30 jun 2020 10:27
Economia
- TAP
O ministro das Infraestruturas, Pedro Nunes dos Santos, disse hoje que se os privados não aceitarem as condições do Estado para um empréstimo de até 1.200 milhões de euros, a TAP terá de ser nacionalizada.
“Se
o privado não aceitar as condições do Estado português, nós teremos de
intervencionar a empresa, nacionalizar a empresa, sim, ou quer que nós
deixemos a empresa cair?”, respondeu o ministro das Infraestruturas e da
Habitação, Pedro Nuno Santos, perante os deputados da comissão de
Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, na Assembleia da
República.
"A proposta que o Estado fez neste momento foi
chumbada no Conselho de Administração" confirmou o ministro, pouco
depois de o semanário 'Expresso' ter
avançado que a administração da Atlantic Gateway, empresa detida por
David Neeleman e Humberto Pedrosa e que controla 45% da TAP,
inviabilizou a aprovação do empréstimo do Estado à companhia aérea. O
que, segundo o semanário, levou à rutura com o Governo e voltou a
colocar em força cenário da nacionalização da TAP.
Nessa
reunião do Conselho de Administração, órgão liderado por Miguel
Frasquilho, a proposta do Estado teve "os votos a favor dos
administradores do Estado e as abstenções do privado, o que resultou no
seu chumbo", adiantou o governante. Para ser aprovada, a proposta teria
de ter maioria qualificada no Conselho de Administração, composto por 12
elementos – seis do Estado e seis do privado.
Miguel Frasquilho |
"Precisávamos de oito votos a favor para passar e ela foi chumbada, presumo que por isso apareceu um conjunto diverso de notícias", afirmou.
Caso
essa proposta não seja aceite pelo sócio privado, Pedro Nuno Santos
garantiu hoje que o Estado fará "uma intervenção mais assertiva na
empresa".
"Não cederemos na negociação com o privado. Não lhe chamamos braço de
ferro, chamamos defesa intransigente e firme do interesse nacional.
Estamos preparados para tudo, o Governo não vai ceder nas suas condições
e estamos preparados para intervencionar e salvar a empresa", declarou.
A líder bloquista(Bloco de Esquerda) apelou ao Governo para não atrasar as decisões sobre a TAP
/ BC
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A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, afirmou hoje, em Viana do Castelo, que a TAP “deve ser nacionalizada” se for necessário injetar dinheiro na empresa.
Não podemos estar a injetar dinheiro para premiar acionistas privados que têm estado a destruir verdadeiramente a TAP”, referiu.
Considerando que foi “um enorme erro” privatizar a TAP,
Catarina Martins sublinhou que a eventual nacionalização deve ser
acompanhada de um programa estratégico , que assegure que a
transportadora aérea serve “efetivamente” Portugal, a sua população e a
sua economia.
A
líder bloquista apelou ao Governo para não atrasar as decisões sobre a
TAP, alertando que “enquanto o processo se arrasta, os acionistas
privados têm vindo a tomar decisões muito preocupantes”, como
despedimento de trabalhadores e a venda de parte da empresa.
Estamos muito preocupados com o prolongar deste processo. O Governo não pode atrasar decisões, que aliás estão a ser tomadas por toda a Europa, para permitir que continuam a existir companhias bandeira na aviação”, disse ainda.
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