Batalha do Vimeiro
Antecedentes
O
Exército de Observação da Gironda atravessou a Espanha e entrou em
Portugal no dia 17 de Novembro de 1807, acompanhado por três divisões
espanholas. No dia 30 daquele mês, pelas 09h30, Junot
entrava em Lisboa com cerca de 1500 homens, esgotados da violenta
marcha que acabavam de fazer. O grosso do exército chegou nos dias
seguintes em condições igualmente deploráveis. Não só não houve
resistência à invasão como também houve a preocupação das autoridades,
seguindo as diretivas reais, não hostilizarem o invasor.
Junot estava a trabalhar para Napoleão Bonaparte (Imperador de França).
Quando eclodiu a revolta em Espanha (2 de Maio de 1808), a posição de
Junot tornou-se difícil de sustentar, porque nas tropas espanholas que o
tinham acompanhado surgiam indícios de simpatia pela revolta. Em Junho e
Julho de 1808, as revoltas surgiram também em Portugal. Elas levaram à
decisão de enviar um contingente britânico. Após terem sido coordenados
os apoios necessários com a Junta Provisional do Governo Supremo do Reino, que se formara no Porto, uma força expedicionária britânica iniciou o seu desembarque em Lavos,
a sul da Figueira da Foz, no dia 1 de agosto. O comando da força era da
responsabilidade do tenente-general Sir Arthur Wellesley. Das forças de
Bernardim Freire de Andrade,
que comandava um corpo de tropas portuguesas vindo do norte em direção à
Península de Lisboa, juntaram-se aos britânicos 2592 homens, que
formaram o Destacamento Português, sob o comando do tenente-coronel Nicholas Trant.
Informado do desembarque, Junot enviou o general Delaborde, no dia 6
de agosto, com uma força relativamente pequena, com a missão de observar
e, se possível, impedir o avanço inimigo. Em consequência, travou-se o Combate da Roliça,
no dia 17 de agosto, a sul de Óbidos. Os aliados obrigaram os franceses
a retirar, mas estes cumpriram a sua missão, pois deram a Junot o tempo
necessário para organizar as suas unidades.
Após o Combate da Roliça, Wellesley dirigiu as suas forças para a região do Vimeiro,
com a finalidade de proteger o desembarque das brigadas comandadas
pelos brigadeiros-generais Anstruther e Acland. No dia 19, ele tinha
ocupado as posições à volta daquela povoação. A 7.ª Brigada tinha
desembarcado no dia 19, mas a 8.ª Brigada, no dia 21, só tinha
desembarcado metade das tropas. Junot tinha as suas forças concentradas
em Torres Vedras. No dia 20, ao fim da tarde, ele dirigiu-se ao encontro
das forças anglo-lusas. Pela meia noite, já se ouvia o rumor provocado
pelos carros e cavalos, no Vimeiro.
O campo de batalha
A povoação do Vimeiro situa-se na margem direita do Rio Alcabrichel,
a 14 km a noroeste de Torres Vedras no distrito de Lisboa e a 8 km a sul da Lourinhã. No sudeste da povoação, existe uma colina que foi ocupada pelas brigadas de
Anstruther e Fane. Hoje existe nessa colina um monumento comemorativo
do centenário da batalha, mandado erguer pelo rei Dom Manuel II.
O Rio Alcabrichel corre de sul para norte; a seguir ao Vimeiro, curva
em direção ao mar (oeste). O seu percurso, pouco antes de chegar ao
Vimeiro, marca um vale com ladeiras íngremes na margem esquerda. Nesta,
entre o Vimeiro e o mar, forma-se uma linha de alturas, de onde se pode
dominar o vale do Maceira e as praias junto à sua foz.
A norte do Vimeiro, entre ravinas difíceis de transpor, situa-se uma
oura linha de alturas, por onde se atinge, em estradas secundárias,
Ventosa, Santa Bárbara, Casal Novo, Lourinhã. A primeira daquelas
povoações marca a posição norte posteriormente ocupada pelas brigadas de
Ferguson, Nightingale e Bowes.
As forças em presença
As forças anglo-lusas
O
exército de Wellesley estava organizado em brigadas e apresentava um
efetivo de 18 878 homens, dos quais 2100 eram portugueses. A sua
estrutura era a seguinte:
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