© Folhapress / Ricardo Ribeiro
Europa
O reitor da Universidade de Coimbra, em Portugal, anunciou que os refeitórios da instituição vão deixar de servir carne bovina. A declaração foi feita durante a recepção de novos alunos nesta terça-feira (17) e gera polêmica em Portugal.
A
medida faz parte de um conjunto de ações para que, até 2030, a
Universidade de Coimbra se torne a primeira instituição portuguesa
neutra nas emissões de gás carbônico.
"O primeiro passo será dado já em janeiro de 2020, com a eliminação
total da aquisição e consumo de carne de vaca na nossa oferta alimentar
nas cantinas universitárias", declarou o reitor Amílcar Falcão.
A Universidade de Coimbra tem 14 refeitórios que consomem, por ano, 20 toneladas de carne bovina. Segundo o reitor, o produto vai ser substituído "por outros nutrientes que irão ser estudados, mas que será também uma forma de diminuir aquela que é a fonte de maior produção de CO2 que existe ao nível da produção de carne animal".
"A anunciada imposição, que privará alunos, professores e funcionários, de um elemento que faz parte da dieta alimentar portuguesa e mediterrânica, é uma limitação à sua liberdade de escolha e contribui para confundir os portugueses, porque é alarmista e assenta em pressupostos infundados", lê-se na nota.
A entidade reconhece que as atuais emergências climáticas devem ser consideradas, mas afirma que a decisão da Universidade de Coimbra tem base em "alarmismos incompreensíveis".
"O esforço de descarbonização faz-se com a Agricultura e com os Agricultores e não contra a Agricultura e contra os Agricultores. As pastagens biodiversas fixam mais toneladas de CO2 do que aquelas que são emitidas, ou seja, há um balanço positivo, que será tão mais positivo quanto mais produzirmos em território nacional com o nosso tradicional tipo de produção", afirma a CAP na nota.
Outras entidades do setor, como a Confederação Nacional de Agricultura e Associação dos Produtores de Leite de Portugal, também se manifestaram publicamente contra a medida. A Associação Académica de Coimbra, que representa os estudantes, apoiou a decisão do reitor.
A Universidade de Coimbra tem 14 refeitórios que consomem, por ano, 20 toneladas de carne bovina. Segundo o reitor, o produto vai ser substituído "por outros nutrientes que irão ser estudados, mas que será também uma forma de diminuir aquela que é a fonte de maior produção de CO2 que existe ao nível da produção de carne animal".
Indignação do setor agropecuário
A medida não foi bem recebida pelo setor agropecuário nacional. Em comunicado enviado à Sputnik Brasil, a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) se diz "perplexa" com a notícia."A anunciada imposição, que privará alunos, professores e funcionários, de um elemento que faz parte da dieta alimentar portuguesa e mediterrânica, é uma limitação à sua liberdade de escolha e contribui para confundir os portugueses, porque é alarmista e assenta em pressupostos infundados", lê-se na nota.
A entidade reconhece que as atuais emergências climáticas devem ser consideradas, mas afirma que a decisão da Universidade de Coimbra tem base em "alarmismos incompreensíveis".
"O esforço de descarbonização faz-se com a Agricultura e com os Agricultores e não contra a Agricultura e contra os Agricultores. As pastagens biodiversas fixam mais toneladas de CO2 do que aquelas que são emitidas, ou seja, há um balanço positivo, que será tão mais positivo quanto mais produzirmos em território nacional com o nosso tradicional tipo de produção", afirma a CAP na nota.
Outras entidades do setor, como a Confederação Nacional de Agricultura e Associação dos Produtores de Leite de Portugal, também se manifestaram publicamente contra a medida. A Associação Académica de Coimbra, que representa os estudantes, apoiou a decisão do reitor.
Gado na pastagem em Alcáçovas, região de Alentejo, Portugal |
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AFP 2019 / PATRICIA DE MELO MOREIRA
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