques; outros dizem ser este filho de Martim Correia de Sá e de D. Maria de Mendoza.

Seja como for, Estácio era sobrinho de Mem de Sá e chegou a Salvador, na Bahia, em 1563 com a missão de expulsar definitivamente os franceses calvinistas remanescentes na Baía de Guanabara e ali fundar uma cidade.

Devido às dificuldades do início da colonização, somente em 1565, com reforços obtidos na então Capitania de São Vicente e com o auxílio dos jesuítas, conseguiu reunir uma força de ataque para cumprir a sua missão.

Em 1º de março de 1565 fundou a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, em terreno plano entre o morro Cara de Cão e o morro do Pão de Açúcar, sua base de operações. O objetivo da fundação foi dar início à expulsão dos franceses que já estavam na área há dez anos, já tendo inclusive fundado o povoado chamado Henriville.

Combateu os franceses e seus aliados tamoios por mais de dois anos. Em 20 de janeiro de 1567, com a chegada da esquadra comandada por Cristóvão de Barros com reforços comandados pessoalmente por seu tio Mem de Sá e que eram formados por índios tupis e outras tribos aliadas mobilizados pelos padres jesuítas José de Anchieta e Manuel da Nóbrega. Com estes reforços, lançou-se ao ataque, travando os combates de Uruçu-mirim (atual praia do Flamengo) e Paranapuã (atual Ilha do Governador).

Gravemente ferido por uma flecha indígena que lhe vazou um olho durante a Batalha de Uruçu-mirim (20 de Janeiro), veio a falecer um mês mais tarde (20 de Fevereiro), provavelmente por septicemia decorrente do ferimento.

Destruição do Morro do Castelo

Desde o tempo de Dom João VI era considerado prejudicial à saúde dos cariocas porque dificultava a circulação dos ventos e impedia o livre escoamento das águas. Ao longo dos séculos foi gradativamente considerado inviável para o progresso e urbanismo da cidade.

Foi arrasado em 1922 pelo prefeito Carlos Sampaio com a desculpa de ser um espaço proletário, repleto de velhos casarões e cortiços, no centro da cidade e necessário para a montagem da Exposição Internacional do Centenário da Independência.
Suas terras foram usadas para aterrar parte da Urca, da Lagoa Rodrigo de Freitas, do Jardim Botânico e outras áreas baixas ao redor da Baía da Guanabara.


Estádio do Maracanã (Mário Filho)




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