É sede de um município com 606,97 km² de área e 26 167 habitantes (2011), subdividido em 6 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Alcoutim, a leste por Castro Marim e pela parte ocidental do concelho de Vila Real de Santo António, a sudoeste por Olhão, a oeste por São Brás de Alportel, a noroeste por Loulé e a sul tem litoral no oceano Atlântico.
História
Período pré-Cristão, Cristianismo e invasão muçulmana
A região onde hoje se situa a cidade de Tavira, foi outrora influenciada pelos vários povos que aí habitaram, como os Fenícios, Lígures, Celtas e Turdetanos e, mais tarde, os Romanos e Cartagineses. A presença dos Romanos na Península Ibérica, e em particular no Algarve, estabelece o Cristianismo nos finais do século III, com a criação da diocese de Faro (Ossonóba), e a nomeação do primeiro bispo D. Vicentius.O século V assiste a nova presença de povos que invadiram a Península Ibérica, como os Suevos, Silingos, Alanos e os Visigodos. Estes últimos dominaram a região do Algarve até ao início do século VIII.
Com a subida ao trono de Rodrigo, último rei visigodo, alguns dos nobres não aceitaram que este fosse o legítimo sucessor, dando assim início a uma guerra civil. Estes nobres, liderados pelo Conde Julião, foram apoiados pelos muçulmanos que, em breve, dariam início à invasão da Península. Os cinco séculos seguintes são de domínio Árabe, em todo o Algarve. É deste periodo que se conhece o primeiro documento com o nome da cidade de Tavira com a grafia Tabila .
Reconquista de Tavira
No início do século XII, Tavira era considerada como uma pequena povoação mas, o facto ter já um castelo, dava-lhe assim uma certa importância. Em 1151 dá-se uma primeira revolta de Tavira à presença muçulmana, sendo o seu castelo cercado sem, no entanto, cederem à pressão das forças árabes. Mais tarde, em 1167, regista-se nova tentativa de desalojar os tavirenses do seu castelo.Em 1239, D. Paio Peres Correia conquista Tavira aos mouros. Cinco anos mais tarde, em 9 de Janeiro de 1244, D. Sancho II doa o Castelo de Tavira à Ordem de Santiago, da qual D. Paio era seu comendador, sendo esta doação confirmada pelo Papa Inocêncio IV, em 8 de Setembro de 1245.
Em 1266, Tavira recebe o seu primeiro foral, dado por D. Afonso III, em Agosto, que dá à cidade um acrescido desenvolvimento económico e social. A população moura é integrada na cidadela, dando origem à zona da mouraria. Anos depois, a 12 de Julho de 1269, Tavira recebe novo foral, dedicado aos mouros, que regulamentava os direitos e deveres destes.
Este século é um período de grande desenvolvimento comercial, nomeadamente ao nível do comércio externo, através do Porto de Tavira; e social, pois torna-se numa zona atractiva, tanto para as classes mais altas, como a nobreza e fidalguia, como para cidadãos mais modestos, constituídos por comerciantes, artífices, camponeses, pescadores, entre outros.
Prosperidade e grandeza
Século XIV
Vista aérea do Vila Galé Tavira. Foto: Divulgação |
Além de importância comercial, o Porto de Tavira servia de base naval para apoio à armada que combatia os ataques navais.
Em 1337, o rei de Castela, Afonso III, invade o Algarve, e cerca Tavira em, durante três dias. Neste período, as tropas invasoras vandalizam os armazéns que guardavam os cereais comercializados pelo Porto da vila. De acordo com a lenda, o cerco termina após Afonso III ter visto as figuras dos Sete Cavaleiros cristãos mortos pelos mouros numa emboscada.
O desenvolvimento de Tavira sofre o primeiro grande revés em 1343, quando a Peste negra a atinge. O porto de Tavira terá sido uma das principais portas de entrada, dado o seu grande movimento comercial e, consequentemente, de pessoas vindas das mais variadas origens.
Na segunda metade deste século, o principal factor económico relevante, foi a pesca da baleia, cuja importância já tinha sido reconhecida por D. Afonso IV, ainda antes da epidemia. O rei comprometeu-se a garantir o sal que era necessário para a conservação da carne de baleia.
Em visita a Tavira, no ano de 1359, o novo rei, D. Pedro I, constata, de novo, a importância da vila como grande centro comercial marítimo, tanto nacional, como estrangeiro. Tavira é o principal entreposto do território, factor que gera o aparecimento de uma classe burguesa comercial abastada.
No final do século XIV, Tavira era a região mais importante do Reino do Algarve. A economia era controlada pelos judeus, tendo os direitos destes sido reconhecidos por D. João I, em 15 de Outubro de 1386.
Século XV
O século XV é, para Tavira, o seu período mais grandioso e de prosperidade. Em 1415, o porto de Tavira é o ponto de partida da armada portuguesa para o Norte de África. Daqui partem, mais de 200 navios, e 45.000 homens. Após a conquista de Ceuta, a armada de D. João I regressa, e desembarca em Tavira.Economicamente, Tavira, e outras cidade do Algarve, efectuam intercâmbio comercial com outras cidades da Europa, sendo a principal Bruges. Exportava-se sal, peixe, vinho e frutos, e importava-se cereais, panos, manteiga, cavalos e estanho. A actividade piscatória era uma das mais importantes, destacando-se a pesca do atum, que duraria até ao século XX.
No campo político, Tavira recebeu a Corte de D. João II, que permaneceu cerca de três meses nesta cidade, decorria o verão de 1489. Esta decisão, de deslocar a Corte para o Algarve, teve a ver com os problemas que vinham ocorrendo nos territórios portugueses em África. Assim, o poder governativo estaria mais próximo dos acontecimentos.
Em 1498, nas Cortes de Lisboa, convocadas por D. Manuel I, Tavira ocupou o terceiro banco.
Século XVI
Tavira era, em 1527, o centro populacional mais destacado do Algarve, à frente de Lagos, Faro, Loulé ou Silves. Tavira apenas ficava atrás de Lisboa, Porto, Santarém e Elvas. A sua principal indústria era a armaria, com cerca de 10 oficinas, que tinham por objectivo a reparação de armaduras, lanças e espingardas, das tropas estacionadas em África. O comércio marítimo florescia, e recebia privilégios como forma de incentivo. Exemplo destes privilégios, é a dispensa do pagamento de direitos a tudo o que fosse comercializado para fornecer os navios do Estado, por D. João III. A importância comercial de Tavira foi confirmada em 1550, por carta de D. João III, datada de 10 de Março, em que era autorizada uma feira com a duração de 49 dias com início a 1 de Setembro de cada ano. Também D. Henrique I, em 1579, concedeu benefícios comerciais, aumentando o tempo de duração da feira anual, para três meses (Setembro, Outubro e Novembro).
Decadência e estagnação
Século XVI
Ainda assim, a cidade de Tavira, graças aos seu privilégios e recursos naturais, e económicos, conseguiu superar aquelas dificuladades. A pesca do atum continuava o seu forte desenvolvimento, e representava um dos pilares fundamentais da economia das populações de um nível social mais baixo. A frota que frequentava o porto de Tavira apenas ficava atrás da de Lisboa.
No entanto, o virar o século aponta para um decréscimo económico, social e demográfico, em grande medida causado pela oposição desta cidade à governação filipina, e às suas políticas. Acresce a ameaça dos próprios inimigos de Espanha, como os ingleses, que frequentemente atacavam o território algarvio. Em 1596, o concelho de Loulé e de Faro, é atacado pelas tropas de Francis Drake; e da Inquisição, que não só incomodava Filipe II, como preocupava a população algarvia, que se refugiava nas ordens religiosas, como meio de serem vistos como “bons cristãos”.
Em 1599, novo surto de peste invade Tavira, e duraria até 1602 A Câmara afirma, dez anos depois, que a cidade “parecia mais aldeia que cidade” (sic). A estrutura urbana estava decadente, e toda a população, mesmo a mais abastada, sofria as consequências de uma séria crise económica e social.
Século XVII
Em 1637, deu-se um dos principais movimentos de revolta, que teve origem nas populações rurais. Diversos habitantes de freguesias como Moncarapacho, Santo Estêvão e Santa Catarina da Fonte do Bispo, invadem a cidade de Tavira, juntando-se-lhes alguma população urbana, e atacam vários locais públicos como os cartórios. No entanto, a revolta foi desfeita pelas tropas castelhanas. Os anos seguintes foram de forte agitação social, até à Restauração de 1 de Dezembro de 1640. Por esta altura, o Algarve vivia uma situação de forte declínio económico e político. A Restauração vem trazer uma nova esperança ao país. Em 1641, D. João IV confirma todos os privilégios anteriormente concedidos a Tavira.
Em 1645, com o regresso de muita gente do Norte de África, principalmente de Tânger, nova epidemia de peste assolou a cidade de Tavira. Durou cerca de um ano, matando perto de 5.000 pessoas.
A acrescer a toda a instabilidade que se vivia por todo o território, a costa Algarvia era alvo de constantes ataques da pirataria moura. As defesas costeiras de Tavira tinham ficado ao abandono durante o reinado filipino, o que não permitia uma eficaz defesa contra aqueles ataques. O Forte de São João da Barra de Tavira (ou Forte de S. João Baptista), é acabado de construir em 1672, dois anos após o início da sua edificação.
Em 1661, com o casamento de D. Catarina, irmã de D. Afonso VI, com o rei de Inglaterra D. Carlos II, é feito um contrato nupcial em que, tanto Tânger como a Ilha de Bombaim, seriam cedidos à Inglaterra. Este facto irá desencadear um movimento populacional de larga escala, recebendo Tavira cerca de 600 pessoas, entre civis e militares. Se por um lado, a mão-de-obra aumentou, por outro lado, os problemas sociais também, devido à falta de alojamento e alimentação. Em termos demográficos, Tavira era a quinta cidade com mais população, contando-se cerca de 6.000 habitantes.
O abandono das possessões portuguesas em Marrocos, com o crescente interesse na Índia, e Brasil, nas últimas décadas, foram factos negativos para o desenvolvimento da cidade de Tavira, que viu a sua importância estratégica ser reduzida, com a consequente decadência económica e social.
O Renascer no século XVIII
As construções de natureza religiosa, e militar, prosperaram neste período, em que foram construídos a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, e Convento anexo; o Santuário da Ordem Terceira; a Ermida de Santa Rita; a Capela de São Sebastião; a Ermida de São João; a Capela de Nossa Senhora da Piedade. São também feitos melhoramentos, em várias edificações religiosas já existentes, como a construção do retábulo na Igreja de Nossa Senhora do Carmo; a torre da Igreja de Santiago; os painéis de azulejos da Igreja da Misericórdia. Em termos militares, é construído, em 1760, um Hospital Militar, e o Quartel da Atalaia, em 1795.
Quartel da Atalaia |
No sector económico, a política do marquês de Pombal, permitiu o desenvolvimento das salinas e, por alvará régio de 15 de Janeiro de 1773, é criada a Companhia Geral das Pescas do Reino do Algarve. Na indústria, é criada uma fábrica de tapeçarias de lã e seda, e é apoiada a plantação de amoreiras, para alimento do bicho-da-seda. Na serra algarvia era produzido um produto de tinturaria, designado por grã, kermes ou quermes, (ver Carmesim), que era exportado para o norte de África e sul de França.
Ao nível demográfico, Tavira tinha uma população de 12.000 habitantes, no final do século XVIII.
Do século XIX aos nossos dias
Ocupação francesa, regime absolutista e regime liberal
O início do século XIX é marcado, em Portugal, pelas invasões francesas. A ocupação do Algarve é feita por Faro, em finais de 1807. A ocupação trouxe as inevitáveis alterações de governo, extinguindo o posto de Governador ou Capitão General do Reino do Algarve, existente desde 1755. A revolta popular dá-se em Junho de 1808, espalhando-se pelo Algarve, desde Faro a Vila Real de Santo António, passando por Castro Marim e Tavira. Os invasores franceses acabam por abandonar o país.Até 1820, o país vive uma certa tranquilidade, até às sucessivas guerras civis, desde Revolução Liberal de 1820, até Guerra Civil Portuguesa (1828-1834), terminando com a paz com a Concessão de Évora Monte.
Tavira sofre, também, as consequências destas constantes alterações de governo. Em 1822, num regime liberal, é eleito o primeiro presidente da câmara, Sebastião Martins Mestre; com a tentativa de repor o Absolutismo, dá-se a Abrilada, sendo o cargo de presidente da câmara extinto, e reposto o de Juiz de Fora.
Embora de uma forma geral, a cidade de Tavira seguia o Absolutismo de D. Miguel, de tradição conservadora e religiosa, por várias vezes se verificaram levantamentos militares contra o seu governo. A influência miguelista em Tavira, tem o seu fim quando o barão de Sá da Bandeira, Comandante Militar do Reino do Algarve, entra na cidade. Em 1837, o Batalhão de Caçadores nº5, leal aos liberais, instala-se em Tavira, no Convento de Nossa Senhora da Graça.
Com o regime liberal, é extinto o cargo de Governador e Capitão General do Reino do Algarve, cujo palácio estava instalado em Tavira, e substituído pelo de Governador Civil de Faro. A divisão administrativa do Reino do Algarve, passa a designar-se por Distrito Administrativo do Algarve. As instituições religiosas são extintas, sendo as suas edificações ocupadas pelo novo governo liberal.
Desenvolvimento económico e social
Economicamente, a cidade assistiu a algum desenvolvimento, que passou pela actividade piscatória, nomeadamente pela pesca do atum, pela criação de armações e da Companhia de Pescas do Algarve. A construção do Mercado Municipal termina em 1887 (o mercado seria extinto em 1999)O século XIX é um período de desenvolvimento urbano e rural. São construídas escolas primárias, a primeira em 1838. O apoio social é reforçado com a criação da Associação de Socorros Mútuos Montepio Artístico Tavirense, em 1857; com a criação da Roda dos Expostos, destinada à protecção de crianças abandonadas; e com a construção de bairros sociais, nomeadamente o Bairro Jara.
Ao nível das obras públicas, a estrada que ligava Faro a Tavira e Vila Real de Santo António, é macadamizada, em 1862; em 1873, este processo é feito na estrada para Santo Estêvão; em 1875, é feita a estrada entre Cabanas de Tavira e a povoação de Conceição. O comboio chega a Tavira em 1905.
Da implantação da República ao Estado Novo
Tavira viveu os primeiros anos do novo regime de forma relativamente pacífica, acompanhando as várias mudanças governativas que se fizeram sentir neste período. No entanto, o mesmo não de passou com o regime saído da Revolução de 28 de Maio de 1926. Em Fevereiro de 1927, uma junta revolucionária ocupa a câmara municipal, mas sem o apoio do restante país, esta revolta não surtiu efeito.Durante o Estado Novo, foram construídas mais escolas, no seguimento da política educacional de Salazar, destacando-se a criação da Escola Técnica (1960), e a primeira Escola Preparatória (1968).
Em relação à perspectiva económica, são construídos três fábricas de conservas, e na década de 50, começa a sentir-se os primeiros sinais da indústria turística, actual fonte de entrada de divisas em Tavira.
Actualmente
Actualmente (2012) Tavira é uma cidade essencialmente turística. Os tempos da pesca do atum, terminaram em 1972, mas a indústria do sal aínda continua.Demografia
População do concelho de Tavira (1801 – 2011) | |||||||||
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1801 | 1849 | 1900 | 1930 | 1940 | 1960 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 |
10 557 | 14 162 | 25 392 | 27 786 | 28 920 | 27 798 | 24 615 | 24 857 | 24 997 | 26 167 |
- Evolução da População entre 1864 e 2011
- Evolução dos Grupos Etários (de 1981 a 2011)
Organização Administrativa
Presidente da Câmara
O actual presidente da Câmara Municipal de Tavira é o socialista Jorge Botelho, eleito em 2009.Está disponível uma lista dos presidentes da Câmara Municipal de Tavira desde 1835.
Freguesias
O concelho de Tavira está dividido em 6 freguesias:- Cachopo
- Conceição e Cabanas de Tavira (união de Conceição e Cabanas de Tavira)
- Luz de Tavira e Santo Estêvão (união de Luz de Tavira e Santo Estêvão)
- Santa Catarina da Fonte do Bispo
- Santa Luzia
- Tavira (união de Santa Maria e Santiago)
Geografia e clima
O relevo é plano no litoral e muito acidentado na região serrana, na qual alguns picos ultrapassam os 500 metros de altitude. O concelho é atravessado por diversos cursos de água, tais como o Rio Gilão (também conhecido como Rio Séqua, ou Ribeira da Asseca), a ribeira do Almargem ou o Rio Vascão. No concelho de Tavira as três sub-regiões naturais do Algarve estão bem demarcadas: o litoral, o barrocal e a serra.
O clima da região é temperado mediterrânico; de acordo com a classificação climática de Koppen, Tavira apresenta um clima temperado com um Inverno chuvoso e um Verão seco e quente (Csb). A temperatura média anual ronda os 18 °C, tal como no restante litoral e barrocal do sotavento algarvio. No mês de Agosto as temperaturas máximas rondam os 30 °C e as mínimas os 19 °C, ao passo que no mês de Janeiro as máximas rondam os 16 °C e as mínimas os 7 °C. Atendendo à normal climatológica 1961-1990, a cidade apresenta uma precipitação média anual de 576 mm, distribuída ao longo de cerca de 65 dias, concentrados essencialmente entre Outubro e Abril. A precipitação encontra-se essencialmente concentrada entre Outubro e Fevereiro, sendo Dezembro o mês mais chuvoso do ano, com cerca de 100 mm de precipitação média. Existem cinco meses secos, de Maio a Setembro. O Outono climatológico, regra geral, tem início em meados de Outubro. Durante o Outono e o Inverno são frequentes períodos curtos de precipitação intensa e trovoada, que alternam com dias amenos de céu limpo. As ondas de frio são raras e muito curtas, e ocorrem essencialmente no final de Dezembro ou no início de Janeiro: nos anos em que se verificam estes fenómenos meteorológicos, as mínimas podem se aproximar dos 0 °C. A última vez que ocorreu queda de neve na cidade foi em Fevereiro de 1954, mas na madrugada de 1 de Fevereiro de 2006 nevou na Serra do Caldeirão, na região de Cachopo. a Primavera climatológica pode ter início no final de Fevereiro, e é uma estação inconstante, podendo oscilar de ano para ano entre seca ou chuvosa. Na Serra do Caldeirão, a precipitação média anual supera os 800 mm, e existem apenas quatro meses secos (Maio supera os 30 mm); para além disso, a temperatura média anual é inferior ao litoral. Na região serrana os fenómenos convectivos podem ser frequentes na transição da Primavera para o Verão (Abril e Maio) e do Verão para o Outono (Setembro e Outubro).
A costa do concelho de Tavira possui algumas das mais belas praias do Algarve e de Portugal, todas elas incluídas no Parque Natural da Ria Formosa. O mar pode atingir temperaturas muito agradáveis durante o Verão e no início do Outono, as quais por podem rondar os 26 °C nos meses mais quentes. As praias do concelho são: Praia do Lacém, Praia de Cabanas de Tavira, Praia da Ilha de Tavira, Praia da Terra Estreita, Praia do Barril e Praia do Homem Nu.
A Ria Formosa ocupa todo o litoral do concelho, encontrando-se separada do mar por duas barras dunares: a Ilha de Cabanas e a Ilha de Tavira. Para além das ilhas-barreira, a ria integra um conjunto de canais, salinas e sapais.
A Serra de Santa Maria é a designação atribuída à Serra do Caldeirão no concelho de Tavira; existem vários picos arredondados acima dos 500 metros de altitude. Toda esta barreira montanhosa de baixa altitude impede a influência dos ventos frios de quadrante norte, e enfraquece as frentes chuvosas vindas de noroeste, ajudando assim a definir o clima do litoral algarvio. Para além disso, constitui uma barreira de condensação para as massas de ar húmido provenientes do Golfo de Cádiz.
Economia
O município de Tavira tem uma grande área de barrocal e serra, e as suas principais produções são, além da pesca e da aquicultura (zona da Ria Formosa, estando a actividade de produção de conservas de peixe praticamente extinta), a agricultura - com grandes extensões de pomares, e a exploração dos recursos da serra (mel e cortiça, por exemplo). A indústria turística localiza-se sobretudo no litoral, explorando as grandes extensões de praias do concelho, na Ilha de Tavira e na Ilha de Cabanas.Património
Entre o património edificado em Tavira destacam-se dois classificados como monumentos nacionais:- Igreja de Santa Maria do Castelo, (MN desde 1910)
- Castelo de Tavira (MN desde 1939)
Cultura
Biblioteca
A cidade de Tavira possui uma biblioteca pública designada por Biblioteca Álvaro de Campos, inaugurada a 24 de Junho de 2005. No edifício onde se encontra instalada, funcionava a antiga cadeia civil de Tavira.Cinema e teatro
Publicações
Lista com os jornais publicados na cidade de Tavira, entre 1883 e 2010, por ordem cronológica:
- Jornal de Anúncios (1883-1900)
- A Província do Algarve (1886-1887)
- O Combate (1887-1888)
- A Sentinela (1892-1896)
- Correio do Algarve (1897)
- O Reyno do Algarve (1899)
- O Heraldo (1901-1912)
- O Exército Português (1906-1920)
- O Berro (1909)
- O Povo do Algarve (1914-1917)
- Jornal de Anúncios (1921)
- A Folha Tavirense (1921-1922)
- O Séqua (1924-1925)
- O Gilão (1929-1930)
- Povo Algarvio (1929-1931)
- A Acção (1934)
- Povo Algarvio (1934-1975)
- O Tavira (1973-1980)
- Lestalgarve (1981-1985)
- Postal do Algalve (1987-) ainda a ser publicado
- Jornal do Sotavento (1995-2009)
Ginásio Clube de Tavira
O Ginásio Clube de Tavira é uma associação desportiva da cidade de Tavira, fundada em 19 de Outubro de 1928, por Abílio Encarnação, Renato Graça, Domingos, Soares, José Pereira Nolasco, Teodoro Norato, José Leiria, Mário Palma e J. Pinhol. Inicialmente designada por Tavira Ginásio Clube, a associação teve de alterar o seu nome para Ginásio Clube de Tavira, em 1946, em consequência no disposto numa lei de 1 de Agosto de 1945, que não permitia a utilização do nome da localidade em primeiro lugar.As primeira actividades do clube incluíam a ginástica, futebol, remo e ténis. Mais tarde seriam incluídos a natação, a vela, a pesca desportiva, hóquei em patins, patinagem, o futebol e o ciclismo. Será com o ciclismo que o clube alcançaria algumas conquistas, nomeadamente na Volta a Portugal em Bicicleta (1958-1988), e na Volta ao Estado de São Paulo de Ciclismo, onde venceu em 1964 e 1965, respectivamente com Jorge Corvo e Sérgio Páscoa.
Em 2009, apenas a secção de futebol continuava em actividade, na sua vertente de formação; o GCT atingiu a sua melhor posição em 1992 ao subir à 3.ª Divisão do campeonato nacional. Todas as restantes actividades foram terminando, nomeadamente por razões de ordem económica.
O Ginásio Clube de Tavira foi agraciado com a Medalha de Mérito Desportivo, Medalha de Ouro da Cidade de Tavira e foi distinguido como Clube de Utilidade Pública em 30 de Abril de 1982, no governo cujo Primeiro-ministro era Francisco Pinto Balsemão.
Clube de Ciclismo de Tavira
Em 2008, o ciclista galego David Blanco, ao serviço da equipa Palmeiras Resort Tavira, vence a 70.ª Volta a Portugal em Bicicleta dando, assim, a primeira vitória ao clube de Tavira.
Em 2009, foi atribuído o título de vencedor da Volta a Portugal, ao ciclista David Blanco da equipa Palmeiras Resort - Prio - Tavira, devido à desclassificação do inicial vencedor da prova, por ter acusado doping no final da prova. Assim, David Blanco passou a ser o segundo estrangeiro a vencer a principal corrida lusa (2006, 2008 e 2009).
Novamente em 2010, David Blanco volta a vencer a volta ao serviço da equipa Palmeiras Resort - Prio - Tavira. No ano seguinte, é a vez de Ricardo Mestre, da equipa Tavira-Prio, de ganhar a Volta; deste modo, a equipa de Tavira alcança a sua 4.ª vitória consecutiva.
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