LUSOFILIA VACINA CONTRA A LUSO FOBIA

 
 
 Luís de Camões – Wikipédia, a enciclopédia livre
 
 
Este 10 de junho bem que poderia bem que poderia ser um dia de reflexão sobre a vida deste poeta nacionalista e universalista que tão bem soube representar em seus versos os feitos heroicos dos lusitanos;

Poucos autores como Luís de Camões têm resistido tanto ao desgaste do tempo. A prova está à vista, na própria linguagem quotidiana dos portugueses. Abre-se um jornal, escuta-se um noticiário radiofónico e lá surge uma expressão camoniana, com a marca inconfundível do seu autor.

Quando dizemos "mudam-se os tempos, mudam-se as vontades" ou "amor é fogo que arde sem se ver", estamos (mesmo sem saber) a prestar homenagem ao mais célebre dos nossos poetas, falecido a 10 de Junho de 1580 - data que se tornou Dia Nacional . Trata-se, em qualquer dos casos, de primeiros versos de sonetos de Camões que resistiram incólumes à erosão do tempo e à sucessão de modas. Como observou Jacinto do Prado Coelho, "Camões foi um intérprete incomparável da portugalidade".

Mas é sobretudo através da sua épica que Camões continua ainda hoje a enriquecer o património linguístico português, com uma surpreendente actualidade. Mesmo quem nunca leu Os Lusíadas faz constantes citações do nosso mais célebre poema épico.

 

Que bom seria para nós luso brasileiros e de outras procedências e etnias  , se pudéssemos preferir Camões e sua cultura como paradigma  de nossas vidas em vez de ficarmos aí imitando padrões culturais que nada têm a ver com a mesma! Já imitamos franceses, ingleses e agora americanos do norte. E nessa fobia de transfusão cultural, o separatismo estrangeiro só tem avançado sem resistência e provocado entre nós este complexo de inferioridade em relação a outras culturas, que nos impede de assumir o papel de liderança mundial a que temos direito, tanto no apaziguamento de conflitos estrangeiros como no nosso desenvolvimento social. 

Um separatismo persistente que nos acompanha desde 1500 até aos dias atuais e que tem como estratégia principal o combate às nossas raízes lusófilas. Nos primeiros 200 anos de colonização até à morte de D. Sebastião em Quibir no norte da África, Homens como Estácio de Sá, Mem de Sá. Felipe Camarão, Arariboia, Nóbrega, Anchieta, Pedro Teixeira e tantos outros heróis luso brasileiros, embora com grande sacrifício e perda de vidas, combateram e derrotaram este separatismo. 

Daí em diante, o império calvinista com apoio dos cristãos novos, voltou e nossa lusofilia está novamente ameaçada! Agora, sem esses heróis do passado, só nos resta contar com a  queda desse império da guerra  e do mal que é o império "Ocidental" e contar com a velha amizade sino/portuguesa do império "Oriental" a quem o nosso poeta maior por razões materiais e sentimentais esteve sempre ligado, para restaurar novamente nossa cultura/comum, a lusofilia, cultura universalista, humanista e vacina anti separatista. 

Que, lá onde estiverem, Camões e sua Dinamene, olhem, não só por esta comunidade lusófila, mas por todos os oprimidos e injustiçados  do mundo, tal como ele, foi em seu tempo! 

 

De Camões para Dinamene

A musa aparece em sonetos, no que ficou conhecido como "ciclo de Dinamene"



divulgação
COLUNISTA PROFESSOR FERNANDO BANDINI

Luís Vaz de Camões é o maior poeta da língua portuguesa, reconhecido por seus pares. Gigantes como Antero de Quental, Bocage, Drummond e Bandeira tratam-no como o maior de todos. E na obra do autor de "Os Lusíadas" há uma série de poemas dedicados à Dinaneme, a quem o poeta "não deixara nunca de querer". A musa aparece em sonetos, no que ficou conhecido como "ciclo de Dinamene". O nome origina-se de personagem da mitologia greco-latina.Dinamene era uma ninfa do mar, uma das cem nereidas, as filhas de Nereu. O Mister Catra da mitologia clássica teve essa centena de filhascom Dóris.

Quanto à musa de Camões, não se sabe sua verdadeira identidade. Seria uma namorada chinesa que o poeta, então trabalhando para o governo português na China, queria levar para Portugal. Tal namorada teria morrido num naufrágio no mar, ao sul do território chinês. Reza a lenda, tão fantasiosa quanto estapafúrdia, que o poeta preferiu salvar manuscritos de sua epopeia a salvar a namorada. Imagine um náufrago, em meio à tempestade marítima, agarrando-se a um tijolão de papel. Afundariam ambos. E "salvar" como? Embalando os manuscritos em plástico impermeável, inexistente na época? Inventar causos inverossímeis é tradição de nossa espécie. O que se sabe mesmo é que Camões escapou de tal acidente e compôs versos a respeito da separação amorosa: "Ah, minha Dinamene, assim deixaste/ quem não deixara nunca de querer-te?/Ah, ninfa minha, já não posso ver-te/, tão asinha esta vida desprezaste"

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