3 'armas' econômicas que China pode usar na guerra comercial com EUA
CC0 / Pixabay
Economia
A China dispõe de poderosas ferramentas econômicas que poderia usar na sua batalha comercial com os EUA, opina a jornalista Katherine Greifeld.
A China dispõe de poderosas ferramentas econômicas que poderia usar na sua batalha comercial com os EUA, opina a jornalista Katherine Greifeld.
Entretanto,
em vez de impor tarifas sobre importações americanas, Pequim poderia
usar outras medidas que escalariam a tensão entre os dois países, revela
a jornalista Katherine Greifeld em seu artigo para a Bloomberg.
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AFP 2019 / STR
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Desvalorização do yuan
Para Greifeld, Pequim poderia desvalorizar sua moeda nacional para
reduzir o impacto do aumento das tarifas de Washington. Em 2018, a
divisa chinesa se desvalorizou 5,5% em relação ao dólar, provocando a
ira de Trump e as especulações que a China poderia ter desvalorizado sua
moeda deliberadamente.
Entretanto, a economista-chefe da UBS Group AG, Tao Wang, considera
que é pouco provável que a China vá usar essa ferramenta,
particularmente se se levar em conta a dolorosa experiência de 2015,
quando a desvalorização do yuan provocou uma fuga de capitais.
"A China não gosta das fugas provocadas por ela
mesma como resultado da desvalorização, porque costumam diminuir a
confiança doméstica. Além disso, a desvalorização registrada em 2018
irritou a administração de Trump e levou ao aumento das tarifas
aduaneiras [dos EUA]", explicou Wang.
Como resultado, o tema ligado às divisas se converteu em um ponto
focal nas negociações comerciais entre ambos os países, revelou à
Bloomberg uma fonte familiarizada com o assunto.
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AP Photo / Michael Probst
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Venda de títulos do Tesouro dos EUA
Atualmente a China, sendo o maior detentor de títulos da dívida
pública dos EUA, possui títulos no valor de 1,1 bilhão de dólares (R$
4,4 bilhões). Greifeld opina, que esses ativos poderiam se converter em
uma arma poderosa se Pequim decidisse vendê-los. Por exemplo, em 2018 o
mercado sofreu um "terremoto" quando os funcionários chineses
recomendaram desacelerar ou parar a compra de títulos do Tesouro
estadunidenses.
Contudo, o analista Hussainy,Ed Al- da empresa financeira Columbia
Threadneedle Investments, considera que realmente a China não tem outro
ativo adequado para suas reservas internacionais, que alcançam 3,1
bilhões de dólares (R$ 12,3 bilhões). Além disso, se a China vender seus
títulos do Tesouro dos EUA, esse passo poderia causar a queda dos
preços, entre outras consequências, revelou a autora do artigo.
Atualmente a China é o maior comprador das sementes de soja dos EUA.
Pequim já impôs tarifas de 25% sobre as importações desse produto de
produção estadunidense.
Segundo Greifeld, a soja é cultivada principalmente nos estados do
centro-oeste, que compõem a base eleitoral de Donald Trump. Esta é a
razão pela qual o destino das exportações de soja dos EUA é muito
importante para o presidente dos EUA.
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