Homenagem de Aloízio mercadante ao herói desconhecido Pedro Teixeira


9 de dezembro de 2009

Sessão especial do Senado em homenagem para comemorar os 370 anos da expedição amazônica de Pedro Teixeira, desbravador português, considerado o “conquistador da Amazônia”
Autor do requerimento para a realização da Sessão Especial: Senador Aloizio Mercadante (PT-SP), líder do PT e do Bloco de Apoio ao Governo no Senado e vice-presidente do Parlamento do Mercosul apresentou um Projeto Lei que inclui o nome de Pedro Teixeira no Livro dos Heróis da Pátria que está localizado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves. No projeto de lei,

Mercadante destaca que o Brasil é um país de grandes referências históricas e tem, na realidade, muitos heróis desconhecidos ou pouco conhecidos. Um deles, talvez o maior é Pedro Teixeira.
Foto: Waldemir Barreto
Foto: Waldemir Barreto
Segundo o senador petista, poucos brasileiros conhecem Pedro Teixeira e sua importância para formação histórico-geográfica do nosso país. “Infelizmente, o nome de Pedro Teixeira não consta do Livro dos Heróis da Pátria, o famoso ‘Livro de Aço’ que repousa no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves. Seu nome não consta sequer ainda da extensa lista de candidatos a figurar no livro. Parece um nome condenado ao esquecimento. Uma figura histórica sem grande valor”.
Entretanto – destaca Mercadante – Pedro Teixeira merece o reconhecimento de todos os brasileiros. Vindo de Cantanhede, pequena cidade ao norte de Coimbra, esse intrépido militar português destacou-se logo nestas paragens na luta contra os franceses, ingleses e holandeses que ameaçavam o domínio português no Baixo Amazonas. Participou, ainda na condição de alferes, da fundação de Belém do Pará, que abriu as portas do Rio Amazonas para os portugueses, e construiu, com o auxílio de índios tupinambás, uma estrada para ligar Belém ao Maranhão.

Argumenta no projeto de lei, Mercadante que o que deu grande vulto histórico a Pedro Teixeira foi seu protagonismo numa das maiores façanhas sertanistas que o Brasil conheceu.

“Referimo-nos à sua extraordinária expedição pelo Amazonas. Com 47 grandes canoas, 70 soldados e 1.200 índios flecheiros, a expedição de Pedro Teixeira partiu de Gurupá, perto de Belém, em outubro de 1637. Enfrentando dificuldades quase intransponíveis, subiu, remando contra a corrente, os rios Amazonas e Negro e, inacreditavelmente, chegou, já em lombo de mula, até a cidade de Quito, atual capital do Equador.

Na viagem de volta, a expedição de Pedro Teixeira fundou a cidade de Franciscana, para servir de baliza aos domínios das casas de Portugal e Espanha. Em 12 de dezembro de 1639, mais de dois anos depois de iniciada, a expedição chegava ao seu fim no porto de Belém”, conta Mercadante em seu projeto.

O senador paulista diz ainda que “os objetivos desse monumental esforço de exploração foram tomar posse das terras em nome de Portugal e estabelecer Belém como rota de escoamento das mercadorias que saíam do Peru para a Espanha pelo Pacífico. Embora à época a península ibérica estivesse unida sob uma só Coroa, as administrações portuguesa e espanhola funcionavam autonomamente e Pedro Teixeira fazia questão de tomar posse das terras em nome de Portugal”.

Essa façanha hercúlea foi descrita no livro “Novo Descobrimento do Grande Rio Amazonas”, lançado em Madri, em 1641. As autoridades espanholas, no entanto, mandaram imediatamente queimar todos os exemplares da obra, pois ela dava sustentáculo às reivindicações territoriais de Portugal na Amazônia, para além do que dispunha o Tratado de Tordesilhas.

E continua Aloizio Mercadante:
“esse exemplo extraordinário de dedicação e heroísmo ficou indelevelmente gravado na história da Amazônia e na história do Brasil. Graças a ele, Portugal pôde reivindicar exitosamente a posse de vastas terras na Amazônia, que seriam reconhecidas definitivamente como domínio português pelo Tratado de Madrid (1750). Terras que hoje estão no mapa do Brasil. Nesse tratado, todo o nosso atual território amazônico, à exceção do Acre, ficou consagrado sob domínio de Portugal como a Província do Grão-Pará.

De fato, se hoje temos o 5º maior território do mundo, devemos isso a homens com o Pedro Teixeira, que se aventuraram por mundos desconhecidos e se atreveram a desafiar os limites do possível. Se hoje temos a posse de grande parte da Amazônia, devemos isso especificamente a Pedro Teixeira.

Assim, a contribuição de Pedro Teixeira ao longo e difícil processo de constituição e afirmação da nossa soberania territorial foi decisiva e deve ser celebrada por portugueses e brasileiros. A ele devemos quase metade do nosso território atual.

Afinal, hoje, quando celebramos a irreversível ascensão internacional do Brasil, temos o dever de lembrar de heróis pouco cantados como Pedro Teixeira, que contribuíram para tornar o nosso país literalmente grande.
Por conseguinte, conclamamos os nossos pares a acolher este importante projeto que resgata a memória desse verdadeiro e esquecido grande herói luso-brasileiro”, conclui Aloizio Mercadante.

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