Bolsonaro 'pode ter passado do limite em palavras, mas não em ações', garante Paulo Guedes


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Brasil

Ministro da Economia afirmou que o Bolsonaro tem tentado "o máximo que pode" se manter "dentro das quatro linhas". Na quinta-feira (9), Bolsonaro divulgou nota afirmando que nunca teve "intenção de agredir quaisquer dos poderes".

O ministro Economia, Paulo Guedes, afirmou a investidores internacionais nesta sexta-feira (10) que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pode ter passado dos limites em palavras, mas não em ações, e destacou a solidez da democracia brasileira.

"Atores, especificamente o presidente, podem ter ultrapassado os limites em palavras, mas não em ações. Mas a coisa é: e os atos? O presidente nunca mandou prender ninguém, nunca transgrediu nada no campo fiscal. O presidente está tentando muito, o máximo que ele pode, para ficar dentro das quatro linhas", afirmou Guedes durante evento virtual do banco Credit Suisse, citado pelo jornal O Globo.

O ministro da Economia tentou explicar a situação do país e ressaltou o potencial brasileiro para crescer, mas é preciso apaziguar os ânimos.

O presidente Jair Bolsonaro participa da cúpula do Mercosul ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes
© Foto / Marcos Corrêa/Divulgação/Presidência da República
O presidente Jair Bolsonaro participa da cúpula do Mercosul ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes

"Minha confiança na democracia brasileira é que toda hora que um ator passa de seu território, outro ator aparece e coloca os transgressores de volta em suas quatro linhas […]. Nós somos seres humanos, cometemos erros. Algumas vezes ultrapassamos nossos territórios. Mas o importante é que estamos evoluindo as instituições. Elas melhoram a todo momento. Toda vez que alguém transpassa, outra instituição aparece e a demarcação de territórios corrige os dois lados", afirmou.

Bolsonaro 'morde e assopra'

A crise institucional entre os Poderes atingiu seu ápice durante os atos do 7 de setembro. O presidente Jair Bolsonaro fez discursos com fortes críticas ao Judiciário, sobretudo ao Supremo Tribunal Federal (STF). O principal alvo das críticas foi o ministro Alexandre de Moraes, relator de inquéritos contra o presidente e seus aliados. Bolsonaro afirmou que descumpriria decisões de Moraes, a quem chamou de canalha.

Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) faz discurso durante manifestação em seu apoio em São Paulo, em 7 de setembro de 2021
© AFP 2021 / PAULO LOPES
Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) faz discurso durante manifestação em seu apoio em São Paulo, em 7 de setembro de 2021
Na quinta-feira (9), Bolsonaro divulgou um texto intitulado "Declaração à Nação" no qual afirma que nunca teve "intenção de agredir quaisquer dos poderes". Na nota, o presidente afirma que a crise institucional ocorre por "discordâncias" em relação a decisões de Alexandre de Moraes, e acrescenta que essas questões "devem ser resolvidas por medidas judiciais que serão tomadas de forma a assegurar a observância dos direitos e garantias fundamentais previsto no Art 5º da Constituição Federal".

"Sempre estive disposto a manter diálogo permanente com os demais poderes pela manutenção da harmonia e independência entre eles", finalizou.

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