Vale se preocupa mais com lucro dos acionistas do que fiscalizar Barragens, diz engenheiro
Para
Olímpio Alves dos Santos, presidente do Sindicato dos Engenheiros no
Estado do Rio de Janeiro, a tragédia ocorrida em Brumadinho poderia ter
sido evitada se tivesse sido feito um monitoramento permanente pela
companhia Vale do Rio Doce e pelos órgãos dos governos.
"Eu acho que é uma falha da fiscalização, mas é
também uma cumplicidade das autoridades em relação a isso. Só isso
explica o que pode ter causado os acidentes", afirmou à ele à agência de notícias Sputnik Brasil.
Olímpio Alves dos Santos vai ainda mais longe e diz que, a partir do momento em que foi privatizada, a Vale deixou de atender aos interesses da população para atender somente aos interesses de grupos financeiros.
"A Vale do Rio Doce está muito preocupada em
obter lucro para os seus acionistas e não está fazendo o trabalho
adequado para fiscalizar as barragens. O objetivo não é a segurança,
nem a atividade econômica de exploração, mas sim a obtenção rápida do maior lucro possível. ", comentou ele.
O presidente do Sindicato dos Engenheiros do Rio de Janeiro acredita que há um lobby entre as empresas e o poder público para "obter fortes lucros e impedir a fiscalização".
"Parece que é isso que aconteceu: a compra de laudos para atestar que a barragem está boa, dois engenheiros atestaram que a barragem estava adequada", comentou.
Dados da Agência Nacional de Mineração (ANM), divulgados na última quarta-feira (30), mostram que o Brasil tem hoje quase 200 barragens de mineração com potencial de dano considerado alto, mesma classificação da barragem 1 da mineradora Vale no Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG).
A privatização da Vale do Rio Doce aconteceu em maio de 1997 sob o governo de Fernando Henrique Cardoso.
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