A Agência Brasil acompanhará as discussões
Publicado em 10/08/2018 - 20:09
Por Agência Brasil* São Paulo
Por Agência Brasil* São Paulo
O movimento Todos Pela Educação,
organização suprapartidária e sem fins lucrativos, promove de hoje (10)
até a próxima quarta-feira (15) um debate sobre o ensino no Brasil,
focado na educação básica, com os candidatos à Presidência da República.
Por enquanto, quatro dos 13 confirmaram presença.
A série de diálogos, que conta com apoio do jornal Folha de S.Paulo,
teve início nesta sexta-feira, na capital paulista, com o candidato
Ciro Gomes (PDT). Na próxima segunda, será a vez da candidata Marina
Silva (Rede), depois do candidato a vice-presidente na chapa do PT,
Fernando Haddad (PT), na terça-feira (14).
O candidato à Presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin, participa dos
debates na quarta-feira (15). Os 13 candidatos foram convidados, segundo
a organização. A Agência Brasil acompanhará as discussões.
Sugestões
O movimento Todos Pela Educação apresentou aos candidatos um plano
com sete metas para quatro anos de mandato. A primeira meta é atenção
especial à primeira infância, que inclui não só acesso a creches, mas
direitos básicos como saúde, esporte e lazer. A segunda é a valorização
dos professores, com investimentos em formação e organização de uma
carreira, a fim de que os docentes se preparem para o desafio de elevar o
padrão da educação brasileira.
As metas três e quatro dizem respeito ao currículo escolar:
reformular o ensino fundamental (com foco na etapa do 6º ao 9° anos) e o
ensino médio, ampliando a educação em tempo integral e aprimorando a
grade curricular, bem como implementar a Base Nacional Comum Curricular
(BNCC).
A quinta meta propõe ainda aprimorar o processo de alfabetização para
superar dados oficiais que indicam que 55% das crianças ainda são
analfabetas ao final do 3º ano do primeiro ciclo do ensino fundamental.
A sexta proposta defende a atualização da gestão e da governança da
educação no país, com uma organização mais clara das competências da
União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, a partir da
implantação do Sistema Nacional de Educação. A sétima e última meta
trata do financiamento e prevê a mudança das regras atuais para que a
distribuição dos recursos federais contemple as regiões mais
necessitadas.
Propostas
Primeiro a participar da série de encontros, o candidato à
Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, criticou o sistema atual
de ensino, que, na sua opinião leva à chamada “decoreba” e listou as
medidas que considera essenciais para aperfeiçoar o sistema educacional
no país. “[O formato atual] faz com que a escola seja muito ‘careta’,
com pouca capacidade de reter, atrair o aluno, e isso vai se agravando
na proporção com que a idade sobe."
Para o candidato, é fundamental garantir proteção integral à criança,
com assistência médica e odontológica, lazer e socialização, assim como
dar atenção ao ensino fundamental. Segundo ele, a meta é construir
creches para o atendimento de crianças em tempo integral. Para a
construção, será necessário criar um fundo de recursos para apoio
federal aos municípios.
"Por ano nascem, 3 milhões de bebês. Em 20 anos, serão 60 milhões, e
nós estaremos obrigados a expandir a atenção maternoinfantil,
especialmente na creche. O Brasil tem um apelo de 2,7 mil vagas para
ensino infantil. Minha meta é objetiva, quero abrir 50% das vagas
necessárias."
Ciro Gomes também afirmou que pretende reajustar os valores pagos aos
professores, elevar o número de mulheres em funções públicas e unificar
a base curricular. Segundo ele, a definição desta base curricular
unificada deve envolver docentes e estudantes. Ele afirmou que Fortaleza
e o estado do Ceará tiveram experiências bem-sucedidas a partir de
equipes formadas por, pelo menos, 50% de mulheres.
O candidato acrescentou ainda que o piso nacional da educação é um
avanço, mas não é suficiente. Ciro Gomes disse que, se eleito, pretende
revogar a Emenda à Constituição nº 95 que limita por 20 anos os gastos
públicos. De acordo com ele, a limitação impede ganhos reais, a expansão
do ensino infantil, do ensino médio e “mais gravemente” a evolução para
o ensino em período integral.
*Com informações de Flávia Albuquerque, de São Paulo.
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