A RENÚNCIA DE BENTO XVI






Rodrigo Rodrigo

 Pergunta aberta

 A verdadeira causa da renúncia do Papa.? O Papa renunciou a uma vida normal. Renunciou a ter uma esposa. Renunciou a ter filhos. Renunciou a ganhar um salário. Renunciou à mediocridade. Renunciou às horas de sono, em troca de horas de estudo. Renunciou a ser um padre a mais, porém também renunciou a ser um padre especial. Renunciou a encher sua cabeça de Mozart, para enchê-la de teologia. Renunciou a chorar nos braços de seus pais. Renunciou a estar aposentado aos 85 anos, desfrutando de seus netos na comodidade de sua casa e no calor de uma lareira. Renunciou a desfrutar de seu país. Renunciou à comodidade de dias livres. Renunciou à vaidade. Renunciou a se defender contra os que o atacavam. Pois bem, para mim a coisa é óbvia: o Papa é um sujeito apegado à renúncia. E hoje ele volta a demonstrá-lo. Um Papa que renuncia a seu pontificado, quando sabe que a Igreja não está em suas mãos, mas na de algo ou alguém maior, parece-me um Papa sábio. Ninguém é maior que a Igreja. Nem o Papa, nem os seus sacerdotes, nem seus leigos, nem os casos de pederastia, nem os casos de misericórdia. Ninguém é maior do que ela. Porém, ser Papa a esta altura da história, é um ato de heroísmo (destes que se realizam diariamente em meu país e ninguém os nota). Eu me lembro sem dúvida da história do primeiro Papa. Um tal... Pedro. Como foi que morreu? Sim, numa cruz, crucificado como o seu mestre, só que de cabeça para baixo. Nos dias de hoje, Ratzinger se despede da mesma maneira. Crucificado pelos meios de comunicação, crucificado pela opinião pública e crucificado por seus próprios irmãos católicos. Crucificado à sombra de alguém mais carismático. Crucificado na humildade, essa que custa tanto entender. É um mártir contemporâneo, destes a respeito dos quais inventam histórias, destes que são caluniados, destes que são acusados, e não respondem. E quando responde, a única coisa que fazem é pedir perdão. "Peço perdão por minhas faltas". Nem mais, nem menos. Que coragem, que ser humano especial. Mesmo que eu fosse um mórmon, ateu, homossexual ou abortista, o fato de eu ver um sujeito de quem se diz tanta coisa, de quem tanta gente faz chacota e, mesmo assim, responde desta forma... este tipo de pessoas já não existe em nosso mundo. Vivo em um mundo onde é divertido zombar do Papa, porém é pecado mortal fazer piada de um homossexual (para depois certamente ser tachado de bruto, intolerante, fascista, direitista e nazista). Vivo num mundo onde a hipocrisia alimenta as almas de todos nós. Onde podemos julgar um sujeito que, com 85 anos, quer o melhor para a Instituição que representa. Nós, porém, vamos com tudo contra ele porque, "com que direito ele renuncia?" Claro, porque no mundo NINGUÉM renuncia a nada. Como se ninguém tivesse preguiça de ir à escola. Como se ninguém tivesse preguiça de trabalhar. Como se vivesse num mundo em que todos os senhores de 85 anos estivessem ativos e trabalhando (e ainda por cima sem ganhar dinheiro) e ajudando a multidões. Pois é. Pois agora eu sei, senhor Ratzinger, que vivo em um mundo que irá achá-lo muito estranho. Num mundo que não leu seus livros, nem suas encíclicas, porém que daqui a 50 anos ainda irá recordar como, com um gesto simples de humildade, um homem foi Papa e, quando viu que havia algo melhor no horizonte, decidiu afastar-se por amor à Igreja. Morra então tranquilo, senhor Ratzinger. Sem homenagens pomposas, sem corpo exibido em São Pedro, sem milhares chorando e esperando que a luz de seu quarto seja apagada. Morra então como viveu, embora fosse Papa: humilde. Bento XVI, muito obrigado por suas renúncias. Eu gostaria de acrescentar às causas acima citadas no blog do Rodrigo Rodrico, de fundo sentimental, que outra causa pode ter sido de conteúdo material, pois, a nossa Igreja Católica, teve, durante estes dois milénios de existência grandes atritos com um certo capital, que, já no período das grandes descobertas lhe fazia grande concorrência. Capital que, os reis católicos de Espanha, Fernando e Isabel, em 1492, haviam expulsado de seu país e emigrado para o norte da Europa, que era o capital judeu. A mesma coisa se deu em 1500 com a expulsão em massa dos judeus de Portugal a mando de D. Manuel. Esta é uma briga muito antiga em que barbaridades em nome de Jesus Cristo foram cometidas contra os judeus como foi o caso da Inquisição e cujos efeitos até hoje ainda podem estar a gerar uma certo espírito revanchista por parte destes... A Igreja Católica, mesmo aqui no Brasil, teve grandes batalhas contra este tipo de capital, que apoiou sempre as invasões calvinistas, onde terríveis batalhas, como Uruçumirim, Guaxenduba, Guararapes, etc., etc., mas sempre com a vitória luso-católica, foram travadas. Foram tantas as lutas entre este capital e a Igreja Católica, que certo dia, padre Nóbrega ao ver o seu Brasil tomado do Maranhão ao Rio de Janeiro exclamou assim: "O Deus fazei com que esta Terra continue sempre lusitana e católica". Esse grito foi ouvido ali em plena praça 15 de novembro no dia 20 de janeiro de 1567 e Deus ouviu e atendeu os apelos de Nóbrega! Agora mesmo, após a 2ª guerra mundial, o banco Ambrosiano do Vaticano, após um escândalo interno, que logo foi abafado pela grande mídia,sofreu uma grande injeção desse mesmo capital. Estava assim concretizado o milenar sonho da influência desse capital sobre os destinos da Igreja Católica... Os meios de comunicação, os bancos e até certos governantes, não param de atacar aquela, que, junto com os portugueses foi outrora a grande responsável por esta invejável "Unidade Nacional", que transformou mais de 1000 dialetos num só idioma e nos deu esta cultura integracionista, que o mundo conflitado de hoje tanto inveja... O desespero de Bento XVI, pode também estar relacionado com estes acontecimentos do passado luso-católico, entretanto, pode também estar chegando ao fim a paciência desse povo em relação a esse separatismo perverso, que não para de destruir nossas famílias... Os sinais de Deus já começam a aparecer nas derrotas, que este mesmo capital vem sofrendo em todo o mundo... A Lusofonia ainda parece ser o remédio mais eficaz para combater este velho e nojento preconceito entre judeus, católicos e mulçumanos, pois afinal no Brasil luso-católico, todas estas minorias  ainda conseguem viver em completa fraternidade... Que diferença pode existir entre uma criança judia, católica ou muçulmana? Eu amo a todas com a mesma intensidade!!!! Peço ao nosso bom Deus, que traga de volta a Igreja de Nóbrega, de Anchieta e de outros mártires para que nossos filhos e netos continuem sendo batizados naquela que é a base cultural e espiritual da formação da famíĺia brasileira, portuguesa e latina. Enfim, esta renúncia de Bento XVI pode ter para a Igreja Católica, o mesmo significado do grito de Nóbrega! Como Nóbrega e Anchieta e outros heróis daqueles tempos distantes já não estão mais neste mundo, cabe a nós povo de Deus soltar esse grito! Talvez nem seja preciso gritar! Em silêncio, sem ódio, levante da poltrona e pronto, um pequeno estalinho estará ganhando a batalha contra a lixo-cultura e a destruição de sua família... JPL

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