Venezuela
Militares leais a Maduro tentam conter as investidas colombianas em Táchira
Sobre a ponte internacional Las Tienditas, que divide os dois países, circulam drones e helicópteros durante todo o dia
"Não quero armas aqui", brada um dos coroneis venezuelanos, quando um opositor do lado colombiano se aproxima. Era um porta-voz, supostamente enviado para diálogar com os militares. O cumprimento foi cordial. O porta-voz reiterou a intenção de entrar em território venezuelano com "ajuda humanitária" – o que é encarado pelos chavistas como um "cavalo de Troia" para abrir caminho para intervenção estadunidense e derubar o governo do presidente eleito Nicolás Maduro. "O general Bernal disse que se isso ocorrer haverá um derramamento de sangue. Somos irmãos. Não façam isso". O colombiano apenas ouviu e se afastou.
Horas antes, a Colômbia havia enviado um "explorador", vestido com um colete branco com a identificação da Organização dos Estados Americanos (OEA), para "reconhecer o terreno". O enviado se aproximou da grade de proteção que delimita fronteira entre os dois países. Uma jornalista do canal estatal venezuelano Telesur pergunta: "O que pretendem fazer?". Ao que o homem de colete responde, com desdém: "Vocês sabem".
Ainda no sábado, opositores venezuelanos tomaram o aeroporto da cidade, no estado de Táchira, mas os militares bolivarianos recuperaram o controle. Em todo o estado, próximo à Colômbia, manifestantes contrários a Maduro têm fechado rodovias: sequestraram três ônibus públicos e queimaram um.
No centro do povoado de Ureña, a poucos quilômetros da ponte Las Tienditas, seguem os protestos contra Maduro. Militares foram acionados e tentam controlar a zona. Na localidade de San Antonio, um militar teve o rosto queimado durante o manifestação de opositores.
Na ponte Simón Bolívar, em outro ponto da fronteira, mais um ônibus foi incendiado no final da tarde. A oposição atribui a queima dos dois veículos aos militares pró-Maduro. Vídeos que circulam na internet mostram ação violenta de colombianos e opositores de Maduro mascarados, que tentam cruzar a ponte e entrar na Venezuela a qualquer custo.
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