Poucos autores como Luís de Camões têm resistido tanto ao desgaste do tempo. A prova está à vista, na própria linguagem quotidiana dos portugueses. Abre-se um jornal, escuta-se um noticiário radiofónico e lá surge uma expressão camoniana, com a marca inconfundível do seu autor.
Quando dizemos "mudam-se os tempos, mudam-se as vontades" ou "amor é fogo que arde sem se ver", estamos (mesmo sem saber) a prestar homenagem ao mais célebre dos nossos poetas, falecido a 10 de Junho de 1580 - data que se tornou Dia Nacional . Trata-se, em qualquer dos casos, de primeiros versos de sonetos de Camões que resistiram incólumes à erosão do tempo e à sucessão de modas. Como observou Jacinto do Prado Coelho, "Camões foi um intérprete incomparável da portugalidade".
Mas é sobretudo através da sua épica que Camões continua ainda hoje a enriquecer o património linguístico português, com uma surpreendente actualidade. Mesmo quem nunca leu Os Lusíadas faz constantes citações do nosso mais célebre poema épico.
Que bom seria para nós luso brasileiros e de outras procedências e etnias , se pudéssemos preferir Camões e sua cultura como paradigma de nossas vidas em vez de ficarmos aí imitando padrões culturais que nada têm a ver com a mesma! Já imitamos franceses, ingleses e agora americanos do norte. E nessa fobia de transfusão cultural, o separatismo estrangeiro só tem avançado sem resistência e provocado entre nós este complexo de inferioridade em relação a outras culturas, que nos impede de assumir o papel de liderança mundial a que temos direito, tanto no apaziguamento de conflitos estrangeiros como no nosso desenvolvimento social.
Um separatismo persistente que nos acompanha desde 1500 até aos dias atuais e que tem como estratégia principal o combate às nossas raízes lusófilas. Nos primeiros 200 anos de colonização até à morte de D. Sebastião em Quibir no norte da África, Homens como Estácio de Sá, Mem de Sá. Felipe Camarão, Arariboia, Nóbrega, Anchieta, Pedro Teixeira e tantos outros heróis luso brasileiros, embora com grande sacrifício e perda de vidas, combateram e derrotaram este separatismo.
Daí em diante, o império calvinista com apoio dos cristãos novos, voltou e nossa lusofilia está novamente ameaçada! Agora, sem esses heróis do passado, só nos resta contar com a queda desse império da guerra e do mal que é o império "Ocidental" e contar com a velha amizade sino/portuguesa do império "Oriental" a quem o nosso poeta maior por razões materiais e sentimentais esteve sempre ligado, para restaurar novamente nossa cultura/comum, a lusofilia, cultura universalista, humanista e vacina anti separatista.
Que, lá onde estiverem, Camões e sua Dinamene, olhem, não só por esta comunidade lusófila, mas por todos os oprimidos e injustiçados do mundo, tal como ele, foi em seu tempo!
Luís Vaz de Camões é o maior poeta da língua portuguesa, reconhecido por seus pares. Gigantes como Antero de Quental, Bocage, Drummond e Bandeira tratam-no como o maior de todos. E na obra do autor de "Os Lusíadas" há uma série de poemas dedicados à Dinaneme, a quem o poeta "não deixara nunca de querer". A musa aparece em sonetos, no que ficou conhecido como "ciclo de Dinamene". O nome origina-se de personagem da mitologia greco-latina.Dinamene era uma ninfa do mar, uma das cem nereidas, as filhas de Nereu. O Mister Catra da mitologia clássica teve essa centena de filhascom Dóris.
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