Dentro dessa visão, ser de esquerda presumiria lutar pelos direitos
dos trabalhadores e da população mais pobre. Já a direita representaria
uma visão mais conservadora, ligada a um comportamento tradicional, que
busca manter o poder da elite e promover o bem estar individual.
Com
o passar do tempo, as duas expressões passaram a ser usadas em outros
contextos. Atualmente, por exemplo, os partidários que se colocam contra
as ações do regime vigente (oposição) seriam entendidos como “de
esquerda” e os defensores do governo em vigência (situação) seriam a ala
“de direita”. Embora os dois lados realizem reformas, uma diferença
seria que a esquerda busca promover a justiça social enquanto a direita
trabalha pela liberdade individual.
Após a
queda do Muro de Berlim (1989), que pôs fim a Guerra Fria, um novo
cenário político se abriu. Por isso, hoje, as palavras ‘esquerda’ e
‘direita’ parecem não dar conta da diversidade política do século 21.
Isso não quer dizer que a divisão não faça sentido, apenas que
‘esquerda’ e ‘direita’ não são palavras que designam conteúdos fixados
de uma vez para sempre. Podem designar diversos conteúdos conforme os
tempos e situações.
No Brasil, essa divisão se
fortaleceu no período da Ditadura Militar, onde quem apoiou o golpe dos
militares era considerado da direita, e quem defendia a instauração de
um regime socialista baseado nas ideias de Karl Marx, de esquerda. Com o
tempo, outras divisões apareceram dentro de cada uma dessas ideologias.
Hoje, os partidos de direita abrangem conservadores,
democratas-cristãos, liberais e nacionalistas, e ainda o nazismo e
fascismo na chamada extrema direita.
Na
esquerda, temos os social-democratas, progressistas, socialistas
democráticos e ambientalistas. Na extrema-esquerda temos movimentos
simultaneamente igualitários e autoritários, como movimentos operários e
comunistas pelo o fim da propriedade privada. Há ainda posição de
"centro". Esse pensamento consegue defender o capitalismo sem deixar de
se preocupar com o lado social. Em teoria, a política de centro prega
mais tolerância e equilíbrio na sociedade. No entanto, ela pode estar
mais alinhada com a política de esquerda ou de direita. A origem desse
termo vem da Roma Antiga, que o descreve na frase: "In mediun itos" (a
virtude está no meio).
Outro
tema fundamental é a visão sobre a economia. Os de esquerda pregam uma
economia mais justa e solidária, com maior distribuição de renda e
interferência do Estado. Os de direita seriam associados ao liberalismo,
doutrina que na economia pode indicar os que procuram manter a livre
iniciativa de mercado e os direitos à propriedade particular. Algumas
interpretações defendem a total não intervenção do governo na economia, a
redução de impostos sobre empresas, a extinção e simplificação da
regulamentação governamental, e outros. Lembrando que há governos de
direita também com forte intervenção estatal, como o ocorrido durante o
período militar no Brasil.
O liberalismo não
significa necessariamente conservadorismo moral. Na raiz, o adjetivo
liberal é associado à pessoa que tem ideias e uma atitude aberta ou
tolerante, que pode incluir a defesa de liberdades civis e direitos
humanos. Já o conservador seria aquele com um pensamento tradicional. Na
política, o conservadorismo busca manter o sistema político existente,
que seria oposto ao progressismo.
Direita e
esquerda também têm a ver com questões éticas e culturais. Avanços na
legislação em direitos civis e temas como o casamento LGBT e legalização
das drogas e aborto são vistas como bandeiras da esquerda, com a
direita assumindo a defesa da família tradicional. No que nos faz
perceber que esses conceitos são mais flexíveis hoje em dia.
EM RESUMO A DIREITA REPRESENTA O GRANDE CAPITAL CONCENTRADO EM MÃOS DAS MULTINACIONAIS E DOS BANCOS EM MÃOS DE POUCAS FAMÍLIAS, ENQUANTO A ESQUERDA REPRESENTA O CAPITAL MAIS DISTRIBUÍDO ENTRE TODAS AS CLASSES SOCIAIS.
JPL
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