O BRASIL DE HOJE SE PARECE EM MUITO COM AQUELE BRASIL DISTANTE DE NÓBREGA

Jorge Pedroso Lima O Brasil de hoje se parece em tudo com aquele Brasil dos primeiros séculos, quando nossos irmãos luso brasileiros, apoiados por 350 fortes votaram pra correr os calvinistas franceses, holandeses, ingleses e toda aquela pirataria que queria destruir nossas raízes católicas e tomar nossas riquezas. Agora os calvinistas tomaram o nosso Brasil de novo, mas, tenho muita fé em Deus que aquele famoso grito de Nóbrega naquele distante dia de 20 de janeiro de 1567 ali em plena praça XV de Novembro está para ser ouvido de novo! "Ó Deus fazei com que esta Terra continue sempre católica e lusitana!!!". Só tenho dúvida quem repetirá este grito no Brasil contra a pirataria de hoje?! Mas, pelo andar dos acontecimentos mundiais, esse nacionalista e histórico grito deve ser dado por algum desses líderes trabalhistas hoje perseguidos por esses monstros entreguistas representantes do grande capital estrangeiro. Para mais detalhes acessem nosso cclbdobrasil.blogspot.com.br, se aproximando agora de 1.000. 000 de páginas acesssadas......E viva o Brasil..........................
JPL

CONHEÇA UM POUCO DA VIDA DO AUTOR DO GRITO DESESPERADO DA PRAÇA XV EM 1567 AO VER O SEU BRASIL TOMADO DE NORTE A SUL





MANOEL DA NÓBREGA

FUNDADOR DE SÃO PAULO

São Paulo 450 anos

23/01/2004 19:20
Desde a vinda de Pedro Álvares Cabral, a Coroa Portuguesa se preocupou em colonizar o Brasil, mas somente 30 anos depois teve início efetivamente a conquista territorial, com a implantação das capitanias hereditárias. A partir de 1549, quando é determinada a vinda de um governador geral, diretamente subordinado ao rei de Portugal, finalmente o Brasil começa a ser povoado de modo mais sistemático. E assim vieram os primeiros jesuítas, chefiados pelo Padre Manoel de Nóbrega, como missionários para catequizar os indígenas e trazer a palavra da Igreja para os portugueses residentes na colônia. Em homenagem aos 450 anos de fundação do Colégio de São Paulo de Piratininga, que marcou o início da grande metrópole de São Paulo, apresentamos a biografia dos participantes desse fato histórico.

Manoel da Nóbrega

Foi o Padre Manoel da Nóbrega, o único e verdadeiro fundador da cidade de São Paulo, sendo o responsável pela criação da Aldeia de Piratininga em 29-8-1553 e pela instalação em 25-1-1554 do Colégio dos Jesuítas. Sua determinação conseguiu preservar a povoação e torna-la Vila, com a instalação da Câmara Municipal e do Pelourinho em 1560. Sem dúvida nenhuma, foi o primeiro bandeirante em terras brasileiras. Homem de visão, com sua coragem ajudou a desbravar e colonizar o interior. Estabeleceu os primeiros colégios, ajudando a ensinar não só os filhos dos portugueses como também os curumins a ler e escrever; além de ser o grande defensor dos indígenas. Por diversas vezes solicitou aos reis de Portugal que ajudassem o Brasil, pois sempre acreditou no futuro dessa grande nação.



Nascido em Sanfins - Portugal em 18-10-1517, e falecido em 18-10-1570, no Rio de Janeiro.

Padre jesuíta, Manoel da Nóbrega cursou humanidades na Universidade de Salamanca, na Espanha, e doutorou-se em Direito Canônico e em Filosofia pela Universidade de Coimbra em Portugal em 14-6-1541. Já tinha então ordens de presbítero e fez oposições a uma colegiatura no mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, em 1542. Repelido pela injustiça e pelo patronato, desgostou-se por tal forma, que decidiu ingressar em 21-11-1544, na Companhia de Jesus, em Coimbra, ordem criada em 1540 pelo Padre Inácio de Loyola, posteriormente Santo.

Dois anos depois após sua iniciação, foi nomeado "Procurador dos Pobres", cargo especialmente criado. Fez as peregrinações de Salamanca e Santiago de Compostela e pregações rurais pelas regiões da Beira e do Minho, onde reconciliou até inimigos e ensinou a doutrina cristã ao povo e aos meninos. Pregava descalço por não possuir sapatos e sobrevivia com a ajuda de esmolas que pedia.

Posteriormente, examinou o processo jurídico da anexação ao recém fundado Colégio de Coimbra de bens eclesiásticos, que a Santa Fé e o Rei houveram por bem lhe conceder, e exercitou os ministérios próprios da Companhia como diretor de almas. Houve-se nas suas diversas ocupações com tanta caridade, inteligência, tino prático, dedicação e zelo, que ao tratar-se de fundar a Missão do Brasil, o seu nome se apresentou como capaz de tão grande empreendimento e em 1549, veio na comitiva de Tomé de Sousa, primeiro Governador-Geral, chefiando o primeiro grupo de religiosos, encarregados na catequese dos indígenas, ajudando Tomé de Sousa na construção da primeira capital do Brasil, Salvador

Sua missão prolongou-se por mais de vinte anos a estruturar essa obra e a da unidade brasileira. Foi o primeiro que se insurgiu contra o cativeiro dos indígenas e a escravatura africana. Solicitou aos seus superiores o envio de Portugal de órfãos e mulheres para povoarem e casarem no Brasil. Permaneceu algum tempo na Bahia, onde ajudou a fundar a cidade de Salvador em 29-3-1549, e celebrou sua primeira missa no novo continente.

Logo na sua chegada travou contanto com Diogo Álvares, o "Caramuru", que muito contribuiu com os Jesuítas e se tornou seu amigo fiel. Começou logo os seus trabalhos, criando uma igreja, sendo o vigário interino, além de pregador dos portugueses e, sobretudo tratando da conversão dos indígenas, tarefa a que se entregou com muita dedicação, coragem e bom êxito. Ele e os seus companheiros arrancaram muitas vezes, arriscando a própria vida, das mãos de antropófagos os prisioneiros que eles iam sacrificar. Alcançaram por fim um inacreditável prestígio, multiplicando-se as conversões a ponto de poder fundar um colégio, que teria em poucos meses 200 estudantes, onde educava os meninos brancos e mamelucos, além dos curumins, que aprendiam a ler e escrever.

Sua preocupação com o seu trabalho envolvia até o sustento dos religiosos e dos meninos, e assim comprou doze vacas. Nóbrega, em cartas de 1549 aos seus irmãos Jesuítas em Coimbra, afirmava: "A terra do Brasil dá esperanças de muito fruto, mas faltam operários" e também da "Grandeza, clima, fertilidade e abundância do Brasil". Em fins de 1549 seguiu com o Irmão Diogo Jácome para a sua primeira viagem, indo até Porto Seguro, em missão evangelizadora. A sua fama espalhou-se de tal forma de tribo em tribo, que em 1551, indo a Pernambuco, muitos selvagens o procuraram para serem batizados por ele.

Em Olinda fundou um retiro para os indígenas e meninos e outra para mulheres. Foi de sua iniciativa, escrever ao Rei de Portugal, D. João III, pedindo e insistindo na criação de um Bispado no Brasil, para ter nessa autoridade uma salvaguarda contra a má vontade dos colonos, que queriam utilizar os índios como escravos, e se revoltavam contra Nóbrega, porque encontravam nos jesuítas infatigáveis defensores dos indígenas.

Efetivamente foi escolhido o primeiro bispo do Brasil, D. Pedro Fernandes Sardinha, que chegando tinha visão totalmente diferenciada dos Jesuítas quanto à evangelização dos gentios. Em 1552 deixou em Pernambuco o Irmão Antonio Pires e retornou a Bahia, escrevendo logo que chegou, uma carta a D. João III, Rei de Portugal, na qual reiterava o pedido de "envio de órfãs e mulheres portuguesas e que mandasse homens de trabalho e não para empregos públicos, que há demais...", ainda na carta conta a sua intenção de entrar no sertão e pediu ajuda para este fim. Essa vontade tinha como obstáculo o próprio Governador-Geral, este entendia que, primeiro, dever-se-ia povoar o litoral e depois, o interior. E ainda tinha a preocupação de que a ida para o sertão pudesse despovoar e desguarnecer os povoamentos litorâneos então existentes, deixando-os a mercê de corsários e piratas. No fim desse ano acompanhou Tomé de Sousa em viagem a Capitania de São Vicente. Para ele, esta era a porta de entrada para o interior da colônia, tendo fundado na povoação do mesmo nome, em 22-1-1553, o Colégio do Menino Jesus.

No dia 9-7-1553 recebe de Inácio de Loyola a carta-patente de sua nomeação de Provincial da Companhia de Jesus no Brasil. Com outros religiosos sobe a serra de Paranapiacaba em direção ao planalto, apesar a oposição do governador. Na Vila de Santo André da Borda do Campo, encontra com João Ramalho e em companhia de seu filho André e de outros Jesuítas, percorre o planalto, onde escolheu o local na colina de Inhapuambussu, onde é hoje o Pátio do Colégio, entre os rios Tamanduateí e Anhangabaú, para fundar em 29-8-1553 a Aldeia de Piratininga.

Ao reunir 50 catecúmenos e confiando a doutrinação ao Padre Manoel de Paiva, e este a 25-1-1554, por designação de Nóbrega, celebrou a missa padroeira pela instalação do Colégio dos Jesuítas que deu origem à cidade de São Paulo. Fundou também a povoação de Maniçoba (aldeia que se situava as margens do rio Anhembi, hoje Tietê na região de Itu-SP, e que teve curta existência). Em carta para o rei português adjetivaria São Paulo de Piratininga como "formosa povoação".

Corajoso e ante a eminência de uma guerra com os tamoios, se deslocou para a aldeia de Iperoig (perto de Ubatuba) obtendo a paz com os portugueses. Residindo em São Vicente em 25-3-1555, escreve uma carta aos superiores da Companhia em Jesus, na qual solicita a dispensa de seu cargo de Superior por se encontrar cansado e doente (sofria de hematêmese), devido ao esforço despendido em sua árdua missão.

No ano de 1556, transfere os meninos do Colégio de São Vicente para o de São Paulo de Piratininga, com a preocupação de manter a povoação permanente, já que os indígenas após alguns anos iam embora para outro local e levavam seus filhos. Em janeiro de 1557, por determinação superior, retorna a Bahia, por ser sede no governo geral no Brasil, acompanhado de quatro jesuítas, bastante conhecedores do idioma dos índios. Fundou nos arredores de Salvador quatro residências para continuar a atividade de catequese: a do Rio Velho, a de São Paulo, a do Espírito Santo e a de São João. Com o Governador-Geral Mem de Sá foi em 16-1-1560 para São Vicente, chegando passou o cargo de Provincial dos Jesuítas a seu sucessor Padre Luis da Grã, mas continuando a exercer a maior influência, tanto no animo do seu sucessor como no do governador, que lhe consagrava a maior veneração.

Conseguiu de Mem de Sá, contra a vontade de João Ramalho, a transferência da Câmara Municipal, população e pelourinho da Vila de Santo André da Borda do Campo para São Paulo de Piratininga, sendo então elevada à categoria de Vila em 5-4-1560. Sua preocupação era salvar a catequese e a colonização portuguesa ameaçadas pelos índios tamoios.

Em 11-4-1563, acompanhado do Irmão José de Anchieta, fez sua jornada pacificadora junto aos índios tamoios de Iperoig (perto de Ubatuba) e ali permaneceram na desejada paz. Ninguém podia imaginar que eles conseguissem sair a salvo dessa temerária tentativa, mas a audácia louca dessa resolução, o aspecto venerando dos dois religiosos, a fama que eles já tinham, o inexplicável prestígio dos jesuítas, tal impressão produziram no animo dos selvagens, que não só respeitaram os dois missionários, como concluíram a paz desejada. Convenceu o governador, da necessidade de expulsar os invasores franceses do almirante Nicolas Durand de Villegagnon da ilha que ocupavam na baia de Guanabara desde 1555, e que tinham o propósito de fundar na América do Sul, uma colônia a que o almirante Gaspar Cologny, um dos chefes do partido protestante que então governava a França, já denominava de "França Antártica".

A preocupação de Mem de Sá era não ter força suficiente para rechaçar as tropas francesas, mas Nóbrega foi de opinião contrária. Não só aconselhou a que se empreendesse a expedição, como deliberou auxilia-la. Acompanhou o governador da Bahia para o Rio de Janeiro e deixando-o na expedição, foi para São Vicente, onde desenvolveu uma atividade imensa para ajudar o Governador-Geral, fazendo com que os índios o ajudassem, preparando mantimentos para as tropas expedicionárias e tratando de organizar socorros para os feridos. Já em 1560, em correspondência ao Infante D. Henrique, Nóbrega sugere a fundação de uma cidade no Rio de Janeiro. Após a expulsão dos franceses, a rainha D. Catarina em Lisboa, então regente do reino, mandou que se povoasse o Rio de Janeiro e foi um sobrinho do Governador-Geral, Estácio de Sá, o encarregado de fundar a nova povoação. Com o auxílio do Padre Manoel da Nóbrega, foi realizada a cerimônia no dia de São Sebastião, 20-1-1565.

A paz, contudo, não podia ser duradoura. Os tamoios estavam novamente em plena revolta, quando Estácio de Sá chegou. Seguiram-se lutas em que este perdeu a vida. Fundou-se o Colégio dos Jesuítas no Rio de Janeiro, do qual Nóbrega foi nomeado Superior, estendendo-se a sua jurisdição as casas dos jesuítas de Santos, São Vicente, São Paulo de Piratininga e Espírito Santo. Após a libertação, recebeu com toda a hospitalidade Mem de Sá em Santos, este havia vindo para refazer-se das fadigas da luta. No Colégio do Rio de Janeiro que ajudou a estabelecer, e do qual seria o seu primeiro Reitor, no Morro do Castelo, permaneceu até falecer no dia em que completava 53 anos.

Suas cartas dirigidas aos seus superiores em Portugal, ao Rei D. João III e ao próprio (Santo) Inácio de Loyola, foram traduzidas para o italiano e publicadas em Veneza, em 1559, 1561 e 1570. Também é sua a obra Informações das terras do Brasil, mandadas pelo padre Nóbrega e carta do mesmo ano de 1551, in Revista do Instituto Histórico, t. VI, p. 49, de 1844. Posteriormente todas as suas cartas foram reunidas no livro: Cartas do Brasil e mais escritos do P. Manoel da Nóbrega, editada pela Universidade de Coimbra-Portugal em 1955.

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