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REUTERS / Dado Ruvic
Brasil
O
leilão do 5G no Brasil é motivo de disputa entre EUA e China. A
Sputnik Brasil conversou com o especialista Alexandre Uehara sobre a
possível reação do Brasil à pressão da administração de Trump para a
exclusão da Huawei do leilão.
O presidente Donald Trump tem feito pressão para que a chinesa Hauwei
seja excluída do leilão do 5G no Brasil, previsto para acontecer em
2020. O líder norte-americano acusa a empresa chinesa de espionagem e
roubo de dados.
O professor de Relações Internacionais da USP, Alexandre Uehara, em
entrevista à Sputnik Brasil, observou que a abertura de um grande
mercado como o do Brasil para a tecnologia chinesa gera bastante preocupação para os EUA.
"No primeiro momento essa disputa pareceu como
um elemento de disputa na área de segurança, o governo americano e o
presidente Donald Trump apontando que a tecnologia chinesa 5G permitiria
à Hauwei fazer espionagem ou quebra de sigilo, mas a gente percebe que
não é só isso. Existe uma preocupação muito grande com o mercado que se
abre a partir da tecnologia 5G", observou Uehara.
"Em termos de patentes relacionadas à tecnologia 5G, a China tem uma
relação de 4 pra 1, ou seja, a China tem 4 patentes pra cada uma patente
norte-americana de tecnologia relacionada ao 5G.
A china tem uma vantagem competitiva
em relação aos EUA que é importante. Esse é um dos fatores que faz com
que a tecnologia americana tema essa concorrência", acrescentou o
professor de Relações Internacionais.
Ao comentar sobre qual deve ser a posição do Brasil em relação à
China, tendo em vista o alinhamento de Bolsonaro com a administração
Trump, Alexandre Uehara afirmou que o governo brasileiro deve adotar uma
postura mais pragmática.
"O que a gente tem percebido desde o governo
Bolsonaro em que houve discursos em que de fato a China aparecia como um
vilão, principalmente nas relações econômicas com o Brasil.
Mas o peso
econômico que a China tem sobre o Brasil sendo o principal parceiro
comercial, fez com que o presidente e toda a sua equipe percebesse o
peso que a China tem", destacou o especialista.
De acordo com ele, ainda que haja um alinhamento político entre o
Trump e Bolsonaro, "existe um caráter pragmático que são os interesses
econômicos e isso tem feito com que o Brasil tenha uma relação com a
Chinha diferente de como foi no início do governo".
Huawei, a gigante chinesa
A Huawei é pioneira no campo emergente de telecomunicações de próxima
geração, ou 5G, que trará internet mais rápida e suportará carros
autônomos e outras aplicações futuristas. Isso alimenta as preocupações
de segurança ocidentais e torna o 5G politicamente sensível.
Os Estados Unidos defendem que seus aliados não devem utilizar produtos da gigante chinesa sob alegações de segurança.
Em meados de maio, o Departamento de Comércio dos EUA colocou a
companhia Huawei e as suas filiais em uma lista negra por alegadamente
ameaçarem a segurança nacional, o que impede a empresa chinesa de
comprar componentes e tecnologias de fabricantes norte-americanos.
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