China e países lusófonos têm muito potencial de cooperação em áreas emergentes, diz ex-secretário-geral do Fórum de Macau




Por Wu Hao, correspondente da Xinhua

Beijing, 31 out (Xinhua) -- A cooperação econômica e comercial entre a China e os países lusófonos alcançou novas conquistas apesar do protecionismo comercial e do unilateralismo e ainda há muito potencial de cooperação nas áreas emergentes, disse à Xinhua o ex-secretário-geral do Fórum para a Cooperação Econômica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau), Wang Cheng'an.

Apesar das incertezas que o protecionismo comercial e o unilateralismo trazem para a economia mundial, o valor total das importações e exportações entre a China e os países lusófonos cresceu 25% em 2018, a US$ 150 bilhões, de acordo com a administração aduaneira chinesa.

Desde 2009, a China tem sido o maior parceiro comercial do Brasil, ou seja, há dez anos consecutivos. É também o maior parceiro comercial na Ásia para Portugal e Cabo Verde. Em 2018, o valor das importações e exportações de mercadorias entre a China e Moçambique, Brasil, Angola, Guiné-Bissau, Portugal aumentou 35,68%, 26,59%, 24,21%, 9,97% e 7,27%, respectivamente.

"O protecionismo e o unilateralismo não impediram a cooperação econômica e comercial entre a China e os países lusófonos", disse Wang. "A China e os países lusófonos trabalharão mais estreitamente para aproveitar as oportunidades e enfrentar os desafios."

Segundo Wang, os países lusófonos, com uma população de 280 milhões de pessoas, têm um enorme potencial de desenvolvimento. A China estabeleceu parcerias estratégicas com todos eles, e nos últimos anos, sob a orientação da Iniciativa do Cinturão e Rota, a cooperação multilateral e bilateral entre a China e os países lusófonos alcançou grandes resultados e salvaguardou a pedra angular do multilateralismo.

Além das áreas tradicionais como infraestrutura e produtos agrícolas, a China e os países lusófonos têm um enorme potencial de cooperação em áreas emergentes, como comércio eletrônico e tecnologia de comunicação, disse Wang.

Segundo Wang, a China está desenvolvendo serviços internacionais de correio expresso com os países lusófonos, que têm muito espaço no comércio eletrônico. O Brasil possui o maior mercado de comércio eletrônico na América Latina, o que dá dinamismo ao crescimento econômico do país. As compras online em Cabo Verde representam 40% do volume postal do país. Outros países, como Angola, Moçambique e Timor-Leste, estão aprimorando os serviços de correio internacional, encomendas postais e encomendas registradas.

Quanto à área da tecnologia de comunicações, a Huawei está presente no mercado dos países lusófonos e assinou um contrato com a Altice, a maior operadora de telefonia de Portugal, para fornecer equipamentos e software para redes comerciais 5G. O governo brasileiro, por sua vez, disse que não impedirá a Huawei de operar a rede de 5G no país. Existe uma grande margem de cooperação entre a China e os países lusófonos nesta área.

Fundado em 2003, o Fórum de Macau é uma plataforma importante que liga a China e o mundo lusófono e tem desempenhado um papel significativo nos intercâmbios econômicos e comerciais entre os dois lados.

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