O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, propôs na segunda-feira (20/5),
antecipar as eleições para a Assembleia Nacional, atualmente
controlada pela oposição e presidida por Juan Guaidó. As eleições
parlamentares estavam previstas para 2020. O chavista, no entanto, não
deu detalhes nem determinou uma data específica, dando a impressão de sua
declaração ser mais um desafio aos opositores do que uma medida efetiva.
Maduro
lançou o desafio durante um ato no Palácio de Miraflores pelo
aniversário de um ano de sua reeleição à presidência, boicotada pela
maioria da oposição, considerada fraudada por Guaidó e não reconhecida
pela maior parte da comunidade internacional.
"Vamos legitimar a
única instituição que não o fez nos últimos cinco anos", disse Maduro,
segundo informações divulgadas no Twitter de seu órgão oficial de
comunicação. "Vamos antecipar as eleições para a Assembleia Nacional
para saber quem tem mais votos. Eleições já. Quem vai ganhar? O povo
chavista, cristão e revolucionário."
Diosdado Cabello, um dos
nomes mais fortes do chavismo, deu mais pistas sobre o que o presidente
pretende. "No máximo no ano que vem teremos eleições. A próxima eleição
será da Assembleia Nacional. Eles (opositores) participarão, sim ou não?
Nós vamos participar", disse Cabello, que é presidente da Assembleia
Constituinte, criada por Maduro para substituir os poderes do
Parlamento.
Pouco antes da sugestão de Maduro, a Constituinte,
que é composta apenas por chavistas, aprovou um decreto que prorroga o
funcionamento do órgão até 2020 - um ano e cinco meses além do previsto
inicialmente. A proposta de prorrogação foi feita pelo deputado
constituinte Pedro Carreno para "defender o povo" de "ataques da
direita" e ganhou apoio de figuras importantes do chavismo.
Em
2015, a oposição surpreendeu o chavismo e venceu as eleições
legislativas, obtendo cerca de dois terços dos deputados. Desde então,
Maduro tenta minar os poderes do Parlamento. O golpe mais eficaz foi
dado em 2017, quando convocou uma Assembleia Nacional Constituinte.
Sob
pretexto de reescrever a Constituição, o novo órgão assumiu as funções
da Assembleia Nacional. Sem ter nenhum integrante da oposição, a
Constituinte foi eleita com a participação de apenas 40% dos eleitores -
a oposição garante que menos de 20% apareceu para votar.
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