Nos primeiros dias de junho de 1556, a nau Nossa Senhora da Ajuda, partiu de Salvador com destino a Lisboa, levando a bordo 103 pessoas, que haviam completado os 4 anos de serviços prestados na colônia, determinados pela Coroa.
Mas, no dia 16 de junho de 1556, no litoral de Alagoas, próximo à foz do rio São
Francisco, quase na divisa com Sergipe, no local chamado Coruripe, a mesma chocou-se com os
baixios de D. Rodrigo, próximo à costa. Por ser de noite a maré estava alta e surpreendeu o piloto, que não pode evitar a tragédia. Entretanto, com a ajuda de terra, todos se salvaram, inclusive o primeiro bispo do Brasil, D. Pedro Fernandes Sardinha. O 1º bispo do Brasil, viajava a Portugal a mando da raínha de Portugal, Catarina de Áustria, para denunciar o filho do 2º governador geral Duarte da Costa, que segundo ele, estava denegrindo os costume
s da moral cristã no Brasil.
A salvos, em Coruripe, onde permaneceram alguns dias, aproveitaram para construir uma igrejinha em agradecimento a Deus pelo seu salvamento, seguindo depois, a pé e a cavalo, viagem para Maceió, onde pegariam outra nau, que completaria a viagem para Portugal,
Mas, aí, na foz do rio S. Miguel, já próximo a Maceió, foram surpreendidos, atacados e sacrificados pelos índios Caetés, só se salvando dois índios e um português, que falava a língua deles. D. Pero Fernandes Sardinha foi o último a ser sacrificado, pois se atirou ao rio e tentou fugir a nado.
Obs. Há dúvidas sobre quem matou realmente os passageiros da nau Nossa Senhora da Ajuda. Os caetés desmentem esta versão. Futuramente continuaremos com mais detalhes sobre esta tragédia, inclusive com a vingança, que viria a acontecer, destruindo essa tribo.
CORURIPE À ÉPOCA DOS DESCOBRIMENTOS
À época dos descobrimentos, a região de Coruripe estava coberta de pau-brasil. Madeira, cobiçada em toda a Europa, para uso nas tinturarias, fabrico de móveis e construções. Nos alicerces da primitiva Igreja de Notre Dame em Paris, foram encontrados toros de pau-brasil, postos ali como sustentação e cuja durabilidade desafiou séculos.
Os franceses percorriam as costas do Nordeste, construindo feitorias e armazéns onde estocavam o miolo do pau-brasil com a ajuda dos índios da região. Outras nações nações européias, principalmente a Holanda também se fizeram presentes em terras de Coruripe.
Suas embarcações aportavam periodicamente nessa região e a concorrência com os portugueses se fazia notar, posteriormente...
O visconde de Porto Seguro , em sua
História Geral do Brasil, registra
três portos dos franceses ao sul de Alagoas. Um, no local tradicional de Marechal Deodoro, mais conhecido como praia do francês, chamado também como Porto Velho do Francês, quatro léguas antes da foz do rio São Miguel. Outro na desembocadura do rio São Miguel, chamado o Porto Novo do Francês, duas léguas para o sul do rio São Miguel. E um terceiro na foz do rio Coruripe, chamado depois
porto do Betel.
O autor se refere aos baixios de D. Rodrigo, que ele localiza quase defronte do rio Coruripe, ao sul do Pontal do Coruripe.
OS BAIXIOS DE D. RODRIGO
Fonte: - Coruripe, Sua História, Sua Gente E Suas Instituições do Professor João R. Lemos.
Há dois baixios de D. Rodrigo. O da terra, que é mais baixo, só aflorando, com a maré baixa onde as embarcações naufragavam por falta de visibilidade. E o de fora, que mesmo com a maré cheia fica além das ondas e o navio naufraga se for à noite. A profundidade é de 10 para 14 metros pelo lado de dentro e de 14 a 20 pelo lado de fora. A distância dos baixios à praia, em jangada, dá uma hora e com vento desfavorável dá uma hora e meia; de lancha a motor são 25 minutos. A distância em milhas dos Baixios à praia dá perto de trẽs milhas, que representam 5.400metros.
Entre os dois baixios existe um canal com 60 metros de largura aproximadamente . Os naufragados ficaram no canal, imprensados entre os dois baixios. As caravelas e galeões do século XVI navegavam quase sempre com terra à vista costeando as costas do Brasil. As praias do Pontal e da Lagoa do Pau são vistas com perfeição.
Inúmeras embarcações com seus marujos encontraram o fim nos Baixios de D. Rodrigo, que ainda precisa da ação de mergulhadores para sondar o fundo do mar em busca de seus tesouros. Há registros na torre do tombo em Lisboa e na sede da marinha portuguesa de mais de dez navios vindos da região do rio do Prata carregados de valores. O galeão Nossa Senhora da Atocha, naufragado no Caribe e hoje pesquisado por arqueólogos e pesquisadores é um barco idêntico ao Nossa Senhora da Ajuda que também levava valores para Portugal. Há uma nota dos exploradores que esclarece esses naufrágios e a busca posterior de seus tesouros.
1- O ouro vinha em barras de até cinco quilos ou transformado em longas correntes, cujos elos funcionavam como moedas.
2- A prata vinha em barras de 15 a 30 quilos e no fundo mar se confunde com pedras cobertas de crustácios.
3- As moedas de ouro estão espalhadas a uma certa distância do naufrágio.
4- Os restos de um galeão naufrado podem estar espalhados numa área de 30 km quadrados, seguindo as correntes de norte para sul. Um detector de metais é de absoluta necessidade para a exploração submarina.
5- Há sempre abundância de balas redondas de ferro ou de pedra usadas nos canhões.
6- Caixas enferrujadas podem ser encontradas contendo jóias e tesouro religioso. No Atocha os pesquisadores encontraram incálculável tesouro em esmeraldas e peças religiosas.
7- É comum se encontrar fragmentos de jóias, que, quando juntos, mostram uma jóia rara.
8- Cada área de tesouro em torno de um barco pertence ao descobridor, mas precisa de permissão oficial.
9- Os tesouros não se encontram na superfície, mas a 0,50 cm de profundidade abaixo do fundo do mar. Esse material deve ser removido com técnica arqueológica.
10- Toda madeira desses barcos deve ser mantida em água salgada para sua conservação e posterior estudo.
O mar que circunda os baixios de D. Rodrigo cuja profundidade é pequena, variando de 7 a 20 metros, ainda precisa ser vasculhado. Os tesouros encontrados em navios da mesma época renderam milhões de dólares aos pesquisadores.
Em noites escuras, de maré baixa pescadores costumam navegar até aos arrecifes. Nos arrecifes em frente ao farol, de nome Picão quando o mar enche , o turista pode tomar banho de bica nas pedras próximas à praia ou na chamada bica da cabocla. A pesca de camarão é abundante, mesmo nas imediações das praias e na época de pesca pode-se ver dezenas de pescadores com suas pequenas redes ou puçás cascaviando a prai em busca do camarão.
05/01/2011 12h00
Coruripe homenageia Bom Jesus dos Navegantes nesta quinta-feira (6)
|
Religiosidade e fé marcam procissão
marítima no Pontal do Coruripe
Ascom/Coruripe
|
Arquivo Ana Clark
A I Corrida de Reis inicia a programação dos festejos ao
padroeiro dos pescadores, Bom Jesus dos Navegantes, nesta quinta-feira
(6). O evento coordenado pela Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e
Eventos, terá saída da praça central e chegada no Pontal do Coruripe.
No período da tarde, será celebrada missa pelo pároco Antônio Lopes.
A única procissão marítima de Alagoas, organizada pelos devotos será às
16h, e reunirá os fiéis na praia do Pontal, onde tradicionalmente
acompanham a imagem do Bom Jesus dos Navegantes em várias embarcações
cedidas como forma de homenagem ao santo padroeiro.
O trajeto marítimo segue até as proximidades da vizinha praia de
Barreiras, retornando ao ponto de partida, onde a imagem do padroeiro
desembarca e é seguida pela multidão pelas principais ruas do povoado.
“O evento traduz a devoção de nosso povo. Fui criado vendo e
participando dessas festividades. E hoje fico feliz em poder colaborar
com ela, através da prefeitura”, disse o prefeito Marx Beltrão.
Programação
A Prefeitura de Coruripe presta apoio ao evento com a realização de
show popular, após a procissão, com as bandas Galã do Brega e Boca de
Forno.
O secretário da pasta, Afrânio Coutinho, informou que os
participantes da I Corrida de Reis, vão ganhar troféus, medalhas e
premiação em dinheiro.
Tradição
Segundo o historiador João Ribeiro de Lemos, a tradição do evento e
veneração ao Bom Jesus dos Navegantes, do Pontal do Coruripe, surgiu no
final do século XIX, depois de a capela de Nossa Senhora da Penha,
antiga padroeira local, ser tomada pelo mar.
Após o acontecimento, iniciou-se a veneração ao Bom Jesus dos
Navegantes e uma igreja foi construída para abrigar a imagem do santo. A
imagem da antiga padroeira foi roubada a cerca de seis anos, o episódio
segue sem solução.
História de Coruripe (minha cidade)
A Historia de Coruripe
É repleta de emoção,
Os caetés foram os primeiros
Habitantes de região,
E só no século XVI
Surgiu a primeira embarcação.
Dizem que foi visitado
Por entradas e bandeiras,
Que na época percorria
Toda região costeira,
Só que a Nau naufragou
Com a tripulação inteira.
Foi a Nau Nossa Senhora d’juda
Que naufragou no Pontal,
Ela viaja por nossos mares
Com destino a Portugal,
E os índios atacaram
Devorando o pessoal.
Segundo a própria Historia
Eram índios diferentes,
Todos eles antropólogos
Isto é, comiam gente,
Até Dom pero Sardinha
Foi devorado barbaramente.
Este acontecimento
Grande revolta causou,
E a Coroa de Portugal
Logo se manifestou,
Houve um grande massacre
Que ela autorizou.
No final do século XVI
A região evoluiu,
Pois já era conhecida,
E repleta de pau-brasil,
Houve grande desmatamento
E a vila poxim surgiu.
Poxim passou a freguesia
Nunca época especial,
E os holandeses deixaram
Sua marca escultural
Construíram duas igrejas
Embelezando o local.
Uma já foi demolida
E a outra ainda está lá,
É a igreja de São José
Padroeiro do lugar,
Quem passa pelo Poxim
Não deixa de visitar.
Nos meados do século XIX
Houve outra evolução,
Quando construíram a igreja
Da Imaculada Conceição,
Foi ai que Coruripe
Teve sua informação.
As margens do rio Coruripe
Foi nascendo um povoado,
Que cresceu rapidamente
E o mesmo nome lhe foi dado,
Devido ao seu crescimento
O Poxim foi descartado.
Em 1872
Tudo se modificou,
Coruripe deixou de ser vila
E a cidade passou,
E no dia 16 de maio
Ela se emancipou.
Coruripe teve outros nomes
Coruru-ipê e corurúgy,
Que quer dizer rios dos seixos
Segundo a nação tupy,
Isso na língua dos índios
Que era tupy guarani.
Há um fato curioso
Que precisa ser relatado,
Dizem que a esquadra de Cabral
Por Coruripe teria passado,
E o morro da sibirina em Barreiras
Foi o primeiro a ser avistado.
Mas devido as fortes chuvas
Não conseguiu atracar,
Continuou a viajem
Aonde viera avistar,
O Monte Pascoal na Bahia
E lá sim pode parar.
Essa teoria é bastante lógica
Seguindo a rota de Cabral,
É só lembrar o naufrágio
Nas proximidades do Pontal
Quando a nau viajava
Com destino a Portugal.
Coruripe hoje é grande
E cada dia cresce mais,
Com industria de açúcar e álcool,
E imensos canaviais,
Além de coco da Bahia
E outras riquezas naturais.
Na Usina Coruripe
Ainda podemos encontrar,
Uma grande reserva de pau-brasil
Que enaltece o lugar,
É um patrimônio histórico
Que vale a pena preservar.
Usina Coruripe e Guaxuma
São as forças da região,
Sem esquecer Pindorama
Que oferece outra opção,
Queijo, sucos, açúcar e outros.
Diversificando a produção.
Mas a beleza de Coruripe
É o extenso litoral,
Com praias de águas cristalinas
Entre elas o pontal,
Poxim, Barreiras e Miai;
E também a lagoa do pau.
A cidade tem dois bancos oficias
Para servir a população,
Hospital e postos médicos
Espalhado na região,
Tem rádio comunitária
Cultura, lazer e educação.
O turismo em Coruripe
Precisa ser mais explorado,
Pois afinal as nossas praias
É um paraíso encantado,
O turista vai e volta
Trazendo outro convidado.
Coruripe é só alegria
É um lugar excelente,
Pra quem curte a natureza
É o melhor ambiente,
As praias aqui são mais belas
E o sol é mais quente.
Coruripe é a esmeralda do atlântico
Onde o céu se confunde com o mar,
A cidade é muito acolhedora!
Por isso venha nos visitar,
Pois eu tenho certeza
Que você irá gostar.
Dorgival poeta
Pontal do Coruripe
Matéria em construção...