Portugal é o quarto país da União Europeia (UE) onde os custos com o trabalho - um indicador
onde também são contabilizados os salários - menos subiram. Segundo
dados do Eurostat, o gabinete de estatística da UE, entre março e junho
deste ano, os encargos com vencimentos no País cresceram apenas 1,2%
face ao mesmo período do ano anterior.
Atrás de Portugal, só três países apresentam um pior desempenho: o
Luxemburgo teve a menor subida da UE, com os custos por hora trabalhada a
aumentarem 0,6%; seguem-se-lhe a Espanha, com um acréscimo de 0,7%, e a
Holanda, onde este indicador cresceu 0,9%. A comparação é sempre feita
em termos homólogos.
O indicador usado pelo gabinete de estatística europeu é composto por
duas componentes: de um lado é contabilizada a evolução dos salários dos
trabalhadores e, do outro lado, a componente não salarial, onde se
incluem por exemplo os descontos das empresas para a Segurança Social.
No que toca a Portugal, os salários cresceram 1,4% no segundo trimestre
deste ano, valor que também ele fica na parte de baixo da tabela dos
acréscimos de vencimento registrados nos 28 países da UE. Na Irlanda, por
exemplo, essa variável cresceu 3,3% e na Grécia aumentou 3,4%. Já
quanto à componente não salarial, Portugal registrou um acréscimo de 2,1%
de março a junho. Aliás, essa foi a parcela que mais pesou no aumento
dos custos de trabalho no País. O que significa que, na prática, o
aumento dos salários em pouco contribuiu para o crescimento do indicador
salarial de Portugal no seio dos 28 países europeus.
Olhando para os primeiros três meses deste ano, os números foram ainda
piores: o custo do trabalho reduziu-se em 1,3%, sobretudo porque a
componente salarial do indicador caiu, também ela, 13%. Portugal foi,
aliás, o único País em que tal ocorreu, mostram os dados divulgados pelo
Eurostat.
Por setores, a nível europeu, a indústria viu os custos laborais
aumentarem 2,2%, a construção registrou um acréscimo de 2,7% e os
serviços 2,5%.
PORMENORES
Média europeia
Os custos por hora trabalhada entre os 28 países da UE cresceram 2,2% no
segundo trimestre, face ao período homólogo de 2017.
No que toca à zona
Euro, o acréscimo é de 2,6%.
Efeito da mexida nos escalões de IRS só se vai sentir em 2019
A introdução de dois novos escalões de IRS, em 2018, terá sobretudo
efeitos na entrega do IRS do próximo ano, altura em que serão feitos os
acertos face à tributação mensal de cada agregado. Assim, na prática, os
salários pouco ganharam com o alívio fiscal.
Salário de 21 mil euros fica pela metade
Um estudo do Instituto Molinari mostra que um salário bruto anual de 21
mil euros em Portugal acaba, depois de impostos e descontos, quase pela
metade: 12 mil euros líquidos.
Mais de 4 mil euros são a parte que o empregador paga à Segurança Social.
Mais de 4 mil euros são a parte que o empregador paga à Segurança Social.
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