270 anos da presença Açoriana em Santa Catarina Autor: Sérgio Luiz Ferreira ( Museu Etnográfico Casa dos Açores - Biguaçu)
Durante o período das Grandes Navegações e da ocupação da América, o Sul do Brasil era um território que não se sabia ao certo a quem pertencia, a Portugal ou à Espanha. Tudo porque o famoso Tratado de Tordesilhas, firmado entre Portugal e Espanha em 1494 e que, hoje sabemos, passaria ao Norte pela Ilha de Marajó e ao Sul pela cidade de Laguna, em Santa Catarina, nunca fora estabelecido de fato. Dessa forma, vamos ver espanhóis e, sobretudo, portugueses tentando avançar o quanto pudessem pelo sertão adentro.
Até meados do século XVII, poucas foram as tentativas de povoamento do Sul do Brasil. No século XVIII, as divergências entre Portugal e Espanha acerca da soberania sobre as terras da América chegaram ao seu auge, culminando no Tratado de Madrid, de 1750, calcado no princípio do “Uti possidetis”, ou seja, a Coroa que ocupa efetivamente a terra, através de seus súditos, tem direito a ela.
A ocupação dos paulistas ou vicentistas, como eram chamados, era muito fraca. Algumas centenas de pessoas espalhavam-se pelo litoral catarinense. Em 1739, a Coroa portuguesa criou a Capitania de Santa Catarina, desmembrando-a de São Paulo. Foi seu primeiro governador, o Brigadeiro José da Silva Paes que, de imediato, começou a construir as fortalezas da Ilha de Santa Catarina (Anhatomirim, Ponta Grossa e Ilha de Ratones). Silva Paes trabalhara nos Açores e sabia das dificuldades que aquela população enfrentava para se manter no arquipélago.
Entre 1747 e 1753, embarcaram cerca de 6 mil homens, mulheres e crianças no Porto de Angra, na Ilha Terceira com destino a Santa Catarina. Foram 14 viagens, realizadas por 6 navios diferentes. Cerca de 280 pessoas morreram na travessia.
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