Na Ilha da Madeira Jerónimo de Sousa diz que as eleições servem para eleger deputados e não “falsos primeiros-ministros”
Ilha da Madeira, 22/03/19
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou hoje, na Madeira, que as eleições servem para eleger deputados e não "falsos primeiros-ministros" e garantiu que os comunistas estão empenhados em desmontar esta "mentira imensa".
"Não há nenhuma lei, não há
nenhumas eleições para primeiro-ministro nem para o representante do
governo da Região Autónoma da Madeira", disse, durante um
jantar-convívio comemorativo dos 98 anos do PCP, que reuniu cerca de 700
militantes e simpatizantes num restaurante no concelho da Ribeira
Brava, zona oeste da ilha.
Jerónimo de Sousa afirmou que os
comunistas "não querem ilusões", vincando que o que "prevalece" e o que
"vale" são "os deputados que se elegem e não falsos primeiros-ministros
que não existem e que procuram, no essencial, a bipolarização,
confundindo os portugueses".
"Há quatro anos desmontámos, com a
nossa iniciativa [apoio parlamentar ao executivo do PS], essa mentira
imensa que quer transformar as eleições que servem para eleger deputados
em eleições para primeiro-ministro ou, como aqui na Madeira, para
presidente do Governo Regional", reforçou.
O secretário-geral do
PCP alertou, também, para as eleições europeias, agendadas para maio,
considerando que estão a "lançar fumo", fazendo crer que na Madeira o
que conta é ter deputados da região, quando a eleição é nacional e os
deputados são nacionais.
O candidato da CDU/Madeira, Ricardo Lume,
é o 11.º na lista da coligação ao Parlamento Europeu, mas Jerónimo de
Sousa vincou que os três representantes comunistas que passaram pela
instituição europeia fizeram mais pela região autónoma do que a "meia
dúzia de deputados do PS e do PSD que lá estão".
Jerónimo de Sousa disse, por outro lado, que não houve medida
positiva nos últimos quatro anos que não tenha tido a intervenção dos
comunistas e da CDU, vincando que muitas vezes isso aconteceu "vencendo a
resistência e a oposição do Governo do PS", que acusou de estar
comprometido com os "interesses do grande capital".
Ainda que o
executivo socialista de António Costa conte com o apoio parlamentar do
PCP, bem como do Bloco de Esquerda e de Os Verdes, Jerónimo de Sousa
considerou que "todos os que querem ver o país avançar devem dar mais
força à CDU".
"É esta a opção fundamental: reforçar a CDU(Coligação democrática Unitária) para
avançar até onde é preciso, em vez de andar para trás, seja pela mão do
PS(Partido Sociaista) ou do PSD(Partido Social Democrático) e CDS",(Partido Social Democrático) afirmou, sublinhando a necessidade de serem eleitos
mais deputados para "assegurar que o que foi conquistado não será
retirado" e também para "abrir perspetivas para uma política
alternativa".
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