|
De acordo com a ONU, a comunidade internacional ainda só conseguiu garantir cerca de 11 por cento dos 392 milhões de dólares (350 milhões de euros) de ajuda necessária às populações dos países africanos afetados pelo ciclone Idai. Entretanto, o Governo moçambicano aprovou na terça-feira a criação do Programa de Recuperação Pós-Calamidade para a recuperação das regiões.
Amina
Mohammed, vice-secretária-geral das Nações Unidas, reforçou na
terça-feira o apelo à comunidade internacional para o reforço da ajuda
financeira a Moçambique, Zimbabué e Malawi, afetados pelo ciclone Idai.
Num discurso na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, a responsável da
ONU lembrou que os três países necessitam de pelo menos 392 milhões de
dólares (350 milhões de euros) para garantir a assistência necessária às
suas populações, mas que até agora apenas foram garantidos 46 milhões
de dólares (41 milhões de euros).
Quase três semanas depois da passagem da tempestade, a 14 de março, as
necessidades “permanecem profundas” naqueles países. “Persistem os
riscos de mais inundações, da disseminação de doenças e de perda de mais
vidas”, acrescentou a responsável, referindo-se em concreto aos surtos
de cólera na região.
Segunda vítima de cólera
Na terça-feira foi confirmada a segunda morte devido à cólera no centro
de Moçambique, em concreto no Dondo, província de Sofala. De acordo com
as autoridades moçambicanas, a doença já afeta quase 1.500 pessoas, com
grande parte dos casos a ocorrer na Beira.
Para fazer face à disseminação da doença, as Nações Unidas anunciaram
ontem que chegaram a Moçambique 900 mil doses de vacinas contra a
cólera. A distribuição deverá começar esta quarta-feira na cidade da
Beira.
Amina Mohammed, responsável da ONU, alerta no entanto que a ajuda ainda é
insuficiente e que a resposta “ainda está subfinanciada”. Referiu
também que não basta trabalhar na fase de maior emergência e que é
crucial preparar os países mais expostos para lidarem melhor com este
tipo de episódios climáticos.
Programa pós-calamidade
O custo da execução deste programa poderá ter um orçamento "elevado",
tendo em conta os danos, mas a porta-voz do Conselho de Ministros, Ana
Comoana, não avançou com números.
O Prepoc terá uma vertente de ajuda mais imediata às populações na
gestão e recuperação após este ciclone, mas vai ter também em contra o
processo de ordenamento territorial.
"São aspetos que tem a ver com o ambiente, estado dos solos que vão
orientar a afetação dos espaços definitivos através de técnicos e
peritos especializados e construção de vilas resilientes", acrescentou a
responsável.
Este programa estará baseado em princípios, abordagem e estratégias
orientadas para uma rápida recuperação do tecido social, atividade
produtiva e a reabilitação e reconstrução acelerada de infraestruturas,
explicou ainda a porta-voz do Governo moçambicano.
Um milhão de pessoas afetadas
De acordo com o último balanço das autoridades moçambicanas, fixou-se em
598 o número de vítimas mortais na sequência do ciclone Idai, só
naquele país. Há ainda registo de 1.641 feridos.
O registo oficial de população afetada pela tempestade ultrapassou
entretanto a fasquia de um milhão de pessoas, em concreto 1,3 milhões de
pessoas afetadas.
O grupo de pessoas afetadas inclui todas aquelas que perderam as casas, precisam de alimentos ou de algum tipo de assistência.
0 comentários:
Postar um comentário