...E ASSIM NASCEU CABO VERDE





Cabo Verde
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.



Coordenadas: 14º 55' N 23º 31' O

República de Cabo Verde

Bandeira de Cabo Verde













Brasão de Cabo Verde


Lema: Unidade, Trabalho, Progresso
Hino nacional: Cântico da Liberdade
Gentílico: Cabo-verdiano

Localização de Cabo Verde

Capital Praia
14° 55' N 23° 31' O
Cidade mais populosa Praia
Língua oficial Português (oficial), Crioulo cabo-verdiano (não oficial)
Governo: República parlamentarista
- Presidente: Pedro Pires
- Primeiro-ministro: José Maria Neves
- Presidente eleito: Jorge Carlos Fonseca

História

- Descoberta 1460
- Independência política de Portugal: 5 de Julho de 1975
- Multipartidarismo: 13 de Janeiro de 1990

Área total: 4 033 km² (146.º)
- Água: (%) desprezível
População: estimativa de 2008 - 499.792 hab. (167.º)
- Censo de 2000 - 436 821 hab.
- Urbana: 303 512 hab. (91.º)
- Densidade: 118 hab./km² (65.º)
PIB (base PPC) Estimativa de 2010: US$ 1,946 mil milhões (174.º)
- Renda per capita: US$ 3 548,49 (126.º)

Indicadores sociais

- IDH (2010): 0,534 (118.º) – médio
- Esper. de vida: 71,7 anos (101.º)
- Mort. infantil: 24,6/mil nasc. (108.º)
- Alfabetização: 81,2% (118.º)
Moeda: Escudo cabo-verdiano (indexado ao euro) (CVE)
Fuso horário Horário de Cabo Verde - CVT (UTC-1)
- Verão: (DST) Não tem (UTC-1)
Clima: Árido
Org. internacionais ONU, OMC, CPLP, UA, CEDEAO,
Cód. ISO: CPV
Cód. Internet: cv
Cód. telef. +238
Website governamental http://www.governo.cv/

Cabo Verde é um país insular africano, arquipélago de origem vulcânica, constituído por dez ilhas, sendo nove habitadas. Está localizado no Oceano Atlântico, a 640 km a oeste de Dakar, Senegal. Outros vizinhos são a Mauritânia, a Gâmbia e a Guiné-Bissau, ou seja, todos na faixa costeira ocidental da África que vai do Cabo Branco às ilhas Bijagós. Curiosamente, o Cabo Verde que dá nome ao país não se situa nele, mas a centenas de quilómetros a leste, perto de Dakar, no Senegal.

Foi descoberto em 1460 por Diogo Gomes ao serviço da coroa portuguesa, que encontrou as ilhas desabitadas e aparentemente sem indícios de anterior presença humana. Foi colónia de Portugal desde o século XV até à sua independência em 1975.
Obs. curiosa: este navegador esteve bem próximo do Brasil, 40 anos antes de Cabral.

História

Igreja Nossa Senhora do Rosário, construída em 1495, a mais antiga igreja colonial do mundo, Cidade Velha, Ilha de Santiago.

A história refere, que a descoberta de Cabo Verde se deu no século XV, mais precisamente em 1460. A colonização portuguesa começou logo após a sua descoberta, sendo as primeiras ilhas a serem povoadas as de Santiago e Fogo. Para incentivar a colonização a corte portuguesa estabeleceu uma carta de privilégio aos moradores de Santiago do comércio de escravos na Costa da Guiné. Em Ribeira Grande – Santiago - estabelece-se a primeira feitoria. Foi estabelecida uma feitoria em Ribeira Grande - Ilha de Santiago, que serviu de ponto de escala para os navios portugueses e para o tráfego e comércio de escravos, que começava a crescer por essa época. Mais tarde, com a abolição da escravatura e com condições climáticas poucos favoráveis, devido à sua situação geográfica, o país começou a dar sinais de fragilidade e entrou em decadência tendo uma economia pobre e de subsistência. No século XX, a partir da década de 50, começam a surgir os movimentos libertação e independentistas um pouco por todo o continente africano. Cabo Verde vinculou-se à luta pela libertação da Guiné.

A posição estratégica das ilhas nas rotas que ligavam Portugal ao Brasil e ao resto da África contribuíram para o fato dessas serem utilizadas como entreposto comercial e de aprovisionamento. Abolido o tráfico de escravos em 1876, o interesse comercial do arquipélago para a metrópole decresceu, só voltando a ter importância a partir da segunda metade do século XX. No entanto já tinham sido criadas as condições para o Cabo Verde de hoje: europeus e africanos uniram-se numa simbiose, criando um povo de características próprias.

O processo de Independência

As origens históricas nacionais da independência de Cabo Verde podem ser localizadas no final do século XIX início do XX. Não foi um processo linear nem unânime, mas já neste período a independência foi acenada. Surgindo como uma hipótese de solução extrema para os problemas ou das reivindicações da elite crioula de então. Esta que reclamava devido o desleixo ou negligência da metrópole em relação ao que se passava em Cabo Verde.

Com o processo de formação nacional, muito cedo a máquina administrativa foi sendo assegurada pelos nascidos em Cabo Verde, ou que já tinham grande identificação com a colónia, com excepção aos cargos elevados como, governadores, chefes militares etc., ainda reservados aos representantes da soberania de Portugal. Esta suposta “auto-suficiência” administrativa estava associada à sua relativa escolarização e à existência de uma imprensa mais ou menos dinâmica introduzida por Portugal em Cabo Verde, que, acabaram por contribuir para o surgimento de uma elite intelectual e burocrática nestas ilhas. Ainda em grau menor, esta elite entrou no século XX a discutir cada vez mais a questão da independência, gerando um clima de atrito com os representantes da metrópole. Os leitores que acompanhavam a imprensa oficial entendiam que se devia lutar pela independência ou, pelo menos, por uma autonomia honrosa.

A metrópole denominava os indígenas como mandriões, desleixados, indolentes, bêbados etc. Como um exemplo de reação a isso, Eugénio Tavares escreve em 1912: “O indígena de Cabo Verde é Ativo e Trabalhador”. Esta rivalidade arrasta-se até a independência de Cabo Verde.

Em 1956 Amílcar Cabral, Aristides Pereira, Luís Cabral, entre outros jovens patriotas da hoje Guiné-Bissau e Cabo Verde, fundaram o PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde) que surgiu no contexto do movimento libertador africano que ganhava força depois da Segunda Guerra Mundial. Onde formaram uma unidade popular para lutar contra o que chamavam de “deplorável política ultramarina portuguesa, afirmando que as vítimas dessa política desejavam ver-se vires do domínio português”.

A 19 de Dezembro de 1974 foi assinado um acordo entre o PAIGC e Portugal, instaurando-se um governo de transição em Cabo Verde, Governo esse que preparou as eleições para uma Assembleia Nacional Popular. A 5 de Julho de 1975 proclamou-se a independência do país, considerado na altura por muitos como um país inviável, devido às suas próprias fragilidades, havendo mesmo vozes políticas em Portugal, como é o caso de Mário Soares, contra a independência do arquipélago, afirmando que Cabo Verde deveria usufruir de autonomia adminstrativa tal como os outros arquipélagos portugueses, Açores e Madeira. Em 1991, o país conheceu uma viragem na vida política nacional, tendo realizado as primeiras eleições multipartidárias, instituindo uma democracia parlamentar.

Política

Cabo Verde é uma república democrática semipresidencialista (parlamentarismo mitigado), com regime multipartidário. O governo é baseado na constituição de 1980, que institui o regime de partido único, revista em 1990 para introduzir o multipartidarismo e em 1992 para ajustá-la na totalidade com os valores da democracia multipartidária. As eleições são presidenciais (para eleger o Presidente da República) e legislativas (para eleger os deputados nacionais), que são eleitos para mandatos de cinco anos. O presidente do partido com maioria na Assembleia Nacional (Parlamento) é empossado como Primeiro-ministro. Apesar de ainda não haver ocorrido, há a possibilidade de o Presidente da República ser de um partido e o Primeiro-ministro de outro.

O Presidente da República, a Assembleia Nacional e o Conselho Superior da Magistratura Judiciária (esses também eleitos pela Assembleia Nacional) participam na eleição dos membros do Supremo Tribunal da Justiça.

Divisão administrativa

Paços do Concelho na Cidade da Praia.

Vista da cidade de Mindelo na baía do Porto Grande, com o Monte Cara (à esquerda) e Santo Antão (ao fundo, à direita).

A capital de Cabo Verde é a cidade da Praia na Ilha de Santiago que, juntamente com o Mindelo, na Ilha de São Vicente, são as duas cidades principais do País. Até 2005 Cabo Verde contava com 17 concelhos. No primeiro semestre de 2005 foi aprovada pela Assembleia Nacional cabo-verdiana a constituição de cinco novos concelhos, resultando nos atuais 22 concelhos, distribuídos pelas 10 ilhas do arquipélago:

Ilha da Boa Vista

* Boa Vista

Ilha Brava

* Brava

Ilha do Maio

* Maio

Ilha do Sal

* Sal

Ilha de São Nicolau

* Concelho da Ribeira Brava
* Tarrafal de São Nicolau

Ilha do Fogo

Pico do Fogo, o ponto mais elevado do arquipélago, com 2829 m.

* Mosteiros
* São Filipe
* Santa Catarina do Fogo

Ilha de Santo Antão

* Paul
* Porto Novo
* Ribeira Grande

Ilha de Santiago

* Praia
* Santa Catarina,
* Santa Cruz
* São Domingos
* São Miguel
* Tarrafal
* Ribeira Grande de Santiago
* São Lourenço dos Órgãos
* São Salvador do Mundo

Ilha de São Vicente

* São Vicente

Geografia

Vista de satélite do Arquipélago de Cabo Verde.

A atividade piscatória é uma das principais da economia cabo-verdiana.



Cabo Verde é um arquipélago localizado ao largo da costa da África Ocidental. As ilhas vulcânicas que o compõem são pequenas e montanhosas. Existe um vulcão ativo, na ilha do Fogo, que é igualmente o ponto mais elevado do arquipélago, com 2829 m. O país é constituído por 10 ilhas, das quais 9 habitadas, e vários ilhéus desabitados, divididos em dois grupos:

* Ao norte, as ilhas de Barlavento. Relacionando de oeste para leste: Santo Antão, São Vicente, Santa Luzia (desabitada), São Nicolau, Sal e Boa Vista. Pertencem ainda ao grupo de Barlavento os ilhéus desabitados de Branco e Raso, situados entre Santa Luzia e São Nicolau, o ilhéu dos Pássaros, em frente à cidade de Mindelo, na ilha de São Vicente e os ilhéus Rabo de Junco, na costa da ilha do Sal e os ilhéus de Sal Rei e do Baluarte, na costa da ilha de Boa Vista;

Deserto Viana, Ilha da Boa Vista.

* Ao sul, as ilhas de Sotavento. Enumerando de leste para oeste: Maio, Santiago, Fogo e Brava. O ilhéu de Santa Maria, em frente à cidade de Praia, na Ilha de Santiago; os ilhéus Grande, Rombo, Baixo, de Cima, do Rei, Luís Carneiro e o ilhéu Sapado, situados a cerca de 8 km da ilha Brava e o ilhéu da Areia, junto à costa dessa mesma ilha.


Vista da Ribeira de São Domingos,a partir de Água de Gato, Ilha de Santiago.

As maiores ilhas são a de Santiago a sudeste, onde se situa Praia, a capital do país, e a ilha de Santo Antão, no extremo noroeste. Praia é também o principal aglomerado populacional do arquipélago, seguida por Mindelo, na ilha de São Vicente.


Praia Grande, Calhau São Vicente.

Pontos extremos

* N Norte: Ponta do Sol, na ilha de Santo Antão 17° 11′ N 25° 05′ W
* S Sul: Ponta Nhô Martinho, na ilha Brava 14° 49′ N 24° 42′ W
* E Leste: Ilhéu do Roque, na ilha da Boa Vista 16° 05′ N 22° 40′ W
* W Oeste: Ponta Chão de Morgado, na ilha de Santo Antão 17° 03′ N 25° 21′ W
* H Altitude máxima: Pico do Fogo, na ilha do Fogo (2.829 m alt.) 14° 57′ N 24° 20′ W

Clima

O arquipélago de Cabo Verde está localizado na zona sub-saheliana, com um clima árido ou semi-árido. O oceano e os ventos alíseos moderam a temperatura. A média anual raramente é superior a 25 °C e não desce abaixo dos 20 °C. A temperatura da água do mar varia entre 21 °C em Fevereiro e 25 °C em Setembro.

As estações do ano são fundamentalmente duas: as-águas e as-secas ou tempo das brisas.

A estação chuvosa, de Agosto a Outubro, é muito irregular e geralmente com fraca pluviosidade, em especial nas ilhas de São Vicente e Sal, onde tem havido vários anos seguidos sem chuva. As ilhas mais acidentadas, como Santo Antão, Santiago e Fogo, beneficiam de maior pluviosidade.

A estação mais seca, de Dezembro a Julho, é caracterizada por ventos constantes. A chamada bruma seca, trazida pelo vento harmatão das areias do Saara, chega a provocar a interrupção dos serviços nos aeroportos.

Economia

Cabo verde é um estado arquipélago com uma economia subdesenvolvida e que sofre com uma carência de alternativa de recursos e com o crescimento populacional. Os principais meios económicos são a agricultura, a riqueza marinha do arquipélago, a prestação de serviços que corresponde a 80% do PIB, e mais recentemente o turismo que tem ganhado crescente relevância. As principais ilhas turísticas são a Ilha do Sal e a Ilha da Boa Vista.

A agricultura sofre com os constantes períodos de seca e carece de uma melhor infra-estrutura e modernização das técnicas agrícolas, os investimentos que atenderiam a essa necessidade seriam através de uma melhor educação dos cultivadores e da organização de um mercado de consumo dos produtos. Os produtos desta agricultura de sequeiro, com base na associação tradicional do milho e dos feijoeiros anuais, destinam-se basicamente ao mercado interno cabo-verdiano (embora não satisfaçam a procura, sendo indispensável uma importação maciça de alimentos). Também têm se introduzido novas culturas de produtos e plantas como legumes, frutas e hortaliças para a distribuição interna do mercado. Os principais produtos exportados são o café, a banana e a cana de açúcar que possuem mercados restritos e limitados.

No setor de pescas vem sendo implantado uma modernização dos meios artesanais e métodos tradicionais para um melhor aproveitamento desses recursos isso vendo sendo feito através do apoio de organismos especializados, porém a rentabilidade da pesca exige uma industrialização do pescado e a organização dos mercados para que seja escoada a produção.

Nos dias atuais o turismo tem se tornado uma importante fonte económica para o país, o que dificulta é a questão estrutural. Cabo Verde necessita de um desenvolvimento das estradas, portos e aeroportos, de meios de comunicação rápidos e frequentes além da criação de uma forte rede hoteleira que atenda a necessidade dos turistas.

Portugal tem fortemente cooperado e ajudado Cabo Verde a nível económico e social, o que resultou na indexação de sua moeda, o escudo cabo-verdiano, ao Euro, e no crescimento de sua economia interna. O ex-Primeiro-ministro de Portugal, José Durão Barroso, e Presidente da Comissão Européia no segundo semestre de 2004, prometeu integrar Cabo Verde à área de influência da União Europeia, através de maior cooperação com Portugal.

A economia cabo-verdiano desenvolveu-se significativamente desde o final da última década. Nos dias atuais esta transformação é sustentada por um vasto programa de infra-estrutura por parte do governo em domínios vitais como os transportes terrestres, os transportes marítimos, os transportes aéreos, as comunicações, entre outros.

O país tem muitos emigrantes espalhados pelo mundo (com especial foco para EUA e Portugal) que contribuem com remessas financeiras significativas para o seu país de origem.

Demografia e estrutura social

Os cabo-verdianos são descendentes de antigos escravos africanos e dos seus senhores portugueses. Grande parte dos cabo-verdianos emigra para o estrangeiro, principalmente para os Estados Unidos, Portugal e Brasil, de modo que há mais cabo-verdianos a residir no estrangeiro que no próprio país.

Marcadamente jovem na sua estrutura etária, com 40% dos efetivos entre os 0-14 anos (estimativa 2005) e apenas 6% acima dos 65 anos, a média de idades da população cabo-verdiana ronda os 24 anos.

A esperança média de vida, que em 1975 rondava os 63 anos, atinge, em 2003, os 71 anos (67 para homens; 75 para as mulheres). A taxa de mortalidade infantil, que em 1975 rondava os 110‰, representava, em 2004, um valor de 20‰ (44‰ em 1990; 26‰ em 2000), um valor inferior às taxas de outros países de categoria de rendimento semelhante.
Vila Nova Sintra, Ilha Brava.

A taxa de crescimento da população, dependente dos fluxos migratórios, situou-se, no decénio 1990-2000 (data do último censo populacional), em cerca de 2,4%, valor que se manteve constante até 2005. De aí em diante prevê-se que a mesma estabilize em torno dos 1,9%. Os agregados familiares, em 2006, eram constituídos, em média, por 4,9 membros (5 no meio rural e 4,5 no meio urbano).

Vista parcial da baía do Porto Grande ilha de São Vicente.


Emigração cabo-verdiana

Os principais destinos da emigração cabo-verdiana são:



Estados Unidos: 250 000 (Boston, New Bedford e Pawtucket)
Portugal: 100 000 (Lisboa, Setúbal, Porto e Faro)Países Baixos: 37 500
Angola: 35 000
Senegal: 22 500
Brasil: 19 500

Estrutura social

Ao contrário dos países do continente africano, não há etnias em Cabo Verde. Em contrapartida, a trajetória histórica do país incluiu, desde o início, um processo de formação de classes sociais. Neste momento, pode constatar a ausência de uma "burguesia", mas a existência de vários tipos de "pequena burguesia", numericamente significativos. A grande maioria da população é, no entanto, constituída pelo campesinato e algum operariado.

Cultura

Cena de rua em Porto Novo, Ilha de Santo Antão.

Em todos os seus aspectos, a cultura de Cabo Verde caracteriza-se por uma miscigenação de elementos europeus e africanos. Não se trata de um somatório de duas culturas, convivendo lado a lado, mas sim, um terceiro produto, totalmente novo, resultante de um intercâmbio que começou há quinhentos anos.

O caso cabo-verdiano pode ser situado no contexto comum das nações africanas, no qual as elites, que questionaram a superioridade racial e cultural europeia e que, em alguns casos, empreenderam uma longa luta armada contra o imperialismo europeu e pela libertação nacional, utilizam hoje o domínio dos códigos ocidentais como principal instrumento de dominação interna.

Língua

A língua oficial é o português, usada nas escolas, na administração pública, na imprensa e nas publicações. A língua nacional de Cabo Verde, a língua do povo, é o crioulo cabo-verdiano (criol, kriolu). Cabo Verde é formado por dez ilhas e cada uma tem um crioulo diferente. O crioulo está oficialmente em processo de normalização (criação duma norma) e discute-se a sua adopção como segunda língua oficial, ao lado do português.

* Cabo Verde é membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
* Cabo Verde é país-sede de um organismo da CPLP, o Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP).
* O francês e o inglês são lecionados no ensino secundário.
* Existe uma comunidade de imigrantes senegaleses, especialmente na ilha do Sal, que fala também o francês.
* Nos últimos anos constituiu-se, principalmente na cidade da Praia, uma comunidade de imigrantes nigerianos que fala o inglês.

Religião

Os cabo-verdianos são na sua maioria católicos (mais de 90%). Outras denominações cristãs também estão implantadas em Cabo Verde, com destaque para os protestantes da Igreja do Nazareno e da Igreja Adventista do Sétimo Dia, assim como a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Mormons), a Congregação Cristã em Cabo Verde, Assembleia de Deus, Testemunhas de Jeová e outros grupos pentecostais e adventistas. Há pequenas minorias muçulmanas e da Fé Bahá'í. A Igreja Universal do Reino de Deus também tem seguidores em Cabo Verde. A liberdade de religião é garantida pela Constituição e respeitada pelo governo. Há boas relações entre as diversas confissões religiosas.

Música



O povo cabo-verdiano é conhecido por sua musicalidade, bem expressa por manifestações populares como o Carnaval de Mindelo, cuja importância faz com que a cidade seja conhecida nos dias dos festejos momescos como "Brazilim" (ou "pequeno Brasil"). Na música, há diversos géneros musicais próprios, dos quais se destacam a morna, o funaná, a coladeira e o batuque. Cesária Évora é a cantora cabo-verdiana mais conhecida no mundo, conhecida como a "diva dos pés descalços", pois gosta de se apresentar no palco assim. O sucesso internacional de Cesária Évora fez com que outros artistas cabo-verdianos, ou descendentes de cabo-verdianos nascidos em Portugal, ganhassem maior espaço no mercado musical. Exemplos disso são as cantoras Sara Tavares e Lura. Outro grande expoente da música tradicional de Cabo Verde foi Antonio Vicente Lopes, mais conhecido como Travadinha.

Feriados

1º de Janeiro: Ano Novo
13 de Janeiro: Dia da Democracia
20 de Janeiro: Dia dos Heróis Nacionais Aniversário da morte de Amílcar Cabral
variável: Terça-feira de Carnaval Festa móvel
variável: Quarta-feira de Cinzas Festa móvel
variável: Sexta-feira Santa, Paixão de Cristo Festa Móvel
1º de Maio: Dia do Trabalhador
19 de Maio: Dia do Município da Praia Feriado somente na capital, Praia
1º de Junho: Dia Internacional da Criança Antigo feriado, restabelecido em 2005
5 de Julho: Dia da Independência
15 de Agosto: Dia da Padroeira Nacional (N.ª Sr.ª das Graças) Dia do Município dos Mosteiros
1º de Novembro Dia de Todos os Santos
25 de Dezembro: Natal

Referências

1. ↑ O Portal da Língua Portuguesa - Dicionário de Gentílicos e Topónimos cita também a forma “cabo-verdense”. Já o dicionário Houaiss regista a forma “cabo-verdense” apenas como adjetivo.
2. ↑ Instituto Nacional de Estatística - Cabo Verde
3. ↑ a b Cabo Verde. Fundo Monetário Internacional. Página visitada em 19 de Junho de 2010.
4. ↑ Ranking do IDH 2010. PNUD. Página visitada em 4 de novembro de 2010.
5. ↑ Decisão 98/744/CE do Conselho, de 21 de Dezembro de 1998, relativa aos aspectos cambiais relacionados com o escudo cabo-verdiano
6. ↑ http://www.un.cv/sobrecv.php#2
7. ↑ LOPES, José Vicente. Cabo Verde, as Causas da Independência. Praia, 2005.
8. ↑ Veja Brígida Rocha Brito e outros, Turismo em Meio Insular Africano: Potencialidades, constrangimentos e impactos, Lisboa: Gerpress, 2010
9. ↑ Ver Carlos Teixeira Couto, Incerteza, adaptabilidade e inovação na sociedade rural da Ilha de Santiago de Cabo Verde, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2010.
10. ↑ Víctor Reis, Desenvolvimento em Cabo Verde: As opções estratégicas e o investimento directo estrangeiro, Lisboa:MIMO, 2011
11. ↑ História concisa de Cabo Verde / coordenado e organizado por Maria Emília Madeira Santos, Maria Manuel Ferraz Torrão e Maria João Soares. Lisboa: Instituto de Investigação Científica Tropical, Praia (Cabo Verde): Instituto da Investigação e do Património Culturais, 2007. Pg.21-30
12. ↑ Michel Lesourd, Etat et société aux îles du Cap Vert, Paris: Karthala, 1995
13. ↑ APPIAH, Kwame Anthony (1997). Na casa de meu pai. Rio de Janeiro, Contraponto.

CIDADE VELHA - BERÇO DA CABO-VERDIANIDADE

Ruínas da Sé na Cidade Velha

Situada a cerca de doze quilómetros a oeste da atual capital, a antiga capital de Cabo Verde foi implantada num vale profundo rodeado por altas montanhas escarpadas; o vale é atravessado por duas ribeiras que acabam por unir-se, formando um só curso de água; foram essas ribeiras que criaram a paisagem luxuriante do vale e que lhe deram o nome, Ribeira Grande.

Da fixação inicial, junto à baía, a cidade cresceu e desenvolveu-se em duas direções: uma ocupou praticamente todo o interior do vale, a outra acompanhou a linha da costa; deste processo resultou um conjunto completamente envolto pelas montanhas, tendo como únicos acessos o porto e as antigas portas.

A cidade estrutura-se em sucessivas plataformas, que correspondem a outras tantas fases da sua construção; as duas mais baixas são conhecidas como «baixa», sendo as restantes a «alta».

Cidade Velha

A primeira plataforma é a do largo central, apenas cinco metros acima do nível do mar; nesta zona quatrocentista, destacavam-se os edifícios da Igreja e do Hospital da Misericórdia, da Casa da Câmara e Cadeia (já desaparecidos) e o Pelourinho.

A segunda plataforma, entre os cinco e os dez metros, formada no século XVI, abrange os primeiros quarteirões contíguos ao largo; nas suas proximidades, situam-se as ruínas do Convento de São Francisco e a plataforma de São Brás, onde viriam a instalar-se os jesuítas, no século XVII.

No segundo grupo de plataformas, entre os 20 e os 100 metros, destaca-se o Bairro de São Sebastião, dominado pelas ruínas da Sé, e onde se encontrava o Palácio Episcopal; foi uma zona de expansão da cidade e formou-se a partir das obras da Catedral, que tiveram lugar nos finais de Quinhentos.

Na última plataforma, situada acima dos cem metros, encontra-se o reduto defensivo da cidade: o Forte de São Filipe, também quinhentista.

Primeira fundação de uma cidade portuguesa no mundo africano (em 1462), foi sucessivamente assaltada e saqueada por piratas e corsários ingleses, ao ponto de ter de ser abandonada, no século XVIII, altura em que a cidade da Praia, mais abrigada, foi transformada em capital do arquipélago (1769).

Com o passar do tempo, ganhou o nome por que agora é conhecida, simplesmente Cidade Velha.

Fonte: http://biztravels.net/biztravels/monuments.php?id=270&lg=pt


CIDADE VELHA

Cidade Velha, a 15 km a oeste da Praia, na costa, foi a primeira cidade construida pelos europeus nos trópicos e primeira capital de Cabo Verde, quando era chamada de Ribeira Grande. Mudou de nome para evitar ambigüidade com povoação de outra ilha. A cidade nasceu e desenvolveu-se por conta do tráfico negreiro. Em 1520 foi erguido o primeiro pelourinho na ilha, que hoje é monumento numa praça.

Vista sobre o Mar de Cidade Velha

A cidade foi porto de parada de dois grandes navegadores: Vasco da Gama, em 1497, a caminho da Índia, e Cristóvão Colombo, em 1498, em sua terceira viagem para as Américas. Em Cidade Velha está a mais antiga igreja colonial do mundo, construída em 1495, a Igreja Nossa Senhora do Rosário, no estilo manuelino (gótico português).

A Sé Catedral da cidade começou a ser construída em localização privilegiada, frente ao oceano, em 1555, e terminou em 1693, quando a cidade já tinha perdido muito de sua importância e, hoje, está em ruínas. O Forte Real de São Filipe, que domina a cidade do alto de 120 metros de altitude, foi construído em 1590 para defender a colônia portuguesa dos ataques dos franceses e ingleses.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cidade_Velha

A CIDADE VELHA - O BERÇO DA NOSSA NACIONALIDADE

Cidade Velha é o berço da cabo-verdianidade. É também a toponímia do que foi a antiga Cidade da Ribeira Grande, que foi capital do arquipélago de Cabo Verde durante alguns séculos. Foi a primeira Cidade que os portugueses tiveram em África, na sua aventura dos descobrimentos. Daí ser uma referência obrigatória no contexto histórico das ilhas de Cabo Verde. Dela restam apenas as ruínas debruçadas tristemente sobre o eterno mar azul do arquipélago e dormem sob o peso dos anos do momento esquecimento dos homens.

Cidade Velha

Foi na Cidade Velha que nasceu o Homem crioulo. Foi o ponto de encontro dos primeiros europeus e negros da costa de África trazidos para o povoamento dessas ilhas.

Do cruzamento destas duas raças distintas originou uma população mestiça. À miscigenação que se traduz não só no aspecto físico, mas também no aspecto cultural. A evolução do dialeto crioulo, com diferenças de uma ilha para outra onde as variantes fonéticas provêm de muitas línguas africanas, fica a dever-se a miscegenação atrás referida.

A antiga cidade da Ribeira Grande teve ainda um papel preponderante no apoio à expansão portuguesa e no desenvolvimento do comércio e de navegação de longo curso. Cidade Velha foi ainda a primeira capital eclesiástica e civil em Cabo Verde. Em 1462, foi erigida na Ribeira Grande a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, o que leva a concluir que por essa época já havia sacerdotes em Cabo Verde.

Cidade Velha - Santiago

Situada a escassos 12 quilómetros da atual capital cabo-verdiana, o berço da cabo-verdianidade é hoje um ponto turístico por excelência. Os seus monumentos históricos fazem dela um lugar aprazível principalmente para aqueles que se interessam pela história de um povo surgido de cruzamento de várias raças.

A sua Sê Catedral, a primeira que os portugueses erigiram no continente negro, encontra-se hoje em ruínas. Todavia, o pouco que ainda sobra está a ser preservado a fim de evitar que desapareçam referências importantes de Cabo Verde, e em particular de Santiago, ilha-mãe da cultura cabo-verdiana antiga devido à sua posição geo-estratégica, a meio caminho entre o continente africano, a Europa, as Américas e o Oriente, cedo o arquipélago cabo-verdiano foi chamado a desempenhar um papel de placa giratória no quadro das trocas comerciais no tráfico negreiro e no aprovisionamento dos navios em frescos e água. Estes fatores contribuíram para que Ribeira Grande se transformasse rapidamente num centro comercial de certa projeção e daí, em 1533, ter sido erigida em Cidade.

Todavia, Ribeira Grande teve um ciclo de vida relativamente curto. A sua decadência processa-se em ritmo acelerado, principalmente a partir do momento em que perdeu definitivamente a sua posição como entreposto de escravos, que eram levados para as plantações nas Américas. Por outro lado, os constantes ataques levados a cabo por navios piratas contribuíram para arruinar a antiga capital cabo-verdiana. Desses ataques, o mais famoso foi o do corsário Drake.

Antiga Ribeira Grande

Também por causa dos pântanos que se formavam junto às praias na estação pluviosa, o que tornava Ribeira Grande vulnerável às doenças, e o fato de seu porto ser muito desabrigado, fizeram com que os navegadores passassem a preferir o Porto da Praia de Santa Maria, que dista apenas seis milhas da então capital cabo-verdiana. Por isso, a 13 de Dezembro de 1769 a sede do governo é transferida para vila da Praia, que em 1858 foi elevada à categoria de Cidade.

Consumava-se, assim, definitivamente a ruína da Cidade Velha. Pelo porto da Ribeira Grande e outros de Cabo Verde passaram alguns navegadores célebres. Entre estes destacam-se Vasco da Gama, Cristóvão Colombo, Pedro Alvares Cabral e Sebastíam Dei Cano. Vasco da Gama aportou na Cidade da Ribeira Grande, quando se encontrava na descoberta do caminho marítimo para a Índia.

FORTALEZA DE S. FILIPE

A Fortaleza de S. Filipe, um dos grandes monumentos históricos da Cidade da Ribeira Grande é o testemunho da presença portuguesa nessas ilhas. Foi construída após o ataque de Drake. em 1585. A Cidade era guarnecida a partir desse forte, cuja construção teria sido iniciada em 1593. Um outro monumento histórico que o visitante pode observar na Cidade da Ribeira Grande é o pelourinho erguido há alguns séculos no largo da cidade. Aqui eram açoitados os escravos. É a memória mais viva da época escravagista em Cabo Verde.

Ruínas

Segundo alguns historiadores, a Ribeira Grande nunca teve o desenvolvimento correspondente à categoria de Cidade. No entanto, por conveniência, o rei D. João III resolveu propor a criação da Diocese de Cabo Verde. O objetivo era facilitar a ordenação de sacerdotes nativos como também para melhor se coordenar a tarefa da evangelização da costa africana, de onde chegaram muitos homens livres para se cristianizarem.

A igreja de Nossa Senhora do Rosário, hoje um património histórico, teria sido construída por volta de 1495. É um dos mais antigos templos da ilha de Santiago e de Cabo Verde. Nessa Igreja pregou o Padre António Vieira, em 1652, de passagem para Brasil, vindo de Portugal. Na altura, o que mais surpreendeu ao grande orador português foi o fato de ter encontrado clérigos e cónegos dotados de uma sabedoria, que segundo ele próprio, faziam inveja aos melhores do Reino.

O Pelourinho da Cidade Velha

Quatro de Maio de 1712 marcou o afundamento irreversível da Cidade Velha. Foi nesse dia que Ribeira Grande é atacada e pilhada por piratas franceses, comandados por Jacques Cassard. O saque foi avaliado em três milhões de libras estrelinhas. Depois desse ataque tudo começou a entrar em decadência. Paulatinamente Cidade Velha ia perdendo a sua influência e mais tarde abandonada. Era aqui que há cinco séculos começava a história da cabo-verdianidade.

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