PEDRO OSÓRIO





Pedro Osório
(Porto, 17 de julho de 1939 - Lisboa, 5 de janeiro de 2012) foi um maestro português, orquestrador, chefe de orquestra, diretor musical, compositor, que fez parte de grupos como Quinteto Académico e Trio Barroco.

Trabalhou com vários artistas do panorama nacional, nomeadamente Sérgio Godinho, Fernando Tordo, Carlos do Carmo, Carlos Paredes, Rui Veloso, Carlos Mendes, Herman José, Lúcia Moniz ou Xutos e Pontapés.

Biografia

Pedro Vaz Osório nasceu na cidade do Porto, onde estudou Música e Engenharia Mecânica.

O “Conjunto de Pedro Osório” tocava em bailes quase todos os fins-de-semana em final dos anos 50, princípio dos 60. Em 1966 foi lançado o último EP do Conjunto de Pedro Osório e decidiu rumar a Lisboa para se juntar à segunda formação do Quinteto Académico com Pedro Osório no piano, Jean Sarbib no baixo, Carlos Carvalho na guitarra, Zé Manel no sax-barítono e Adrien Ransy na bateria.

Conheceu Luís Villas-Boas em 1966 após o regresso de Angola, onde cumpriu "dois anos, três meses e vinte e cinco dias" de comissão. Tentava retomar o curso de Engenharia. No último ano do curso (1967) decide-se pela carreira de músico profissional.

Depois dos conjuntos pop-rock (Conjunto Pedro Osório e Quinteto Académico) passa a dedicar-se à orquestração e direção de orquestra.

Em 1968 forma o Trio Barroco com Jean Sarbib e Luís Villas-Boas.

Juntamente com Carlos Alberto Moniz funda em 1974 o Grupo Outubro, que lançam três discos. É também editado o disco "Self-made-man" do projecto SARL (SARL - Sociedade Artística e Recreativa Lusitana) de Pedro Osório, Samuel e Carlos Alberto Moniz.

O Grupo In-Clave, com Fernando Tordo e Tonicha, e arranjos e direção de Pedro Osório, lança um single cujo lado A é “Portugal Ressuscitado”, poema de José Carlos Ary dos Santos para música de Pedro Osório. Uma produção da Sassetti - 1974 - onde foi colaborador durante vários anos.

Representou Portugal no Festival da Eurovisão, como chefe de orquestra, em 1975 com o tema "Madrugada" cantado por Duarte Mendes, e em 1984 com "Silêncio e Tanta Gente", cantado por Maria Guinot). Como autor, participou em 1968 com a canção "Verão", cantada por Carlos Mendes e em 1996 com "O Meu Coração Não Tem Cor", interpretada por Lúcia Moniz, tendo esta última ficado em 6º lugar, a melhor classificação de sempre para uma canção portuguesa; O Pedro Osório S.A.R.L. fica em 3º lugar no Festival RTP da Canção de 1979 com "Uma Canção Comercial". Com "Self-Made-Man" dos S.A.R.L. regressa ao Festival RTP da Canção, em 1980. Em 1982 "Quero Ser Feliz Agora" dos S.A.R.L fica em 4ºlugar no Festival RTP da Canção.

Como autor de música para cinema e teatro ganhou, em 1982, o prémio da crítica com a música que compôs para a peça "BAAL" de Bertholt Brecht.

1989 é o ano do projeto "Só Nós Três", com os cantores Paulo de Carvalho, Fernando Tordo e Carlos Mendes. "Vim para o Fado e Fiquei" foi outro dos seus projetos.

Em 1993 junta Lena d'Água, Rita Guerra e Helena Vieira para o grande espectáculo "As Canções do Século", que foi gravado ao vivo no Casino do Estoril. Pedro Osório foi o criador dos arranjos e dirigiu a orquestra. A digressão desse espetáculo durou vários anos. Em 1994 recebeu o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.

"QUATRO CAMINHOS" é outro dos projetos de Pedro Osório, com Paulo de Carvalho, Rita Guerra, Maria João e Carlos do Carmo, e foi apresentado em 1996. Representou Portugal no Festival da Eurovisão em 1996 como autor da canção "O Meu Coração Não Tem Cor" interpretada por Lúcia Moniz, que conseguiu a melhor classificação de sempre da representação portuguesa naquele festival.

Escreve obras de música sinfónica tendo algumas sido executadas em público.

Foi também diretor musical e autor musical de shows musicais como "Novas Descobertas" e "POPera", no Casino do Estoril e o show "Quatro Caminhos" no Casino de Espinho (com Paulo de Carvalho, Maria João e Carlos do Carmo). Foi autor musical de grande número de outros shows do Casino do Estoril.

Em 1998, concebeu o espectáculo intitulado "Da Gama", tendo como subtítulo "Concerto para 6 Músicos, 2 Cantores e 1 Computador", em que participaram os cantores Paulo de Carvalho e Rita Guerra. Em 1999 foi o responsável por outro espectáculo musical que consistiu na interpretação pop de várias árias de óperas conhecidas. Nele participaram os cantores Helena Vieira, Beto e Rita Guerra.

Foi dirigente do Sindicato Nacional dos Músicos, participou na organização do 1º Congresso Nacional dos Músicos em 2003 e entre 2003 e Janeiro de 2011 foi membro da administração da SPA - Sociedade Portuguesa de Autores.

Em 2010 lançou o livro "Memórias Irrisórias com Algumas Glórias - 50 anos de Música", numa edição da Câmara Municipal de Oeiras.

Em outubro de 2011 publicou o disco Cantos da Babilónia, a partir de músicas étnicas de todo o mundo.

Foi-lhe atribuida pela Ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, a Medalha de Mérito Cultural, em Fevereiro de 2011. Em 25 de Abril do mesmo ano, foi-lhe atribuida pelo Presidente da República Aníbal Cavaco Silva a comenda da Ordem da Liberdade.

Morreu a 5 de janeiro de 2012 em Lisboa, no Hospital de São Francisco Xavier.

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