Neste tempo de pandemia em que o separatismo atinge sua escala mais elevada, a consciência humana tem que refletir para uma nova realidade. Por conta de um separatismo antigo, acrescido agora pelo coronavírus, estamos todos separados parados e amedrontados. O separatismo sempre existiu, mas as sociedades comandadas por minorias hipócritas e egoístas a serviço do grande capital sempre souberam disfarçá-lo! Agora, porém, inesperadamente uma sociedade que corria e trabalhava sem tempo de respirar e sem saber para quem trabalhava está parada, oferecendo-nos uma oportunidade de pensar num outro modelo social onde as maiorias também participem da distribuição da renda por elas produzida, pois mesmo nos países mais industrializados, essa desigualdade se faz presente. Parece uma parada estratégica ou até mesmo Divina, pois as pessoas corriam e trabalhavam e viviam na pobreza sem sequer ter tempo para curtir seus familiares!
Mas que tem isto a ver com Camões?
Ora, por mais que esse mesmo separatismo tente desunir os povos, vai chegar o momento em que estes se revelarão, como já está acontecendo agora nas matrizes do mesmo, como é o caso dos EUA e da Inglaterra. E como vai acontecer em Portugal e no Brasil quando estes se conscientizarem da importância de sua cultura comum, formada por grandes acontecimentos históricos conforme Camões descreve em sua célebre obra "Os Lusíadas", mas até hoje minimizada e ridicularizada por esse vírus separatista que nos ataca há mais de 200 anos, o vírus da revolução industrial.
Aí sim, resgatando nossa raiz e nossa identidade, quem sabe, esse velho e novo separatismo não nos deixarão em paz e o Brasil lusófilo se torne a potência da justiça da paz e do amor que o mundo tanto precisa, pois trata-se de uma cultura humanista, integracionista e universalista que sabe conviver e respeitar as diferenças étnicas e culturais dos povos que habitam nosso Planeta. E o Brasil é bem um exemplo disso, pois aqui convivem minorias, que apesar de conviverem em permanentes conflitos sangrentos em seus países, como é o caso de Palestinos e israelenses, aqui vivem em perfeita harmonia entre si, dando grande contribuição ao desenvolvimento do Brasil. Poderia citar outros exemplos de separatismo a nível mundial como EUA, Europa, etc.
Enfim, a lusofilia é a raiz desta frondosa árvore chamada Brasil que une e protege tantas etnias diferentes e neste momento de reflexão precisamos muito dela! O separatismo provocado pelo coronavírus será erradicado pela ciência médica e poderá ter sido um sinal divino para repensarmos nossa passagem por este Planeta tão rico e tão lindo. O separatismo provocado pelos homens será erradicado pelo conhecimento de suas culturas e o florescer de uma sociedade
mais justa e humana Então vamos pensar nisso? Vamos conhecer as nossas raízes?
Vida de Luís Vaz de Camões
Camões nasceu em 1524, foi notável em sua época e continua sendo. Escreveu várias obras, a mais famosa “Os Lusíadas”, poema épico que narra os grandes feitos dos portugueses nos mares nunca antes navegados
O
local de nascimento de Luís Vaz de Camões é incerto, acredita-se que
tenha sido em Lisboa, em 1524. Também não se tem certeza onde Camões
estudou, mas em razão de sua erudição, é certo que teve uma excelente
formação.
Camões teve uma vida bastante conturbada. Boêmio, teve muitas musas inspiradoras, entretanto,
nenhuma se ligou oficialmente. Serviu Portugal no norte da África, onde foi
ferido e perdeu o olho direito em batalha. Em 1550, já estava de volta a
Portugal, mas, em 1552, foi preso por ter agredido um oficial do rei.
Sua “liberdade” veio em 1553, entretanto, não pôde ficar em Portugal,
sendo exilado por 17 anos.
Em 1570,
após a morte de D. João III, Camões voltou a Portugal. Durante o exílio,
o poeta esteve nas colônias portuguesas da África e da Ásia e usou esse
momento para produzir. Por isso, quando retornou, sua célebre obra “Os
Lusíadas” já estava concluída e, em 1572, foi publicada pela primeira
vez.
“Os Lusíadas” é um poema épico
(que narra fatos heroicos) que foi dedicado a D. Sebastião, rei de
Portugal, e narra os grandes feitos do povo português em suas navegações
e guerras. Em gratidão, D. Sebastião concedeu uma pensão de 15 mil réis
ao poeta.
Camões, sem dúvidas, foi o grande nome do Classicismo
Português, suas obras são de grande valor literário. Compostas por
peças teatrais, poesias líricas e épicas, além de, é claro, sua
obra-prima, o soneto (14 versos com 10 sílabas, as duas primeiras
estrofes com quatro versos e as duas últimas com três).
O
poeta faleceu muito pobre, em Lisboa, no ano de 1580. Entretanto, sua
obra segue inspirando poetas, músicos, cineastas. Acompanhe o poema lírico “Amor é fogo que arde sem ver” que foi publicado em 1595 e fala de um dos temas mais ricos da lírica camoniana, o amor.
“Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?”
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?”
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