PÁSCOA NO BRASIL E PORTUGAL


Páscoa no Brasil




8 de abril de 2012 - Domingo de Páscoa

Depois do Carnaval e dos 40 dias da Quaresma, chega o calendário litúrgico, a Páscoa. Entre o Domingo de Ramos e o Domingo da Ressureição de Cristo, o Cristianismo celebra a semana mais importante do ano: a Semana Santa, que comemora a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus.

No Brasil, um país de grande tradição católica, herança recebida dos irmãos portugueses, a Sexta-feira Santa (morte) e o Domingo de Páscoa (ressurreição) são as datas mais festejadas, com grande conteúdo simbólico. Procissões, missas, rituais, peças de teatro e muitas manifestações rendem homenagem à data, tanto nas grandes cidades, como nos povoados mais remotos.

Procissão do SENHOR morto em São Paulo


A Páscoa, além de uma data religiosa, é também um dia lúdico e importante na formação religiosa das crianças. O costume no Brasil é de presentear ovos de chocolate ou ovos pintados à mão, recheados com doces. Na verdade, esses ovos são trazidos pela coelhinha da Páscoa. O coelho é um animal com capacidade de gerar grandes ninhadas, o que simboliza a vocação da Igreja em produzir novos discípulos. Mas para os pequenos, a imagem está relacionada com diversão. Os ovos são deixados em "ninhos" ou cestos, e a busca desse "tesouro" é uma verdadeira festa.

Além da troca de ovos de Páscoa, as famílias se reúnem no domingo para celebrar um almoço, com direito a pratos especiais, mensagens de Páscoa e inclusive, músicas de Páscoa e tal como em Portugal exibir suas novas roupas e calçados.



Calendário de feriados:

Páscoa 2012: 08 de abril
Páscoa 2013: 31 de março
Páscoa 2014: 20 de abril
Páscoa 2015: 05 de abril
Páscoa 2016: 27 de março
Páscoa 2017: 16 de abril
Páscoa 2018: 1º de abril

O coelho é um animal com capacidade de gerar grandes ninhadas, o que simboliza a vocação da Igreja em produzir novos discípulos. Mas para as crianças, a imagem está relacionada com diversão. Os ovos são deixados em "ninhos" ou cestos, e a busca desse "tesouro" é uma verdadeira festa.

Além da troca de ovos de Páscoa, as famílias se reúnem no domingo para celebrar um almoço, com direito a pratos especiais, mensagens de Páscoa e inclusive, músicas de Páscoa.

Qual é a origem e significado da Páscoa? Como surgiu a idéia do coelho e ovos de chocolate? E por que na sexta-feira dizem que não se deve comer carne mas sim peixe?

A Páscoa pode cair em qualquer domingo entre 22 de março e 25 de abril. Tem sido modernamente celebrada com ovos e coelhos de chocolate com muita alegria. O moderno ovo de páscoa apareceu por volta de 1828, quando a indústria de chocolate começou a desenvolver-se. Ovos gigantescos, super decorados, era a moda das décadas de 1920 e 1930. Porém, o maior ovo e o mais pesado que a história regista, ficou pronto no dia 9 de abril de 1992. É da Cidade de Vitória na Austrália. Tinha 7 metros e dez centímetros de altura e pesava 4 toneladas e 760 quilos. Mas, o que é que tem a ver ovos e coelhos com a morte e ressurreição de Cristo?

A origem dos ovos e coelhos é antiga e cheia de lendas. Segundo alguns autores, os anglo-saxões teriam sido os primeiros a usar o coelho como símbolo da Páscoa. Outras fontes porém, o relacionam ao culto da fertilidade, celebrado pelos babilônicos e depois transportado para o Egito. A partir do século VIII, foi introduzido nas festividades da Páscoa um deus teuto-saxão, isto é, originário dos germanos e ingleses. Era um deus para representar a fertilidade e a luz. À figura do coelho juntou-se o ovo que é símbolo da própria vida. Embora aparentemente morto, o ovo contém uma vida que surge repentinamente; e este é o sentido para a Páscoa, após a morte, vem a ressurreição e a vida. A Igreja Católica, no século XVIII, adotou oficialmente o ovo como símbolo da ressurreição de Cristo. Assim foi santificado um uso originalmente pagão, e pilhas de ovos coloridos começaram a ser benzidos antes de sua distribuição aos fiéis.
Em 1215 na Alsácia, França, surgiu a lenda de que um dos coelhinhos da floresta foi o animal escolhido para levar um ninho cheio de ovos ao principezinho que estava doente. E ainda hoje se tem o hábito de presentear os amigos com ovos, na Páscoa. Não mais ovos de galinha, mas de chocolate. A idéia principal, ressurreição, renovação da vida foi perdida de vista, mas os chocolates não, eles continuam sendo supostamente trazidos por um coelhinho...
O Peixe, foi o símbolo adotado pelos primeiros cristãos. Em grego, a palavra peixe era um símbolo da confissão da fé, e significava: "Jesus Cristo, filho de Deus e Salvador." O costume de se comer peixe na sexta-feira santa, está associado ao fato de Jesus ter repartido este alimento entre o povo faminto. Assim a tradição de não se comer carne com sangue derramado por Cristo em nosso favor.

Mas vejamos agora, qual é a verdadeira origem da Páscoa?

Não tem nada a ver com ovos nem coelhos. Sua origem remonta aos tempos do Velho Testamento, por ocasião do êxodo do povo de Israel da Terra do Egito. A Bíblia relata o acontecimento no capítulo 12 do livro do Êxodo. Faraó, o rei do Egito, não queria deixar o povo de Israel sair, então muitas pragas vieram sobre ele e seu povo. A décima praga porém, foi fatal : a matança dos primogênitos - o filho mais velho seria morto. Segundo as instruções Divinas, cada família hebréia, no dia 14 de Nisã, deveria sacrificar um cordeiro e espargir o seu sangue nos umbrais das portas de sua casa. Este era o sinal, para que o mensageiro de Deus, não atingisse esta casa com a décima praga. A carne do cordeiro, deveria ser comida juntamente com pão não fermentado e ervas amargas, preparando o povo para a saída do Egito. Segundo a narrativa Bíblica, à meia-noite todos os primogênitos egípcios, inclusive o primogênito do Faraó foram mortos. Então Faraó, permitiu que o povo de Israel fosse embora, com medo de que todos os egípcios fossem mortos.

Em comemoração a este livramento extraordinário, cada família hebréia deveria observar anualmente a festa da Páscoa, palavra hebraica que significa "passagem" "passar por cima". Esta festa, deveria lembrar não só a libertação da escravidão egípcia, mas também a libertação da escravidão do pecado, pois o sangue do cordeiro, apontava para o sacrifício de Cristo, o Cordeiro que tira o pecado do mundo.
Esta também é a base das comemorações evangélicas...

A chamada páscoa cristã, foi estabelecida no Concílio de Nicéia, no ano de 325 de nossa era. Ao adotar a Páscoa como uma de suas festas, a Igreja Católica, inspirou-se primeiramente em motivos judaicos: a passagem pelo mar Vermelho, a viagem pelo deserto rumo a terra prometida, retirando a peregrinação ao Céu, o maná que exemplifica a Eucaristia, e muitos outros ritos, que aos poucos vão desaparecendo.

A maior parte das igrejas evangélicas porém, comemora a morte e a ressurreição de Cristo através da Cerimônia da Santa Ceia. Na antiga Páscoa judaica, as famílias removiam de suas casas, todo o fermento e todo o pecado, antes da festa dos pães asmos. Da mesma forma, devem os cristãos confessar os seus pecados e deles arrepender-se, tirando o orgulho, a vaidade, inveja, rivalidades, ressentimentos, com a cerimônia do lava-pés, assim como Jesus fez com os discípulos. Jesus instituiu uma cerimônia memorial, a ceia, em substituição à comemoração festiva da páscoa. I Coríntios 11:24 a 26 relata o seguinte:
Jesus tomou o pão, "e tendo dado graças o partiu e disse: Isto é o meu corpo que á dado por vós; fazei isto em memória de mim. Por semelhante modo, depois de haver ceiado, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no Meu sangue, fazei isto todas as vezes que o beberdes, em memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o vinho deste cálice, anunciais a morte do senhor, até que ele venha."

Vários símbolos nesta ceia merecem nossa atenção. O ato de partir o pão, indicava os sofrimentos pelos quais Cristo havia de passar em nosso favor. Alguns pensam, que a expressão "isso é o meu corpo" signifique o pão e o vinho se transformassem realmente no corpo e no sangue de Cristo. Lembremo-nos portanto, que muitas vezes Cristo se referiu a si próprio, dizendo, "Eu Sou a porta" (João 10:7), "Eu sou o caminho" (João 14:6) e outros exemplos mais que a Bíblia apresenta. Isto esclarece, que o pão e o vinho não fermentado, são símbolos e representam o sacrifício de Cristo. Ao cristão participar da cerimônia da ceia, ele está proclamando ao mundo sua fé no sacrifício expiatório de Cristo e em sua segunda vinda. Jesus declarou: "Não beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que o hei de beber convosco no reino de Meu Pai." ( Mateus 26:29)

Portanto, a cerimônia da Santa-Ceia, que Jesus instituiu, que veio a substituir a cerimônia da Páscoa, traz muitos significados:

1 - O Lava-Pés, significa a humilhação de Cristo. Mostra a necessidade de purificar a nossa vida. Não é a purificação dos pés, mas de todo o ser, todo o nosso coração. Reconciliação com Deus, com o nosso próximo e conosco mesmo - união - não somos mais do que ninguém. O maior é aquele que serve...

2 - A Ceia significa a libertação do Pecado através do sacrifício de Cristo. Significa também estar em comunhão com ele. E sobretudo, é um antegozo dos salvos, pois Jesus disse: "Não beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que o hei de beber convosco no reino do meu Pai. (Mateus 26:29)

Conclusão:

Advertindo a cada cristão, que tome cuidado com os costumes pagãos, que tentam sempre driblar os princípios bíblicos. Não é de hoje, que se nota como os princípios bíblicos são alterados por costumes e filosofias humanas. Adoração a ídolos, a mudança do sábado para o domingo, o coelho e o chocolate, são apenas alguns exemplos das astúcias do inimigo. A Bíblia, e a Bíblia somente, deve ser a única regra de nossa fé, para nos orientar, esclarecer e mostrar qual o caminho certo que nos leva a Deus e que nos apresenta os fundamentos de nossa esperança maior, que é viver com Cristo e os remidos, num novo céu e numa nova terra. Devemos tomar cuidado com as crendices, tradições, fábulas, e mudanças humanas disfarçadas. Minha sugestão é examinar com oração, cuidado e com tempo as Sagradas Escrituras, para saber o que hoje é crendice ou tradição, estando atento, para saber o que realmente Deus espera de cada um de nós.

Jesus foi claro "Fazei isto em memória de mim." Ele exemplificou tudo o que deve ser feito. E se queremos ser salvos, precisamos seguir o que Jesus ensina e não outras tradições ou ensinamentos. Mateus 15:9 adverte: "Em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens."

Nisã ou Nisan ou Nissan (antes chamado de Abibe ou Abib) é o primeiro mês do calendário judaico, e corresponde a março-abril do calendário gregoriano. Foi no 14º dia desse mês que Jesus comemorou a Páscoa judaica com os seus discípulos (Levítico 23:5-15, Êxodo 9:31 e 13:4) e em seguida instituiu a celebração de sua morte em prol da humanidade pecadora. Para determinar o quatorze de nisã é preciso ter noção de alguns conceitos astronômicos.

De acordo com o calendário lunar usado no primeiro século, os dias mudavam após o por do sol. Algo similar ao que ocorre hoje após a meia-noite. Isto significa, por exemplo, que Jesus celebrou sua morte numa quinta-feira após o por do sol - o que, naquela época, já era considerado um novo dia (sexta-feira). Portanto, embora Jesus celebrou sua morte numa noite anterior, podemos dizer que foi no mesmo dia em que ele ofereceu sua vida como sacrifício de resgate em favor da humanidade, ou seja, na sexta-feira, dia 14 do mês de Nisã.

A PÁSCOA EM PORTUGAL




Como não poderia ser diferente dado os parâmetros religiosos e culturais semelhantes entre os dois países, a Páscoa comemorada em Portugal, tem quase completa semelhança com aquela comemorada no Brasil.

Páscoa em Portugal




É nesta altura em que se limpam muito bem as casas, se pintam (ou caiam, nas zonas em que isso é habitual) e se arranjam(arrumam), pois irá passar o Compasso (a Visita Pascal), que é uma ida do padre, do sacristão e dos coroinhas a cada casa para abençoar (e benzer) aquele lar e os que ali vivem. É comum nesse dia, as pessoas vestirem-se a rigor!

* Tudo isto ligado à Ressurreição de Cristo e à celebração da Vida.

* Para além de todas as celebrações e significados da Páscoa, em Portugal é também uma festa especial dos padrinhos (e madrinhas).

* Tradicionalmente, para além das amêndoas (porque parecem ovos pequeninos) e dos ovos (símbolo da vida), existe o pão-de-ló e os folares, que se oferecem às crianças (especialmente pelos padrinhos).

* Estes doces também estão em cada casa para receber o Compasso.
É um sinal de hospitalidade para o padre e os seus acompanhantes (que, para não ficarem embuchados, têm também à disposição um copinho de licor ou um cálice de vinho do Porto).

* Os folares, como sabem, têm um ou mais ovos dentro - e lá voltamos aos símbolos da Páscoa.

* Antes da Páscoa, na Quaresma, o tempo é de jejum - evita-se comer carne e a ementa das sextas-feiras deve ser peixe (bem, na verdade, não deve é ser carne) por respeito, pois foi na sexta-feira que Jesus foi crucificado e morreu.

* Mas como no Domingo de Páscoa se celebra a festa da Ressurreição (voltar à vida, ressuscitar), volta a comer-se carne: cabrito ou borrego, como se fazia nos tempos antigos. E os doces, claro, que incluem todos os tradicionais e os folares, como dissemos.

* Só mais uma coisa.

Também acontece em muitas localidades celebrar-se a Semana Santa (a semana em que Jesus foi preso, julgado e condenado) com procissões de velas, à noite, ou representações teatrais (populares).

A CERIMÔNIA DO COMPASSO

O compasso na Páscoa

No Domingo de Páscoa, e em alguns locais nos dias seguintes, o sacerdote acompanhado por mais algumas pessoas, transporta o crucifixo e leva à casa dos paroquianos a "boa nova" e a "bênção pascal". As pessoas da família, amigos e vizinhos reúnem-se e se ajoelham na sala principal, onde o padre lhes dá a cruz a beijar. Esta é a principal simbologia do Compasso. Caída em desuso em muitas localidades, noutras tende a ser recuperada, este ritual revestia-se antigamente de um maior cerimonial.
As ruas e as entradas das casas apresentavam-se enfeitadas com verdura e e cobertas com tapetes de flores e plantas aromáticas (alecrim, rosmaninho, hortelã silvestre). Escolhia-se a melhor mesa da sala, que se cobria com uma toalha de renda ou bordada, quase sempre com motivos religiosos. Em diversas aldeias da Beira Alta, a toalha do folar, ou a toalha da Páscoa era de renda, acrescentada consecutivamente quando a família ia aumentando, tecida por mãos femininas.
Sobre a mesa era colocado um crucifixo, ladeado por castiçais e jarras com flores, juntamente com as ofertas de caráter alimentar destinadas ao prior (padre): bolos, frutos, queijos, pão-de-ló.
Numa outra mesa, enfeitada com ovos tingidos ou decorados, "preparada para um pequeno brinde", encontrava-se o "folar do padre", que consistia num donativo em dinheiro colocado numa salva de prata, numa taça ou num prato. Em tempos mais recuados, esta dádiva era constituída por uma moeda, geralmente de prata, cravada numa laranja ou maçã.
A finalizar o rito do Compasso, é servido aos portadores da cruz um vinho do Porto, acompanhado de doces e biscoitos.
No Minho, semanas antes da Páscoa, era costume semearem-se as "searinhas" de trigo, cevada, aveia ou centeio, em pratinhos que, nas casas senhoriais, eram guardados, conforme o preceito, dentro das prateleiras para germinar.
Na altura da visita pascal, as "searinhas" colocavam-se como elemento cerimonial, sobre as grandes cómodas, altas, com oratórios, que nesses tempos representavam uma peça de mobiliário corrente nas salas das casas mais abastadas. Este costume das "searinhas" é também conhecido pela sua tradição noutras celebrações religiosas ou festivas, como no São João ou no Natal.
Em algumas localidades mantém-se o costume de os paroquianos serem avisados, pelo toque dos sinos, de que o pároco vem a caminho, mal o Compasso (visita do padre, sacristão e coroinhas às casas) sai da igreja.
Era tradição em alguns locais do país, no Domingo de Páscoa pela manhã, ouvirem-se cânticos idênticos em todas as casas, quando os sinos repicavam festivamente a anunciar a Ressurreição de Cristo.
Em alguns lugares é atualmente costume o padre mandar entregar em casa dos paroquianos, dias antes da visita pascal, uma carta com algumas palavras, expressando os votos de "Páscoa feliz", retribuindo depois quem a recebe com o usual folar do padre.
O folar é ainda o presente que os padrinhos oferecem aos afilhados quando estes o vão receber. A palavra "folar" deixou de ter o significado de outrora. Primeiro conhecido como um bolo cerimonial da quadra pascal, entra em desuso, quando os afilhados passam para a maioridade ou se casam.
Associado à doçaria tradicional desta época, surgem também os ovos de Páscoa. Símbolo da fertilidade e da abundância, representam também uma homenagem à nidificação, que acontece nesta altura do ano, quando as aves terminam a construção dos ninhos, chocam os ovos ou alimentam os filhos. Simboliza assim o princípio da vida, mas ganha também outra leitura: a casca - representa a Terra, a parte interior - o ar, a clara - a água e a gema - o fogo que representam os elementos fundamentais da vida humana. Num sentido religioso, sugere Cristo, que venceu a morte, saindo do túmulo.
No séc. XVIII surgiu a moda, em França, na Alemanha e na Suíça de colorir os ovos e decorá-los com desenhos ou palavras, fato que continua presente até aos dias de hoje. Devido à influência vinda de outros países, começou a ser usual esconder-se ovos pintados em casa ou em jardins, para que as crianças os possam encontrar.
As amêndoas são um presente alimentar muito popular e característico da doçaria nesta altura. Na zona de Viana do Castelo era tradição as raparigas oferecerem aos rapazes ovos, em troca de um presente de amêndoas. O Alentejo conheceu também esta tradição, onde os rapazes ofereciam às namoradas um cartucho de amêndoas na Semana Santa.



Vida, Paixão e Glorificação do Cordeiro de Deus”

Os carrascos despem Jesus para a crucificação e oferecem-Lhe vinagre.

Dirigiram-se então quatro carrascos à masmorra subterrânea, situada a setenta passos ao norte; Jesus rezava todo o tempo a Deus, pedindo força e paciência e oferecendo-se mais uma vez em sacrifício expiatório, pelos pecados dos inimigos. Os carrascos arrancaram-nO para fora e, empurrando, batendo e insultando-O, levaram-nO para o suplício. O povo olhava e insultava; os soldados, frios e altivos, mantinham a ordem, dando-se ares de importância; os carrascos, cheios de raiva sanguinária, arrastaram Jesus brutalmente para o largo do suplício.
Estavam no lugar do suplício dezoito carrascos; os seis que O tinham açoitado, quatro que O conduziram, dois que suspenderam a extremidade da cruz pelas cordas e seis que O deviam crucificar. Parte deles estavam ocupados com Jesus, outros com os ladrões, trabalhando e bebendo alternadamente. Eram homens baixos, robustos, sujos e meio nus, de feições estranhas, cabelo eriçado, barba rala: homens abomináveis e bestiais. Serviam a judeus e romanos por dinheiro.
O aspecto de tudo isso era mais terrível ainda, porque eu via o mal, em figuras visíveis para mim e invisíveis para os outros. Via grandes e hediondas figuras de demônios, agindo entre todos esses homens cruéis; era como se auxiliassem em tudo, aconselhando, passando as ferramentas; havia inúmeras aparições de figuras pequenas e medonhas, de sapos, serpentes e dragões de muitas garras, vi todas as espécies de insetos venenosos voarem em redor e escurecerem o ar.
Entravam na boca e no coração dos assistentes ou pousavam-lhes nos ombros; eram homens cujos corações estavam cheios de pensamentos de ódio e maldade ou que proferiam palavras de maldição e escárnio. Acima do Senhor, porém, vi várias vezes, durante a crucificação, aparecerem grandes figuras angélicas, que choravam e aparições luminosas, nas quais distingui apenas pequenos rostos. Vi aparecer tais Anjos de compaixão e consolo também sobre a Santíssima Virgem e todos os bons, confortando e animando-os.
Os carrascos tiraram então o manto do Senhor, que lhe tinham antes enrolado em redor do peito; tiraram-Lhe o cinturão, com as cordas e o próprio cinto. Despiram-nO da longa veste de lã branca, passando-a pela cabeça, pois estava aberta no peito, ligada com correias. Depois lhe tiraram a longa faixa estreita, que caia do pescoço sobre os ombros e como não Lhe podiam tirar a túnica sem costuras, por causa da coroa de espinhos, arrancaram-Lhe a coroa da cabeça, reabrindo assim todas as feridas; arregaçando depois a túnica, puxaram-lha, com vis gracejos, pela cabeça ferida e sangrenta.
Lá estava o Filho do Homem, coberto de sangue, de contusões, de feridas fechadas ou outras ainda sangrentas, de pisaduras e manchas escuras. Estava apenas vestido ainda do curto escapulário de lã sobre o peito e costas e da faixa que cingia os rins. O escapulário de lã aderira às feridas secas e estava colado com sangue na nova ferida profunda, que o peso da cruz Lhe fizera no ombro e que Lhe causava um sofrimento indizível. Os carrascos arrancaram-lhe o escapulário impiedosamente do peito e assim ficou Jesus em sangrenta nudez, horrivelmente dilacerado e inchado, coberto de chagas. No ombro e nas costas se Lhe viam os ossos, através das feridas e a lã branca do escapulário ainda estava colada em algumas feridas e no sangue ressecado do peito.
Arrancaram-Lhe então a última faixa de pano da cintura e eis que ficou de todo nu e curvou-se, cheio de confusão e vergonha; e como estava a ponto de cair, sob as mãos dos carrascos, sentaram-nO sobre uma pedra, pondo-Lhe novamente a coroa de espinhos sobre a cabeça e ofereceram-Lhe a beber do outro vaso, que continha vinagre com fel; mas Jesus desviou a cabeça em silêncio.
Quando, porém, os carrascos O pegaram pelos braços, com que cobria a nudez e O levantaram, para estendê-Lo sobre a cruz, ouviram-se gritos de indignação e descontentamento e os lamentos dos amigos por essa vergonha e ignomínia.

A Mãe Santíssima suplicou a Deus com ardor; já estava a ponto de tirar o véu da cabeça e, abrindo caminho por entre os carrascos, oferecê-lo ao Divino Filho. Mas Deus ouvira-lhe a oração; pois nesse momento um homem, vindo da porta e correndo todo o caminho com as vestes arregaçadas, atravessou o povo e precipitou-se ofegante entre os carrascos e entregou um pano a Jesus que, agradecendo-lhe, o aceitou e cobriu a nudez, cingindo-O à moda dos orientais, passando a parte mais comprida por entre as pernas e ligando-a com a outra em redor da cintura.
Esse benfeitor do Divino Redentor, enviado para atender à súplica da SS. Virgem, tinha na sua impetuosidade algo de imperioso; ameaçou os carrascos com o punho e disse apenas: “Tomem cuidado de não impedir este homem de cobrir-se”. Não falou com ninguém mais e retirou-se tão rapidamente como tinha vindo. Era Jonadab, sobrinho de São José, da região de Belém, filho daquele irmão a quem José, depois do nascimento de Jesus, empenhara o jumento.
Sentia na alma uma viva indignação contra o ato ignominioso de Cam, que rira da nudez de Noé, embriagado pelo vinho e sentiu-se impelido a correr, como um novo Sem, para cobrir a nudez do lagareiro. Os crucificadores eram os Camitas e Jesus pisava as uvas no lagar, para o vinho novo, quando Jonadab veio cobri-Lo. Essa ação foi o cumprimento de uma figura simbólica do Antigo Testamento e foi mais tarde recompensada, como vi e hei de contar.

Jesus é pregado na cruz

Jesus, imagem viva da dor, foi estendido pelos carrascos sobre a cruz; Ele próprio se sentou sobre ela e eles brutalmente O deitaram de costas. Colocaram-Lhe a mão direita sobre o orifício do prego, no braço direito da cruz e aí lhe amarraram o braço. Um deles se ajoelhou sobre o santo peito, enquanto outro lhe segurava a mão, que se estava contraindo e um terceiro colocou o cravo grosso e comprido, com a ponta limada, sobre essa mão cheia de bênção e cravou-o nela, com violentas pancadas de um martelo de ferro. Doces, e claros gemidos ouviram-se da boca do Senhor; o sangue sagrado salpicou os braços dos carrascos; rasgaram-Lhe os tendões da mão, os quais foram arrastados, com o prego triangular, para dentro do estreito orifício. Contei as marteladas, mas esqueci, na minha dor, esse número. A Santíssima Virgem gemia baixinho e parecia estar sem sentidos exteriormente; Madalena estava desnorteada.
As verrumas(brocas) eram grandes peças de ferro, da forma de um T; não havia nelas nada de madeira. Também os pesados martelos eram, como os cabos, de ferro e todos de uma peça inteiriça; tinham quase a forma dos martelos de pau que os marceneiros usam entre nós, trabalhando com formão.

Os cravos, cujo aspecto fizera tremer Jesus, eram de tal tamanho que, seguros pelo punho, excediam em baixo e em cima cerca de uma polegada. Tinham cabeça chata, da largura de uma moeda de cobre, com uma elevação cônica no meio. Tinham três gumes; na parte superior tinham a grossura de um polegar e na parte inferior a de um dedo pequeno; a ponta fora aguçada com uma lima; cravados na cruz, vi-lhes a ponta sair um pouco do outro lado dos braços da cruz.
Depois de terem pregado a mão direita de Nosso Senhor, viram os crucificadores que a mão esquerda, que tinham também amarrado ao braço da cruz, não chegava até o orifício do cravo, que tinham perfurado a duas polegadas distante das pontas dos dedos. Por isso ataram uma corda ao braço esquerdo do Salvador e, apoiando os pés sobre a cruz, puxaram a toda força, até que a mão chegou ao orifício do cravo. Jesus dava gemidos tocantes, pois deslocaram-Lhe inteiramente os braços das articulações; os ombros, violentamente distendidos, formavam grandes cavidades axilares, nos cotovelos se viam as junturas dos ossos.

O peito levantou-se-Lhe e as pernas encolheram-se sobre o corpo. Os carrascos ajoelharam-se sobre os braços e o peito, amarraram-lhe fortemente os braços e cravaram-Lhe então cruelmente o segundo prego na mão esquerda; jorrou alto o sangue e ouviram-se os agudos gemidos de Jesus, por entre as pancadas do pesado martelo. Os braços do Senhor estavam tão distendidos, que formavam uma linha reta e não cobriam mais os braços da cruz, que subiam em linha oblíqua; ficava um espaço livre entre esses e as axilas do Divino Mártir.
Todo o corpo de nosso Salvador tinha-se contraído para o alto da cruz, pela violenta extensão dos braços e os joelhos tinham-se-Lhe dobrados. Os carrascos lançaram-se então sobre esses e, por meio de cordas, amarraram-nos ao tronco da cruz; mas pela posição errada dos orifícios dos cravos, os pés ficavam longe da peça de madeira que os devia suportar. Então começaram os carrascos a praguejar e insultar. Alguns julgavam que se deviam furar outros orifícios para os pregos das mãos; pois mudar o suporte dos pés era difícil.
Outros fizeram horrível troça de Jesus: “Ele não quer estender-se, disseram, mas nós Lhe ajudaremos”. Atando cordas à perna direita, puxaram-na com horrível violência, até o pé tocar no suporte e amarraram-na à cruz. Foi uma deslocação tão horrível, que se ouvia estalar o peito de Jesus, que gemia alto: “Ó meu Deus! Meu Deus!” Tinham-Lhe amarrado também o peito e os braços, para os pregos não rasgarem as mãos; o ventre encolheu-se-Lhe inteiramente, as costelas pareciam a ponto de destacar-se do esterno. Foi uma tortura horrorosa.
Amarraram depois o pé esquerdo com a mesma brutal violência, colocando-o sobre o pé direito e como os pés não repousavam com bastante firmeza sobre o suporte, para serem pregados juntos, perfuraram primeiro o peito do pé esquerdo com um prego mais fino e de cabeça mais chata do que os cravos, como se fura a sovela. Feito isso, tomaram o cravo mais comprido que o das mãos, o mais horrível de todos e, passando-o brutalmente pelo furo feito no pé esquerdo, atravessaram-lhe a marteladas o direito, cujos ossos estalavam, até o cravo entrar no orifício do suporte e, através desse, no tronco da cruz. Olhando de lado a cruz, vi como o prego atravessou os dois pés.
Essa tortura era a mais dolorosa de todas, por causa da distensão de todo o corpo. Contei 36 golpes de martelo, no meio dos gemidos claros e penetrantes do pobre Salvador; as vozes em redor, que proferiam insultos e maldições, pareciam-me sombrias e sinistras.

Os gemidos que a dor arrancava de Jesus, misturavam-se com contínua oração; recitava trechos dos salmos e dos profetas, cujas predições nessa hora cumpria; em todo o caminho da cruz, até à morte, não cessava de rezar assim e de cumprir as profecias. Ouvi e rezei com Ele todas essas passagens e às vezes me lembro delas, quando rezo os salmos; mas fiquei tão acabrunhada com o martírio de meu Esposo celeste, que não sei mais juntá-las. – Durante esse horrível suplício, vi Anjos a chorar aparecerem acima de Jesus.
O comandante da guarda romana fizera pregar no alto da cruz a tábua, com o título que Pilatos escrevera. Os fariseus estavam indignados porque os romanos se riam alto do título “Rei dos judeus”. Por isso voltaram alguns fariseus à cidade, depois de ter tomado medida para uma outra inscrição, para pedir a Pilatos novamente outro título.
Pela posição do sol era cerca de doze horas e um quarto, quando Jesus foi crucificado. No momento em que elevaram a cruz, ouviu-se do Templo o soar de muitas trombetas: Era a hora em que imolavam o cordeiro pascal.

Elevação da cruz

Depois de terem pregado Nosso Senhor à cruz, ataram cordas na parte superior da mesma, por meio de argolas, lançaram as cordas sobre o cavalete antes erigido no lado oposto e puxaram a cruz pelas cordas, de modo que a parte superior se lhe ergueu; alguns se dirigiram com paus munidos de ganchos, que fincaram no tronco e fizeram o pé da cruz entrar na cova. Quando o madeiro chegou à posição vertical, entrou na escavação com todo o peso e tocou no fundo com um terrível choque.
A cruz tremeu do abalo e Jesus soltou um grito de dor; pelo peso vertical desceu-lhe o corpo, as feridas alargaram-se-Lhe, o sangue corria mais abundantemente.

Repórter de Cristo - Leia mais: http://reporterdecristo.com/crucificacao-e-morte-de-nosso-senhor-jesus-cristo-parte-10/ #ixzz1opepjmgI

A CURA DE VERÔNICA ANTES DA CRUCIFICAÇÃO

A paixão de Cristo é um acontecimento que mudou nossas vidas e dela existem 4 versões na Bíblia, nos 4 evangelhos. Além dessas versões existem outros particulares, que julgamos ser verdadeiros, mas não nos foram transmitidos pelos evangelhos, porém pela tradição, especialmente os apócrifos. Nesse contexto podemos inserir nas várias caídas de Jesus, enquanto carregava a cruz, os nomes dos dois ladrões crucificados com Jesus, Dimas e Jesmas e a Verônica, a mulher que se infiltra no meio dos soldados e enxuga, com uma toalha, o rosto de Jesus. A tradição diz que na toalha ficou imprimida o rosto de Cristo.

O nome de Verônica aparece pela primeira vez no apócrifo “Atos de Pilatos”, capítulo 7, e diz que é a mulher chamada Bernike, em grego, Verônica em latim, que implorou que Jesus lhe curasse. Enquanto Jesus passava conseguiu tocar-lhe o manto e foi curada (Lucas 8,43-48).

O fato da Verônica durante a paixão de Jesus não existe no Evangelho, mas faz parte, por exemplo, do ritual da Via-Sacra, celebração comum entre os católicos e os membros da Igreja Anglicana; é a sexta estação. Em Jerusalém existe inclusive uma capela que recorda este acontecimento. A via sacra, que nasceu com o franciscanismo, na Idade Média, reconstrói e comemora a via dolorosa de Cristo no caminho do Gólgota. O pano considerado como aquele usado por Verônica foi conservado em Roma até 1600. A sua existência é testemunhada também por Dante, na Divina Comédia (Paraíso XXXI, 103-108). Hoje alguns crêem que o véu se encontre em Monoppello, Itália ). Na Igreja Católica, Verônica é considerada uma santa, a patrona da França e a protetora das lavadeiras.

Certamente não existem argumentações necessárias para dizer que Verônica foi um personagem histórico que enxugou o rosto de Jesus durante o seu caminho até a crucificação. Portando não é necessário defender a sua historicidade. Porém, a mensagem que essa tradição comunica é muito bonita e importante. Primeiro de tudo o próprio nome “Verônica” traz uma mensagem: “verdadeiro ícone”, ou seja, mostra o verdadeiro rosto de Cristo. Além disso, partindo de Lucas 23,27-28 (um grande número de mulheres, batendo o peito, seguiam Jesus, durante o caminho para o calvário), é importante considerar o papel das mulheres durante a Paixão: existe um contraste entre a agressividade dos homens e a solidariedade das mulheres.

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INVESTIMENTOS PORT. NO BRASIL

Portugal Digital - Brasil/Portugal Portugal Digital - Brasil/Portugal
09/03/2012 - 07:10
Investimento dos fundos portugueses em acções brasileiras sobe 13%

O Brasil foi o mercado de acções onde o investimento dos fundos lusos mais cresceu em fevereiro. Bradesco, Itaú, Petrobras e Vale estão na mira dos investidores.

Jorge Horta

Lisboa - O montante aplicado pelos fundos de investimento portugueses em acções de empresas brasileiras subiu 13% no mês de fevereiro, para 164 milhões de euros, consolidando o Brasil como o terceiro mercado mais relevante na carteira dos gestores de fundos para investimentos em acções.

O investimento neste tipo de títulos teve a sua maior subida justamente com acções brasileiras. Globalmente, o investimento dos fundos portugueses em acções cresceu 2,1% em fevereiro, destacando-se os reforços de 13% no Brasil e de 4,5% em Portugal, contrabalançados pela descida de 1,9% no montante aplicado em acções dos Estados Unidos da América.

Segundo os dados da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), do total aplicado pelos fundos de investimento em acções, 22,5% estavam em papéis de Portugal, 20,3% nos Estados Unidos, 10,2% no Brasil e 8,3% no Reino Unido. França, Alemanha, Espanha, Holanda, Suíça e África do Sul completam a lista de dez maiores destinos dos investimentos em acções.

Entre os títulos brasileiros mais procurados pelos fundos portugueses estão os do Bradesco. Em acções ordinárias do Bradesco o investimento no final de fevereiro ascendia a 60,8 milhões de euros (somente atrás dos 74,7 milhões aplicados em acções do português Banco Espírito Santo), mais 2,8% que em janeiro.

O segundo título mais procurado do Brasil foram os ADR (títulos cotados em Nova Iorque) do Itaú Unibanco, com um investimento de 11,4 milhões de euros, mais 5,2% que no mês anterior.

Os fundos de investimento portugueses tinham ainda vários milhões de euros aplicados nos ADR do Bradesco e nas acções da Petrobras e da Vale, de acordo com as informações publicadas pela CMVM.

No que respeita exclusivamente ao mercado português, o título que mais pesou nas carteiras dos fundos foi o BES, representando 20,7% do total investido, tendo subido 21,4%. Seguiu-se o Espírito Santo Financial Group, cujo valor nas carteiras dos fundos se manteve nos 56,6 milhões de euros, e a Zon com uma subida de 1,5%.

As sociedades gestoras com as maiores quotas de mercado foram a Caixagest (23,4%), a ESAF (22,2%) e o BPI Gestão de Ativos (16,6%).

ABRANTES

Abrantes
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Coordenadas: 39° 28' N 8° 11' 60 W





















Bandeira
Gentílico: Abrantino
Área: 714,73 km²
População: 39 325 hab. (2011)
Densidade populacional: 55,02 hab./km²
N.º de freguesias: 19
Presidente da Câmara Municipal: Maria do Céu Albuquerque
Fundação do município (ou foral): 1179
Região (NUTS II): Centro
Sub-região (NUTS III): Médio Tejo
Distrito: Santarém
Antiga província: Ribatejo
Orago: São Vicente e São João
Feriado municipal: 14 de Junho
Código postal: 2200 Abrantes
Endereço dos Paços do Concelho Praça Raimundo Soares 2200-366 Abrantes

Abrantes é uma cidade portuguesa pertencente ao distrito de Santarém, na sub-região do Médio Tejo, na região Centro, com cerca de 19 132 habitantes. Pertencia ainda à antiga província do Ribatejo, hoje porém sem qualquer significado político-administrativo.

É sede de um município com 714,73 km² de área e 39 325 habitantes (2011), subdividido em 19 freguesias. A densidade demográfica é de 56 habitantes por km².

O município é limitado a norte pelos municípios de Vila de Rei, Sardoal e Mação, a leste por Gavião, a sul por Ponte de Sor e a oeste por Chamusca, Constância, Vila Nova da Barquinha e Tomar.

O município inclui uma cidade, Abrantes, e uma vila, o Tramagal.

Geografia

Abrantes ergue-se numa colina a 1 m da margem direita do rio Tejo, à altitude média de 1 m, dominando todo o vale desde o oeste de Belver, concelho do Gavião, até ao município de Constância.

Economia

A cidade de Abrantes é pólo comercial e indústria da fértil região agrícola adjacente. Tem indústria metalúrgica e metalomecânica.

História

Abrantes e o seu castelo foram conquistados por D. Afonso Henriques, em 1148, aos Mouros. Recebeu foral em 1179, em recompensa da resistência oferecida aos sitiantes marroquinos de Abem Jacob, os quais tiveram de retirar com pesadas baixas. Em 1510 o foral de Abrantes foi reformado por D. Manuel I.

Em 1807, foi tomada pelo general francês Junot no decorrer das Invasões Francesas. Junot recebeu o título de Duque de Abrantes.

Abrantes foi elevada à categoria de cidade em 1916, pela lei nº 601, de 14 de Junho. Hoje engloba oficialmente quatro freguesias: Rossio ao Sul do Tejo, São João, São Vicente e Alferrarede.

Pensa-se que a cidade terá origem celta. O nome Abrantes virá do latim Aurantes (ao que parece na região haveria muito ouro).

* Em 1173 Dom Afonso Henriques doa o Castelo de Abrantes e o seu termo à Ordem de Santiago da Espada.
* 1179: Primeiro foral de Abrantes, concedido por Dom Afonso Henriques.
* 1217: Confirmação do foral por D. Afonso II.
* Em 1385 Abrantes serviu de ponto de encontro entre as tropas de Nuno Álvares Pereira e de D. João I, antes de partirem para a Batalha de Aljubarrota.
* Em 1476 D. Lopo de Almeida é nomeado 1.º Conde de Abrantes.
* Em 1518 é reformulado o Foral de Abrantes por D. Manuel I.
* 1807: Abrantes é ocupada pelas tropas do General Junot, a quem Napoleão Bonaparte concedeu o título de Duque de Abrantes.
* 7 de Novembro de 1862: inauguração da linha ferroviária do Leste.
* Em 1870 foi concluída a ponte rodoviária sobre o Tejo; a ponte ferroviária foi inaugurada em 1889.
* Em 1891 entrou em funcionamento a Linha da Beira Baixa.
* Em 1916, Abrantes foi elevada à categoria de cidade.

As freguesias

O concelho de Abrantes está subdividido em 19 freguesias:



* Aldeia do Mato
* Alferrarede
* Alvega
* Bemposta
* Carvalhal
* Concavada
* Fontes
* Martinchel
* Mouriscas
* Pego
* Rio de Moinhos
* Rossio ao Sul do Tejo
* São Facundo
* São João
* São Miguel do Rio Torto
* São Vicente
* Souto
* Tramagal
* Vale de Mós

Educação


Escola Superior de Tecnologia de Abrantes
* Escola Superior de Tecnologia de Abrantes: Rua 17 de Agosto de 1808 - Abrantes
* Escola Secundária Dr. Solano de Abreu: Avenida das Forças Armadas - Abrantes
* Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes:Herdade da Murteira - Mouriscas
* Escola Secundária c/ 2º e 3.º CEB Dr. Manuel Fernandes: Rua General Humberto Delgado - Abrantes
* EB 2,3 D. Miguel de Almeida9 - Abrantes
* EB 2,3 e Secundária Octávio Duarte Ferreira - Tramagal
* EB 2,3 Dr. Fernando Loureiro - Alvega
* E ainda EB 1 em Abrantes, Chainça, Rossio ao Sul do Tejo, São Miguel do Rio Torto, Tramagal, Bemposta, São Facundo, Vale das Mós, Pego, Concavada, Alvega, Mouriscas, Alferrarede, Carvalhal, Souto, Fontes, Martinchel e Rio de Moinhos.

Monumentos

Na cidade podemos visitar os seguintes monumentos:

Castelo de Abrantes

















* Igreja de São Vicente















* Igreja de Santa Maria do Castelo
* Igreja de São João Baptista
* Igreja da Misericórdia
* Capela de Santa Ana
* Convento de São Domingos
* Convento da Esperança
* Capela de São Lourenço

Gastronomia

As principais especialidades locais são doçarias:

palha de Abrantes


tigeladas



 lampreia de ovos


broas de Abrantes


* bolo real
* paraísos
* queijos-do-céu

Artesanato

Na zona de Abrantes mantêm-se em atividade ofícios de cesteiros, esparteiros, oleiros e tecelões.


Lazer


Aquapólis





Biblioteca Municipal António Botto



 Cine Teatro São Pedro



Parque de São Lourenço



 Praia Fluvial da Aldeia do Mato

 Skate Park - Castelo de Abrantes

* Estadio Municipal - Cidade Desportiva (Futebol Atletismo)



* Campo de Basebol Cidade Desportiva


Feiras, festas e romarias




* A sua feira anual de São Matias decorre de 24 de Fevereiro até ao 1º domingo de Março.



* As festas do concelho decorrem de 9 a 14 de Junho (14 de Junho - Feriado Municipal).
* A Feira de Numismática decorre aos primeiros sábados de cada mês, na Praça Barão da Batalha.
* fESTA - Festival de Tunas Mistas organizado pela EstaTuna, tuna da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes.

Abrantinos famosos

Naturais de Abrantes, entre outros, foram:

* o infante Jorge de Lencastre, filho bastardo do rei D. João II de Portugal
* o ator Taborda (1824-1909)
* o médico João Damas (1897-1959)
* o poeta António Botto (1897-1959)
* a Primeira-Ministra Maria de Lourdes Pintasilgo (1930-2004)
* o ator Nuno Janeiro (1977)

Geminações

A cidade de Abrantes está geminada com:

* França Parthenay, França (desde 16 de Abril de 1994)
* Cabo Verde São Nicolau, Cabo Verde (desde 7 de Julho de 1998)
* Japão Hitoyoshi, Japão (desde 24 de Setembro de 2009)

Tem intercâmbios bilaterais com as seguintes cidades geminadas com Parthenay

* Espanha Arnedo, Espanha
* Alemanha Weinstadt, Alemanha
* República da Irlanda Tipperary, Irlanda

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O ESPAÇO DA CRIANÇA

PELO AMOR, CARINHO E RESPEITO, QUE ESTE BLOG TEM POR TODAS AS CRIANÇAS, FICA CRIADO, A PARTIR DE HOJE, 04/03/2012, UM ESPAÇO EXCLUSIVO PARA ELAS, QUAL SEJA, " O ESPAÇO DA CRIANÇA" ... ESPERO QUE GOSTEM, FAÇAM SUAS SUGESTÕES E CRÍTICAS.
UM GRANDE BEIJINHO...

Jorge P. de Lima - O fundador do 1º CCLBDO BRASIL





PARABÉNS CIDADE MARAVILHOSA!



A fundação da cidade do Rio de Janeiro e primeiros governos
Origem: almacarioca.com

Estácio de Sá foi o fundador da Cidade do Rio de Janeiro, em 1º de março de 1565. O objetivo da fundação foi dar início à expulsão dos franceses que já estavam na área há 10 anos. Morreu em 20 de fevereiro de 1567, um mês depois de expulsar os franceses, em conseqüência de uma infecção no rosto causada por uma flecha envenenada, que o feriu durante os combates.

Mem de Sá, terceiro governador-geral do Brasil e tio do fundador da cidade transferiu, após a morte de Estácio de Sá, a cidade da área da Urca para o Morro do Castelo com o objetivo de melhor defender a cidade de ataques. Passou, em seguida, o governo do Rio de Janeiro para outro sobrinho, Salvador Correia de Sá.

Com o primeiro governo de Salvador Correia de Sá em 1568, inicia-se o que poderíamos chamar de dinastia carioca dos Correia de Sá. Com grande e enorme prestígio no Rio de Janeiro, por quase um século três gerações dos Correia de Sá governariam o Rio de Janeiro repetidas vezes. A Ilha do Governador possui esse nome por ter sido um engenho de açúcar de Salvador.

Por dentro da História do Rio de Janeiro

O litoral fluminense atraiu colonizadores portugueses e corsários franceses em razão do rendoso comércio de pau-brasil.

Combatendo os franceses instalados na Baía de Guanabara, Estácio de Sá, sobrinho do governador geral Mem de Sá, funda a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, em 1º de março de 1565.

Ocupando posição estratégica no litoral sul da colônia, na Baía de Guanabara, a povoação cresce como região portuária e comercial. No século XVIII, com o desenvolvimento da mineração, o Porto do Rio de Janeiro torna-se o principal centro exportador e importador para as vilas de Minas Gerais, por onde saem ouro e diamantes e entram escravos e manufaturados, entre outros produtos. Em 1763 a cidade transforma-se na sede do Governo Geral, em substituição a Salvador.

Em 1808, com a chegada da família real, o Rio torna-se a sede do governo português. Após a independência, a cidade continua como capital, enquanto a província enriquece com a agricultura canavieira da região de Campos e, principalmente, com o novo cultivo do café no Vale do Paraíba. Para separar a província e a capital do Império, a cidade converte-se, em 1834, em município neutro e a província do Rio de Janeiro passa a ter como capital Niterói.

Como centro político do país, o Rio concentra a vida político-partidária do Império e os movimentos abolicionista e republicano. Durante a República Velha, com a decadência de suas áreas cafeeiras, o estado perde a força política para São Paulo e Minas Gerais.

O processo de enfraquecimento econômico e político do Rio continua após a Revolução de 1930. A economia fluminense não se beneficia da industrialização,apesar de o estado ser escolhido para sediar a Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda, ponto de partida para a implantação da indústria de base no país.

A cidade do Rio de Janeiro mantém-se como importante zona comercial, industrial e financeira, mas com a mudança da capital federal para Brasília, em 1960, o declínio do novo estado da Guanabara é inevitável. Em 1974 os estados do Rio de Janeiro e Guanabara fundem-se por determinação do Regime Militar, constituindo o atual estado do Rio de Janeiro. Com o objetivo de recuperar a sua importância política e econômica os governos militares fazem grandes investimentos no estado, como a construção de Angra I e Angra II, no município de Angra dos Reis, e a implantação do pólo petrolífero na bacia de Campos, a mais produtiva do país.

Rio de Janeiro, a Cidade Maravilhosa

O maranhense Coelho Neto, o "Príncipe dos Prosadores Brasileiros", escritor, jornalista, professor e membro fundador da Academia Brasileira de Letras, criou este sinônimo para o Rio de Janeiro em 1908, nas páginas do jornal "A Notícia".

Em 1934, o compositor baiano André Filho lança, para o carnaval uma das músicas brasileiras mais famosas de todos os tempos, transformada em Hino do Rio de Janeiro: Cidade Maravilhosa (cheia de encantos mil, cidade maravilhosa, coração do meu Brasil).

O Rio de Janeiro é uma cidade para ser ouvida, admirada, percorrida, descoberta. Esta é a única maneira de entender porque o Rio é incomparável!

BAIRROS DO RIO DE JANEIRO

Bairro --------------- Zona/Região
Abolição -------------------- Norte
Acari ------------------------- Norte
Água Santa --------------- Norte
Aldeia Campista --------- Norte
Alto da Boa Vista -------- Norte
Anchieta -------------------- Norte
Andaraí --------------------- Norte
Anil --------------------------- Oeste
Bancários ------------------ Norte
Bangu ---------------------- Oeste
Barra da Tijuca ---------- Oeste
Barra de Guaratiba ---- Oeste
Barros Filho -------------- Norte
Benfica --------------------- Norte
Bento Ribeiro ------------ Norte
Bonsucesso --------------- Norte
Botafogo -------------------- Sul
Brás de Pina -------------- Norte
Cachambi ------------------ Norte
Cacuia ---------------------- Norte
Caju -------------------------- Norte
Camorim ------------------- Oeste
Campinho ------------------ Oeste
Campo dos Afonsos ----- Oeste
Campo Grande ------------ Oeste
Cascadura ------------------ Norte
Castelo ----------------------- Centro
Catete --------------------------- Sul
Catumbi ---------------------- Centro
Cavalcante ------------------- Norte
Centro ------------------------ Centro
Cidade de Deus ------------ Oeste
Cidade Nova ---------------- Centro
Cidade Universitária ------ Norte
Cocotá -------------------------- Norte
Coelho Neto ------------------ Norte
Colégio -------------------------- Norte
Colônia ------------------------- Oeste
Complexo do Alemão ------ Norte
Complexo da Maré --------- Norte
Copacabana -------------------- Sul
Cordovil ------------------------- Norte
Cosme Velho -------------------- Sul
Cosmos -------------------------- Oeste
Costa Barros ------------------- Norte
Curicica -------------------------- Oeste
Del Castilho --------------------- Norte
Deodoro --------------------------- Oeste
Encantado ------------------------ Norte
Engenheiro Leal ---------------- Norte
Engenho de Dentro----------- - Norte
Engenho da Rainha ------------ Norte
Engenho Novo ------------------- Norte
Estácio ----------------------------- Centro
Flamengo --------------------------- Sul
Freguesia da Ilha -------------- Norte
Freguesia de Jacarepaguá - Oeste
Galeão ----------------------------- Norte
Gamboa --------------------------- Centro
Gardênia Azul -------------------- Oeste
Gávea -------------------------------Sul
Gericinó --------------------------- Oeste
Glória -------------------------------- Sul
Grajaú ---------------------------- Norte
Grumari -------------------------- Oeste
Guadalupe ---------------------- Norte
Guaratiba ----------------------- Oeste
Higienópolis -------------------- Norte
Honório Gurgel ---------------- Norte
Humaitá --------------------------- Sul
Inhaúma -------------------------- Norte
Inhoaíba --------------------------- Oeste
Ipanema --------------------------- Sul
Irajá -------------------------------- Norte
Itanhangá ------------------------ Oeste
Jacarepaguá --------------------- Oeste
Jacarezinho ----------------------- Norte
Jacaré ------------------------------- Norte
Jardim América ------------------ Norte
Jardim Botânico ----------------- Sul
Jardim Carioca ------------------ Norte
Jardim Guanabara ------------- Norte
Jardim Sulacap ----------------- Oeste
Joá ----------------------------------- Oeste
Lagoa ------------------------------- Sul
Laranjeiras ------------------------ Sul
Leblon ------------------------------- Sul
Leme --------------------------------- Sul
Lins de Vasconcelos ------------ Norte
Madureira -------------------------- Norte
Magalhães Bastos ---------------- Oeste
Manguinhos ------------------------- Norte
Maracanã ---------------------------- Norte
Marechal Hermes ----------------- Norte
Maria da Graça -------------------- Norte
Moneró -------------------------------- Norte
Méier ----------------------------------- Norte
Olaria ----------------------------------- Norte
Oswaldo Cruz ------------------------ Norte
Paciência ------------------------------ Oeste
Padre Miguel ------------------------- Oeste
Paquetá -------------------------------- Centro
Parada de Lucas -------------------- Norte
Parque Anchieta -------------------- Norte
Parque Colúmbia ------------------ Norte
Pavuna --------------------------------- Norte
Pechincha ----------------------------- Oeste
Pedra de Guaratiba ---------------- Oeste
Penha ------------------------------------ Norte
Penha Circular ----------------------- Norte
Piedade --------------------------------- Norte
Pilares ----------------------------------- Norte
Pitangueiras -------------------------- Norte
Portuguesa ---------------------------- Norte
Praia da Bandeira ------------------ Norte
Praça da Bandeira ----------------- Norte
Praça Seca ---------------------------- Oeste
Quintino Bocaiúva ------------------ Norte
Ramos ----------------------------------- Norte
Realengo ------------------------------- Oeste
Recreio dos Bandeirantes -------- Oeste
Riachuelo ------------------------------- Norte
Ribeira ----------------------------------- Norte
Ricardo de Albuquerque ---------- Norte
Rio Comprido -------------------------- Norte
Rocha ------------------------------------ Norte
Rocinha ----------------------------------- Sul
Rocha Miranda ----------------------- Norte
Saúde ------------------------------------ Centro
Sampaio --------------------------------- Norte
Santa Cruz ----------------------------- Oeste
Santa Teresa ------------------------- Centro
Santíssimo ----------------------------- Oeste
Santo Cristo --------------------------- Centro
Senador Camará --------------------- Oeste
Senador Vasconcelos --------------- Oeste
Sepetiba --------------------------------- Oeste
São Conrado ----------------------------- Sul
São Cristóvão -------------------------- Norte
São Franscisco Xavier -------------- Norte
Tanque ----------------------------------- Oeste
Taquara ---------------------------------- Oeste
Tauá --------------------------------------- Norte
Tijuca ------------------------------------- Norte
Todos os Santos ---------------------- Norte
Tomás Coelho ------------------------- Norte
Triagem --------------------------------- Norte
Turiaçu ---------------------------------- Norte
Urca ---------------------------------------- Sul
Vargem Grande ---------------------- Oeste
Vargem Pequena --------------------- Oeste
Vasco da Gama ----------------------- Norte
Vaz Lobo -------------------------------- Norte
Vicente de Carvalho ----------------- Norte
Vidigal -------------------------------------- Sul
Vila Aliança ------------------------------ Oeste
Vila da Penha ---------------------------- Norte
Vila Isabel --------------------------------- Norte
Vila Militar --------------------------------- Oeste
Vila Kosmos -------------------------------- Norte
Vila Valqueire ----------------------------- Oeste
Vista Alegre -------------------------------- Norte
Zumbi --------------------------------------- Norte

A Avenida Ayrton Senna, na Barra da Tijuca


Vista do estádio e cercanias do bairro do Maracanã.


Rua Domingos Lopes em Madureira.



Méier
Vista do bairro da Penha e de Igreja de Nossa Senhora da Penha de França.



Avenida Braz de Pina vista a partir da Igreja da Penha.



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LITERATURA DE CORDEL



O que é literatura de cordel

Literatura de Cordel é, como qualquer outra forma artística, uma manifestação cultural. Por meio da escrita são transmitidas as cantigas, os poemas e as histórias do povo — pelo próprio povo.

O nome de Cordel teve origem em Portugal, onde os livretos, antigamente, eram expostos em barbantes, como roupas no varal.



Literatura de Cordel - Os livros são pendurados em barbantes


Origens da literatura de cordel

As primeiras manifestações da literatura popular no ocidente ocorreram por volta do século XII. Peregrinos encontravam-se no sul da França, em direção à Palestina; no norte da Itália, para chegar a Roma; e ainda na Galícia, no santuário de Santiago.

Nesses encontros eram transmitidas as histórias e compostos os primeiros versos, de forma muito primitiva.

O que interessa para nós é que foi dessa forma que surgiram os primeiros núcleos de cultura regional que espalharam-se pela Europa e, posteriormente, pela América.

A literatura de cordel no Brasil

Devido ao atraso da chegada da imprensa por aqui e seu acesso pelo público, as produções literárias de populares tiveram seu apogeu apenas no século XX.

Nossa literatura de cordel é caracterizada, principalmente, pela poesia popular. A prosa aparece muito mais na forma oral, que passa de geração para geração.

Como é uma manifestação muito mais cultural do que intelectual, destaca-se em regiões onde a cultura é mais valorizada e delineada. Aqui no Brasil essas regiões são a Nordeste e a Sul.

Grandes autores da poesia popular brasileira

Centenas, talvez milhares de autores poderiam ser listados aqui, mas vou falar dos quatro mais conhecidos.

Leandro Gomes de Barros

Foi o mais importante e mais famoso autor da literatura de cordel brasileira. Seu livreto “O Cachorro dos mortos” vendeu mais de um milhão de exemplares.

História do Cachorro dos mortos

Trecho do livro “História do Cachorro dos mortos”, de Leandro Gomes de Barros

Os nossos antepassados
Eram muito prevenidos
Diziam: matos têm olhos
e paredes tem ouvidos
os crimes são descobertos
por mais que sejam escondidos

Em oitocentos e seis
na província da Bahia
distante da capital
3 léguas ou menos seria
Sebastião de Oliveira
ali num canto vivia

Ele, a mulher e duas filhas
e um filho já homem feio
o rapaz era empregado
e estudava Direito
o velho não era rico
mas vivia satisfeito

As duas filhas eram moças
honestas e trabalhadoras
logravam na capital
o nome de encantadoras
chamavam atenção de todos
as grandes tranças tão louras

Êsse velho era ferreiro
e ferreiro habilitado
vivia do seu ofício
plantando e criando gado
por 3 vezes enjeitou o cargo de delegado

Havia um vizinho dele
Eliziário Amorim
êsse tinha um filho único da espécie de Caim
enquanto o espanhol velho
até não era ruim

O filho dêsse espanhol
uma fera carniceira
veio provocar namôro com as filhas de Oliveira
uma delas disse a ele:
de nós não há quem o queira
Ele disse: tu não sabes
que meu pai possui dinheiro
em terras de criações
é o maior fazendeiro?
ela disse: o meu é pobre
planta, cria e é ferreiro

- Minha mãe tece de ganho
nós vivemos de costura
meu pai vive da sua arte
e de sua agricultura
meu irmão é empregado
para que maior ventura?

O sedutor conhecendo
seus planos serem debaldes
e só podia vencê-la
por meio da falsidade
que é a arma mais própria
onde existe a maldade
(…)

João Martins de Athayde

Autor popular que mais produziu. Comprou os direitos autorais de Leandro Gomes de Barros quando da sua morte, passando a editar também seus poemas.

Cuíca de Santo Amaro

O mais terrível poeta popular. Fazia denúncias contra corruptos e poderosos de sua época. Era amigo íntimo de Jorge Amado, que o incluiu como personagem em seus Tereza Batista, Cansada de Guerra e no conto A, morte de Quincas Berro D’água.

Cuíca de Santo Amaro


CUÍCA DE SANTO AMARO

Um cronista do cotidiano, mistura de trovador e repórter, infernizou a vida de Salvador, Bahia, dos anos 40 aos 60.

Batizado de José Gomes, foi com a alcunha de Cuíca de Santo Amaro que se celebrizou como um dos personagens mais importantes da história recente da cultura baiana.

Seus versos virulentos assustavam poderosos e gente comum, e não havia segredo guardado a sete chaves que escapasse do seu faro para escândalos, que tornava públicos na cidade através de cordéis.

Este foi, ao longo da vida, o seu ganha-pão. Venal para uns, genial para outros, uma coisa,
porém, ninguém nega: este personagem do século passado mantém uma atualidade singular, que não se insere em nenhum rótulo.
__________

José Gomes, o famoso Cuíca de Santo Amaro, cordelista respeitado, em Salvador. Fazia ponto no Elevador Lacerda e era uma figura conhecida e amada pelos baianos. Foi uma espécie de reporter e cronista do cotidiano da Bahia. Era muito querido e respeitado; sobreviveu até à morte, da venda dos seus cordéis, vindo a falecer em 1964.
Aparecia um fato intrigante, um marido traído, uma fofoca de patrão com a empregada, um assassinato, a mulher de Brotas (que capou o marido), logo, logo, lá estava Cuíca com seu cordel a verberar na fila do Elevador Lacerda, ponto mais movimentado de Salvador.
E sua freguesia era fiel.



Ao grande Cuíca de Santo Amaro, in memoriam

Cuíca de Santo Amaro
Grande fidalgo baiano
Morava em São Salvador...
Um bom cronista, de faro,
Contava o cotidiano
Do coitado e do doutor...

Viveu há cinqüenta anos
Na cidade da Bahia
Que lhe rendia homenagem...
Os seus versos mais insanos
Traziam humor e alegria
E lhe abriam passagem...

Lembro o Elevador Lacerda
bem perto do meio-dia:
A multidão apressada
E gente que andava lerda
Dois minutinhos perdia
Pra ficar bem informada...

Bengala e óculo escuro
Cuíca, bem alto, lia
O seu cordel encantado...
Tinha gente sobre o muro
Que sua voz, atenta ouvia
Sobre fato consumado...

Era cego de nascença
Um cantador diferente
Que contava cada história...
Pra êle, não tinha crença
Fosse inimigo ou parente,
Que escapasse da memória...

Mulher que capou marido
Filho que matou o pai
A boazuda do patrão...
O Cuíca era inxirido
Bota pra fora o que sai
Tudo o que lhe vem à mão...

Seus livretos pendurados
No varal improvisado
Custavam o valor de um pão...
E todo o mundo queria
Participar da alegria
Que tinha em seu coração...

Ricardo De Benedictis

Antônio Barreto

Além de cordelista, Antônio Barreto é poeta e professor. Graduado em Letras e Pós-graduado em Psicopedagogia e Literatura Brasileira, lamenta a falta da cadeira do cordel na academia.


Por Sá de João Pessoa em
Out 07 2008, às 13:05pm

EXPLICAÇÃO

Lucélia Pardim, André,
Júlia, Salomão, Gabi,
Iara, Alex e Aline,
Que bom ver vocês aqui
Todo mundo neste “Lendo”,
Estudando e aprendendo,
O que eu nunca aprendi…

Digo isso só porque
Tudo que sei e escrevo,
Da nossa literatura,
Arte de muito relevo,
Diploma de Faculdade
Adquiri com a idade,
Somente aos poetas devo.

A poesia popular
Já foi demais atacada,
Por seu estilo brutal
Por todos é criticada,
Quantas vezes já ouvi
Se divulgar por aí
Que ela está enterrada.

No entanto sobrevive
Aos mais duros terremotos,
Quanto mais é desprezada
Mais aumentam seus devotos,
Resistiu aos furacões,
Superou todos os senões,
Nos países mais remotos.

Não pensem que é só aqui
Em nossa terra menina
Que o cordel é cantado,
Tal e qual ouro da mina,
A poesia de cordel
Brota do favo igual mel
Nesta América Latina!

Muitos de nossos poetas,
Como Drummond de Andrade,
Beberam água das fontes
De excelente qualidade,
Para “Maria e João”
Ele achou inspiração
Que não tem na faculdade.

Não sei se dei o exemplo
Igual que a ciência pede,
A poesia de cordel
Não se conta nem se mede,
Com esses versos à toa
Este Sá de João Pessoa
Com carinho se despede.

FIM

 

Literatura de Cordel


Por Marcia


No canto dos trovadores, a voz rasgada do povo



“Veja só quanta miséria/veja só quanta agonia/veja a que ponto chegou a nossa Bahia/o povo sem trabalhar/por falta de energia” (Cuíca de Santo Amaro). Um dos poetas mais conceituado do Brasil foi o baiano Cuíca de Santo Amaro, autor do famoso “O homem que inventou o trabalho”. Seu verdadeiro nome era José Gomes (1907/1964) e os seus primeiros trabalhos começaram, a ser divulgados em 1927. Figura controvertida, amigo de grandes personalidades da época, inclusive de Getúlio Vargas, preso algumas vezes por causa de sua mordacidade – Cuíca era um poeta satírico na linha de Gregório de Matos -, personagem de livros feitos na Bahia para alguns era um engodo e para outros era a maior expressão em literatura de cordel no Brasil. Em mais de trinta anos de atividade literária, o poeta Cuíca de Santo Amaro documentou da maneira mais completa a vida cotidiana baiana. Problemas como a carestia do povo, os costumes, os usos e a moral vigentes na cidade de Salvador, os crimes, os desastres e os pequenos casos escabrosos da vida particular baiana.

Outro consagrado cordelista é Minelvino Francisco Silva (1926/1999), o trovador Apóstolo. Ele é autor de ABC dos Tubarões, e História do Touro que Engoliu o Fazendeiro. A característica mais marcante do trovador é sem dúvida, o seu acentuado senso crítico, além da sua capacidade para fazer rimas. Mas nem sempre o trovador utiliza dos seus versos para glosar. Há folhetos só de exaltação como “A Chegada de Catulo no Céu”, de Rodolfo Cavalcante. Rodolfo (1917/1987) é autor de obras como ABC da Carestia e As Belezas de Brasília e as Misérias do Nordeste. Ele lutou a favor da classe dos poetas de bancada. Publicou artigos em jornal, organizou congressos e fundou associações e agremiações e com isso, tornou mais digna e representativa a classe dos poetas populares. “Não vês a nossa política/prometendo endireitar/a gente passando fome/tudo subindo subindo/a gente se sucumbindo/o mundo vai se acabar”.

É comum na literatura de cordel – diz o crítico Carlos Alberto Azevedo – o culto do herói: Zé Garcia, João Grilo, Vira Mundo, Padre Cícero, Frei Damião e tantos outros, pois que os folhetos decantam a personalidade de um injustiçado, beato ou “santo”. O herói da literatura popular é forjado na própria estrutura social rural, seja em qualquer zona fisiográfica da região (mata, agreste, sertão). O herói é aquele que se rebela contra o statuo quo. Seja ele sertanejo forte e corado ou um Zéamarelinho ancilostizado da zona da mata.

“Com esse aperto de vida/o povo que nada pode/pra se esquecer da fome/leva tudo no pagode/agora, na eleição/nas urnas de Jaboatão/o povo votou num bode/não é coisa de poeta/nem é boato inventado/o caso foi verdadeiro/o rádio tem divulgado/se a gente que não crê no jornal tem o clichê/do bode fotografado” (A Vitória de Cheiroso, o Bode Vereador, de Delorme Monteiro e Silva). A temática da seca atinge o ápice da expressão comunicativa, enquanto crônica, narrativa, protesto político-social, jornalismo na literatura de cordel. É preciso não esquecer que, até meados do século XX, tanto o folheto quanto o poeta popular, que improvisava e cantava nas feiras livres nordestinas, os casos e "causos", exerciam a função comunicativa que hoje cabe à mídia, em particular, ao rádio e à televisão.

"A Triste partida", de Patativa do Assaré, cantada por Luiz Gonzaga, talvez seja a síntese de tudo que pode acontecer e se relacionar à seca, não passando despercebido da sensibilidade do poeta popular, conforme se observa nos versos: “Setembro passou/Outubro e novembro/Já tamo em dezembro/Meu Deus, que é de nós?/Assim fala o pobre/Do seco Nordeste/Com medo da peste/E da fome feroz/A 13 do mês ele fez experiência/Perdeu sua crença nas pedra de sal/Mas noutra experiência com força se agarra/Pensando na barra do alegre Natal/Rompeu-se o Natal, porém barra não veio/O sol bem vermeio nasceu muito além/Na copa da mata buzina a cigarra/Ninguém vê a barra, pois barra não tem/Sem chuva na terra descamba janeiro/Depois fevereiro e o mermo verão/Entonce o nortista, pensando consigo/Diz: isso é castigo, não chove mais não/Apela pra março, que é o mês preferido/Do santo querido, o senhor São José/Mas nada de chuva, tá tudo sem jeito/Lhe foge do peito o resto de fé/Agora pensando ele segue outra trilha/Chamando a família começa a dizer:/Eu vendo o meu burro, meu jegue, o cavalo/Nós vamo a São Paulo vivê ou morre...”

Juscelino Kubitscheck, João Goulart e Jânio Quadros foram os presidentes cantados sobretudo em poemas circunstanciais, após suas eleições, no momento de sua instalação no poder e no momento do encerramento de suas funções. Convém juntar o nome de Getúlio Vargas onde o número de folhetos sobre o presidente gaúcho, após sua morte em 1954, é bem superior ao número de folhetos de cada um de seus sucessores. “Amigo agora peço/a vossa honrada atenção/vou rimar, entre soluços/que me vêm do coração/as horas, tristes, amargas/da morte de Dr.Vargas/Presidente da Nação” (A Vida e Tragédia do Presidente Getúlio Vargas, de Antonio Teodoro dos Santos).

A literatura de cordel é um importante meio de expressão popular com valor informativo, documental e de crônica poética e histórica. O cordelista ao mesmo tempo é poeta e jornalista, conselheiro do povo e historiador popular. Em 100 anos de existência a literatura de cordel testemunha a longa evolução percorrida durante mais de um milênio pela literatura européia: a transformação de sua “literatura oral” em literatura na concepção moderna do termo. No Brasil, os encontros, as pelejas, as narrativas de encantamento, os folhetos "de época" vão continuar percorrendo o sertão. E hoje, o cordel é objeto de estudo de vários especialistas. Vida longa ao cordel!.