Retrato anônimo de Filipe Camarão, do século XVII, no Museu do Estado de Pernambuco
Outros nomes
Poti, Potiguaçu
Nascimento
1600/1601
Capitania de Pernambuco
Brasil Colonial
Morte
24 de agosto de 1648
Recife, Capitania de Pernambuco
Brasil Colonial
Cônjuge
Clara Camarão
Ocupação
militar e líder indígena
Religião
cristão/católico
Antônio Filipe Camarão (Capitania de Pernambuco, c. 1600/1601 — Recife, 24 de agosto de 1648) foi um militar e líder indígena brasileiro. Chefe nativo dos índios potiguares, foi um dos heróis da Batalha dos Guararapes, episódio decisivo da Insurreição Pernambucana. Tinha, como nome de nascença, Poti ou Potiguaçu, nomes tupis que significam, respectivamente, "camarão" e "camarão grande". Ao ser batizado e convertido ao catolicismo em 1614, na antiga Igreja de São Miguel (Extremoz), no Rio Grande do Note, recebeu o nome de Antônio e adotou o "Filipe Camarão" em homenagem ao soberano dom Filipe II (1598-1621).
Biografia
Educado pelos jesuítas, era ele, segundo frei Manuel Calado, "destro em ler e escrever e com algum princípio de latim";
considerava de suma importância a correção gramatical e a pronúncia do
português, "era tão exagerado em suas coisas, que, quando fala com
pessoas principais, o fazia por intérprete (posto que falava bem o
português) dizendo que fazia isto porque, falando em português, podia
cair em algum erro no pronunciar as palavras por ser índio". Seu trato era comedido e "mui cortesão em suas palavras e mui grave e pontual, que se quer mui respeitado".
Uma visão romântica de Filipe Camarão, por Victor Meireles
No contexto das invasões holandesas do Brasil, auxiliou a resistência organizada por Matias de Albuquerque desde 1630, como voluntário para a reconquista de Olinda e do Recife. À frente dos guerreiros de sua tribo, organizou ações de guerrilha que se revelaram essenciais para conter o avanço dos invasores.
Sempre acompanhado de sua esposa, Clara Camarão, tão combatente quanto ele, destacou-se nas batalhas de São Lourenço (1636), de Porto Calvo (1637) e de Mata Redonda (1638). Nesse último ano participou ainda da defesa de Salvador, atacada por Maurício de Nassau.
Distinguiu-se, na primeira, comandando a ala direita do exército rebelde na Primeira Batalha dos Guararapes (1648), pelo que foi agraciado com a mercê de "dom", o "hábito de cavaleiro da Ordem de Cristo", o "foro de fidalgo com brasão de armas" e o título de "capitão-mor de Todos os índios do Brasil".
Morreu no Arraial Novo do Bom Jesus (Pernambuco),
em 24 de agosto de 1648, em consequência de ferimentos sofridos no mês
anterior, durante a Batalha dos Guararapes. Após a sua morte, foi
sucedido no comando dos soldados insurgentes indígenas por seu sobrinho
dom Diogo Pinheiro Camarão.
Palácio Filipe Camarão, em Natal
O Palácio Filipe Camarão, sede da prefeitura de Natal, e um bairro da mesma cidade, homenageiam o seu nome. Da mesma forma, o Exército Brasileiro denomina a Sétima Brigada de Infantaria Motorizada como Brigada Filipe Camarão.
Em 6 de agosto de 2012, a Lei Federal 12 701, reconhecendo sua
importância na história do Brasil, determinou que o nome de Antônio
Filipe Camarão fosse inscrito no Livro de Heróis da Pátria (conhecido
como "Livro de Aço"), depositado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, um cenotáfio que homenageia os heróis nacionais localizado na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
Seus restos mortais encontram-se sepultados na Imperial Igreja de Nossa Senhora do Rosário no bairro da Várzea em Recife, capital do estado de Pernambuco.
O nome é comumente grafado Antônio Felipe Camarão, com o nome "Filipe" escrito segundo a antiga norma ortográfica da língua portuguesa.
Há que se observar, todavia, que a antiga norma ortográfica portuguesa
foi obsolecida por sucessivas reformas, notadamente a do Formulário Ortográfico de 1943 da Academia Brasileira de Letras.
Sua naturalidade é disputada por quatro estados nordestinos, sendo eles Ceará, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte.
Bibliografia
GONSALVES DE MELLO, José Antônio, D. Antônio Felipe Camarão, Capitão-mor dos Índios da Costa do Nordeste do Brasil.
BARÃO DE STUART, "Datas e Fatos" - Vide Dicionário Histórico e Geográfico do RN - Vol 1 - A - E
JULIO GOMES DE SENNA, Ceará Mirim Exemplo Nacional
O colágenoPB ou colagénioPE é uma proteína de importância fundamental na constituição da matriz extracelular do tecido conjuntivo, sendo responsável por grande parte de suas propriedades físicas.
Características Gerais dos Colágenos
O
colágeno é sintetizado intracelularmente em pequenas porções e
exportado para fora da célula, onde, através da atuação de enzimas
polimerizantes, é definido com a estrutura própria de colágeno, em
hélice-tripla. Cada uma destas 3 "fitas" de proteínas são formadas quase
inteiramente por glicina (que representa 1/3 da sequência), prolina e lisina, como por mais dois aminoácidos que são modificados após serem colocados pelos ribossomos: a hidroxiprolina e a hidroxilisina. Esses dois últimos são derivados respectivamente da prolina e da lisina através de processos enzimáticos que são dependentes da vitamina C. Por esse motivo, a deficiência dessa vitamina leva ao escorbuto,
uma doença relacionada a problemas na síntese do colágeno, causando
hemorragia (vasos sanguíneos e pele possuem colágeno na sua
constituição)..
O colágeno ou gelatina, como conhecemos, é a classe mais
abundante de proteínas do organismo humano e representa mais de 30% de
sua proteína total, sendo obtidos industrialmente principalmente através
dos bovinos.
A deficiência de colágeno no organismo denomina-se colagenoses,
acarretando alguns problemas como má formação óssea, rigidez muscular,
problemas com o crescimento, inflamação nas juntas musculares, doenças
cutâneas, entre outros.
Todos os mamíferos fabricam o colágeno e seu uso se estende em
diversas áreas de aplicação. No setor alimentício, ele é usado na
fabricação de iogurtes, embutidos (salsichas, presunto, rosbife) e para
sobremesas de fácil preparação (sobremesas de gelatinas, pudins,
maria-mole, baianu´s e Pint), sendo também muito utilizado na área de
cosméticos e produtos fármacos (cápsulas moles e duras são de gelatina
obtida do processo de hidrólise parcial do colágeno, por exemplo).
O colágeno hidrolisado é o colágeno que passou por processo de
hidrólise (hidros=água + lise=quebra) ou seja a grande cadeia proteica
se quebra em um ponto, agregando uma molécula de água em sua estrutura. O
processo de hidrólise mais comum utilizado pelas indústrias é através
de enzimas específicas que garantem um tamanho mínimo desses fragmentos
proteicos (normalmente próximo de 5000 Daltons). É justamente o tamanho
do fragmento proteico que garante a absorção pelo organismo (cerca de
90%) através do trato intestinal, chegando facilmente à corrente
sanguínea. Já a síntese de colágeno pelo corpo depende de fatores como a
disponibilidade de vitaminas e minerais específicos de cada colágeno,
além da necessidade do organismo em sintetizar aquele tipo de colágeno.
Como a maioria de sua estrutura é composta dos 3 tipos de
aminoácidos já citados, o colágeno é uma boa "fonte de proteínas",
apesar de não oferecer todos os aminoácidos essenciais necessários à boa alimentação.
Classificação quanto ao Tipo
Tipos de colágeno
Colágeno Tipo I
É
o mais comum; aparece nos tendões, na cartilagem fibrosa, no tecido
conjuntivo frouxo comum, no tecido conjuntivo denso (onde é
predominante sobre os outros tipos), sempre formando fibras e feixes, ou
seja, está presente nos ossos, tendões e pele. As espessas fibras de
colágeno organizadas paralelamente são responsáveis pela grande
resistência dos tendões.
Colágeno Tipo II
É
produzido por condrócitos, aparece na cartilagem hialina e na
cartilagem elástica. Não produz feixes. Presente nos discos
intervertebrais, olhos e cartilagem. A suplementação de Colágeno tipo II
é indicado para tratamento de artrose, por ajudar a recompor a
cartilagem das articulações.
Colágeno Tipo III
Presentes em músculo liso, endoneuro e nas trabéculas dos órgãos hematopoieticos (baço, nódulos linfáticos, medula óssea vermelha); artérias, fígado, útero e camadas musculares do intestino.Abundando no tecido conjuntivo frouxo, é encontrado na artéria aorta do coração, nos pulmões, nos músculos dos intestinos, fígado, no útero. Constitui as fibras reticulares.
Colágeno Tipo IV
Aparece na lâmina basal, um dos componentes da membrana basal dos epitélios. Presente nas lentes da cápsula ocular, glomérulos.
Colágeno Tipo V
Está presente na maioria dos tecidos localizados no interior,
especialmente na cobertura de vários elementos funcionais do corpo, tais
como órgãos. Sua missão é dar a essas partes do corpo o poder de
esticar e resistir a todos os tipos de fatores.
Colágeno Tipo VI
Está presente no sangue, camada íntima da placenta.
Colágeno Tipo VII
Está presente nas membranas corioaminióticas e na placenta.
Colágeno Tipo VIII
É endotélio.
Colágeno Tipo IX
Ele tem a função de manter as células unidas e é o principal componente proteico de órgãos
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Colágeno Tipo X, XI e XII
Está presente na cartilagem.
Classificação quanto estrutura e função
Colágeno que formam longas fibrilas
As
fibrilas de colágeno são formadas pela agregação de moléculas de
colágeno do tipo I, II, III, V e XI, que se agregam para formar fibrilas
claramente visíveis ao microscópio eletrônico. O colágeno do tipo I é o
mais abundante, sendo amplamente distribuído no organismo. Ele ocorre
como estruturas classicamente denominadas de fibrilas de colágeno e que formam ossos, dentina, tendões, cápsulas de órgãos, derme etc.
Colágenos associados a fibrilas
Colágenos
associados a fibrilas são estruturas curtas que ligam as fibrilas de
colágeno umas às outras e a outros componentes da matriz extra celular.
Pertencem a este grupo os colágenos do tipo IX, XII e XIV.
Colágeno que forma rede
O
colágeno cujas moléculas se associam para formar uma rede é o colágeno
do tipo IV . O tipo IV é um dos principais componentes estruturais das lâminas basais, onde tem o papel de aderência e de filtração.
Colágeno de Ancoragem
É do tipo VII e está presente nas fibrilas que ancoram as fibras de colágeno tipo I à lâmina basal.
Colágeno líquido, cápsula ou pó
O colágeno hidrolisado pode ser encontrado na forma líquida, em cápsula ou pó.
O colágeno em pó é o mais difundido entre as apresentações do
produto devido à baixa atividade água (umidade normalmente próximo de
8%), o que garante uma estabilidade muito grande da proteína (chegando a
5 anos na embalagem original de fabricação). Esta apresentação em pó
normalmente apresenta um preço mais baixo que as outras apresentações.
Esta apresentação, quando vendido puro (sem aditivos ou sabor) requer
uma melhor qualidade sensorial (sabor neutro).
As cápsulas de colágeno são o produto em pó, inserido na cápsula
garantindo doses, normalmente miligramas do produto. É bastante útil
para quem tem facilidades em ingerir cápsulas e evita a necessidade de
diluição. Esta apresentação permite utilizar um produto de baixa
qualidade sensorial (sabor característico mais evidente). É necessário
avaliar a dose/cápsula para analisar a relação custo/benefício.
O colágeno líquido pode ser obtido através da exclusão da etapa
de secagem do colágeno hidrolisado ou da diluição do colágeno em pó.
Normalmente essa apresentação requer a necessidade de conservantes e
agentes de sabor. É necessário conferir a concentração do produto para
analisar a relação custo/benefício.
Biossíntese do Colágeno Tipo I
1. De
acordo com a codificação do RNAm, polirribossomos ligados à membrana do
retículo endoplasmático rugoso sintetizam cadeias polipeptídicas (preprocolágeno),
que crescem para o interior das cisternas. Logo após a liberação da
cadeia na cisterna do reticulo endoplasmático, o peptídeo sinal é
quebrado, formando-se o procolágeno.
2. À medida que estas cadeias (alfa) se formam, ocorre a
hidroxilação de prolinas e de lisinas. Hidroxilisina e hidroxiprolina
livres não são incorporadas às cadeias polipeptídicas. O processo de
hidroxilação se inicia logo que a cadeia peptídica atinge certo
comprimento e ainda está ligada ao ribossomo e prossegue após a sua
liberação na cisterna do retículo. Duas enzimas são envolvidas neste
processo: a prolina hidroxilase e a lisina hidroxilase.
3. Tão logo a hidroxilisina se forma começa a sua glicosilação.
Diferentes tipos de colágeno têm diferentes graus de glicosilação,
porem todos eles possuem galactose ou glicosil galactose ligados à
hidroxilisina.
4. Cada cadeia alfa é sintetizada com dois peptídeos de
registro em cada uma das extremidades amino e carboxil. Uma das funções
destes peptídeos é alinhar as cadeias peptídicas e por isto são chamados
peptídeos de registro. Os peptídeos de registro garantem que as
cadeias peptídicas se arranjem de maneira apropriada para formar a
tríplice hélice que resulta na formação da molécula de procolágeno.
Esta é uma molécula mais longa que o colágeno maduro, solúvel e que não
se agrega, o que impede a formação de fibrilas de colágeno no interior
da célula. O procolágeno é transportado em vesículas desde o Golgi até a
membrana plasmática, de onde é exocitado para a matriz extracelular.
Este processo depende de microtúbulos, que são um dos elementos do
citoesqueleto.
5. No meio extracelular , os peptídeos de registro são removidos por proteases específicas chamadas procolágenos peptidases. Sem os peptídeos de registro a molécula passa a ser chamada de tropocolágeno,
sendo agora capaz de se polimerizar para formar fibrilas de colágeno.
Os resíduos de hidroxiprolina formam pontes de hidrogênio entre as
cadeias alfa, contribuindo para estabilizar a tríplice hélice do
tropocolágeno.
6. Nos colágenos tipo I e III as fibrilas se agregam
espontaneamente, para formar fibras. Certos proteoglicanos (decorin,
dibromodulin) e glicoproteínas estruturais desempenham papel importante
na agregação do tropocolágeno, determinando a espessura e o padrão de
agregação das fibrilas.
7. A estrutura fibrilar é reforçada pela formação de
ligações covalentes entre as moléculas de tropocolágeno. Este processo é
catalisado pela ação da enzima lisil oxidase (enzima que oxida a lisina), que também atua no espaço extracelular.
Fibras de Colágeno Tipo I
As
fibras colágenas clássicas são as mais numerosas no tecido conjuntivo.
No estado fresco estas fibras têm cor branca, conferindo esta cor aos
tecidos nos quais predominam. A cor branda dos tendões deve-se à riqueza
em fibras colágenas.
Estas fibras são birrefringentes, pois são constituídas por
moléculas alongadas arranjadas paralelamente umas às outras. Desse modo,
quando examinadas ao microscópio de polarização, entre filtros
polaroides, as fibras colágenas aparecem brilhantes contra um fundo
escuro. Alguns corantes ácidos compostos por moléculas alongadas, como,
por exemplo, O Sirius red, são capazes de se ligar paralelamente a
moléculas de colágeno intensificando consideravelmente a sua
birrefringência normal, produzindo uma cor amarela forte. Devido a esta
propriedade, o Sirius red é usado como um método específico para a
detecção do colágeno.
Em alguns locais do organismo, as fibras de colágenos se
organizam paralelamente umas às outras formando feixes de colágeno. As
fibras colágenas são estruturas longas com percurso sinuoso e, por causa
disto, suas características morfológicas são difíceis de serem
estudadas em cortes histológicos. Para esta finalidade, um preparado
histológico por distensão é mais conveniente. O mesentério é
frequentemente utilizado para este propósito e, quando espalhado sobre
uma lamina histológica, sua estrutura é suficientemente fina para ser
atravessada pela luz. Este preparado pode ser corado e examinado
diretamente ao microscópio sem precisar ser cortado em micrótomo. O
mesentério consiste em uma porção central do tecido conjuntivo revestido
em ambos os lados por um epitélio pavimentoso, o mesotélio. Nestes
preparados, as fibras colágenas aparecem como estruturas cilíndricas,
alongadas e tortuosas de comprimento indefinindo e com diâmetro que
varia de 1 a 20 µm.
Ao microscópio de luz as fibras colágenas são basófilas e se
coram em rosa pela eosina, em azul pelo tricromico de Mallory, em verde
pelo tricromico de Masson e em vermelho pelo Sirius red.
Fibras Reticulares
As
fibras reticulares são formadas predominantemente por colágeno do tipo
III. Elas são extremamente finas, com um diâmetro entre 0,5 e 2 mm, e
formam uma rede extensa em certos órgãos. Estas fibras não são visíveis
em preparados corados pela hematoxilina-eosina (HE), mas podem ser
facilmente coradas em cor preta por impregnação com sais de prata. Por
causa de sua afinidade por sais de prata, estas fibras são chamadas de
argirófilas.
As fibras reticulares também são PAS-positiva. Considera-se que
tanto a positividade ao PAS quanto a argirofilia se devem ao alto
conteúdo de cadeias de açúcar associadas a estas fibras. Fibras
reticulares contêm 6-12% de hexoses, enquanto a fibra de colágeno contém
apenas 1%. Estudos imunocitoquimicos e histoquimicos mostraram que as
fibras reticulares são compostas principalmente de colágeno tipo III
associado a elevado teor de glicoproteínas e proteoglicanos. Ao
microscópio eletrônico exibem estriação transversal típica das fibras
colágenas. São formadas por finas fibrilas frouxamente arranjadas,
unidas por pontes provavelmente compostas de proteoglicanos e
glicoproteínas. Devido ao seu pequeno diâmetro, as fibras reticulares se
coram em verde pelo Sirius red quando observadas ao microscópio de
polarização.
As fibras reticulares são particularmente abundantes em músculo
liso, endoneuro e nas trabéculas dos órgãos hematopoéticos como o baço,
nódulos linfáticos, medula óssea vermelha. As finas fibras reticulares
constituem uma delicada rede ao redor de células de órgãos
parenquimatosos como as glândulas endócrinas. O pequeno diâmetro e a
disposição frouxa das fibras reticulares criam uma rede flexível em
órgão que são sujeitos a mudanças fisiológicas de forma ou volume, como
as artérias, baço, fígado, útero e camadas musculares do intestino.
Aplicação Médica
A
síntese de colágeno depende da expressão de vários genes e vários
eventos pós-translacionais. Não é, portanto, surpresa que um grande
número de condições patológicas sejam diretamente atribuídas a uma
síntese ineficiente ou anormal do colágeno.
A osteogenesis imperfecta decorre da mutação nos genes da cadeia
α1 (I) ou α2 (II), sendo que em muitos casos se deve à deleção total ou
parcial do gene 1 (I). Entretanto, a troca de um único aminoácido,
particularmente da glicina, é suficiente para causar certos tipos de
doenças. Isto porque para que a tríplice hélice se forme corretamente, o
aminoácido glicina deve estar presente em cada terceira posição na
cadeia polipeptídica.
Além destas patologias, várias outras doenças resultam do acúmulo
exagerado de colágeno nos tecidos. Na esclerose sistêmica progressiva
quase todos os órgãos podem apresentar um excessivo acúmulo de colágeno
(fibrose). Isto ocorre principalmente na pele, trato digestivo, músculos
e rins, causando grave transtorno funcional nos órgãos implicados.
Outro tipo de fibrose é um espessamento localizado na pele, devido a um
deposito excessivo de colágeno que se forma em cicatrizes da pele. Os
queloides ocorrem com mais frequência em indivíduos da raça negra e são
um problema muito difícil de ser resolvido clinicamente não só pela
desfiguração que promovem, como também pelo de que quase sempre
reaparecem após serem removidos.
Deficiência em vitamina C leva ao escorbuto, doença caracterizada
pela degeneração do tecido conjuntivo. Sem esta vitamina os
fibroblastos produzem um colágeno antigo. Este processo causa uma
degeneração generalizada do tecido conjuntivo que se torna mais
acentuada em áreas nas quais o colágeno deve ser renovado com mais
frequência. O ligamento periodontal que fixa os dentes no osso alveolar
apresenta uma renovação relativamente alta do colágeno;
consequentemente, este ligamento é marcadamente afetado pelo escorbuto, o
qual leva à perda dos dentes de pacientes afetados. O ácido ascórbico é
o cofator para a enzima prolina hidroxilase, a qual é essencial para a
síntese normal de colágeno.
Londres eleva ameaças contra Teerã após captura de petroleiro no
Estreito de Ormuz; ex-militar acusa governo de não se preparar para uma
'crise que poderia ser prevista'
Rafa de Miguel, de El País
21/07/2019 - 16:17
/ Atualizado em 21/07/2019 - 21:18
Barcos iranianos fazem patrulha perto do navio britânico Stena Impero,
capturado no Estreito de Ormuz na sexta-feira. Petroleiro está ancorado
no porto de Bandar Abbas, no sul do Irã Foto: HASAN SHIRVANI / AFP
LONDRES — À medida que o governo britânico elevava o tom de suas ameaças contra o Irã após a
captura do petroleiro Stena Impero
, no Golfo Pérsico, ficava cada vez mais evidente a
falta de planejamento
e de respostas a uma crise que poderia ter sido prevista. O ex-chefe do
Estado Maior Naval britânico, Alan West, reprovou a falta de atenção dos
políticos, envolvidos em suas batalhas internas, sobre o que acontecia
no Golfo Pérsico. A oposição trabalhista alertou para o risco de o Reino
Unido se deixar levar, mais uma vez, pelos Estados Unidos, algo que
conduziu ao desastre da invasão do Iraque.
Quando, no dia 4 de julho, a
Marinha Real
interceptou, perto de Gibraltar,
o petroleiro Grace 1
, de bandeira panamenha e controlado pelo Irã, e deteve sua tripulação,
vieram advertências de Teerã de que haveria uma resposta. “A captura do
petroleiro se baseou em desculpas pré-fabricadas, e terá sua resposta no
momento adequado”, disse o chefe do Estado Maior iraniano, o general
Mohammad Bagheri.
"Os britânicos alegam que o navio iraniano levava petróleo para a Síria,
violando sanções europeias que impedem o envio de combustível ao país
árabe. As sanções europeias, porém, não se aplicam a terceiros, o que
levantou dúvidas sobre as justificativas do Reino Unido, com
especulações de que a apreensão ocorreu a pedido dos Estados Unidos."
A captura do petroleiro
Stena Impero
, de bandeira britânica, pelas forças iranianas, levou a uma série de
críticas políticas e militares, diante do fracasso de um governo
paralisado pelo Brexit e pelas disputas dentro do Partido Conservador
pela sucessão de
Theresa May
. O governo abandonou toda sua disciplina.
“Toda essa crise se desenvolveu diante dos olhos de nossa classe
política, que está concentrada na eleição de um novo líder dos
conservadores e um novo primeiro-ministro. Mas seja quem for que ocupar
Downing Street , teráque enfrentar uma séria crise internacional logo de cara. Uma crise
que não poderá ser ignorada por causa do Brexit”, escreveu neste domingo
no jornal The Observer o ex-chefe do Estado Maior Naval, Alan West.
Ação militar seria 'catástrofe'
Não se trata de uma
voz alarmista
lançando gritos de guerra. Lorde West advertiu para a catástrofe que
seria uma ação armada contra o Irã, “inapropriada” e, segundo o militar,
“em qualquer caso, além da capacidades de atuação de nossas Forças
Armadas". West ressaltou as
carências da força naval
britânica, além da armadilha em que se meteu o governo ao anunciar, nos
últimos dias, que iria reforçar suas posições na região do Golfo
Pérsico.
Na região só existe uma fragata de apoio, o
HMS Montrose
, que conseguiu impedir, há uma semana, a
primeira tentativa iraniana de capturar
um navio mercante com bandeira britânica. Mas que, no caso do Stena
Impero, estava a uma hora de distância e não conseguiu fazer nada. O
governo britânico prometeu enviar uma nova fragata, a
HMS Duncan
, que já deveria substituir a HMS Montrose. O navio com um tanque para
reabastecimento, também prometido, deveria estar no Golfo há algum
tempo, disse West, para que as fragatas tivessem uma capacidade de tempo
de navegação que agora não possuem.
— Vamos pôr as coisas em seu contexto. Houve um aumento inesperado do
nível de ameaça nas últimas semanas. Leva algum tempo para responder à
situação — afirmou o subsecretário da Defesa, Tobias Ellwood. —
Precisamos reduzir a tensão
. Nossa responsabilidade é resolver a situação do Stena Impero e
assegurar que os demais navios de bandeira britânica possam navegar com
segurança pela área. Devemos ter uma relação adequada e profissional com
o Irã.
O Reino Unido
foi contra
a decisão unilateral de Washington de se retirar do acordo nuclear com o
Irã e de impor sanções contra o regime, mas tenta a todo custo
preservar uma “
relação especial
” com os EUA em estado cada vez pior. O homem que tem as maiores chances
de ser o novo premier na próxima quarta-feira, Boris Johnson, acredita
contar com o apoio e afeto de
Donald Trump
— chegou a conversar com ele, por telefone, durante a atual crise, mas o
conteúdo da conversa segue em sigilo —, mas suas primeiras decisões
sobre respostas ao Irã serão vigiadas de perto pelos partidos de
oposição e mesmo seus colegas conservadores.
— Queremos ter a certeza de que os erros do passado não serão cometidos
novamente — afirmou o porta-voz do Partido Trabalhista para a Justiça,
Richard Burgon
, em uma referência ao apoio britânico à invasão do Iraque, em 2003. —
Os erros do passado custaram muitas vidas. Os erros do passado pioraram
as coisas e deram asas ao ódio e ao terrorismo. Isso não queremos, uma
situação que saia de controle.
Movimentos prudentes
Para sorte de Johnson, o governo de Theresa May compensou sua fraqueza e
falta de ação
com movimentos prudentes. Apesar do tom do chanceler
Jeremy Hunt
e da ministra da Defesa,
Penny Mordaunt
, os discursos não passaram de palavras. As duas reuniões neste fim de
semana do gabinete de crise, criado para coordenar uma resposta
interministerial em situações graves, não levaram a decisões concretas.
Elas se limitaram, segundo Ellwood, a considerar possíveis opções de
resposta.
Em pelo menos um item o representante do governo e o ex-chefe do Estado
Maior Naval concordam: a famosa Armada britânica já não é mais o que já
foi um dia.
— Nossa Armada Real é pequena para gerenciar todos os nossos interesses
pelo mundo. Se esta é nossa ideia para o futuro, será algo que caberá ao
novo premier reconhecer e negociar — disse o subsecretário de Defesa.
Nova estratégia militar chinesa usa tom mais crítico a Washington e fala em usar a força caso Taiwan busque independência
O Globo e Bloomberg
24/07/2019 - 10:58
/ Atualizado em 24/07/2019 - 16:38
PEQUIM - A
China
acusou os
EUA
de minar a estabilidade global e de buscar “superioridade absoluta”, no
primeiro Livro Branco da Defesa do país desde que o presidente chinês,
Xi Jinping,
iniciou uma ampla reforma militar em 2015.
O país asiático usou um tom mais crítico a Washington no documento
publicado pelo Ministério de Defesa nesta quarta-feira, em que acusa a
Casa Branca de adotar “políticas unilaterais” e de buscar instigar
disputas entre as principais potências mundiais.
Pequim afirmou que os EUA estão atrás de “inovações tecnológicas e
institucionais em busca da superioridade militar absoluta” e prejudicam a
“estabilidade estratégica global”, com pesados investimentos em ativos
de defesa nuclear, espacial, cibernética e antimísseis.
O documento intitulado "A defesa nacional da China na nova era", em uma
referência ao principal slogan de Xi, observou que “o sistema e a ordem
de segurança internacional são prejudicados pelo "crescente hegemonismo,
por políticas de poder, unilateralismo e constantes conflitos regionais
e guerras”.
A linguagem empregada se afasta do relatório anterior, que se concentrou
em esforços necessários para melhorar a cooperação militar entre as
duas maiores economias do mundo.
Pressão americana move a parceria estratégica de Rússia e China
O documento menciona Taiwan, onde “forças separatistas” representam “a
mais grave ameaça imediata à paz e estabilidade” na área. Pequim "não
promete renunciar ao uso da força" ao lidar com a ilha e "derrotará
resolutamente qualquer um que tente separar Taiwan da China", afirma o
texto.
’Concorrente Estratégico’
Xi prepara-se para celebrar 70 anos de governo do Partido Comunista em
Pequim no final deste ano, em um momento em que enfrenta uma guerra
comercial com os EUA que agravou uma série de disputas de segurança
entre os dois países.
A
ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que fará nova viagem à China em agosto, anunciou nesta terça-feira
(23) que a China irá abrir o mercado para a exportação de produtos
lácteos brasileiros como queijos e leite em pó.
A
ministra fez o anúncio em um comunicado divulgado pelo ministério e
destacou que a abertura do mercado vai impulsionar a cadeia produtiva de
leite.
"Acho que é uma notícia excepcional para o setor leiteiro que passa
por um momento muito difícil, sem esperança", informou ela, na nota do
ministério.
A China habilitou 24 estabelecimentos brasileiros para a exportação de produtos como leite em pó e queijos.
"Fiquei muito feliz e gostaria de passar essa boa notícia para os
produtores brasileiros, que estão vivendo um momento difícil, acabaram
de perder R$ 0,30 no litro de leite, e agora vão poder ter a
perspectiva. É claro que não é para amanhã, mas é uma abertura excelente
para o Brasil".
26 de novembro de 2015 à atualidade
XXI Governo Constitucional
Antecessor
Maria Luís Albuquerque
Presidente do Eurogrupo
União Europeia
Período
13 de janeiro de 2018 à atualidade
Antecessor
Jeroen Dijsselbloem
Dados pessoais
Nascimento
9 de dezembro de 1966 (52 anos) Olhão, Portugal
Partido
Partido Socialista
Profissão
Economista
Mário José Gomes de Freitas Centeno (Olhão, 9 de dezembro de 1966) é um economista português, Ministro das Finanças de Portugal desde 26 de novembro de 2015. Foi eleito presidente do Eurogrupo a 4 de dezembro de 2017, tendo iniciado funções a 12 de janeiro de 2018.
Biografia
É licenciado em Economia (1990) e mestre em Matemática Aplicada (1993) pelo Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa, e mestre (1998) e doutorado (1995-2000) em Economia pela Harvard Business School da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
Foi economista do Banco de Portugal,
a partir de 2000, e diretor-adjunto do Departamento de Estudos
Económicos, de 2004 a 2013. Neste periodo de tempo foi também membro do
Comité de Política Económica da União Europeia. De 2007 a 2013, foi presidente do Grupo de Trabalho para o Desenvolvimento das Estatísticas Macroeconómicas, no Conselho Superior de Estatística. É também professor catedrático do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa.
A 26 de novembro de 2015 tomou posse como Ministro das Finanças do XXI Governo Constitucional de Portugal.
A quatro de dezembro de 2017 foi eleito Presidente do Eurogrupo, durante o processo de candidatura teve o apoio de Portugal, Espanha, França, Alemanha e Itália.
Centeno afirmou recentemente, quando perguntado sobre o sucesso de seu governo, que não fez nenhum milagre em Portugal, mas apenas apostou na criatividade e força de trabalho do povo português.
Centeno devolveu e ainda está devolvendo os descontos nos salários do funcionalismo público, praticados pela direita antes de 2015.
Fornecido por LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.
Debate sobre o estado da nação
Lisboa, 20 jul 2019 - O ministro das Finanças defendeu
hoje que o tempo das derrapagens e dos orçamentos retificativos pertence
ao passado e considerou que PSD e CDS-PP estiveram na presente
legislatura "sozinhos e perdidos nas contas".
Estas críticas aos
partidos do anterior Governo foram feitas por Mário Centeno na abertura
de um debate sobre "Contas certas", integrado na Convenção Nacional do
PS, que decorre no pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, e que se destina a
aprovar o programa eleitoral dos socialistas para as legislativas de
outubro.
"O tempo dos orçamentos retificativos e das derrapagens
orçamentais é hoje passado. Se tivesse de usar um título para um filme
do que teria sido esta legislatura para a nossa direita, então eu
colocava o seguinte: sozinhos e perdidos nas contas. Foi isso que
aconteceu exatamente ao longo da presente legislatura", sustentou.
Pelo
contrário, segundo o ministro das Finanças, o Governo do PS apresentou
no início da legislatura "um plano - e cumpriu esse plano mês a mês, ano
após ano".
"Fizemo-lo porque sabíamos que tínhamos de mudar de
políticas. Era crucial para o futuro do país que o Governo, no final de
2015, apresentasse um programa distinto daquilo que tinha acontecido nos
últimos anos", advogou.
Em estilo de conclusão, Mário Centeno
defendeu que o resultado dessas políticas "trouxe ao país mais emprego,
mais riqueza, mais salários".
"São muitos milhares de milhões de salários a mais que hoje são
pagos, atualmente, em Portugal face àquilo que acontecia em 2015. Se
temos mais emprego, mais rendimento e contas certas, possuímos também
por causa disso menos dívida, pagamos muito menos juros do que pagávamos
e temos muito menos desemprego.
A legislatura que termina é uma
legislatura de sucesso nestas áreas", acrescentou.
Bolsonaro diz que empresas brasileiras 'foram avisadas' sobre problemas envolvendo navios iranianos em Paranaguá
Presidente afirma que companhias 'sabem do risco' de sanções dos EUA;
empresa exportadora garante que cumpre todas as regras e não vê motivo
para não receber combustível da Petrobras
Gustavo Maia e Filipe Barini
19/07/2019 - 14:30
/ Atualizado em 19/07/2019 - 20:48
BRASÍLIA E RIO — O presidente
Jair Bolsonaro
(PSL) disse nesta sexta-feira que o governo avisou às empresas
exportadoras brasileiras sobre os riscos envolvendo o comércio com o
Irã
devido às
sanções
impostas pelos Estados Unidos ao país. O presidente comentava a situação dos dois
navios iranianos
que estão parados a cerca de 20 km do
porto de Paranaguá (PR)
, por conta de um impasse sobre o fornecimento de combustível às embarcações.
— Existe esse problema. Os
Estados Unidos
, de forma unilateral, pelo que me consta, têm embargos levantados
contra o Irã. As empresas brasileiras foram avisadas por nós desse
problema e estão correndo o risco nesse sentido, e o mundo está aí —
declarou Bolsonaro.
Segundo reportagem da revista "
Portos e Navios
", os cargueiros
MV Termeh
e
MV Bavand
, contratados para levar cargas com valor aproximado de R$ 105 milhões
para o porto iraniano de Bandar Imam Khomeini, tiveram o abastecimento
negado pela
Petrobras
. Um deles, o MV Bavand, já está carregado com 48 mil toneladas de milho
e deveria ter partido rumo ao Irã no dia 8 de junho. O MV Termeh
aguarda, desde o dia 9 de junho, o combustível para seguir rumo ao porto
de
Imbituba
(SC), onde receberá a carga.
De acordo com a Petrobras, o abastecimento não pode ser feito por conta das
sanções
impostas pelo Departamento de Tesouro dos EUA, uma vez que as
embarcações se encontram na lista da Agência de Controle de Ativos
Estrangeiros dos EUA (
Ofac
, na sigla em inglês), responsável por aplicar medidas a agentes
estrangeiros. Além disso, segundo a estatal brasileira, os navios
chegaram ao Brasil carregados com ureia, um produto que está sujeito a
sanções. Por fim, afirma que "existem outras empresas capazes de atender
à demanda por
combustível
".
Empresa contesta Petrobras
Em e-mail enviado ao
GLOBO
, a empresa responsável pela exportação, que não teve o nome divulgado
uma vez que o processo sobre o caso corre em segredo de Justiça,
contesta
a Petrobras e diz que “não há outras alternativas viáveis e seguras para
o abastecimento das embarcações, que dependem de um tipo específico de
combustível cujo fornecimento é monopólio da Petrobras”.
A empresa ainda afirma que “toda a documentação de liberação dos navios
já foi fornecida pelas autoridades brasileiras”. Além disso, alega que
“o transporte de alimentos é uma das exceções previstas no que a lei
americana chama de ‘
Humanitarian Exception
’, ou exceção humanitária, que é uma licença geral para o transporte de
commodities agrícolas, comida, medicamentos e equipamentos médicos.”
Pelas regras da
Ofac
, quem mantiver relações comerciais com as empresas e pessoas incluídas
na lista de sanções pode ser alvo de retaliações, incluindo multas,
retenção de bens e a proibição de operar no mercado dos EUA. Desde maio
de 2018, quando os EUA passaram a adotar a política de “pressão máxima”
contra os iranianos, a aplicação das sanções foi ampliada, atingindo
especialmente o setor do petróleo.
A companhia dona dos navios, a Sepid Shipping Company Limited, aparece
na lista do Departamento do Tesouro. Os responsáveis não responderam aos
pedidos de entrevista.
Sem entrar em detalhes sobre o caso dos navios iranianos, Bolsonaro reafirmou que tem se aproximado do presidente americano,
Donald Trump
, e disse entender que o Brasil tem que cuidar primeiro dos próprios problemas.
— Eu particularmente estou me aproximando cada vez mais do Trump, fui
recebido duas vezes por ele. Ele é a primeira economia do mundo, segundo
mercado econômico. E hoje abri, inclusive aos jornalistas estrangeiros,
uns 20 presentes, que o Brasil está de braços abertos para fazermos
acordos, parcerias. O Brasil é um país que não tem conflito em nenhum
lugar do mundo, graças a Deus, pretendemos manter nessa linha, mas
entendemos que outros países têm problemas e nós aqui temos que cuidar
dos nossos em primeiro lugar — declarou.
Em segredo
Desde o começo do mês, corre um processo, em segredo de Justiça,
tentando liberar o abastecimento. Segundo a "Portos e Navios", a empresa
exportadora chegou a obter uma liminar na 2ª vara cível do Tribunal de
Justiça do Paraná, ordenando que os cargueiros fossem abastecidos. A
liminar acabou suspensa pelo
Supremo Tribunal Federal
, com uma decisão esperada para os próximos dias.
A empresa alega que o não fornecimento de combustível pode fazer com que
as embarcações fiquem à deriva, “colocando em risco os tripulantes , o
navio, a carga, o meio ambiente e as demais embarcações que estiverem
fundeadas em Paranaguá”.
Segundo a “Portos e Navios”, os gastos diários com os navios chegariam a US$ 15 mil.
A Unimar, que aparece na lista de operações de Paranaguá como a agência
contratada para as operações dos dois navios, foi contatada por
O GLOBO
, mas ainda não respondeu.
No processo, a
Procuradoria da União
no Paraná também se comprometeu a consultar outros órgãos para saber se
poderia ou não intervir nesse caso. Entre os órgãos consultados estava o
Ministério das Relações Exteriores
. Em nota, o Itamaraty diz que “atendeu à solicitação de informação no
marco do processo judicial em curso, que corre sob segredo de justiça”.
Dois navios do Irã em alerta
As autoridades portuárias agora acompanham a situação de duas outras
embarcações iranianas, hoje próximas ao porto de Imbituba (SC). O MV
Delruba e o Ganj, ambos da Sapid Shipping e incluídos na lista de
sanções dos EUA, deveriam fazer a mesma rota dos dois navios hoje
parados perto de Paranaguá. A empresa responsável pela operação deles no
Brasil, a Friendship, disse não estar autorizada a informar detalhes
sobre a situação das embarcaçoes. Os dois chegaram ao Brasil com uma
carga de ureia.
Um quinto navio, o Daryabar, conseguiu deixar o Brasil com uma carga de
milho ao Irã, hoje o maior importador do produto brasileiro. Não se sabe
como a embarcaçao foi abastecida.
Segundo uma fonte da indústria da navegação, ouvida pela agência de
notícias Reuters, "o governo iraniano está claramente assumindo um
risco". A fonte completa dizendo que "eles enviaram todos esses navios
para cá sem saber se eles conseguiriam reabastecer e retornar".
Empenhada em investir em Portugal,
onde está há 15 anos, a chinesa Huawei, vai abrir um centro de
optimização de redes, cujo objetivo é prestar serviços para vários
países na Europa, revelou esta quinta-feira, o presidente da Huawei
Portugal, Tony Li. O centro irá trabalhar, por exemplo, na melhoria da
qualidade da rede de 4.ª Geração, em países como Inglaterra ou a
Alemanha. E será o único do género na Europa.
O
plano é arrancar com o centro no próximo mês, mas só estará em pleno funciomamento no
final de 2019. Portugal, explicou Diogo Madeira da Silva, responsável
pela comunicação da empresa, é bastante atrativo pela qualidade da mão
de obra portuguesa, que fala bem inglês, e tem remunerações
competitivas.
Será o
primeiro centro em Portugal a prestar serviços para países terceiros. Já
há cá um centro de inovação, mas é sobretudo um centro de demonstração
de serviços.
A Huawei espera que Portugal arranque com a 5.ª Geração em 2020.
Portugal
é um país onde a Huawei tem crescido de forma sustentada, sublinha
Toni... No ano passado cresceu 26%. As receitas atingiram os 235 milhões
de euros em 2018. Foi a primeira vez que a empresa chinesa divulgou o
valor das vendas, até agora não o quis fazer, alegando interesse
comercial em proteger a informação.
A Huawei deixou em Portugal entre impostos, compra de
serviços e remunerações, 160 milhões de euros em 2018, um crescimento de
14% face a 2017, frisou.
Diferença entre ricos e pobres baixa mas Portugal ainda é dos países mais desiguais da UE
Bruxelas, 18 jul 2019 (Lusa) – A diferença entre os que
têm mais e menos rendimentos em Portugal baixou, em 2018, para 5,22
pontos, menos do que os 5,7 registados no ano anterior, sendo ainda
assim o sexto país com maior desigualdades na União Europeia (UE).
Em
causa estão dados hoje divulgados pelo gabinete de estatísticas da UE, o
Eurostat, que têm por base 20% dos rendimentos mais altos e os 20% dos
mais baixos da população em toda a União.
No caso de Portugal, o
valor registado no ano passado (5,22) colocou o país no sexto lugar do
topo da lista dos Estados-membros com maiores desigualdades nos
rendimentos, atrás da Bulgária (7,66), Roménia (7,2), Letónia (6,8),
Espanha (6,03) e Grécia (5,5).
Em sentido inverso, verificaram-se
menos desigualdades na República Checa e na Eslovénia (3,4 em ambos),
Finlândia (3,5), Eslováquia (3,5) e Bélgica (3,8).
Em 2017, o valor registado em Portugal (5,7) tinha ficado, também, acima da média comunitária, que se fixou em 5,2.
O Eurostat não apresenta dados relativos à média da UE em 2018.
Ainda relativamente a Portugal, no ano passado, as desigualdades
foram maiores no caso dos homens (5,29) do que nas mulheres (5,15).
O mesmo aconteceu em 2017, com os homens a apresentarem mais diferenças nos rendimentos (5,8) do que as mulheres (5,7).
A
Seleção Nacional de hóquei em patins sagrou-se, este domingo, campeã
mundial, batendo a Argentina na final nas grandes penalidades, após 0-0
no final do prolongamento.O encontro terminou sem golos
tanto no período regulamentar como no prolongamento, muito devido a uma
brilhante exibição de Ângelo Girão.
Nas grandes penalidades, a Argentina marcou apenas uma das cinco tentativas e os lusos marcaram duas de quatro. O
último título mundial de Portugal remonta a 2003, conquistado em
Oliveira de Azeméis, derrotando, na altura, a Itália, por 1-0. As equipas alinharam assim: Portugal: Ângelo Girão, José Costa, Henrique Magalhães, João Rodrigues e Hélder Nunes. Argentina: Valentin Grimalt, Carlos Nicolía, Lucas Ordoñez, Matias Platero e Reinaldo Garcia.
Automóveis da Auto Europa descarregados no porto de Leixões
Lisboa, 15 jul 2019 (Lusa) - A produção e montagem de
viaturas automóveis em Portugal aumentou 4,4% em junho face a igual mês
de 2018, para um total de 28.688 veículos, segundo dados divulgados hoje
pela ACAP - Associação Automóvel de Portugal.
Em termos
acumulados, no primeiro semestre de 2019, saíram das fábricas instaladas
em Portugal 184.072 veículos, o que representa um crescimento de 19,5%
em relação a igual período do ano anterior.
Segundo a ACAP, 97,3%
dos veículos fabricados em Portugal têm como destino o mercado externo,
sendo a Europa o mercado líder nas exportações – com 98,0% – com a
Alemanha (24,8%), Itália (15,0%), França (14,2%) e Espanha (10,9%) no
topo do 'ranking'.
No mês de junho, a produção de automóveis
ligeiros de passageiros aumentou 12,2% para 23.610 unidades, enquanto a
de comerciais ligeiros caiu 19% para 4.804 viaturas e de pesados recuou
43,3% para 274 unidades.
No primeiro semestre, aumentou a
produção em todas as categorias, sendo liderada pelos ligeiros de
passageiros, com um acréscimo de 22,3% para 152.116 unidade, seguida da
de veículos pesados – 9,7% para 2.885 – e a de comerciais ligeiros –
7,6% para 29.071.