12 Outubro de 2018 | 19h55 - Actualizado em 12 Outubro de 2018 | 19h55  
Seitas religiosas semeiam divisão nas famílias - diz docente
Luanda - O fenómeno da proliferação de seitas preocupa a sociedade, uma vez que muitas destas organizações religiosas semeiam a divisão, ao invés da união nas famílias, para além de fazerem promessas irrealistas, enganando os pacatos seguidores desatentos, disse nesta sexta-feira, em Luanda, o docente universitário Hermenegildo Mateus
Segundo
 o responsável, que falava no acto de encerramento da conferência sobre 
“A Problemática do Fenómeno Religioso em Angola”, realizado pelo 
Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social 
(MAPTSS), que decorreu de quinta-feira a sexta-feira, essas seitas 
prometem milagres, a todo o custo, que nunca são realizados, o que pode 
levar a desmotivação dos próprios devotos.
“Deus criou o homem à 
sua semelhança e deu-lhe a inteligência para se poder desenvolver. Não 
podemos esperar que o pão caia do céu, daí que temos que trabalhar e 
usar esta inteligência para o desenvolver o nosso país, a exemplo de 
outras regiões”, aconselhou.
Para o Bispo da Igreja Tocoista, Dom
 Afonso Nunes, a maior preocupação reside no facto de muitos dos 
seguidores de seitas religiosas apresentarem comportamentos e 
ensinamentos que ferem a dignidade moral, cívica e cultural da região.
Apontou
 a vizinha República Democrática do Congo (RDC) e o Brasil, como o 
“grande viveiro” de seitas religiosas que emigram para Angola, com 
intuito de enganar as populações e enriquecer-se ilicitamente.
“Eles
 têm um  carisma no modo de apresentar o evangelho, que os faz 
conquistar facilmente as pessoas inocentes, extorquindo o seu dinheiro, 
para posteriormente emigrarem para Europa em países como a França e 
Bélgica”, enfatizou.
Por outro lado, o membro do Instituto de 
Informação e Segurança de Angola, Mukondua Miguel, disse que “isto é que
 nós condenamos, enganar as populações, naquela simplicidade de humilde,
 para obterem lucros próprios.
Para si, isto é condenável  e 
espera que o Estado, dentro do espírito da liberdade religiosa, tenha 
efectivamente o controlo para que mandem fechar todas aquelas seitas que
 estão contra o homem e o desenvolvimento da Nação.
Angola conta 
com 84 confissões religiosas reconhecidas, mas estima-se  também a 
existência de 1.206 denominações religiosas  que não estão registadas, 
nem reconhecidas como tal.
O Executivo angolano extinguiu as 
plataformas ecuménicas no país, numa medida que visa normalizar o 
exercício da liberdade da religião, crença e culto previsto na 
Constituição da República.
Tal determinação vem expressa no 
Decreto Executivo Conjunto 01/2018, dos Ministérios do Interior, da 
Administração do Território e Reforma do Estado, da Justiça e Direitos 
Humanos e da Cultura, que revoga a circular Nº 228/15, de 25 de Junho, 
do ministro da Justiça, sobre as plataformas ecuménicas.
Participaram do encontro, representantes de departamentos Ministeriais, líderes religiosos e membros da sociedade civil.
 
 
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