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Como parte do esforço para internacionalizar o yuan, China tem testado sua moeda digital em plataformas de negociação de moeda em todo o mundo, onde pode ser negociada livremente com outras moedas fiduciárias.
A China pretende ser uma superpotência na tecnologia de blockchain, e sua moeda virtual, o yuan digital, faz parte desse plano. Para tanto, a China tem testado discretamente plataformas-piloto de negociação de moeda digital em diferentes países, bem como estabelecendo uma estrutura legal para Moeda Digitail do Banco Central (CBDC, na sigla em inglês) com reguladores financeiros globais.
"Você tem moedas digitais do Banco Central desenvolvidas em várias plataformas, como blockchain empresarial Corda ou Hyperledger, e o yuan digital tecnicamente nem está em uma blockchain. Esse é um ecossistema muito balcanizado", afirma Michael Sung, codiretor do Centro de Pesquisa Fintech da Universidade de Fudan, em Xangai, China, em artigo no portal CoinDesk.
Especialistas argumentam que para que o yuan digital alcance a adoção global, a China precisa trabalhar com parceiros comerciais ou centros financeiros regionais. Isso ajudará a ter uma plataforma em que o yuan digital seja técnica, legal e financeiramente interoperável com as moedas digitais de outros países.
Projeto Note
Uma dessas plataformas é Inthanon-LionRock (Note), que é um projeto de moeda digital do Banco Central chinês para pagamentos transfronteiriços iniciado pela Autoridade Monetária de Hong Kong e o Banco da Tailândia.
"Oito bancos tailandeses e dois bancos de Hong Kong, incluindo o HSBC, participaram do projeto Note e testaram a viabilidade de transações em moeda digital entre a Tailândia e Hong Kong. O projeto visa ajudar os bancos centrais com transferências de fundos internacionais, liquidação de comércio internacional e transações no mercado de capitais", comenta Michael.
Tavni Ratna, CEO e fundador da blockchain e do think tank de moeda digital Policy 4.0, considera o projeto Note emblemático da abordagem da China para internacionalizar o yuan digital. "A China pode querer negociar com um banco central de cada vez e criar um mecanismo para tudo, desde uma estrutura legal até a taxa de câmbio entre as duas moedas", afirma Tavni.
A China tem expandido continuamente os testes de sua moeda digital, oficialmente conhecida como Moeda Eletrônica Digital de Pagamento (DCEP, na sigla em inglês). O governo chinês afirmou que o yuan digital poderia estar disponível já em 2021, em preparação para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022.
O yuan digital tem o potencial de "transformar o comércio internacional devido à sua capacidade de processar pagamentos e lidar com transações de câmbio simultaneamente", conclui Michael.
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